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Fisiologia do Sistema Respiratório Anderson Iuras • A processo respiratório pode ser dividida em três eventos principais: • 1. Ventilação Pulmonar; • 2. Difusão de Oxigênio (O2) e Dióxido de Carbono (CO2); • 3. Regulação da Ventilação Pulmonar. Sistema Respiratório • Fossas nasais – faringe – laringe – traquéia – brônquios – bronquíolos – alvéolos • Os alvéolos são revestidos pelos capilares alveolares onde ocorre a difusão de gases. Músculos da Respiração • Músculos inspiratórios: diafragma, intercostais externos e músculos do pescoço tracionam para cima e para baixo a caixa torácica produzem aumento do volume (diâmetro) da caixa torácica: • contração do diafragma expande no sentido vertical; • intercostais externos e músculos cervicais elevam a parte anterior da caixa torácica – fazem com que as costelas formem um ângulo mais horizontal algona a espessura (diâmetro) antero-posterior da caixa torácica. • Músculos expiratórios: Retos abdominais e em menor grau os intercostais internos • puxam a caixa torácica para baixo reduz sua espessura e força o conteúdo abdominal para cima – empurra o diafragma para cima • tracionam as costelas para baixo – diminui a espessura da caixa torácica. Inspiração • Pressão Pleural/Pressão alveolar e Compliância (Complacência) Pulmonar • O grau de expansão pulmonar para cada unidade de pressão acrescida à pressão transpulmonar é chamada de compliância ou complacência pulmonar – pulmão normal ~ 200mL/cm de H2O • Para cada 1cm de H2O os pulmões expandem 200mL. Fig. 27.3 • Complacência pulmonar é determinada: • 1. Forças elásticas dos pulmões (fibras elásticas e colágenas do parênquima pulmonar); • 2. Forças elásticas causadas pela tensão superficial (responsável por 2/3 das forças elásticas dos pulmões normais) influenciada pela presença de surfactante. O pulmão não possui nenhuma estrutura que o prenda a caixa torácia Por que ele não colapsa ? DRENOS INTRATORCICOS Volumes e Capacidades Pulmonares • Volume corrente: ar que entra e sai dos pulmões a cada respiração (500 mL) – freqüência respiratória no adulto 12X/min. • Volume minuto respiratório: 12 x 500mL 6L. • Volume de reserva inspiratório: capacidade de ar que se consegue inspirar ~ 3000mL em pessoa normal. • Volume de reserva expiratório: quantidade máxima de ar que se consegue expirar ~ 1.100 mL • Volume residual: além do volume de reserva expiratório, existe ar nos pulmões que não se consegue expirar – volume residual ~ 1200 mL • Capacidade funcional residual: soma do volume de reserva expiratório mais volume residual. • Capacidade vital: Obtido por um esforço inspiratório máximo e seguido por um esforço expiratório máximo ~ 4.500 mL. Atleta ~ 6500 mL – mulher 30% menor. • Espaço Morto: nariz, faringe, traquéia, brônquios – ar inspirado e expirado sem nunca ter entrado nos alvéolos ~ 150 mL volume corrente normal 500 – 150 = 350mL. Volume corrente 500 mL e frequência respiratória média 12 ciclos/minuto. Podendo aumentar para ~ 40 ciclos/minuto e aproximando-se cada ciclo A capacidade vital de 4600mL = ~ 200 L/minuto. • Espaço “morto” e ventilação alveolar • Volume normal do espaço morto é de ~ 150mL. • Intensidade da ventilação alveolar • VA = Freq x (VT – VD) • VA= Volume da ventilação alveolar; • Freq = Frequência da respiração por minuto; • VT = Volume corrente; • VD = Volume do espaço morto. • Ventilação alveolar é um dos principais determinantes das “concentrações” de O2 e CO2 nos alvéolos. • Função das vias respiratórias • Traquéia, Brônquios e Bronquíolos • Anéis cartilaginosos na traquéia e brônquios; • Parede muscular dos brônquios e bronquíolos broncodilatação simpática via receptor beta-2 e broncoconstrição parassimpática via receptor M2. • Revestimento mucoso e ação dos cílios nas vias respiratórias – Funções respiratórias do nariz Função das Vias Respiratórias • Nariz: condiciona o ar - aquece o ar; 2. umidifica o ar; 3. limpeza do ar • As superfícies nasais e respiratórias são revestidas por células caliciformes produzem muco • e células ciliadas que movimentam o muco em direção da glote deglutidos • Faringe divide-se em traquéia e esôfago Separação do ar e alimento é controlado por reflexos nervosos sempre que o alimento toca a superfície da faringe, a epiglote fecha a abertura da laringe – permite a passagem do alimento para o esôfago. • As pressões no sistema pulmonar • Curva de pressão no ventrículo direito: 25/0-3mmHg. • Pressão na artéria pulmonar: 25/8mmHg – média 15mmHg; • Pressão capilar pulmonar: ~ 7mmHg; • Pressão atrial ~ 3mmHg, varirando de 1- 5mmHg. 25 mmHg 8 mmHg 7 mmHg 120 mmHg 80 mmHg 17 mmHg 30mmHg 10mmHg • Fluxo sanguíneo através dos pulmões e sua distribuição • Volume bombeado para circulação sistêmica é igual ao bombeado para a circulação pulmonar; Diminuição do oxigênio alveolar causa redução do fluxo sanguíneo para este alvéolo vasoconstrição (efeito oposto ao observado na circulação sistêmica) liberação de vasoconstritores pelas células epiteliais hipóxicas redistribuição do fluxo para local oxigenado. • Efeitos dos gradientes de pressão hidrostática nos pulmões sobre o fluxo sanguíneo pulmonar. Ápice Meio Base F lu x o s a n g u ín e o /m in u to • Efeito do aumento do débito cardíaco sobre a circulação e pressão pulmonar. 0 4 8 12 16 20 24 0 10 20 30 Efeito do aumento do débito cardíaco na pressão arterial pulmonar Débito cardíaco (L/min) P re s s ã o a rt e ri a l p u lm o n a r (m m H g ) Valor normal • Dinâmica dos capilares pulmonares: Trocas de líquidos nos capilares pulmonares e dinâmica do líquido intersticial pulmonar. • Pressão dos capilares pulmonares é ~ 7mmHg em comparação com 17mmHg na circulação sistêmica 25 mmHg 8 mmHg 7 mmHg 120 mmHg 80 mmHg 17 mmHg Equilíbrio de Stariling para a troca capliar da cirlação sistêmica Forças médias que tendem a deslocar o líquido para fora Pressão capilar média 17,3mmHg Pressão negativa do líquido intersticial 3mmHg Pressão coloidosmótica do líquido intersticial 8mmHg Força total para fora 28,3mmHg Força média que tende a deslocar o líquido para dentro Pressão coloidosmótica do plasma 28mmHg Força total para dentro 28mmHg Soma das Forças Para fora 28,3mmHg Para dentro 28mmHg Força efetiva para fora (de filtração) 0,3mmHg A intensidade efetiva de filtração em todo o corpo é de apenas 2mL/min. • Inter-relação entre pressão do líquido intersticial e outras pressões pulmonares Forças que tendem a causar movimento de líquido para fora dos capílares Pressão Capilar 7mmHg Pressão coloidosmótica do líquido intersticial 14mmHg Pressão negativa do líquido intersticial 8mmHg Total das forças para fora 29mmHg Forças que tendem a causar absorção do líquido dos capilares Pressão coloidosmótica do plasma 28mmHg Total das forças de absorção 28mmHg Total das forças de explusão +29mmHg Total das forças de absorção -28mmHg Valor médio da pressão efetivas de filtração +1mmHg • Edema Pulmonar • Causas mais comuns: • Insuficiência cardíaca do lado esquerdo; • Infecções (pneumonia); • Inalaçãode substâncias tóxicas • Morte em menos de meia hora no caso de insuficiência cardíaca e aumento da pressão capilar podendo chegar a mais de 50mmHg. Líquido na cavidade pleural DRENOS INTRATORCICOS • Difusão de gases nos líquidos Intensidade efetiva de difusão O2 = 1 CO2 = 20,3 N2 = 0,53. Difusão de gases através da membrana respiratória Intensidade de difusão = (Pressão A – Pressão B) x área da superfície da membrana x solubilidade / espessura da membrana x peso molecular. • Composição do Ar alveolar e sua relação com o ar atmosférico • Pressão exercida por um gás, quando fazendo parte de uma mistura de gases. • Ex. Nitrogênio 75% e Oxigênio 25% exercem pressão de 1000 mmHg pressão parcial de N2 (PN2=750mmHg), pressão parcial de O2 (PO2) = 250 mmHg. • Pressão Parcial = F/a determina o poder de penetração do gás através da membrana respiratória. • Composição do Gás Alveolar • Gás Ar Atmosférico Ar Alveolar • N2 597mmHg (78,62%) 569 mmHg (74,64%) • O2 159mmHg (20,84%) 104mmHg (13,6%) • CO2 0,3mmHg (0,04%) 40mmHg (5,3%) • H2O 3,7 mmHg (0,5%) 47mmHg (6,2%) • Ar atmosférico em dia comum fresco e claro. • O ar é umidificado ao passar pelas vias respiratórias. • Pressões dos gases dissolvidos na água e nos líquidos corporais: PO2, PCO2, PN2. • Pressão de vapor D’água Depende da temperatura temperatura ambiente é de ~ 20mmHg e na temperatura corporal de ~ 47mmHg. Unidade respiratória Membrana respiratória • É formada por várias camadas: 1. delgado revestimento líquido na superfície alveolar, 2. camada de células epiteliais da superfície do próprio alvéolo, 3. camada de tecido conjuntivo e membrana basal 4. camada de células endoteliais capilares todas as camadas são muito delgadas com espessura menor de 1 micrometro permite a rápida difusão de CO2 e O2 espessura de apenas 2 micrometros. • A área total de membrana respiratória é de 100 m2, com cerca de 100mL de sangue nos capilares. Membrana respiratória A área total de membrana respiratória é de 100 m2, com cerca de 100mL de sangue nos capilares. • Surfactante, tensão superficial e colapso pulmonar • Falta do surfactante síndrome da membrana hialina ou síndrome da angústia respiratória do recém-nascido. Transporte de O2 para os tecidos • Hemoglobina aumenta em 60X a quantidade de transporte de O2 para os tecidos. • Coeficiente de utilização • Proporção de hemoglobina que perde seu O2 para os tecidos durante cada passagem pelos capilares – pessoa normal coeficiente de utilização em repouso 30% ou ~ ¼ da hemoglobina. • Quando os tecidos estão muito ativos o coeficiente de utilização pode subir para 80 – 90% -- portanto, sem qq. aumento do fluxo sanguíneo a quantidade de O2 que pode ser mobilizada para os tecidos pode aumentar em 3X. função tamponadora do O2 da Hemoglobina – mantém a PO2 entre 20 – 45mmHg nos tecidos. Transporte de CO2 • É transportado até os pulmões em: • 1. Em solução 7%; 2. combinado com a hemoglobina (23%) e 3. sob a forma de íons bicarbonato HCO3- (70%). Regulação da Respiração • O sistema nervoso ajusta a intensidade da ventilação pulmonar precisamente para manter adequadas as PO2 e PCO2. • Sistema de controle da respiração é formado por 3 núcleos distintos de neurônios localizados no tronco encefálico • 1. área inspiratória (oscilações rítmicas – 2 segundos para inspiração e 3 segundos para expiração) • 2. área expiratória (inativa em repouso – ativada durante o exercício) • 3. área pneumotáxica (aumenta a freqüência respiratória). • Limitação da expansão pulmonar pelos receptores de estiramento do pulmão – Reflexo de Hering-Breuer: • Receptores de estiramento localizados nas paredes dos brônquios e bronquíolos – excitados sempre que os pulmões ficam excessivamente insuflados – reflexos pelos nervos vagos inibe o centro inspiratório. Reflexo de Hering-Breuer Inativa durante a respiração de repouso Inibe (limita) a inspiração Tronco Cerebral Regulação da ventilação pulmonar • PCO2 no sangue; • pH do sangue; • PO2; • Sinais neurais do córtex motor sobre o centro respiratório • Regulação da ventilação pulmonar pela insuficiência de O2 A falta máxima de O2 apenas pode aumentar a ventilação pulmonar por 1,6X – aumento de CO2 aumenta 10X e de H+ 5X. • Todos estes efeitos somados podem aumentar aumentar a ventilação pulmonar (Exercício) para até 120L/min. Aumento da [H+] pode Aumentar até 5X a freq. Respiratória. Aumento da PCO2 pode Aumentar até 10X a freq. Respiratória. Quimiorreceptores detectam a falta de O2 na ciruculação estimulam o centro Respiratório – máximo 1,6 X acima da Respiratão de repouso. • Regulação da respiração durante o exercício • Aumento da PCO2 + diminuição da PO2; • Impulsos para os músculos colaterais para o tronco cerebral excitam o centro respiratório; • Movimentos corporais ativação de proprioreceptores dos membros impulsos excitatórios centro respiratório. • Anormalidades Pulmonares Enfisema pulmonar Crônico (Tabagismo) Infecção crônica e edema inflamatório (Metaplasia tecidual); Obstrução das vias aéreas causa hiperdistensão alveolar destruição de 50-80% dos alvéolo; Efeitos fisiológicos do Enfisema: Obstrução bronquiolar aumenta a resistência a passagem de ar aumento no trabalho da respiração; Perda alveolar diminui a capacidade de difusão de gases (hipoxia e hipercapnia) A perda de alvéolos é concomitante com a perda de capilares alveolares podendo ocorrer hipertensão pulmonar sobrecarregando o lado direito do coração Pneumonia Condição infecciosa-inflamatória do pulmão alvéolos preenchidos com líquido e hemácias pode resultar em hipoxia e hipercapnia. Asma Caracteriza-se por contração espastica da musculatura lisa bronquica causa mais comum reação de hipersensibilidade. Edema broquiolar, secreção de muco espesso e espasmo da musculatura lisa bronquica. Capacidade residual funcional e volume residual aumentado - ao longo dos anos tórax em barril. Capacidade residual funcional e volume residual aumentado - ao longo dos anos tórax em barril. Tuberculose Invasão do tecido por macrófagos e encapsulamento da lesão por tecido fibroso. Em 3% das pessoas o processo é progressivo fibrose pulmonar (aumento da espessura da membrana respiratória). Trabalho aumentado dos músculos da expiração; capacidade vital diminuída Hipoxia e terapia com oxigênio Hipoxia atmosférica; Hipoxia por hipoventilação uma pessoa respirando O2 puro pode mobilizer 5x mais O2. Hipoxia causada pela membrana alveolar prejudicada aumenta pressão de O2 nos alvéolos de 100 para 600mmHg. Hipoxia causada por anemia, transporte hemoglobínico anormal de O2, deficiência circulatória sob alta pressão até 30% do oxigênio pode ser transportado dissolvido no plasma. Hipoxia histotóxica – incapacidade dos tecidos utilizarem O2 – envenenamento por cianeto, avitaminoses, envenenamento por CO. • Hipercapnia • Excesso de CO2 nos líquidos corporais ocorre geralmente emassociação a hipoxia quando esta é causada por hipoventilação ou deficiência circulatória. • Pouco O2 no ar, anemia, envenenamento tecidual, redução da difusão pela membrana pulmonar não ocorre hipercapnia • PCO2 alveolar entre 60-75mmHg dispnéia; 80-100mmHg letargia e semicomatosa; 120- 150mmHg “anestesia” e morte (deprime a respiração em vez de estimular). Reações Sistêmicas à Hipóxia • O Hormônio Eritropoietina ou, simplesmente, a Eritropoietina (glicoproteína) é produzida em estados de hipoxia. Uma pessoa com falência renal produz tão pouca Eritropoietina que fica anêmica (chegando a ter 50% do número normal de hemácias). Respiração artificial
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