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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA DOR
2018.1
A dor é definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ou potencial.
"Dor é sempre o que o paciente diz ser e existe sempre que o paciente diz existir” 
Tipos de dor:
> Dor aguda: Em geral de início súbito e comumente associada a uma lesão específica, a dor aguda indica que um dano ou lesão aconteceu. Para fins de definição, a dor aguda pode durar de segundos a 2-3 meses.
> Dor crônica: A dor crônica é a dor constante ou intermitente que persiste além do tempo de cura esperado e que raramente pode ser atribuída a uma etiologia ou lesão específica. A dor crônica é a dor que dura mais de 2-3 meses.
> Dor pós-peratória (DPO): ela pode ser classificada como aguda ou crônica. 
A aguda, é a dor presente no paciente após o procedimento cirúrgico (DAPO – DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA). E crônica, é aquela que persiste por mais de dois meses após a cirurgia, quando se descarta qualquer outra etiologia para essa dor (DCPO – DOR CRÔNICA PÓS-OPERATÓRIA).
A DCPO é resultante do tratamento inadequado da DAPO!
A dor causa estimulação simpática com consequente taquicardia, aumento do volume sistólico, trabalho cardíaco e consumo de oxigênio pelo miocárdio. Aumenta o risco de isquemia e infarto agudo do miocárdio, bem como trombose venosa profunda, relacionada à estase venosa e a agregação plaquetária, devido ao medo e evitação da dor, por meio da inatividade física e imobilização.
Ainda, a persistência da dor pode provocar disfunções pulmonares, cardiovasculares, gastrointestinais, urinárias, metabólicas, musculares e neuroendócrinas, como a hipomotilidade da uretra e bexiga, que provoca dificuldade para diurese e ílio paralítico. Náuseas e vômitos. Aumenta a secreção de catecolaminas e a secreção de hormônios catabolizastes, que levam à retenção de água e sódio, aumento da glicemia, radicais livres, corpos cetônicos e lactato (desorientação).
# HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
(Entrevista clínica = anamnese + exame físico)
Portanto, a validação da existência da dor baseia-se no relato do paciente de que ela existe. Embora seja importante acreditar nos pacientes que relatam a dor, é igualmente importante estar alerta para os pacientes que negam a dor em situações em que se esperaria a dor. 
Os fatores a considerar em uma avaliação da dor são:
> A intensidade, 
> O momento,
> A localização, 
> A qualidade, 
> O significado pessoal da dor,
> Os fatores agravantes e de alívio,
> Os comportamentos de dor.
5 PASSOS PARA UMA BOA AVALIAÇÃO INICIAL DA DOR => Investigue a DOR. Sistematize a AVALIAÇÃO DA DOR. Desenvolva um PLANO de CUIDADOS PARA DOR. Coloque o plano em AÇÃO e seja PERSISTENTE. REAVALIE regularmente. 
Instrumentos de avaliação da dor
> Observação dos comportamentos de dor: 
choro, gemido, expressão facial, postura (expressão corporal) e alteração no humor (silêncio, irritabilidade, agressividade) - indicada para a dor aguda, a avaliação por observação na dor crônica deve ser mais cautelosa.
> Mensuração de parâmetros: Avaliação pelas das respostas biológicas à dor
pressão arterial sistêmica, frequência cardíaca, frequência respiratória etc – mais utilizada para dor aguda, em dor crônica, ocorre a adaptação das respostas neurodegenerativas.
> Experiência e motivação da equipe;
> Estratégias sistematizadas de avaliação.
Pilares da avaliação da dor no pós-operatório:
Condição clínica e o tipo de cirurgia, procedimentos invasivos (drenos, acessos, cateteres), capacidade de comunicação e manifestação corporal da dor.
Δ PADRÃO OURO DE AVALIAÇÃO DA DOR: AUTORELATO DE DOR Δ
° impossível obter nos pacientes inconscientes e intubados 😐
° Escala Comportamental de Dor BPS – pacientes inconscientes.
Δ Pacientes capazes de se comunicar: 
> As escalas analógicas visuais (EAV) - Conhecidas por grande maioria dos profissionais. Avaliação pode ser realizada à beira leito. Ideal usar sem cores.
# Diagnósticos de Enfermagem
Dor aguda caracterizada por autorrelato da intensidade / características da dor usando escala /instrumento de avaliação padronizada da dor relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de recuperação cirúrgica retardada relacionada a dor;
Integridade tissular prejudicada caracterizada por lesão relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de infecção relacionado a procedimentos médicos invasivos;
Mobilidade física prejudicada caracterizada por dor relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de alterações em padrões hemodinâmicos relacionados a dor.
Ou 
Dor crônica caracterizada por autorrelato da intensidade / características da dor usando escala /instrumento de avaliação padronizada da dor relacionada a procedimento cirúrgico (maior que três meses);
Recuperação cirúrgica retardada caracterizado por tempo excessivo necessário à recuperação relacionado a dor;
Integridade tissular prejudicada caracterizada por lesão relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de infecção relacionado a procedimentos médicos invasivos;
Mobilidade física prejudicada caracterizada por dor relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de alterações em padrões hemodinâmicos relacionados a dor.
# Cuidado de Enfermagem
O papel da enfermeira no tratamento da dor consiste em realizar a avaliação da dor, identificar as metas para o tratamento da dor, prover o ensino do paciente, realizar os cuidados físicos, ajudar a aliviar a dor implementando intervenções de alívio da dor (incluindo as condutas farmacológica e não farmacológica), avaliar a eficácia de tais intervenções, monitorar quanto aos efeitos adversos e atuar como uma defensora para o paciente quando a intervenção prescrita se mostra ineficaz no alívio da dor.
# INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
	Dor aguda caracterizada por autorrelato de dor relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de recuperação cirúrgica retardada relacionada a dor;
	Educar o paciente /família / cuidador sobre a importância de relatar episódios de dor a qualquer membro da equipe – Nas 24 horas;
Explicar ao paciente como funciona a dinâmica de avaliação da dor;
Avaliar sinais vitais, incluindo a dor como o quinto sinal vital – A cada 2 horas;
Avaliar níveis de consciência e comunicar alterações - A cada 2 horas;
Observar episódios e características de dor – Nas 24 horas;
Observar episódios de náuseas e vômitos - Nas 24 horas;
Administrar medicações prescritas para alívio da dor;
Avaliar resposta aos medicamentos administrados para alívio da dor.
Aplicar compressa fria (com gelo) sob o local afetado com duração máx. de 15-20 minutos;
Avaliar a sensibilização e a integridade do local após a termo terapia.
Orientar quanto a técnicas de respiração lenta para prover o relaxamento;
Estimular o relaxamento e alivio da dor por técnicas de relaxamento, musicoterapia e imaginação guiada;
Avaliar as respostas das técnicas aplicadas;
	Integridade tissular prejudicada caracterizada por lesão relacionada a procedimento cirúrgico;
Risco de infecção relacionado a procedimentos médicos invasivos.
	Realizar curativo com técnica asséptica - 1x ao dia;
Observar sinais e sintomas de infecção - A cada 4 horas;
Observar áreas de pressão;
Observar alterações na pele – Nas 24 horas;
Monitorar temperatura axilar – A cada 2 horas;
	Mobilidade física prejudicada caracterizada por dor relacionada a procedimento cirúrgico;
	Manter o corpo do paciente em alinhamento correto durante os movimentos;
Orientar o paciente a realizar manobra compressiva no local da incisão cirúrgica ao tossir;
Estimular ao autocuidado;
Estimular a deambulação;
Orientar quando a mobilização no leito;
Manter grades elevadas;
Observar dispositivos médicos quanto a sua integridade e posicionamento.
	Risco de alterações em padrões hemodinâmicos relacionados a dor.
	Avaliar padrão respiratório;
Avaliar frequência cardíaca;
Avaliar glicemia periférica;
Avaliar eliminações vesicais e intestinais;
Avaliar nível de hidratação;
Observar alteração decoloração (cianose);
Observar episódios de edemas;
# TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA DOR
Dores Fracas: Analgesia de ação periférica +/- Co analgésicos
Dores Moderadas: Opioides fracos +/- AINES + Co analgésicos 
Dores Fortes: Opioides fortes +/- AINES +/- Co analgésicos
(Os mais usados são: AINES, acetaminofeno, gabapentinoides, corticosteroides, alfa-2 agonistas, anestésicos locais e anestesia regional.
# Caso
Paciente A: Andrew tem 25 anos e foi submetido a uma laparotomia exploradora: era um apêndice e ao entrar na SRPA, ele sorri lentamente pergunta onde está se já acabou e responde a todas solicitações verbais. No entanto, sua avaliação revela as seguintes informações: PA = 160X90; P= 92; R = 18; em uma escala de 0 a 10 (0= nenhuma dor/desconforto, 10= o máximo de dor/desconforto) ele classifica sua dor em 8. 
> O paciente está realmente sentido dor? 
SIM
> De que tipo?
DAPO – Dor aguda pós-operatória
> Como esta se manifesta? 
Através do autorrelato da dor de intensidade 8 em escala numérica de avaliação da dor.
> O que você sugere para resolução deste caso? 
Administrar medicações prescritas para alívio da dor;
Avaliar respostas após medicação para alívio da dor;
Aplicar compressa fria (com gelo) sob o local afetado por no máx. 15-20 min;
Avaliar integridade do local após a realização da termo terapia;
Educar o paciente sobre o relato de dor para qualquer membro da equipe;
Monitorar sinais vitais;
Avaliar a dor como quinto sinal vital;
Explicar a dinâmica de avaliação da dor para o paciente entes da realização;
Avaliar o entendimento do paciente sobre a dinâmica de avaliação;
Discutir com a equipe médica (prescritora medicamentosa) sobre a necessidade de protetor gástrico.