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1 LIGAÇÃO COVALENTE QUÍMICA INORGÂNICA PROFA. VALESKA S. AGUIAR LIGAÇÃO COVALENTE X LIGAÇÃO IÔNICA TABELA DE ELETRONEGATIVIDADE A LIGAÇÃO COVALENTE Vimos em Química Geral que a ligação covalente se baseia no compartilhamento de elétrons de valência entre os átomos envolvidos, em um processo altamente direcional. Esta teoria baseada no compartilhamento de elétrons consiste na teoria desenvolvida por Lewis em 1916, que denominou de ligação covalente a força de atração entre átomos presentes em uma molécula. 2 POR QUE SÃO NECESSÁRIAS NOVAS TEORIAS DE LIGAÇÃO? • A Teoria de Lewis apresenta alguns problemas: • Ela não explica a existência de condutores ou semicondutores. • São necessárias abordagens mais sofisticadas: • Hibridização • Orbitais moleculares a partir de orbitais atômicos. O QUE SE ESPERA DE UMA TEORIA DE LIGAÇÃO? Aproxima-se os átomos, vindos do infinito. • Os elétrons são atraídos por ambos os núcleos. • Os elétrons se repelem • Os núcleos se repelem Constrói-se um gráfico de energia potencial versus distância. • Energias negativas → forças de atração • Energias positivas → forças de repulsão DIAGRAMA DE ENERGIA POTENCIAL DIAGRAMA DE ENERGIA POTENCIAL DIAGRAMA DE ENERGIA POTENCIAL – H2 DIAGRAMA DE ENERGIA POTENCIAL – H2 3 DIAGRAMA DE ENERGIA POTENCIAL – H2 • Primeiro modelo quanto-mecânico a distribuir os elétrons através de ligações e que não é explicado pela Teoria de Lewis e o modelo VSEPR. • Esta teoria permite o cálculo dos ângulos de ligação e dos comprimentos de ligação. • Orbitais atômicos descrevem as ligações covalentes. • A área de interpenetração (overlap) dos orbitais está em fase. • É um modelo localizado de ligação (elétrons de valência localizados). • A TLV é uma extensão da ideia de Lewis sobre ligações de pares de elétrons. • Na TLV, as ligações covalentes são formadas quando orbitais atômicos nos átomos vizinhos se superpõem. Esta superposição aumenta a probabilidade de encontrar os elétrons de ligação no espaço entre os dois núcleos. Exemplos: H2, HF e F2 A ligação covalente que se origina da sobreposição de 2 orbitais, um de cada um dos 2 átomos de H, é chamada de ligação 𝜎. A densidade eletrônica de uma ligação 𝜎 é maior em torno do eixo de ligação. 4 Como explicar BF3, CH4, H2O, NH3, etc ???? Linus Pauling: ideia da HIBRIDIZAÇÃO Hibridização: mistura dos orbitais atômicos do átomo central, ou seja, mistura (combinação) das funções de onda que representam os orbitais atômicos. Mistura dos orbitais atômicos do átomo central Novo conjunto de orbitais (híbridos) Orbitais em nova orientação / nova energia (valor intermediário) Maior região de sobreposição orbital, representado pelo aumento no tamanho do lóbulo nº orbitais atômicos combinados = nº orbitais híbridos resultantes todos os orbitais híbridos formados são degenerados (= energia) Hibridização sp Be (átomo central): 1s2 2s2 x y z x y z hibridação x y z x y z Hibridização sp 5 Formação de 2 orbitais híbridos semipreenchidos Hibridização sp Combine para gerar três orbitais sp Que são representados pelo conjunto Hibridização sp no berílio Hibridização sp2 x y z x y z x y z hibridação x y z x y z x y z Hibridização sp2 6 Formação de 3 orbitais híbridos semipreenchidos Hibridização sp2 nº orbitais atômicos = nº orbitais híbridos Hibridização sp2 no boro Vista de lado Vista de topo Hibridização sp2 Hibridização sp3 7 x y z x y z x y z x y z hibridação x y z x y z x y z x y z Hibridização sp3 Formação de 4 orbitais híbridos semipreenchidos Hibridização sp3 nº orbitais atômicos = nº orbitais híbridos Hibridização sp3 metano (CH4) ângulos de 109º (realmente observados) 8 Hibridização sp3 nitrogênio (N) Hibridização sp3 nitrogênio (N) Hibridização sp3 nitrogênio (N) Hibridização sp 3 nº orbitais atômicos = nº orbitais híbridos • Uma ligação 𝜋 é mais fraca que uma ligação 𝜎. • Quanto maior a densidade de elétrons na região de sobreposição, mais forte a ligação. • Quanto maior o caráter s, mais curta e mais forte a ligação, além de ser maior o ângulo de ligação. 9 Os orbitais de ligação estão em cinza Exemplo da molécula de H2S Orbitais sp3d Orbitais sp3d2 Estrutura bipiramidal trigonal Estrutura octaédrica Hibridização sp3d Hibridização sp3d2 Formação de moléculas com dois ou mais centros “hibridizados” Implicações estruturais C2H6, C2H4, C2H2 Ligação 𝜎 • Orbitais se sobrepõem de tal forma que a densidade eletrônica fica localizada ao longo da linha que liga os dois núcleos (onde ainda permanece a maior densidade) • Todas as ligações simples são 𝜎. Ligação 𝜋 • Formadas pela sobreposição lateral de orbitais, com a densidade eletrônica concentrada em lados opostos de um plano que passa pelo eixo de ligação entre dois átomos (lóbulos) • ligação dupla: 1 ligação 𝜎 + 1 ligação 𝜋 • ligação tripla: 1 ligação 𝜎 + 2 ligações 𝜋 • Restringem as rotações em torno do eixo da ligação (isso reduziria a sobreposição dos orbitais p) 10 Conjunto de orbitais sp2 + p Ligações sigma (σ) Overlap de orbitais p origina uma ligação pi (π) 11 O Acetileno, C2H2, possui uma ligação tripla. O Acetileno, C2H2, possui uma ligação tripla, ou seja, uma ligação 𝜎 e uma ligação 𝜋. O Acetileno, C2H2, possui uma ligação tripla, ou seja, uma ligação 𝜎 e uma ligação 𝜋. • É por meio do Modelo da Teoria de Ligação de Valência que é possível prever a geometria das moléculas. • Para tanto, é necessário: - Escrever uma estrutura de Lewis plausível. - Usar a VSEPR para prever a geometria eletrônica. - Escolher a hibridização apropriada. 12 • É importante lembrar que a VSEPR explica a geometria molecular com base nas estruturas de Lewis, mas não permite explicar como ocorrem as ligações químicas. • Por meio da VSEPR, é possível explicar as ligações do hidrogênio em ligações H-H e H-F da mesma forma, muito embora saibamos que essas ligações apresentam energias de dissociação diferentes e comprimentos distintos. • A VSEPR baseia-se na Teoria de Ligação de Valência à medida que considera a ocupação dos elétrons em orbitais atômicos dos átomos individuais envolvidos na ligação covalente. ESTRUTURAS DE LEWIS Fórmulas de Lewis ou Fórmulas Eletrônicas Representação que mostra todos os elétrons do nível de energia mais externo de cada um dos átomos presentes em uma molécula Elétrons Participam das ligações Não são compartilhados ESTRUTURAS DE LEWIS São estruturas que facilitam o estabelecimento de MODELOS para moléculas Nas estruturas de Lewis... Todos os elétrons da molécula são idênticos INDISTINGUÍVEIS Não interessa a origem dos elétrons, ou seja, de que átomo vieram ESTRUTURAS DE LEWIS Como os elétrons devem ser distribuídos na molécula? A distribuição de elétrons deve ocorrer de forma que se tenha MAIOR ATRAÇÃO POSSÍVEL ENTRE OS ÁTOMOS Situação mais favorável Situação de menor energia à Maior estabilidade ESTRUTURAS DE LEWIS Como arranjar os átomos de uma molécula de forma que se tenha maior atração simultânea possível? Maior número de ligações atômicas possível (respeitando a capacidade eletrônica máxima na camada de valência) Menor repulsão possível entre núcleos e elétrons Menor densidade de carga atômica possível para cada átomo(preferência = 0) 13 OBTENÇÃO DA ESTRUTURA DA LEWIS Para obter uma estrutura de Lewis, deve-se considerar: A regra do Octeto (completar a camada de valência dos átomos com 8 elétrons) só é válida para moléculas formadas a partir de átomos pertencentes ao SEGUNDO PERÍODO DA TABELA PERIÓDICA POR QUÊ? Para cada região da tabela periódica, associa-se um número máximo de elétrons, considerando sempre o conjunto de orbitais mais externos de cada elemento (quantidade máxima de elétrons que pode ser suportado) OBTENÇÃO DA ESTRUTURA DE LEWIS Passos para obter a estrutura de Lewis: 1. Somar os elétrons de valência de cada átomo constituinte da molécula nº elétrons de valência nº grupo ou família que pertence o átomo 2. Escrever o símbolo dos átomos da molécula, tendo como átomo central, GERALMENTE, o átomo do elemento menos ELETRONEGATIVO 3. Completar a camada de valência de cada átomo ligante, ou seja, que se encontra ao redor do átomo central 4. Elétrons que sobrarem, adicionar ao átomo central Possibilidade de expansão do octeto 5. Se não existirem elétrons suficientes para deixar ao redor do átomo central, tente ligações múltiplas OBTENÇÃO DA ESTRUTURA DE LEWIS Nº máximo de ligações formadas Utilização simultânea de todos os orbitais mais externos de qualquer átomo que participe das interações Compartilhamento do maior nº possível de elétrons ESTRUTURAS DE LEWIS PCl5 H2 HCl Não podemos nos esquecer de que os elétrons da ligação covalente passam parte do tempo na região de influência de cada átomo Ou seja, este par de elétrons deve se localizar entre os dois átomos que participam do compartilhamento PAR LIGANTE à par de elétrons compartilhados por dois átomos PAR NÃO-LIGANTE OU ISOLADO à par de elétrons não compartilhado, ou seja, permanece no átomo de origem Mais comum a representação por traço HCN CH2Cl2 ESTRUTURAS DE LEWIS Relembrando... A ligação covalente é o compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos Os elétrons desse par podem ser dos dois átomos da ligação ou de UM dos átomos da ligação O átomo já deve ter completado seu octeto, ou seja, sua camada de valência está completa Onde esse tipo de ligação é comum? Oxiácidos Ácidos que contém oxigênio na sua estrutura Exemplos: H2SO4 HNO3 ESTRUTURAS DE LEWIS PARA OXIÁCIDOS Fórmula geral para oxiácidos: HxEOy Etapas: Ligar ao elemento E, por ligação covalente, tanto – O – H, quantos forem os hidrogênios da fórmula de oxiácido Ligar ao elemento E, os oxigênios remanescentes: Por dupla ligação, se o elemento E não tiver completado seu octeto Ou, usando pares de elétrons do elemento E se ele tiver seu octeto completo HNO3 H2SO4 HBrO4 14 CARGA FORMAL Nitrogênio Grupo 5 2º período da TP 3 ligações formadas 8 elétrons na camada de valência Havendo 4ª ligação Elétrons provenientes do N Compartilhamento com outro átomo Carga formal + +1 Voltando ao exemplo do HNO3 ESTRUTURAS DE RESSONÂNCIA Temos ESTRUTURAS DE RESSONÂNCIA para moléculas e íons cujo arranjo dos átomos não é descrito adequadamente por uma ÚNICA estrutura de Lewis Molécula de O3 Distâncias entre os O são iguais Teoria da Ligação de Valência Ângulos de 120º entre os carbonos: hibridação sp2 C C C CC C H H H H H H Nas ligações σ são envolvidos 24 elétrons (2 x 12 ligações). Como a molécula do benzeno tem 30 elétrons de valência, sobram 6 nos orbitais p que apenas podem coalescer lateralmente para formar ligações π. HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO Como a molécula do benzeno tem 30 elétrons de valência, sobram 6 nos orbitais p que apenas podem coalescer lateralmente para formar ligações π. ou Comprimento das ligações: Simples (C-C): 154 pm Dupla (C=C): 133 pm Benzeno: 140 pm (todas iguais) Como explicar? Qualquer uma das duas estruturas tem ligações simples e duplas, no entanto… HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO Ressonância do benzeno As ligações C-C apresentam comprimento maior que uma ligação dupla e menor que uma ligação simples! Ligação C-C no benzeno: 1,40 Å Ligação simples C-C: 1,54 Å Ligação dupla C=C: 1,34 Å HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO Os 6 elétrons p encontram-se assim deslocalizados por toda a estrutura. As ligações na molécula de benzeno são assim todas iguais, com ordem de ligação de 1,5. HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO 15 Moléculas como o benzeno, que não podem ser descritas por uma única estrutura de Lewis, dizem-se híbridos de ressonância. Representação simplificada: HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO Qual o significado da seta na estrutura do benzeno? HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO A seta significa que a estrutura é hibrida: nem é uma, nem é outra, mas uma mistura das duas. Não confundir com a seta de equilíbrio químico em que há interconversão!!!!! HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA BENZENO Ozono (O3) Dióxido de Enxofre (SO2) O O O O O O O O O O O O O O O ou Ligações σ Ligações π S O O S O O Ligações σ O S O Ligações π S O O ou S O O HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA GEOMETRIA MOLECULAR É a forma geral da molécula, determinada pelas posições relativas dos núcleos de cada átomo A geometria das moléculas pode ser explicada segundo a Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência (TRPECV) ou Valence Shell Electron Pair Repulsion theory (VSEPR) Qual é a ideia deste modelo? Os pares eletrônicos ao redor do átomo central, QUE ESTEJAM OU NÃO PARTICIPANDO DAS LIGAÇÕES, se comportam como NUVENS ELETRÔNICAS que se repelem entre si GEOMETRIA MOLECULAR E VSEPR A VSEPR prevê a forma de moléculas e íons no espaço, obedecendo alguns critérios: Pares de elétrons da CV do átomo central devem se encontrar o mais distante possível à Evita-se repulsão entre essas nuvens eletrônicas Pares de elétrons participantes da ligação também devem ser considerados na BUSCA PELA MENOR REPULSÃO POSSÍVEL Maior afastamento mútuo entre pares de elétrons Em termos de repulsão eletrônica: PN-PN > PN-PC > PC-PC 16 GEOMETRIA MOLECULAR E VSEPR Dois pares de elétrons na camada de valência de um átomo Disposição linear = Geometria linear Três pares de elétrons na camada de valência de um átomo Geometria trigonal plana Quatro pares de elétrons na camada de valência de um átomo Geometria tetraédrica PARA PREVER A GEOMETRIA Determina-se a disposição dos pares de elétrons da camada de valência em torno do átomo central Pares ligantes Pares não-ligantes A direção no espaço dos PARES LIGANTES fornece a geometria da molécula Presentes em uma ligação simples, dupla ou tripla Não são compartilhados GEOMETRIA UTILIZANDO VSEPR Número total de pares eletrônicos ao redor do átomo central Número de átomos ligados ao átomo central Geometria molecular 2 2 B – linear 3 3 D – trigonal plana 3 2 C – angular 4 4 F – tetraédrica 4 3 E – piramidal 4 2 C – angular GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS BeF2, 38’’ BF3, 1’10’’ GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS 1’48 17 GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS 2’15 2’38 3’01 PN-PN > PN-PC > PC-PC GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS 3’22 4’05 4’49 5’05 GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS 5’24 5’40 6’ GEOMETRIA MOLECULAR X PARES ELETRÔNICOS BrF5 XeF4 Visualização de estruturasde Lewis, geometria e hibridizações 18 SABENDO A GEOMETRIA MOLECULAR, COMO REPRESENTO AS ESTRUTURAS DE LEWIS? SABENDO A GEOMETRIA MOLECULAR, COMO REPRESENTO AS ESTRUTURAS DE LEWIS? TETRAÉDRICA SABENDO A GEOMETRIA MOLECULAR, COMO REPRESENTO AS ESTRUTURAS DE LEWIS? POLARIDADE DAS MOLÉCULAS MOLÉCULA Polar Apolar Quando a molécula se orienta na presença de um campo elétrico Quando a molécula não se orienta na presença de um campo elétrico A polaridade de uma molécula pode ser determinada teoricamente Vetor momento dipolar resultante Soma dos vetores de cada ligação polar da molécula A polarização da ligação é caracterizada por uma grandeza denominada momento dipolar ou dipolo elétrico à representada por um vetor orientado no sentido do elemento menos eletronegativo para o elemento mais eletronegativo DETERMINAÇÃO DE POLARIDADE POR SIMETRIA MOLECULAR MOLÉCULA SIMÉTRICA MOLÉCULA APOLAR Nº de pares eletrônicos ao redor do átomo central é igual ao número de grupos iguais ligados ao átomo central MOLÉCULA ASSIMÉTRICA MOLÉCULA POLAR Nº pares eletrônicos ao redor do átomo central é diferente do nº de grupos iguais ligados ao átomo central Exemplos: HCl, CCl4, NH3, CH3Cl, BF3, SO2, SF6 19 POLARIDADE DAS MOLÉCULAS
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