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História do pensamento Jurídico

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Dados Biográficos
Uma breve biografia de John Rawls
John Bordley Rawls — chamado pelos íntimos de Jack — nasceu em 21 de fevereiro de 1921 em Baltimore, no Estado de Maryland, na região nordeste dos Estados Unidos.
Seus pais eram Willian Lee Rawls (1883-1946) e Anna Abell Rawls (nascida como Anna Abell Stump, (1892-1954) e John Rawls foi o segundo de seus cinco filhos.
A família materna era muito influente na região de Greenspring Valley, perto de Baltimore, devido a rendas com petróleo e carvão na Pennsylvania. O avô de Rawls, Alexander Hamilton Stump, teve 4 filhas, uma delas, Anna Bell, a mãe de Rawls.
A família paterna, por sua vez, tinha origem sulista. O avô de Rawls, Willian Stowe Rawls, era bancário em Greenville, no Estado da Carolina do Norte e em 1896 mudou-se com a família para Baltimore, porque, devido à sua tuberculose, queria morar perto do hospital da Universidade John Hopkins. O pai de Rawls também acabou por pegar a doença logo após a mudança, o que fez com que não seguisse os estudos formais, o que não o impediu de se transformar em um dos mais destacados advogados de Malbury.
Tanto o pai quanto a mãe de Rawls tiveram bastante influência e interesse em política. O pai de Rawls apoiou Woodrow Wilson e a Liga das Nações e era amigo íntimo e conselheiro não oficial de Albert Ritchie, governador de Maryland entre 1924 e 1936, que o convidou para concorrer ao senado, convite recusado por motivos de saúde. A mãe de Rawls foi por algum tempo presidente da então recém fundada Liga para o Voto Feminino de Baltimore e chegou a participar da campanha de Wendell Willkie, do partido Republicano, que disputava contra Roosevelt. Era com a mãe que Rawls era mais apegado, já que seu pai estava geralmente ausente da vida familiar.
O evento mais importante da infância de Rawls, que deixou marcas profundas em sua personalidade, foi a perda de dois de seus irmãos, ambos mortos devido a doenças que contraíram do próprio Rawls. O primeiro irmão que faleceu foi Robert Lee (Bobby). 21 meses mais novo do que Rawls, Bobby faleceu em 1928, por ter contraído difteria do irmão. Foi esse acontecimento, segundo a mãe de Rawls, que fez com que ele desenvolvesse gagueira. Depois de recuperado da difteria, no verão seguinte Rawls contrai pneumonia e acaba por infectar seu outro irmão, Thomas Hamilton (Tommy), nascido em setembro de 1927, que acabou morrendo em fevereiro de 1929.
O modelo de irmão para Rawls era Willian Stowe (Bill), quase seis anos mais velho e bem sucedido em futebol americano, tênis e luta. Embora sempre tenha tentado seguir os passos do irmão nos esportes, Rawls desenvolveu interesses particulares por biografia de cientistas famosos e por química.
Rawls completou um ano de pré-escola e os seis anos de escola elementar (1927-33) na Calvet School, onde estudavam meninos e meninas (embora fossem separados nos últimos três anos) e que dava ênfase a ensinar locutória. Foi lá que Rawls iniciou o processo de superar a gagueira, chegando até mesmo a ser o orador oficial de sua turma. Nos dois anos seguintes (1933-35) Rawls estuda na Roland Park High School porque seu pai havia sido escolhido como presidente do conselho da escola. Saindo de lá, Rawls passou mais quatro anos em uma escola particular.
O interesse de Rawls por questões sociais começa devido ao envolvimento de sua mãe com o movimento feminista e com a constatação de que a grande população negra de Baltimore vivia em condições muito diferentes da população branca. Além disso, Rawls também teve contato com os brancos pobres da região do Maine, onde a família costumava passar as férias.
Os anos de 1935 a 1939 são passados na Kent School, no oeste de Connecticut, escola interna de severa educação religiosa. Esse período é lembrado por Rawls como um período de infelicidade e improdutividade.
Em 1943, Rawls é admitido na Universidade de Princeton. Embora no início Rawls tenha tentado se dedicar aos esportes, chegando até a ser o capitão do time de tênis, acaba por se decepcionar com luta romana, o que faz com que ele se afastasse um pouco dos esportes, mas ainda mantendo um interesse por beisebol.
Os campos de interesse de Rawls variaram bastante, passando por química, matemática e história da arte, para finalmente se dedicar à filosofia, diferente de seu irmão Bill, que escolheu a carreira jurídica e foi estudar direito em Harvard, tornando-se depois advogado na Filadélfia. Durante o curso de filosofia, alguns professores exerceram particular influência sobre Rawls e ele estudou com afinco filósofos como Kant, Stuart Mill e Wittgenstein. O professor que mais o influenciou foi Norman Malcolm, que fez com que Rawls escrevesse sua primeira tese e sua dissertação sobre a questão da determinação do caráter.
Depois disso, Rawls é convocado pelas forças armadas para combater na Segunda Guerra Mundial e, após um período de treinamento na infantaria, é enviado para o Pacífico por dois anos, onde serviu em Nova Guiné, nas Filipinas e quatro meses nas forças que ocuparam o Japão. Embora praticamente não tenha enfrentado combate, Rawls teve um momento mais crítico em uma situação de emboscada no Japão. Rawls desiste de seguir a carreira no exército, saindo em 1946, ano em que começa seus estudos de graduação em filosofia, novamente na Universidade de Princeton. Depois de três semestres, passa um ano (1947-48) na Universidade de Cornell. Depois volta para Princeton (1948-49) para escrever sua dissertação sob a orientação de Walter Stace.
Enquanto completa sua tese, Rawls conhece sua futura esposa Margaret (Mardy) Warfield Fox (1927-), caloura na Universidade de Brown. Mardy dedicou-se à arte e à história, e exerceu um papel ativo no trabalho de Rawls, sempre ajudando - o em todos os passos de suas publicações. Com Mardy, Rawls teve quatro filhos: Anne Warfield (1950), atualmente professora de sociologia na Universidade Wayne, em Detroit, com dois filhos; Robert Lee (1954), gerente de produção e designer de máquinas esportivas em Seattle, com um filho e uma filha; Alexander (Alec) Emory (1955), estudante de economia e mestre de obras; e Elizabeth (Liz) Fox (1957), escritora, designer de moda e dançarina em Nova Iorque.
No período 1949-50, Rawls continua em Princeton e dedica-se a outras áreas que não a filosofia. Nos dois anos seguintes Rawls passar a ensinar em Princeton, também participando de seminários de economia e entrando em contato com J.O. Urmson, de Oxford, que estava como professor visitante de Princeton. É através de Urmson que Rawls consegue passar os anos de 1952 e 1953 em um programa de convênio em Oxford. Lá ele pode entrar com contato com H.L.A Hart e Isaiah Berlin, por exemplo. É nessa época que Rawls começa a elaborar sua idéia de justificar princípios morais de acordo com um processo deliberativo construído para este fim.
Depois da volta de Oxford, em 1953, Rawls foi nomeado como professor assistente na Universidade de Cornell, onde também foi, em 1956, nomeado como professor efetivo. É na Universidade de Cornell que Rawls se torna editor do famoso jornal Philosophical Rewiew.
Mas a estadia em Cornell, que era longe de qualquer centro importante e muito fria no inverno, durou somente até 1959, quando Rawls teve a oportunidade de ir para Harvard como professor convidado. Neste mesmo ano o MIT lhe oferece uma vaga de professor efetivo. Rawls aceita, mas acaba se envolvendo com atividades muito burocráticas relacionadas com a formação da área de humanidades da universidade.
Em 1961, Rawls é convidado para ir dar aulas em Harvard. Espera mais um ano para acabar suas atividades no MIT e vai para Harvard em 1962, onde deu aula até 1991, ano de sua aposentadoria.
Os anos seguintes, em Harvard, foram dedicados a acabar de escrever Uma Teoria da Justiça (a obra teve três versões preliminares: 1964-5; 1967-68 e 1969-70) e às aulas sobre grandes autores da filosofia política.
No final da década de 60, Rawls faz parte de movimentos contra a Guerra do Vietnam. Toda essa polêmica levou Rawlsa refletir sobre questões como a desobediência civil e sobre a ética nas relações internacionais.
Os anos de 1969-70 Rawls passou no Centro de Estudo Avançados da Universidade de Stanford, acabando de escrever Uma Teoria da Justiça. Nesta instituição acontece um fato curioso: todas as anotações do livro de Rawls eram digitadas por uma secretária, Anna Tower, e guardadas no Centro. Em Abril de 1970 um atentado à bomba causou um incêndio no prédio do Centro, mas Rawls teve sorte e seu escritório apenas sofreu danos devido à água. As partes do livro foram apenas molhadas, e não queimadas, o que possibilitou a leitura. Se essas páginas tivessem sido atingidas pelo fogo, Rawls teria perdido oito meses de trabalho intenso.
No mesmo ano de 1970 Rawls volta a Harvard e torna-se chefe do Departamento de Filosofia. Esse foi, para ele, o ano de trabalho acadêmico mais árduo, pois além de continuar o trabalho de revisão de seu livro, tinha que dedicar grande parte do tempo para resolver as divergências entre os professores, alguns apoiando a Guerra do Vietnam, outros não.
Mas a década seguinte foi mais calma. Desde 1960 a família Rawls havia se mudado para Lexington, perto de Cambridge. Lá, Mardy Rawls dedica-se aos movimentos sociais locais e à pintura. Rawls trabalhava bastante em casa, mantendo uma rotina regular de exercícios físicos, que foi um pouco prejudicada em 1983, quando ele machucou um tendão ao pular corda.
Em 1979 Rawls é promovido ao mais alto grau da carreira acadêmica, o de professor universitário. O cadeira ocupada por Rawls era a de James Bryant Conant University Professor, antes ocupada por Kenneth Arrow, ganhador do prêmio Nobel de economia.
Rawls somente se afastou de Harvard por três períodos: um ano sabático na Universidade de Michigan (1974-75), um período no Instituto de Estudos Avançados de Princeton (outono de 1977) e um tempo em Oxford (primavera de 1986). É interessante notar, pela lista de alunos de Rawls, que os mais importantes departamentos de filosofia dos EUA possuem pelo menos um professor que foi antigo aluno de Rawls.
Em 1995, Rawls sofre o primeiro de vários derrames que farão com que sua carreira acadêmica seja bastante prejudicada.
John Bordley Rawls morre em um sábado, 24 de novembro de 2002, em sua casa, em Lexington, Massachusetts, de insuficiência cardíaca.
Contexto histórico, político e social em que viveu
John Rawls, nasceu no Estado de Maryland, na região nordeste dos Estados Unidos. A família materna era muito rica e influente na região que viviam devido as rendas com petróleo e carvão na Pennsylvania. Já a família paterna tinha origem sulista. Seu pai, Willian Lee Rawls, apesar de não ter tido estudo era um dos mais destacados advogados de Malbury. Tanto o pai quanto a mãe de Rawls tiveram bastante influência e interesse em política. Na infância ele ia com a família para uma casa no sul e lá se deparou com situções de muita pobreza, o que lhe causou uma impressão duradoura, não só para despertar o seu sentido de justiça, mas também para aprofundar o sentimento permanente de ter tido muita sorte. Ele havia sobrevivido depois de tudo. Com a morte de dois de seus irmãos ainda na infância, Rawls desenvolveu gagueira, que só seria curada posteriormente na escola de Calvet Scholl, que dava ênfase a ensinar locutória. Passou também pela Kent School, uma escola interna muito severa e que para Rawls foi infeliz e improdutivo enquanto esteve nela.
O interesse de Rawls por questões sociais começa devido ao envolvimento de sua mãe com o movimento feminista e com a constatação de que os negros viviam em condições diferentes dos brancos em Baltimore. Antes de ingressar no exército, Rawls 1943 havia considerado a possibilidade de estudar para o sacerdócio. No entanto, em junho de 1945 em suas experiências na Guerra do Pacífico tivesse terminado com sua crença no cristianismo. Em um curto ensaio escrito durante a década de 90, intitulado "On My Religion" [Na minha religião] Rawls descreveu essa mudança com as seguintes palavras: 
“Muitas vezes me perguntei por que eles mudaram minhas convicções religiosas, especialmente durante a guerra. Comecei como crentes cristãos ortodoxos e eu deixei-a inteiramente em Junho de 1945. Não finja entender nada porque eles mudaram minhas convicções, nem eu compreendo perfeitamente o que é essa eventual alteração. Nós relatamos o que aconteceu, contar histórias e fazer suposições, mas deve ter o que são. Não pode ser algo substancial, mas não é provável.”
John decidiu então se dedicar à filosofia e durante seu curso o professor que mais o influenciou foi Norman Malcolm, que fez com ele escrevesse sua primeira tese e sua dissertação sobre a questão da determinação do caráter. Após esse período, ele serve as forças armadas, casa-se e tem filhos. Nos anos de 1949/1950, continua em Princeton também participa de seminários de economia nos quais entra em contato com J.O Urmson, que posteriormente leva Rawls para um programa de convênio em Oxford. É nessa época que ele começa a elaborar sua idéia de justificar princípios morais de acordo com um processo deliberativo construído para este fim.
Em 1959 John vai para Harvad e se torna professor efetivo e é lá que ele escreve Uma Teoria de Justiça. No final da década de 60, Rawls faz parte de movimentos contra a Guerra do Vietnam. Toda essa polêmica o levou a refletir sobre questões como a desobediência civil e sobre a ética nas relações internacionais. Em 1979 é promovido ao mais alto grau da carreira acadêmica.
Dados bibliográficos:
1) Obras de John Rawls (em inglês)
- 1950 – “A Study in the Grounds of Ethical Knowledge: Considered with Reference to Judgments on the Moral Worth of Character.” Ph.D. Dissertation, Princeton University, 1950. Abstract in Dissertation Abstracts (1955), 15(4): 608-609.
- 1951 – “Outline of a Decision Procedure for Ethics.” The Philosophical Review (April 1951), 60(2): 177-197.
- 1955 – “Two Concepts of Rules.” The Philosophical Review (January 1955), 64(1): 3-32.
- 1957 – “Justice as Fairness.” Journal of Philosophy (October 24, 1957), 54(22): 653-662. Versão abreviada do item seguinte.
- 1958 – “Justice as Fairness.” The Philosophical Review (April) 1958), 67(2): 164-194.
- 1963 – “Constitutional Liberty and the Concept of Justice.” In Carl J. Friedrich and John W. Chapman, eds., Nomos, VI: Justice, pp. 98-125.
- 1963 – “The Sense of Justice.” The Philosophical Review (July 1963), 72(3):281-305.
- 1964 – “Legal Obligation and the Duty of Fair Play.” In Sidney Hook, ed., Law and Philosophy: A Symposium, pp. 3-18. New York: New York University Press, 1964.
- 1966 – “The Justification of Civil Disobedience.” Revolution and the Rule of Law, ed. E. Kent, Englewood Cliffs, N.J., 1971, pp. 30-45.
- 1967 – “Distributive Justice.” In Peter Laslett and W. G. Runciman, eds., Philosophy, Politics, and Society. Third Series, pp. 58-82. London: Blackwell; New York: Barnes & Noble, 1967.
- 1968 – “Distributive Justice: Some Addenda.” Natural Law Forum (1968), 13: 51-71.
- 1971 – A Theory of Justice. Cambridge: Belknap Press of Harvard University Press, 1971.
- 1971 – “Justice as Reciprocity.” In Samuel Gorovitz, ed., Utilitarianism: John Stuart Mill: With Critical Essays, pp. 242-268. New York: Bobbs-Merrill, 1971.
- 1972 – “Reply to Lyons and Teitelman.” [Abstract] Journal of Philosophy (October 5, 1972), 69(18): 556-557. Reply to David Lyons’ “Rawls versus Utilitarianism,” pp. 535-545, and Michael Teitelman’s “The Limits of Individualism,” pp. 546-556.
- 1973 – “Distributive Justice.” In Edmund S. Phelps, ed., Economic Justice: Selected Readings, pp. 319-362. Penguin Modern Economics Readings. Harmondsworth & Baltimore: Penguin Books, 1973. Includes the whole of “Distributive Justice” (1967) and the main part of “Distributive Justice: Some Addenda” (1968).
- 1974 – “Some Reasons for the Maximin Criterion.” American Economic Review (May 1974), 64(2): 141-146.
- 1974 – “Reply toAlexander and Musgrave.” Quarterly Journal of Economics (November 1974), 88(4): 633-655. Comments on Sidney S. Alexander’s “Social Evaluations Through Notional Choice,” pp. 597-624, and R. A. Musgrave’s “Maximin,” pp. 597-624.
- 1975 – “The Independence of Moral Theory.” Proceedings and Addresses of the American Philosophical Association (November 1975), 48: 5-22.
- 1975 – “A Kantian Conception of Equality.” Cambridge Review [London] (February 1975), 96(2225): 94-99.
- 1975 – “Fairness to Goodness.” The Philosophical Review (October 1975), 84(4): 536-554.
- 1977 – “The Basic Structure as Subject.” American Philosophical Quarterly (April 1977), 14(2): 159-165.
- 1979 – “The Concept of Justice in Political Economy.” In Frank Hahn and Martin Hollis, eds., Philosophy and Economic Theory, pp. 164-169. Oxford Readings in Philosophy. Oxford & New York: Oxford University Press, 1979.
- 1980 – “Kantian Constructivism in Moral Theory.” Journal of Philosophy (September 1980), 77(9): 515-572. Includes: “Rational and Full Autonomy,” pp. 515-535, “Representation of Freedom and Equality,” pp. 535-554, and “Construction and Objectivity,” pp. 554-572. The 1980 Dewey Lectures at Columbia University.
- 1982 – “Social Unity and Primary Goods.” In Amartya Sen and Bernard Williams, eds., Utilitarianism and Beyond, pp. 159-185. Cambridge: Cambridge University Press.
- 1982 – “The Basic Liberties and Their Priority.” In Sterling M. McMurrin, ed., The Tanner Lectures on Human Values, III (1982), pp. 1-87. Salt Lake City: University of Utah Press; Cambridge: Cambridge University Press, 1982.
- 1985 – “Justice as Fairness: Political not Metaphysical.” Philosophy & Public Affairs (Summer 1985), 14(3): 223-251.
- 1987 – “The Idea of an Overlapping Consensus.” Oxford Journal for Legal Studies (Spring 1987), 7(1): 1-25. The H.L.A. Hart Lecture for 1986.
- 1987 – Preface for the french translation of 1975, altered version of A Theory of Justice (1971).
- 1988 – “The Priority of Right and Ideas of the Good.” Philosophy & Public Affairs (Fall 1988), 17(4): 251-276.
- 1989 – “The Domain of the Political and Overlapping Consensus.” New York University Law Review (May 1989), 64(2): 233-255.
- 1989 – “Themes in Kant’s Moral Philosophy.” In Eckhart Forster, ed., Kant’s Transcendental Deductions: The Three Critiques and the ‘Opus postumum’, pp. 81-113, 253-256. Stanford Series in Philosophy. Studies in Kant and German Idealism. Stanford, California: Stanford University Press, 1989.
- 1990 – Justice as Fairness: A Restatement. Harvard University, Departament of Philosophy.
- 1993 – “The Law of Peoples.” Critical Inquiry (Fall 1993), 20(1): 36-68.
- 1993 – Political Liberalism. New York: Columbia University Press, 1993.
- 1995 – “Fifty Years after Hiroshima” Dissent (Summer 1995): 323-327
- 1997 – “The Idea of Public Reason Revisited.” University of Chigaco Law Review, 64 (Summer 1997): 765-807.
- 1999 – Collected Papers. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1999.
- 1999 – A Theory of Justice. Cambridge: Harvard University Press, 1999. Revised edition (1975)
- 2000 – Lectures on the History of Moral Philosophy. Cambridge: Harvard University Press, 2000
- 2001 – Justice as Fairness: A Restatement. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2001.
Obras de John Rawls traduzidas para o português
- Uma teoria da justiça. Tradução de Vamireh Chacon. Pensamento Político, 50. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1981.
- Uma Teoria da Justiça. Trad. de Carlos Pinto Correia. Lisboa: Editora Presença, 1993
- Uma Teoria da Justiça. Tradução Almiro Pisetta e Lenita M.R. Esteves. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000 (4ª ed.)
- Justiça e democracia. Seleção, apresentação e glossário Catherine Audard ; tradução Irene A. Paternot. São Paulo : Martins Fontes, 2000.
- O liberalismo político. Tradução Dinah de Abreu Azevedo; revisão da tradução Álvaro de Vita. São Paulo: Ática, 2000.
- O liberalismo político. Coleção Biblioteca do Século. Lisboa: Editora Presença.
- Justiça como Equidade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- O liberalismo político. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- O direito dos povos. Seguido de “A idéia de razão publica revista”. tradução de Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- Cinquenta anos após Hiroshima. Trad. Luiz Paulo Rouanet. Revista do Curso de Direito da Universidade São Marcos, v. II, no. 2, 2002, p. 13-22.
Obra mais representativa, para apreciação mais aprofundada:
John Rawls, Uma teoria da Justiça (1971) 
A teoria da Justiça de Rawls visa combater principalmente dois tipos de visão filosófica: o utilitarismo (nas variantes total e média do princípio da utilidade) e o perfeccionismo (nas variantes “fraca” e “forte”).
Utilitarismo:
Sistema teórico que estabelece como primeiro princípio a “utilidade”: O bem humano é identificado com a felicidade (definida como uma vida repleta de prazer e pobre em dor). Se este é o bem supremo humano, cabe ao Estado medir e maximizar a felicidade na sociedade. É possível fazer isto duas formas:
a) Maximizando a utilidade total: Mede-se a felicidade de cada indivíduo e soma-se, visando a maximizar esta soma cada vez mais. Problema: Embora tenha o mérito de considerar a felicidade de cada indivíduo, esta variante, por considerar que a soma total deve ser maximizada, permite que um Estado faça isto simplesmente aumentando a população (se “x” pessoas geram a soma “y”, então “x+1” gerarão “y+1”). Se o aumento populacional for suficientemente grande, pode-se inclusive aumentar a soma mesmo que a utilidade das pessoas individualmente esteja caindo.
b) Maximizando a utilidade média: Variante mais aceita do utilitarismo, defende que a utilidade tem de ser medida entre todos os indivíduos e então feita uma média aritmética da utilidade total. É esta utilidade média que tem de ser medida. Com isto, escapa-se
às dificuldades iniciais do sistema e foca-se como prioridade a evolução da sociedade como um todo, mas outras surgem. A principal é que se o que interessa é tornar o total mais feliz, é possível a aplicação de medidas que reduzam (mesmo drasticamente) a felicidade de uma parte da população para que se aumente a da outra, a média for maior ao termino do processo. Se tal postura permite políticas de transferência de renda para as classes mais baixas, também poderia permitir sistemas escravistas ou de castas para uma minoria a fim de maximizar a utilidade da maioria. Mesmo uma política que reduzisse muito pouco a utilidade da grande maioria da população em favor de uma grande utilidade da minoria poderia ser aceita, desde que passasse no teste da utilidade média. As duas variantes, portanto, não garantem os direitos fundamentais do cidadão,
já que estes podem ser suspensos se se considerar que tal ato aumenta as utilidades total ou média.
Perfeccionismo:
Estabelece como o bem da humanidade (ou das pessoas) a maximização das perfeições humanas (arte, filosofia, ciências, virtudes...). Se este é o bem maior, cabe ao Estado medi-lo e maximizá-lo. Pode-se fazer isto de duas formas:
a) Pefeccionismo “forte”: Diz que uma sociedade tem seu mérito avaliado pelo número e nível das pessoas que alcançaram sua perfeição em seu seio. Uma sociedade com grandes filósofos e artistas seria, portanto seria o ideal de sociedade, estando todos os
outros fins subordinados a isto. Porém, obviamente, gera-se a mesma dificuldade do utilitarismo médio, já que (assim como na Grécia), uma sociedade de grandes intelectuais, artistas, políticos e cientistas pode ser sustentada pela escravidão.
b) Pefeccionismo “fraco”: Não tão radical quanto a variante forte, sustenta que, por ser a perfeição dos indivíduos o bem maior da sociedade, deve-se buscar acima de tudo implementar políticas que incentivem os cidadãos a alcançar sua plenitude, seja ela na área que for. Assim, poderiam ser criados bibliotecas, cineclubes, ginásios, e universidades públicosque elevem as pefeições dos indivíduos. O problema é que a além da dificuldade óbvia sobre o que conta como uma perfeição, uma sociedade poderia escolher privar-se de necessidades essenciais para patrocinar as perfeições. Fora isto, esta variante apresenta as mesmas dificuldades de sua irmã forte e do utilitarismo, já que não garante as liberdades e direitos fundamentais. Note-se que ambas teorias apresentam o mesmo problema ( a falta de garantia de direitos) pela mesma razão. Isto porque escolhem um bem (a utilidade ou a perfeição) como supremo e em seguida o colocam como o fim, o télos da sociedade. Mas ao fazerem isto, permitem que qualquer coisa seja feita em nome deste télos. Por elegerem primeiro um fim para depois gerar um sistema jurídico-político que o satisfaça, tais teorias são chamadas teleológicas, e pecam justamente por porem o bem antes do direito. Para Rawls, a única saída para garantirem-se os direitos fundamentais é pôr o direito antes do bem, ajustando o primeiro de maneira a gerar uma sociedade onde a justiça (déon, em grego) impera antes dos objetivos. Por pôr o direito e a justiça antes do bem, trata-se de uma teoria deontológica. Note-se que não é só nos direitos fundamentais que tal teoria respeita mais o indivíduo. Estabelecer uma concepção prévia do bem, as teorias teleológicas tendem a excluir aqueles que não concordam com o dito bem. Pessoas que acham que o prazer não é determinante para a felicidade, ou que não possuem talentos culturais podem se dizer excluídas do utilitarismo e do perfeccionismo, respectivamente. Já as teorias deontológicas tendem a organizar a sociedade de maneira justa para que os indivíduos busquem o bem se acordo com suas próprias convicções. O ponto de partida: a posição original Se é preciso criar um sistema de regras justas, é preciso que tais regras sejam imparciais. Mas como atingir este objetivo se as pessoas tendem a defender seus interesses particulares? Para poder superar esta dificuldade e responder à questão sobre o que é justo, Rawls concebe um artifício engenhoso: a posição original. Segundo o autor, só se pode responder às questões de quais princípios são justos com um experimento hipotético de pensamento. Imaginemos um grupo de indivíduos que estão prestes a formar uma sociedade (em situação parecida com o momento da assinatura do “contrato”, para os contratualistas). Para isto, precisam escolher que princípios formarão a base de seu sistema jurídico-político. Para isto, não podem decidir baseados em seus interesses particulares, e para garantir que não o façam, joga-se sobre eles um “véu de ignorância”: Não sabem a que classe social pertencem, se a sociedade é rica ou pobre, seu grau civilizatório, se são de alguma minoria étnica ou religiosa. Devem decidir, portanto, baseados apenas em seu senso de justiça. Percebamos o quanto este artifício é engenhoso. Uma sociedade de católicos, por exemplo, poderia instituir a inquisição como prática estatal. Como, no entanto, os indivíduos não conhecem suas posições particulares, precisam se precaver contra possíveis perseguições políticas ou religiosas. A fim de evitar futuras complicações, estabelecem como primeiro princípio o de que “Cada um tem um igual direito ao mais extensivo sistema total de liberdades básicas iguais, compatíveis com um similar sistema de liberdades para todos”. Ao perceberem, no entanto, que não sabem a que classe pertencem, enfrentam um dilema: Precisam se resguardar contra a miséria caso descubram que são da classe mais baixa. Para isto, poderiam determinar uma distribuição igualitária da riqueza, mas, por outro lado, não parece justo que alguém que trabalhou a vida toda receba o mesmo que uma pessoa que não fez nada por si ou pela sociedade. Como equilibrar as duas considerações? Em que situações é justo que uma pessoa receba um quinhão maior que outra? Resolvem este problema colocando as desigualdades sociais em favor do todo, e estabelecem como segundo princípio que “As desigualdades sociais e econômicas têm de ser ajustadas de maneira que sejam tanto para o maior benefício dos menos priviligiados quanto ligadas a cargos e posições abertos a todos, sob condições eqüitativas de oportunidade”. Assim, a desigualdade só é permitida quando beneficia os menos favorecidos.
Por fim, para que suas liberdades não sejam cerceadas em favor de uma maior igualdade de oportunidades ou de riquezas, estabelecem um ordenamento serial, ou léxico entre os dois princípios. Isto significa dizer que o primeiro tem prioridade total sobre o segundo, de maneira que o segundo só pode ser implementado se o primeiro for completamente implantado. Isto significa dizer que a liberdade só pode ser limitada favor da própria liberdade. Um caso emblemático disto é o da tolerância religiosa. Uma eventual seita intolerante tem o direito de existir, pois a mera existência desta não fere a liberdade dos outros. Mas a partir do momento em que esta passa a limitar a liberdade alheia (quando ocorrem perseguições religiosas, por exemplo), esta passa ser passível de extinção. Ou seja, limitou-se a liberdade localmente para que fosse aumentada globalmente. Uma outra possível aplicação destes princípios se dá no âmbito do direito internacional, no qual cada Estado é visto como um membro da posição original, estabelecendo princípios semelhantes entre estes. Percebam que este argumento rebate uma das principais críticas aos sistemas contratualistas, a saber: que o contrato é fictício, nunca foi assinado e, por isto, não precisa ser obedecido. Isto porque os princípios não são válidos porque foram assinados ou validados por todos, e sim porque seriam aceitos na posição original.
Os quatro estágios:
Continuando o processo de formação da sociedade, Rawls imagina um processo de quatro estágios. O primeiro, descrito anteriormente, explicita o momento de total ignorância, no qual são escolhidos os dois princípios. A seguir vem o segundo estágio, no qual, orientados pelos princípios, os membros da sociedade criam uma constituição. Para isto, levanta-se parcialmente o véu da ignorância, de maneira que os legisladores têm acesso aos princípios da teoria social e sobre as condições políticas, econômicas e civilizatórias de sua sociedade. Gerarão, então uma constituição de acordo com os princípios e que se encaixe com estas contingências. Como cada sociedade está exposta a contingências diferentes, cada uma terá uma constituição justa, ainda que diferentes uma da outra (o que já não ocorre com os princípios).
O terceiro estágio refere-se à criação do restante do sistema legislativo, que visa manter os dois princípios sempre intactos. Para isto, levanta-se mais um pouco o véu da ignorância, de maneira que os legisladores já tem acesso aos plenos fatos sociais e econômicos, ainda que desconheçam suas identidades.Assim, geram um sistema que
vise a eficiente e mútua cooperação social. Por fim, no último estágio, levanta-se totalmente o véu, de maneira que as regras passam a ser aplicadas aos casos particulares pelo judiciário. Obviamente, o sistema legislativo não estaria completo apenas com os princípios para as instituições, sem princípios também para os indivíduos. Destas considerações, segue-se que três normas de conduta são apropriadas aos indivíduos: Os deveres naturais (princípios que já são inerentes à natureza humana, como não lesar, manter a justiça, não condenar injustamente, manter a justiça..), as obrigações (princípios que nascem do relacionamento com as instituições, com a fidelidade aos contratos, a equidade, etc..) por fim, as permissões, em especial as super-rogatórias, que não são obrigatórias, mas são desejáveis no ser humano, como piedade, a coragem e a beneficência. 
O problema das gerações:
Um problema surge do experimento da posição original: Os membros não sabem a qual geração pertencem. Isto gera uma dúvida sobre como as gerações devem se tratar. Pode a primeira não deixar nada para a posterior em termos de recursos, poupança, cultura, ect? Pode a última torrar tudo o que recebeudas anteriores? Quanto deve deixar uma geração para seus descendentes? Para resolver isto, Rawls apela novamente à posição original. Como as pessoas não sabem a qual geração pertencem, estabelecem uma taxa de poupança razoável de maneira que as primeiras gerações (presumivelmente mais pobres) doem menos e as últimas, mais. Pode-se também aplicar o segundo princípio (“princípio da diferença”) entre as gerações, de maneira que sempre se poupe de maneira a beneficiar os menos favorecidos das gerações seguintes. No entanto, o princípio da diferença não pode ser aplicado integralmente, já que a primeira geração não pode receber nada das demais. No entanto, por ser, provavelmente a mais pobre, pode se contentar em deixar pouco mais que instituições justas para as seguintes.
Dever e desobediência:
Os deveres naturais e as obrigações naturalmente obrigam os cidadãos para com a Lei. Isto porque, numa sociedade com instituições justas publicamente reconhecidas como tal, as pessoas são respeitadas em seu mais alto grau, devido à garantia das liberdades e condições mínimas de sobrevivência. No entanto, como tal sociedade é governada por alguma forma de democracia constitucional, leis injustas, causadas por más interpretações da regra da maioria, podem eventualmente aflorar. É claro que a democracia garante muitos meios legais e políticos para que se filtrem as injustiças ainda no processo legislativo, mas vez por outra todos esses meios falham.
Neste caso, o que fazer?
Segundo Rawls, temos um dever para com a constituição, e devemos respeitála. Caso uma lei injusta passe, devemos obedecê-la, mesmo dela discordando. Isto porque nosso dever para com a constituição nos obriga a não desmoralizá-la em função de uma lei menor. No entanto, a coisa muda figura quando uma lei explicitamente injusta fere os princípios da própria constituição, como quando são aprovadas restrições às liberdades das minorias. Neste caso, a população tem o direito (e porque não, o dever?) de desobedecer, seja através da recusa individual (recusa por motivos de consciência) ou coletiva (desobediência civil). Diferentemente da recusa por motivo de consciência, a desobediência civil é um ato público e, portanto, político. Visa convencer a maioria que sua decisão foi injusta. Por isto, precisa apresentar razões políticas para seus atos. Uma visão interessante de Rawls é que como a desobediência civil visa mostrar a injustiça de uma lei, segue-se que ela, mesmo estando à margem da lei, seve como uma última garantia de respeito aos direitos básicos, estando portanto, incorporada nos trâmites políticos, ainda que não nos legais. Nela, desrespeitamos a lei por respeito à constituição. Por isto mesmo, ela é por definição não violenta, já que a violência agride à constituição.
Estabilidade:
Por mais sólida que uma teoria seja do ponto de vista lógico, ela não se manterá se não for sustentada pelos membros da sociedade. Por isto, é necessário demonstrar que teoria de Rawls sustenta uma boa vida para seus cidadãos e que será sustentada por estes.
Para que uma pessoa seja considerada como incluída na teoria, ele deve ter uma concepção de bem ( um plano racional de como levar sua vida de maneira que velha a pena) e um senso de justiça (que a obrigue sinceramente como os dois princípios e para
com a comunidade). Neste sentido, a teoria de Rawls é a que melhor se adapta a estas
circunstâncias, já que é a que permite a realização destes planos com maior liberdade
(em relação principalmente com as teorias teleológicas), enquanto o princípio da diferença garante que os fracassos nunca serão naufragantes para a pessoa. Ademais, por garantir os direitos dos cidadãos, os respeita em sua forma mais básica, tratando-os
como fins e não como meios. A demais, é a manifestação máxima do desejo que Kant
disse que temos de nos expressar como seres racionais, livres e iguais. Ela é portanto, a
concepção que mais tem condições de levar seus cidadãos à felicidade ( definida aqui
como o fato de alguém levar a cabo seu plano racional de vida, alcançando pelo menos
suas metas mais importantes).
 Relação de suas contribuições mais significativas para a História do Pensamento
Jurídico Ocidental.
O contexto social de Rawls fez com que ele se debruçasse sobre um dos mais complicados dilemas da sociedade democrática: como conciliar direitos iguais numa sociedade desigual, como harmonizar as ambições materiais dos mais talentosos e destros com os anseios dos menos favorecidos em melhorar sua vida e sua posição na sociedade? Tratou-se de um alentado esforço intelectual para conciliar a Meritocracia com a idéia da Igualdade.
A resposta que Rawls encontrou para resolver tais questões ainda repercutem e influenciam a história.
Ele enfoca a justiça como tema principal da sua obra. Tendo influências, sobretudo de Kant e Hegel, a filosofia rawlsiana tem como método o equilíbrio reflexivo, propondo uma interpretação do seu pensamento a partir da ênfase no político restrito a estrutura básica da sociedade e aos bens primários. Rawls propõe uma Constituição baseada no procedimentalismo puro, restrita as questões políticas.
A concepção de justiça aos olhos de Rawls tem por base dois principais pressupostos:
1) igualdade de oportunidade aberta a todos em condições de plena eqüidade e;
2) os benefícios nela auferidos devem ser repassados preferencialmente aos membros menos privilegiados da sociedade.
Apresentando um modelo em que os mais favorecidos tenham suas expectativas materiais minimizadas, sendo convencidos através do apelo altruístico de que o talento está a serviço do coletivo, preferencialmente voltado ao atendimento dos menos favorecidos, fazendo, por conseguinte que os socialmente desfavorecidos tenham suas esperanças de ascensão e boa colocação social maximizadas, atingindo esse objetivo por meio de legislação especial corretiva, reparadora das injustiças passadas.
Rawls aposta na eficácia equidade para aparar os feitos negativos da desigualdade. Por mais que a sociedade liberal tenha proclamado ao longo dos tempos seu empenho em favor da igualdade de oportunidades para todos, e na difusão universal dos direitos de cidadania, sabe-se que, na prática isso não ocorre. Um simples vislumbre da paisagem social existente na maioria dos países democráticos confirma que as afirmações pró-igualdade, alardeadas por todos, prendem-se mais à retórica do que à realidade. Evidentemente que pode - se superar isso, e a história assim o demonstrou, pela aplicação revolucionária de uma igualdade imposta pela violência ou pelo terror político, na qual todos terão acesso as mesmas coisas. Isso, porém, além de ter-se verificado inviável ou impraticável numa sociedade democrática, comete outra injustiça, visto que desconsidera as vantagens legitimas obtida pelos talentosos e os bem sucedidos em geral.
O altruísmo então daria forma de viabilização a efetividade de uma sociedade mais igualitária, não no sentido do socialismo radical, mas na direção mais justa possível a ser alcançada dentro das normas de uma democracia liberal moderna.
Se era preciso então criar um sistema de regras justas, é preciso que tais regras sejam imparciais. Mas como atingir este objetivo se as pessoas tendem a defender seus interesses particulares? Para poder superar esta dificuldade e responder à questão sobre o que é justo, Rawls concebe um artifício engenhoso: a posição original. Segundo ele, só se pode responder às questões de quais princípios são justos com um experimento hipotético de pensamento. Imaginemos um grupo de indivíduos que estão prestes a formar uma sociedade (em situação parecida com o momento da assinatura do “contrato”, para os contratualistas). Para isto, precisam escolher que princípios formarão a base de seu sistema jurídico-político. Para isto, não podem decidir baseados em seus interesses particulares, e para garantir que não o façam, joga-se sobre eles um “véu de ignorância”:
Não sabem a que classe social pertencem, sea sociedade é rica ou pobre, seu grau civilizatório, se são de alguma minoria étnica ou religiosa. Devem decidir, portanto, baseados apenas em seu senso de justiça.
Percebamos o quanto este artifício é engenhoso. Uma sociedade de católicos, por exemplo, poderia instituir a inquisição como prática estatal. Como, no entanto, os indivíduos não conhecem suas posições particulares, precisam se precaver contra possíveis perseguições políticas ou religiosas. A fim de evitar futuras complicações, estabelecem como primeiro princípio o de que “Cada um tem um igual direito ao mais extensivo sistema total de liberdades básicas iguais, compatíveis com um similar sistema de liberdades para todos”.
Ao perceberem, no entanto, que não sabem a que classe pertencem, enfrentam um dilema: Precisam se resguardar contra a miséria caso descubram que são da classe mais baixa. Para isto, poderiam determinar uma distribuição igualitária da riqueza, mas, por outro lado, não parece justo que alguém que trabalhou a vida toda receba o mesmo que uma pessoa que não fez nada por si ou pela sociedade. Como equilibrar as duas considerações? Em que situações é justo que uma pessoa receba um quinhão maior que outra? Resolvem este problema colocando as desigualdades sociais em favor do todo, e estabelecem como segundo princípio que “As desigualdades sociais e econômicas têm de ser ajustadas de maneira que sejam tanto para o maior benefício dos menos privilegiados quanto ligadas a cargos e posições abertos a todos, sob condições equitativas de oportunidade”. Assim, a desigualdade só é permitida quando beneficia os menos favorecidos.
Por fim, para que suas liberdades não sejam cerceadas em favor de uma maior igualdade de oportunidades ou de riquezas, estabelecem um ordenamento serial, ou léxico entre os dois princípios. Isto significa dizer que o primeiro tem prioridade total sobre o segundo, de maneira que o segundo só pode ser implementado se o primeiro for completamente implantado. Isto significa dizer que a liberdade só pode ser limitada favor da própria liberdade. Um caso emblemático disto é o da tolerância religiosa. Uma eventual seita intolerante tem o direito de existir, pois a mera existência desta não fere a liberdade dos outros. Mas a partir do momento em que esta passa a limitar a liberdade alheia (quando ocorrem perseguições religiosas, por exemplo), esta passa ser passível de extinção. Ou seja, limitou-se a liberdade localmente para que fosse aumentada globalmente. Uma outra possível aplicação destes princípios se dá no âmbito do direito internacional, no qual cada Estado é visto como um membro da posição original, estabelecendo princípios semelhantes entre estes. Este argumento rebate uma das principais críticas aos sistemas contratualistas, a saber: que o contrato é fictício, nunca foi assinado e, por isto, não precisa ser obedecido. Isto porque os princípios não são válidos porque foram assinados ou validados por todos, e sim porque seriam aceitos na posição original.
A sociedade justa de Rawls, ainda vai contra várias perspectivas ideológicas e políticas de pensadores políticos sociais, tendo como exemplo concepções que dividem e taxam a sociedade entre vencedores e perdedores, bem sucedidos e desvalidos nessa grande máquina capitalista. Como poderiam eles aceitar uma teoria de valores altruístas e equitativos? Seja como for a Teoria da Justiça serve hoje como inspiração para a maior parte dos reformadores sociais em atividade.
Textos relacionados e obras bibliográficas:
RAWLS, John – Uma teoria da Justiça. São Paulo. Martins Fontes, 2000.
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Rawls
http://es.wikipedia.org/wiki/Teor%C3%ADa_de_la_justicia_%28libro%29
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2003/04/13/001.htm
http://grupoeticaejustica.wordpress.com/textos/uma-breve-biografia-de-john-rawls/ http://grupoeticaejustica.wordpress.com/textos/john-rawls-bibliografia/
http://sites.google.com/site/filosofiapopular/mais-filosofos/-b-dc
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt- BR&sl=es&u=http://www.eafit.edu.co/revistas/co-herencia/Documents/edicion12/thomas- pogge.pdf&ei=DVzeTYrHFYWztwf9ocWGCg&sa=X&oi=translate&ct=result&resnu m=1&ved=0CCEQ7gEwADgK&prev=/search%3Fq%3Dcomo%2Bfoi%2Ba%2Bvida %2Bde%2BJohn%2BRawls%26start%3D10%26hl%3Dpt- BR%26sa%3DN%26biw%3D1259%26bih%3D823%26prmd%3Divnso
http://sefp.files.wordpress.com/2010/01/john-_rawls-uma-teoria-da-justica.pdf

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