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ADAPTAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA

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ADAPTAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA INCLUSÃO 
DO ALUNO AUTISTA: um estudo de caso 
 
Ana Paula Costa; Karine Barros da Silva; Wemyclênia lira dos Santos.1 
 
Eixo Temático: Práticas Educativas e Inclusão 
 
RESUMO 
 
O presente estudo surge a partir da necessidade de compreender os resultados decorrentes das 
adaptações na Educação Física Escolar, já que a inclusão de Pessoas com Necessidades 
Educacionais Especiais - PNEE’s ainda é um desafio para os sistemas educacionais, sejam eles 
públicos ou privados. Essa pesquisa tem o objetivo de analisar como ocorrem as adaptações na 
Educação Física Escolar para inclusão do aluno autista. Para a realização deste estudo foi 
utilizada uma pesquisa de campo e estudo de caso de natureza qualitativa e realizada através de 
coleta de dados onde os instrumentos utilizados foram a entrevista semiestruturada e o diário 
de campo. Os sujeitos da pesquisa foram a mãe de aluno autista, professora de Educação Física 
e aluno autista do sétimo ano do ensino fundamental II de uma instituição de ensino particular. 
Nas observações feitas não foram identificadas nenhuma adaptação para inclusão do aluno, 
porém, observa-se a participação do mesmo nas atividades das aulas, no entanto essa 
participação ocorre de forma que o aluno busca se integrar espontaneamente, sem nenhum fator 
inclusivo. 
 
Palavras-chave: Educação Física; escola; autismo infantil. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Síndrome do Autismo é uma síndrome comportamental pouco conhecida tanto pela 
sociedade em geral, quanto por profissionais da área de Saúde e Educação. Tem sido alvo de 
muitas discussões nos últimos anos, principalmente com o aumento de matrículas de alunos 
com esta síndrome nas escolas regulares. 
O direito a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas 
regulares no Brasil é garantido por lei desde a Constituição de 1988 a qual estabeleceu: o direito 
à escolarização de toda e qualquer pessoa, a igualdade de condições para o acesso e para a 
permanência na escola e a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, porém, segundo Diehl (2006, p. 17,18) 
muitas escolas “inclusivas”, talvez por resquícios de uma atuação fora do âmbito da Atividade 
 
1 paullinhamcz@gmail.com; Kk_barros@hotmail.com; wemy.clenia@hotmail.com Faculdade Estácio de 
Alagoas. 
Motora Adaptada, ou por negligência, continuam não atendendo adequadamente crianças e 
jovens com deficiência na Educação Física. 
Em decorrência da situação atual da inclusão de alunos autistas na Educação Física 
Escolar observadas através de estágios curriculares e extracurriculares, surge à preocupação em 
compreender e conhecer os processos pelas quais a inclusão passa e a contribuição da mesma 
no desenvolvimento integral do autista. 
Reconhecendo atualmente as dificuldades encontradas para incluir os alunos com 
autismo no ensino regular de escolas públicas e privadas, espera-se com este trabalho contribuir 
para compreensão de Professores de Educação Física quanto à importância de adaptações 
necessárias para inclusão deste aluno. 
O objetivo desta pesquisa é analisar como ocorrem as adaptações na Educação Física 
Escolar em uma escola da rede particular de ensino da cidade de Maceió para inclusão do aluno 
autista, onde a Metodologia utilizada foi uma pesquisa de campo e estudo de caso de natureza 
qualitativa. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada 
e o diário de campo. Os sujeitos da pesquisa foram a Professora de Educação Física da Escola, 
a Mãe do aluno autista e o aluno autista. 
 
METODOLOGIA 
 
É uma pesquisa de natureza qualitativa que segundo Minayo (1994, p. 63), refere-se a 
questões particulares, que envolvem intuição, exploração e subjetivismo, possuindo assim um 
nível de realidade que não pode ser quantificado. Trata-se de um estudo de caso, que de acordo 
com Coral et al. (2007, p. 08), a pesquisa coleta informações sobre determinado grupo, com a 
finalidade de estudar aspectos relacionados a ele, dentro de um contexto local e fidedigno. Os 
instrumentos da pesquisa que serviram para coletar os dados foram a entrevista semiestruturada 
que de acordo com Mattos, Rossetto Jr. e Blecher (2004, p. 27), é constituído por um tema fixo 
a ser abordado, com perguntas elaboradas no momento da entrevista. Tendo um alcance mais 
sistemático e continuo, dando ênfase ao contexto, ou seja, a entrevista vai se adaptando ao 
entrevistado, sem perder o foco, e o diário de campo que segundo Minayo (1994, p. 74) nos 
permitiu registrar dados relevantes e informações imprescindíveis para esta pesquisa. 
A população alvo foi Professores de Educação Física, pais e alunos da escola, onde os 
sujeitos da pesquisa foram compostos por uma mãe do aluno autista, uma professora de 
Educação Física e o aluno autista que cursa o sétimo ano do ensino fundamental de uma escola 
da rede regular de ensino privado da cidade de Maceió. Sendo a entrevista realizada com a 
professora de Educação Física e a Mãe do aluno autista. 
A entrevista realizada com a professora foi com intuito de obter informações sobre os 
conhecimentos dela a respeito do autismo, das adaptações e da inclusão do aluno autista nas 
aulas de Educação Física. A entrevista com a mãe foi na intenção em obter informações acerca 
da inclusão de seu filho nas aulas de Educação Física. A escolha do aluno foi com base nos 
Artigos 58 e 59 da Lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB que garante o 
acesso e permanência na escola, preferencialmente na rede regular de ensino para educandos 
com necessidades especiais. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Neste tópico analisaremos os dados coletados em uma escola da rede particular de 
ensino da cidade de Maceió, obtidos por meio de entrevistas e do diário de campo. 
A entrevista realizada com a professora de Educação Física que ensina a turma do aluno 
autista teve o intuito de identificar seus conhecimentos referentes ao autismo, sobre as 
adaptações e a inclusão desse aluno em suas aulas. Relacionando a mãe a finalidade da 
entrevista era de obter informações acerca da inclusão de seu filho nas aulas de Educação Física 
na escola. 
Os dados obtidos foram distribuídos em categorias pré-estabelecidas a partir das 
perguntas da entrevista, que de acordo com Minayo (1994, p.74), são utilizadas para constituir 
classificações, com a finalidade de reunir elementos, opiniões ou expressões. 
 
CATEGORIA I - Entendimento sobre autismo. 
Professora: “...é uma doença que nasce com a pessoa. Uma síndrome, tem aqueles que 
são leve e os que não são...” 
Diante da resposta da professora constata-se que sua compreensão do que é o autismo 
se distancia de sua definição correta, que segundo Diehl (2006, p. 83) é tido como uma síndrome 
comportamental, compreendendo um conjunto de sintomas que podem ter mais de uma origem. 
É um transtorno invasivo de desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento 
anormal e comprometimento que se manifesta antes da idade de 03 anos e pelo tipo 
característico de funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, 
comunicação e comportamento restrito e repetitivo. 
Quanto à especialização ou capacitação para trabalhar com inclusão de PNEE’s sua 
resposta foi bem clara: ... “Não, apenas a disciplina da faculdade, a escola não oferece esse tipo 
de capacitação...”. Acredita-se que isso ocorra pela falta de especialização ou capacitação da 
professora na área de Educação Física Adaptada e sua falta de interesse em buscar 
conhecimentos específicos sobre a síndrome. 
 
CATEGORIAII – Inclusão na escola. 
Aqui discutimos a questão da inclusão de uma forma geral na escola campo de pesquisa. 
Analisaremos o conceito de inclusão dado pela professora em suas fala descrita abaixo: 
Professora: “...é o aluno com limitações participando das aulas igualmente aos outros, 
professor e a escola fazer de tudo para ele participar...” 
Mãe: “...escolhi a escola, pelo fato de ter sido a única que aceitou meu filho autista, pois 
já sofri muito junto dele na busca da aceitação em uma escola regular...” 
A escola apresenta espaço físico pouco inclusivo, pois de acordo com observações e a 
fala da professora, a única rampa de acesso às quadras foi construída há pouco tempo, e essas 
providências só foram tomadas quando a escola recebeu pela primeira vez uma aluna 
cadeirante. 
A professora está despreparada para atender aos alunos com necessidades educacionais 
especiais e mesmo assim a escola aceita esses alunos e é tida por muitos como escola inclusiva, 
quando na verdade com base nas observações essa inclusão é quase que inexistente. 
Quando a escola se disponibiliza a atender alunos com necessidades especiais ela 
precisa fazer um trabalho voltado ao atendimento deste aluno, promovendo as adaptações 
necessárias para que ocorra a inclusão. 
A inclusão é percebida como uma responsabilidade coletiva da comunidade escolar. 
Nesta perspectiva, todos são responsáveis (pelo êxito ou fracasso de cada aluno) (MELO; 
PIRES; MARTINS, 2008, p. 20), no entanto com base no que foi registrado e observado é 
escola encontra-se alheia a esta responsabilidade, sendo este registro confirmado quando em 
sua fala a mãe diz que em viagem de dois dias da turma do sétimo ano, a qual o seu filho faz 
parte, não foi possível a participação dele, pois a escola alega que ele necessita de cuidados 
especiais e não ofereceria esses cuidados. 
No entanto, é possível observar que a escola como um todo, isso inclui espaço físico e 
corpo docente, não está preparada e habilitada para trabalhar a inclusão de PNEE’s inclusive o 
aluno com a síndrome do autismo. 
 
CATEGORIA III – Adaptações e inclusão nas aulas de Educação Física. 
Nesta categoria pretendemos identificar apenas se há adaptações não significativas, 
adaptações estas, que são feitas pela professora para inclusão do aluno com a síndrome do 
autismo nas aulas de Educação Física. 
Professora: “...Sim, faço adaptações, não em todas as aulas, isso quando observo no 
planejamento da aula a necessidade, ou uma possível dificuldade do aluno...” 
Mãe: “...Meu filho participa sim das aulas de Educação Física, e por sinal gosta muito, 
diz que faz gol, cestas e ele nunca reclamou não...” 
No entanto os registros do diário de campo não mostrou nenhuma adaptação feita pela 
professora para participação do aluno autista nas aulas, o que foi realmente visto, foram aulas 
em que o próprio aluno buscava dentro de seus limites participar. 
Que nos faz entender com a diferenciação proposta por Sassaki (2006, p. 42) das 
palavras inclusão e integração que em conformidade com a moderna terminologia da inclusão 
social, ou seja, com sentidos distintos – a integração significando inserção da pessoa com 
deficiência preparada para conviver na sociedade e a inclusão significando modificação da 
sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu 
desenvolvimento e exercer a cidadania. No entanto, através da fala da professora e da mãe, 
como também no diário de campo, nos faz entender que o aluno se integra às aulas de Educação 
Física, não existindo de fato, a inclusão, que é definido por Melo; Pires; Martins (2008, p.19) 
como a participação do aluno independentemente de seu talento, deficiência, origem 
socioeconômica ou cultural, em salas de aula onde as necessidades desses alunos sejam 
satisfeitas. 
 
CATEGORIA IV: Desenvolvimento Motor, Cognitivo e Social do aluno autista. 
Nesta categoria a Mãe foi questionada se percebia ou identificava melhoras no 
desenvolvimento motor, cognitivo e social de seu filho. 
Mãe: “... Essas melhoras são por conta da Educação Física feita com a professora 
particular em casa, que essas aulas é um dos tratamentos realizados pelo meu filho onde eu acho 
muito importante para seu desenvolvimento nas aulas da escola, já que lá ele não tem atenção 
especial...” 
Assim fica evidente que a Educação Física na escola não traz as melhoras significativas 
no desenvolvimento integral do seu filho, pois o conhecimento da mãe sobre a síndrome é 
amplo. A mesma é profissional da área da saúde e pesquisadora da síndrome, participa 
ativamente de palestras, cursos, congressos, nacionais e internacionais. De acordo com ela são 
as aulas particulares que desenvolvem as habilidades de seu filho. 
 
CONCLUSÃO 
 
Com os resultados obtidos nesta pesquisa, não é possível identificar nenhuma adaptação 
para a inclusão do aluno com Síndrome do Autismo nas aulas de Educação Física desta 
professora na escola em estudo. Constata-se que a professora não conhece a síndrome, não 
demonstra interesse quanto a isso, nem faz adaptações nas suas aulas para inclusão deste aluno. 
A inexistência destas adaptações reflete em integração por parte do próprio aluno, pois, não 
sequer orientação da professora para com esse aluno, com necessidades educacionais especiais. 
Para que a escola em estudo possa trabalhar com inclusão de alunos com deficiência são 
necessárias modificações no currículo da mesma, pois, mesmo ela aceitando estes alunos e não 
se adaptando para sua recepção não pode ser conhecida como escola inclusiva. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CORAL, M. e et al. Metodologia Cientifica: teoria e pratica ao alcance de todos. Imprensa 
oficial e gráfica Graciliano Ramos. 2007. Maceió 
 
______________. Educação Física na Escola. 2ª Edição, Editora Guanabara, 2011. 
 
DIEHL, Rosilene; Jogando com as Diferenças; Phorte 2006. São Paulo. 
 
_____________. Jogando com as diferenças. 2008. 2ª Edição Revisada, Phorte. São Paulo. 
 
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Volume 5; 2010. Brasília. 
 
MARCONI, MARINA DE ANDRADE; LAKATOS, EVA MARIA; Metodologia do 
Trabalho Científico; 6ª Edição. Atlas. 2001. São Paulo. 
 
MATTOS, M. G.; ROSSETTO JUNIOR, A. J.; BLECHER, S. Teoria e Pratica da 
Metodologia da Pesquisa em Educação Física: construindo sua monografia, artigo e prijeto 
de ação. São Paulo: Phorte, 2004. 
 
MELLO, ANA MARIA S. ROS DE; Autismo – Guia Prático. 2004, 4ª Edição. 
 
MELO, FRANCISCO RICARDO LINS VIEIRA DE; PIRES, GLÁUCIA NASCIMENTO DA 
LUZ; PIRES, JOSÉ; MARTINS, LÚCIA DE ARAÚJO RAMOS. Inclusão: compartilhando 
saberes. 2008. 3ª Edição. Vozes. 
 
MINAYO, M. C. S. (Org); DESLANDES, S.F.; CRUZ NETO, O. GOMES, R. Pesquisa 
Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. 
 
SASSAKI, ROMEU KAZUMI. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 2006. 7ª 
Edição. WVA.

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