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Análise e Cálculo de Reatores Prof. Dra. Veronice Slusarski Santana 1 CAPÍTULO 11 – EFEITOS DA DIFUSÃO EXTERNA SOBRE AS REAÇÕES HETEROGÊNEAS 11.1 – FUNDAMENTOS DA DIFUSÃO DIFUSÃO MOLECULAR é a transferência de massa (movimento da matéria) devido à diferença de concentração. A difusão provoca o movimento da mistura da região mais concentrada para a menos concentrada. FLUXO MOLAR denota a quantidade em mol que passa em um dado incremento de tempo através de uma área unitária normal à direção do fluxo. (1) ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗ (2) Aplicando o balanço molar para a espécie A num elemento de volume (x.y.z) em termos da taxa (mol/tempo) [ ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ] tem-se a expressão geral para o fluxo: (3) Coordenadas Retangulares ( ) (4) Coordenadas Cilíndricas O fluxo molar de A ( ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗) é o resultado de duas contribuições, uma difusiva e a outra convectiva: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ (5) ⃗⃗ ⃗ é o fluxo molecular difusivo relativo ao movimento do fluido proveniente de um gradiente de concentração. ⃗⃗ ⃗⃗ é o fluxo convectivo resultante do próprio escoamento do fluido (do meio). Análise e Cálculo de Reatores Prof. Dra. Veronice Slusarski Santana 2 O fluxo molar difusivo é representado pela 1a Lei de Fick: ⃗⃗ ⃗ (6) sendo: o coeficiente de difusividade de A em B (dm 2/s). A tabela 11-2 (pág. 624) apresenta a dependência de DAB com a temperatura e a pressão; a concentração total (mol/dm3); a fração molar de A. O fluxo convectivo é representado por: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ∑ ⃗⃗⃗⃗ (7) Para mistura binária: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ( ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ) (8) Substituindo as equações 6 e 8 na 5: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ( ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ) (9) Fluxo Molar Total 11.2 – DIFUSÃO BINÁRIA A difusão molecular numa mistura binária em regime permanente e sem reação química pode ser dividida em: Contradifusão equimolar; Difusão em concentrações diluídas; Difusão através de um gás estagnado. 11.2.1 – CONTRADIFUSÃO EQUIMOLAR Neste tipo de difusão, para cada mol de A que difunde em uma dada direção, um mol de B difunde na direção contrária. Logo: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ (10) Análise e Cálculo de Reatores Prof. Dra. Veronice Slusarski Santana 3 A equação do Fluxo Molar Total torna-se: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ (11) 11.2.2 – DIFUSÃO EM CONCENTRAÇÕES DILUÍDAS Quando a fração molar do soluto que difunde e o escoamento do fluido na direção da difusão são ambos muito pequenos, o 2o termo da equação do Fluxo Molar Total (eq. 9) pode ser desprezado: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ (12) Essa aproximação é quase sempre considerada para moléculas difundindo no interior de sistemas aquosos em que o movimento convectivo é baixo. A equação 12 também pode ser usada para sistemas catalíticos porosos nos quais os raios dos poros são muito pequenos. A difusão sob essas condições, conhecida como Difusão de Knudsen (capítulo 1 – 1.1), ocorre quando o percurso livre médio das moléculas é maior do que o diâmetro dos poros: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ (13) Sendo o coeficiente de difusividade de Knudsen. 11.2.3 – DIFUSÃO ATRAVÉS DE UM GÁS ESTAGNADO Neste sistema, a espécie A difunde-se através de um gás estagnado ( ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ =0). Logo: ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ( ) (14) 11.2.4 – CONVECÇÃO FORÇADA Em sistemas em que o fluxo de A é resultante da convecção forçada, a contribuição difusiva pode ser desprezada: (15) sendo v a vazão volumétrica, Ac a área da seção transversal e FA a vazão molar de A. Análise e Cálculo de Reatores Prof. Dra. Veronice Slusarski Santana 4 11.2.5 – DIFUSÃO E TRANSPORTE CONVECTIVO O fluxo molar unidimensional (na direção z) é: (16) De forma similar para as outras direções e substituindo na equação 3, tem-se: [ ] (17) Na direção z e em regime permanente: (18) 11.2.6 – CONDIÇÕES DE CONTORNO 1) Concentração conhecida a) Em z = 0 CA = CA0 b) Reação instantânea CAS = 0 2) Fluxo conhecido a) Sem fluxo (contorno isolado) dCA/dz = 0 WAS = 0 b) Fluxo molar para a superfície igual à velocidade de reação na superfície WAS = - rA’’ (superfície) c) Fluxo molar difusivo igual ao fluxo convectivo ao longo da camada limite WAS = KC (CA - CAS) 3) No plano de simetria, o gradiente de concentração é nulo Em r = 0 dCA/dr = 0
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