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TI CLAUDIA RELATÓRIO 04 05

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CLAUDIA VALÉRIA ACYOLI BASTOS
As minorias sociais e a produção de conhecimento: a INCLUSÃO POR COTAS RACIAIS.
Trabalho de conclusão do 7º semestre apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de História da África, História Regional, História do Pensamento Político e Econômico, Seminário da Prática: Tópicos Especiais.
Professores: Leandro Cesar Leocadio, Igor Guedes Ramos, Erika Ramos Moimaz, Jose Osvaldo Henrique Correa, Aline Vanessa Locastre, Fábio Luiz da Silva.
 
SUMÁRIO
41	INTRODUÇÃO	�
41.1	JUSTIFICATIVA	�
51.2	OBJETIVOS	�
61.3	METODOLOGIA	�
71.4	TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO	�
71.5	RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS	�
81.6	REFERENCIAL TEÓRICO	�
101.7	AVALIAÇÃO	�
122	CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
133	REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Admitir e corrigir os erros do passado é muito importante para a evolução da sociedade, isso deve ser compromisso de todos os cidadãos. Já parou para pensar o porquê existem as cotas raciais em universidades públicas ou em concursos públicos?
É muito comum encontrar pessoas que se indignam por isso, mas a finalidade destas cotas na verdade tem uma função corretiva, elas visam reparar a exclusão causada aos negros por centenas de anos de escravidão por uma sociedade preconceituosa.
 
JUSTIFICATIVA
 Este projeto visa desconstruir uma visão pejorativa do sistema de cotas raciais criada pelo governo brasileiro e ressignificar aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental a importância de se conhecer o passado tão cruel que levou os negros a anos de opressão, de exclusão e a enxergar o quão prejudicado eles foram.
É de suma importância que eles conheçam a trajetória dessa minoria excluída, as dificuldades que encontram por serem marginalizadas e vistas como menos capazes que os brancos, se sensibilizando e aceitando que todos somos iguais independentemente da cor da pele.
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objetivos
As minorias sociais e a produção de conhecimento: A Inclusão Por Cotas Raciais.
Então foi promulgada a Lei Áurea em 1988, os escravos estavam finalmente libertos de seus senhores e podiam ir para onde bem entendessem. Mas ir para onde? Trabalhar em quê e para quem? Se a grande maioria não sabia ler e nem escrever, não tinha nem um preparo profissional e não havia nenhum planejamento de políticas de inclusão dos negros na sociedade. Esta ausência acarretou um atraso educacional imenso para os recém libertos e para seus descendentes e mesmo que queiramos “tapar o sol com a peneira” e fazer de conta que isso não é verdade, não há como negar.
Buscando corrigir este erro e criar um sistema mais justo e igualitário o governo brasileiro elaborou a política de inclusão por cotas raciais para auxiliar aos negros e seus descendentes que se interessassem em cursar uma faculdade ou entrar para o serviço público, estas cotas tornaram-se mais evidentes a partir dos anos 2000. As cotas raciais são uma importante ferramenta quando a relacionamos com a dívida histórica que a sociedade brasileira possui para com os negros, porém elas foram criadas com a intenção de minimizar o problema de imediato e que com uma educação de qualidade para todos se tornasse desnecessária com o tempo.
Podemos então entender como essa atitude de libertar o negro sem prepara-lo para manter-se independente é uma das maiores causas das desigualdades sociais existentes na sociedade brasileira. Portanto, nosso objetivo, é que ao final desse projeto nossos alunos consigam:
Conhecer um pouco mais da trajetória dos negros;
Entender a dívida que a sociedade criou para com eles;
Saber para que foram criadas as cotas raciais;
Argumentar se há realmente necessidade destas cotas;
Buscar alternativas para uma maior inclusão desta minoria.
metodologia
Nosso objetivo para as duas primeiras aulas é a exibição do filme “Amistad” de Steven Spielberg tentando deixar mais claro para os alunos a realidade dos negros escravizados desde o sequestro do seu continente, a viagem degradante até outro continente, a dificuldade de outro idioma, os maus tratos, a violência, a opressão e a humilhação sofrida por eles. Pediremos aos alunos que anotem todas as situações ruins que perceberem durante o filme.
Para terceira e quarta aulas vamos analisar o texto “O destino dos Negros após abolição” e também a imagem dele para observarmos a diferença da desigualdade social entre brancos e negros da época, o texto está disponível no link
https://www.diarioliberdade.org/brasil/antifascismo-e-anti-racismo/43954-historia-o-destino-dos-negros-apos-a-abolicao.html, em seguida faremos um debate sobre Como você via o sistema de cotas antes? E agora, você acha importante o sistema de cotas raciais para diminuição da desigualdade social no país?
Já na quinta e sexta aulas os alunos deverão buscar imagens relacionadas a escravidão e montarem as próprias frases a partir da produção do conhecimento com base em suas anotações durante a exibição do filme, na leitura do texto e análise da imagem das aulas anteriores. Estas frases serão exibidas no vídeo documentário. 
Na sétima aula faremos a gravação das falas, o ideal é que toda a turma participe e dê sua contribuição para o projeto. Faremos a edição do vídeo na oitava aula organizando as falas e as imagens de fundo, todas estas atividades serão supervisionadas pelo professor.
 O vídeo deverá ser exibido para a escola na nona aula com autorização prévia em local e horário definidos pela direção. Para a décima aula e para avaliar a eficácia do projeto e todo conhecimento produzido durante o mesmo os alunos deverão realizar uma Redação avaliativa com o tema: A Inclusão por Cotas Raciais.
TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO
O tempo para realização deste projeto será de 10 aulas, seguindo o cronograma abaixo:
	CRONOGRAMA DO PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA
	Tema:
	As Minorias Sociais e a Produção De Conhecimento: A inclusão por cotas raciais.
	( x ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio Ano Escolar: 9º ano
	Data da aula:
	Atividades
	1ª e 2ª aulas
	Apresentação do filme e anotações.
	3ª e 4ª aulas
	Análise da imagem, Leitura do Texto e Debate em sala.
	5ª e 6ª aulas
	Pesquisa, escolha de imagens e Redação do Roteiro.
	7ª e 8ª aulas
	Gravação do Vídeo documentário.
	9ª aula
	Apresentação do Vídeo-documentário a escola.
	10ª aula
	Redação Avaliativa.
RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
Para realização deste projeto serão necessários:
TV e Aparelho leitor de DVD;
DVD do filme: Amistad;
Câmera filmadora ou celular com câmera de boa resolução.
Sala com Lousa e Giz;
Computador com acesso à internet;
Pendrive;
Cabo USB;
Retroprojetor;
Caderno e Caneta.
referencial teórico
As Minorias Sociais e a Produção De Conhecimento: A Inclusão Por Cotas Raciais.
Dívida histórica eu? Imagina, não tenho nada com isso! Afinal, a escravidão já terminou há cento e trinta anos, porque eu tenho que ser lesado por algo que aconteceu quando eu nem pensava em existir? É assim que muitas pessoas pensam quando abordamos o tema cotas raciais.
Eximir-se de uma culpa não faz com que a dívida não exista, alegar inocência não apaga anos de opressão e sofrimento causados aos negros. Temos sim que redimir os erros do passado que trouxeram um atraso educacional enorme a eles e trabalhar esse tema na escola o quanto antes para que os alunos entendam a necessidade real destas cotas porque segundo Cynara Menezes:
“Uma das maiores balelas do discurso anti-cotas no Brasil é que as políticas de ação afirmativa não se justificam porque “todos são iguais perante à lei”. Iguais como, se uns saíram na frente, com séculos de vantagem, em relação aos outros? As cotas vieram justamente para ser uma ponte sobre o fosso histórico entre negros e brancos. Para dar aos negros condiçõesde alcançarem mais rápido esta “igualdade” que alguns insistem que já existe”. (MENEZES, 2013).
Fomos a última nação do continente americano a abolir a escravidão e até esse momento chegar o negro passou “maus bocados” por aqui. Mantido sob repressão severa, punições cruéis por desobediência, preguiça e em determinadas situações recebendo punições em caráter preventivo para evitar fugas, além de subnutrição, humilhações constantes e castigos tão desumanos que as vezes resultavam em morte de alguns deles, no entanto eles resistiam como podiam e não aceitavam passivamente esta condição inferior que lhes fora imposta, como relata Darcy Ribeiro (2014): 
“Entretanto, a rebeldia negra é muito menor e menos agressiva do que deveria ser. Não foi assim no passado. As lutas mais longas e cruentas que se travaram no Brasil foram a resistência indígena secular e a luta dos negros contra a escravidão, que duraram os séculos do escravismo. Tendo início quando começou o tráfico, só se encerrou com a abolição”. (RIBEIRO, 2014).
O povo brasileiro hoje comandado por pessoas descendentes dos grandes senhores de escravos ainda vê os negros como preguiçosos, ignorantes, criminosos e culpados da própria má sorte, nunca admitiram que o negro foi responsável pela construção do nosso país, que foi da força do seu braço e do seu suor que lavouras de cana-de-açúcar foram cultivadas, minas de ouro e diamante foram exploradas e o café só foi nosso “ouro verde” às custas de sangue negro. É questão de humanidade, de olhar para trás e perceber o quanto estas pessoas foram humilhadas e privadas de seus direitos, as cotas raciais estão mudando esse cenário, mas ainda é muito pouco estamos só no começo de uma grande e árdua missão que é inserir realmente o negro na sociedade brasileira pois a nossa democracia racial está envolta de racistas e não permite que de fato o negro tome seu “lugar ao sol”. Florestan Fernandes (1949), assinala que:
 “Enquanto não alcançarmos esse objetivo, não teremos uma democracia racial e tampouco uma democracia. Por um paradoxo da história, o negro converteu-se, em nossa era, na pedra de toque da nossa capacidade de forjar nos trópicos esse suporte da civilização moderna”. (Fernandes, 1965, p. 394).
Retirados a força da sua terra natal, forçados a viajar em condições degradantes, obrigados a aprender novo idioma e novas culturas, proibidos de praticar sua religião, maltratados, espancados e humilhados o negro ajudou a construir a sociedade brasileira, sua luta foi e ainda é enorme para conquistar reconhecimento de tudo que fez por esse país. É evidente que centenas de anos de exploração e privação deixou o negro na condição de inferior, abaixo da simples condição de gente comum e isso o impediu de receber uma boa educação e inserir-se no mercado de trabalho com condições de igualdade em relação aos brancos e não teve nenhuma recompensa por isso, muito pelo contrário a situação de discriminação racial ainda existe e as vezes bem comum. E essa desigualdade fica bem aparente se olharmos para as taxas de mortalidade, analfabetismo e criminalidade de negros que são extremamente mais elevadas em decorrência da sociedade não conseguir integrá-lo na condição de cidadão comum.
Muitas podem ser as explicações para a insatisfação com a existência das cotas raciais, uma delas talvez seja o fato de que algumas pessoas desconhecerem ou não tenham noção do que seja ser escravizado e não alcancem a dimensão de tamanha crueldade com o próximo, porque isso deixou cicatrizes tão profundas e produziu uma desvantagem educacional do negro em relação ao branco que até hoje impede que o negro concorra de igual para igual, as cotas raciais não são uma “colher de chá” que a sociedade dá aos negros, mas uma obrigação! A reparação dessa dívida é nossa responsabilidade sim! Então conscientizemos nossos alunos de que temos que fazer nossa parte para promover uma sociedade justa e igualitária onde realmente todos sejamos iguais perante a lei, sem distinção credo ou raça todos pertencemos a mesma espécie, a humana.
AVALIAÇÃO
 
Iniciando o projeto podemos não temos uma dimensão do conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto abordado. É durante o desenvolvimento que vamos analisando passo a passo e identificando as evoluções de cada um.
Para avaliarmos a eficácia do projeto e a produção do conhecimento dos alunos serão necessárias avaliações diversificadas, uma para cada estágio do trabalho. A avaliação diagnostica conhecimentos prévios e acompanha seu nível de aprendizagem, além e identificar se existem dificuldades na absorção do conhecimento. Para Costa; Castanhar (2003), avaliação durante a produção de conhecimento é de suma importância pois:
“[...]trata-se do exame sistemático e objetivo de um projeto ou programa, finalizado ou em curso, que contemple o seu desempenho, implementação e resultados, com vistas à determinação de sua eficiência, efetividade, impacto, sustentabilidade e a relevância de seus objetivos. O propósito da avaliação é guiar os tomadores de decisão, orientando-os quanto à continuidade, necessidade de correções ou mesmo suspensão de uma determinada política ou programa. ” (Costa; Castanhar, 2003 p.972).
Em si tratando deste projeto, a avaliação dos alunos deve ocorrer com base no aproveitamento em cada fase do projeto para finalmente compor uma menção final. Quesitos como comportamento, o interesse e a participação dos alunos serão avaliados continuamente, pois são imprescindíveis para atingirmos um objetivo. 
Para efeito de avaliação de eficácia analisaremos as observações feitas durante o filme e expostas durante o debate. Nos atentaremos para a sua opinião prévia e pós as cenas exibidas, a imagem e o texto abordando o simples abandono do negro a própria sorte após a libertação dos escravos.
Será avaliado o empenho do mesmo em propor novas políticas alternativas para inclusão dessa minoria na sociedade e suas opiniões atuais sobre o sistema de cotas raciais pelas frases individuais do vídeo documentário, através da redação avaliativa mensuraremos o conhecimento produzido pelos alunos e professor através deste projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Afirmar que existe igualdade na sociedade brasileira entre negros e brancos é “tapar o sol com a peneira”. É inegável que tivemos alguns avanços e melhorias na condição negra durante esses anos todos de luta, mas a luta continua e devemos admitir sempre essa dívida histórica pois ela existe sim, e deve ser sanada.
Ao trabalhar com nossos alunos sobre essa dívida, deixando evidenciado a eles todas as humilhações e privações pelas quais passaram os negros no Brasil, buscaremos despertar a empatia deles sobre o assunto inclusão dessa minoria que tanto sofreu e ainda sofre com a exclusão e o preconceito no nosso país, estaremos contribuindo para a construção da cidadania, de uma sociedade mais justa e igualitária.
REFERÊNCIAS
AMISTAD. Direção: Steven Spielberg, Roteiro:	David Franzoni. Produção: Colin Wilson, Debbie Allen, Steven Spielberg. USA: DreamWorks SKG / Home Box Office (HBO), 1997, 1 DVD (152 min.), Color. Produzido por DreamWorks SKG / Home Box Office (HBO).
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Dominus Editora, 1965.
https://www.diarioliberdade.org/brasil/antifascismo-e-anti-racismo/43954-historia-o-destino-dos-negros-apos-a-abolicao.html < Acesso em 06/05/2018 >.
MENEZES, Cynara. Disponível em: http://www.socialistamorena.com.br/darcy-ribeiro-explica-a-desvantagem-historica-do-negro/ < Acesso em 06/05/2018 >.
RIBEIRO, Darcy (1995) O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Sistema de Ensino Presencial Conectado
Licenciatura em história
CLAUDIA VALÉRIA ACYOLI BASTOS
As minorias sociais e a produção de conhecimento: a INCLUSÃO POR COTAS RACIAIS.
Cidade
Ano
título do tralho:
Subtítulo do trabalho - se houverSão José dos Campos
2018
São José dos Campos
2018

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