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Origem e História do Petróleo

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O Petróleo
Origem 
Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Substância inflamável possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a água. Sua composição química é a combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos).
Pode ser encontrado no fundo do mar, mas também é encontrado em terra firme.
É mais comum encontrarmos petróleo sobre água salgada, por isso a sua origem marinha, e embaixo de uma camada com gases, como o metano (CH4), etano (C2H6), e outros, em altas pressões.
Um pouco de História
 Há muito, os antigos conheciam o petróleo e alguns de seus derivados, como o asfalto e o betume. Contudo, não se sabe exatamente quando eles despertaram a atenção do homem. Na fase pré-histórica da utilização do petróleo, referências esparsas nos levam a crer que era conhecido do homem há 4 mil anos a.C.
Foi descrito por Plínio em sua História Natural e, segundo Heródoto, grande historiador do século V a.c, Nabucodonosor usou o betume como material de liga na construção dos célebres jardins suspensos da Babilônia. De acordo com a Bíblia, foi usado na Torre de Babel e na Arca de Noé (Gênesis - cap. 6, V. 14) como asfalto, para sua impermeabilização. Além disso, uma descoberta arqueológica, efetuada há alguns anos atrás, revelou indícios do emprego do asfalto, no século IV, como material de construção de cidades.
Na Ásia Menor (Oriente Médio), onde se encontram atualmente as maiores jazidas petrolíferas do mundo, o imperador Alexandre, o Grande, da Macedônia, numa de suas expedições observou, a presença de chamas surgidas do seio da terra e de uma fonte de combustível que chegava a formar um lago.
Os egípcios utilizavam o petróleo para embalsamento de mortos ilustres e como elemento de liga nas suas seculares pirâmides, ao passo que os romanos e gregos usavam-no para fins bélicos.
Muito antes da descoberta do Novo Mundo, os indígenas das Américas do Norte e Sul, serviam-se do petróleo ou de alguns de seus derivados naturais para inúmeras aplicações - entre elas a pavimentação das estradas do império inca.
O primeiro poço de petróleo nos EUA
Em 27 de agosto de 1859, o ‘coronel’ norte-americano Edwin Drake constrói a primeira torre de petróleo na Pensilvânia, nos Estados Unidos. O líquido jorra quando o poço atinge 23 metros de profundidade. O petróleo era então utilizado como combustível para as lamparinas a óleo, mas pouco depois passou a ser destilado para produzir carburantes como o querosene. Tem início a febre do ouro negro: a descoberta de novas jazidas faria surgir cidades em pleno deserto nos EUA. 
	Na década de 1850, Benjamin Silliman Jr., professor de química da Universidade de Yale, foi encarregado por um grupo de investidores - entre os quais George Bissell, advogado de Nova York - com um projeto de pesquisa pelo qual receberia 526 dólares. Bissell tinha em mente algo grandioso para o futuro: uma substância conhecida como “óleo de pedra”, nome que a distinguia dos óleos vegetais e das gorduras animais. Ele sabia que o “óleo de pedra” borbulhava nos mananciais ou vazava nas minas de sal da área ao redor do córrego Oil, nas colinas do noroeste da Pensilvânia. Poucos barris dessa substância escura e de cheiro forte eram obtidos por meios primitivos, escumando-a da superfície dos mananciais e dos córregos, ou torcendo trapos ou cobertores embebidos naquele óleo. A maior parte desse minguado suprimento era usada na feitura de remédios. 
	Bissell e seu grupo acreditavam que o “óleo de pedra” poderia ser exportado em quantidade e processado para se converter num fluido que seria queimado em lampiões como iluminante, que competiria em ótimas condições com os óleos de carvão que então dominavam o mercado. Achavam que se conseguissem obtê-lo em quantidade suficiente, poderiam trazer para o mercado um iluminante barato e de alta qualidade que o homem de meados do século 19 tão desesperadamente necessitava. Estavam convencidos de que poderiam iluminar cidades e fazendas, e quase tão importante, poderiam usar o “óleo de pedra” para lubrificar as peças móveis da nascente era mecânica. No final de 1854, Bissell contratou Silliman para analisar as propriedades do óleo como iluminante e como lubrificante. 
	Ele ainda lutava para manter de pé sua aventura quando, num dia quente em Nova York, no ano de 1856, viu pela janela a propaganda de um remédio à base do “óleo de pedra” que mostrava várias torres de perfuração, do tipo usado para perfurar poços de sal. Surgiu-lhe a ideia: por que continuar escavando e não perfurar para obter o “óleo de pedra”? 
	Escolheu certo Edwin L. Drake, que não era militar, mas passou a ser citado como coronel para atender a circunstâncias para viajar a Titusville e iniciar a exploração. Na primavera de 1959, já estando na cidade há meses, escreveu para Bissell: “Não devo mais escavar manualmente. A perfuração sai mais barato. Mas imploro que mandem dinheiro se for para fazer alguma coisa...”. 
	Drake não tinha recebido ainda a carta de crédito quando, na tarde do sábado, 27 de agosto, a broca atingiu uma fenda a 23 metros de profundidade, e deslizou mais uns 15 centímetros. O trabalho de perfuração foi suspenso. No dia seguinte, havia um fluido escuro boiando na água. Na segunda-feira, quando Drake chegou, acoplou uma bomba comum ao poço e começou a fazer exatamente o que fora motivo de zombaria: bombear o líquido. No mesmo dia, recebeu o dinheiro de Bissell e a ordem de fechar o “troço”. Uma semana antes, teria concordado. Agora, não. A simplicidade das medidas de Drake tinha liquidado todas as dúvidas. Havia encontrado petróleo.
Jazidas de Petróleo
As Jazidas designam as camadas de petróleo encontradas entre as rochas sedimentares permeáveis. As mais importantes jazidas de petróleo do mundo estão localizadas no Oriente Médio, nos Estados Unidos, na América Central, norte da América do Sul, na Rússia e nas repúblicas do Cáucaso.
Extração de Petróleo
Primeiramente, o processo de exploração e extração do petróleo é feita pelo conhecimento do terreno e quantidade de petróleo existente em determinado perímetro. Assim, são feitas bombas que explodem no fundo do mar a fim de verificar a existência da substância. Após esse processo, é feita a perfuração e através de bombas de extração o óleo é sugado das jazidas.
Portanto, se a pressão do gás é suficiente para expelir a substância, não se inclui as bombas de sucção, colocando-se apenas uma tubulação para a retirada do petróleo bruto. Por conseguinte a substância é levada para as refinarias, a fim de separá-lo em vários componentes, que por sua vez serão transformados em vários produtos derivados do petróleo: óleos, combustíveis, solventes, gases, fertilizantes, parafinas, dentre outros. 
Classificação e Produtos do petróleo
De acordo com a predominância dos hidrocarbonetos encontrados no óleo cru, o petróleo é classificado em:
Parafínicos
Quando existe predominância de hidrocarbonetos parafínicos. Este tipo de petróleo produz subprodutos com as seguintes propriedades: gasolina de baixo índice de octanagem, querosene de alta qualidade, óleo diesel com boas características de combustão, óleos lubrificantes de alto índice de viscosidade, elevada estabilidade química e alto ponto de fluidez, resíduos de refinação com elevada percentagem de parafina, possuem cadeias retilíneas.
Naftênicos
Quando existe predominância de hidrocarbonetos naftênicos. O petróleo do tipo naftênico produz subprodutos com as seguintes propriedades principais: gasolina de alto índice de octanagem, óleos lubrificantes de baixo resíduo de carbono, resíduos asfálticos na refinação, possuem cadeias em forma de anel.
Mistos
Quando possuem misturas de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos, com propriedades intermediárias, de acordo com maior ou menor percentagem de hidrocarbonetos parafínicose naftênicos.
Aromáticos
Quando existe predominância de hidrocarbonetos aromáticos. Este tipo de petróleo é raro, produzindo solventes de excelente qualidade e gasolina de alto índice de octanagem. Não se utiliza este tipo de petróleo para a fabricação de lubrificantes.
Após a seleção do tipo desejável de óleo cru, os mesmos são refinados através de processos que permitem a obtenção de óleos básicos de alta qualidade, livres de impurezas e componentes indesejáveis.
Chegando às refinarias, o petróleo cru é analisado para conhecerem-se suas características e definirem-se os processos a que será submetido para obterem-se determinados subprodutos.
Evidentemente, as refinarias, conhecendo suas limitações, já adquirem petróleos dentro de determinadas especificações. A separação das frações é baseada no ponto de ebulição dos hidrocarbonetos. Os principais produtos provenientes da refinação são: gás combustível, GLP, gasolina, nafta, querosene, óleo diesel, óleos lubrificantes, óleos combustíveis, matéria-prima para fabricar asfalto e parafina.
OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
É uma organização internacional formada por países que são grandes produtores de petróleo. A OPEP foi fundada em 14 de setembro de 1960 e possui sua sede na cidade de Viena (Áustria).
Objetivos da OPEP:
 	Estabelecer uma política petrolífera comum a todos os grandes produtores de petróleo do mundo (países membros), definir estratégias de produção, controlar preços de venda de petróleo no mercado mundial, analisar e gerar conhecimentos para os países membros sobre o mercado de petróleo mundial, controlar volume de produção de petróleo da organização. Fazem parte da organização os seguintes países: Do Oriente Médio: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Qatar, da África: Angola, Argélia, Líbia e Nigéria, da América do Sul: Equador e Venezuela.
ANP
	A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), implantada há dez anos pelo Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998, é o órgão regulador das atividades que integram a indústria do petróleo e gás natural e a dos biocombustíveis no Brasil. Autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a ANP é responsável pela execução da política nacional para o setor energético do petróleo, gás natural e biocombustíveis, de acordo com a Lei do Petróleo (Lei no 9.478/1997). A ANP REGULA - estabelece regras por meio de portarias, instruções normativas e resoluções; CONTRATA - promove licitações e celebrar contratos em nome da União com os concessionários em atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural; FISCALIZA - as atividades das indústrias reguladas, diretamente ou mediante convênios com outros órgãos públicos. Entre outras atribuições, a ANP: promove estudos geológicos e geofísicos para identificação de potencial petrolífero, regula a execução desses trabalhos, organiza e mantém o acervo de informações e dados técnicos; realiza licitações de áreas para exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás, contratam os concessionários e fiscaliza o cumprimento dos contratos; calcula o valor dos royalties e participações especiais (parcela da receita dos campos de grande produção ou rentabilidade) a serem pagos a municípios, a estados e à União; autoriza e fiscaliza as atividades de refino, processamento, transporte, importação e exportação de petróleo e gás natural; autoriza e fiscaliza as atividades de produção, estocagem, importação e exportação do biodiesel; autoriza e fiscaliza as operações das empresas que distribuem e revendem derivados de petróleo, álcool e biodiesel; estabelecem as especificações técnicas (características físico-químicas) dos derivados de petróleo, gás natural e dos biocombustíveis e realiza permanente monitoramento da qualidade desses produtos nos pontos-de- venda; acompanha a evolução dos preços dos combustíveis e comunica aos órgãos de defesa da concorrência os indícios de infrações contra a ordem econômica; No exercício de suas funções, a ANP atua como promotora do desenvolvimento dos setores regulados. Colabora, assim, para a atração de investimentos, aperfeiçoamento tecnológico e capacitação dos recursos humanos da indústria, gerando crescimento econômico, empregos e renda.
	Recursos da Agência Além das verbas previstas no Orçamento da União, a ANP tem como fontes de receita: a) uma parcela dos bônus de assinatura (pagos pelas empresas que obtêm concessões de áreas) e uma parcela das participações especiais, constantes no orçamento aprovado; b) recursos provenientes de convênios, doações e legados; c) valores de taxas e multas, além daqueles provenientes da venda de dados geológicos e geofísicos pelo Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP); d) o valor total do pagamento pela ocupação ou retenção de área, devido pelas concessionárias de campos de óleo ou gás. A disponibilidade efetiva de recursos está condicionada ao contingenciamento financeiro adotado pelo Governo Federal. 
A Petrobras e o Pré-Sal
	A Petrobras, criada em 1953, no governo de Getúlio Vargas, é uma empresa brasileira com atuação na área petroleira e está entre as maiores empresas petrolífera do mundo. O pré-sal, descoberto em 2007 corresponde a uma camada de rochas com potencial acúmulo de petróleo que se estende abaixo de uma camada de sal, está localizada a sete mil metros abaixo do nível do mar, e são encontradas em grande parte do litoral brasileiro, numa área correspondente a 200 quilômetros de largura e 800 quilômetros de extensão, abrangendo, assim, desde o estado do Espírito Santo até Santa Catarina. O programa do pré-sal pode beneficiar ainda mais o país, ao torná-lo futuramente, o maior produtor mundial de petróleo. 
	É uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura.
	Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhões de metros cúbicos de gás e óleo. O número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da Petrobras em até 60%. Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.
	A grande polêmica está justamente na tecnologia que será necessária para a extração. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar de outros países. O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. É de lá e dos blocos contíguos que o governo espera que vá jorrar 10 bilhões de barris de petróleo.
	Devido à falta de informações sobre os campos, ainda é muito cedo para se ter uma estimativa concreta de custos. No entanto, alguns estudos já dão uma ideia do tamanho do desafio. Uma pesquisa elaborada pelo banco USB Pactual, por exemplo, diz que seriam necessários 600 bilhões de dólares (45% do produto interno bruto brasileiro) para extrair os 50 bilhões de barris estimados para os blocos de exploração de Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar (apenas 13% da área do pré-sal). A Petrobras já é mais modesta em suas previsões. Para a companhia, o custo até se aproxima dos 600 bilhões de dólares, mas englobam as seis áreas já licitadas em que é a operadora: Tupi e Iara, Bem-Te-Vi, Carioca e Guará, Parati, Júpitere Carambá.
	Testes realizados pela Petrobras em maio e junho deste ano mostraram que ainda não estão totalmente superados os desafios tecnológicos para explorar a nova riqueza. A produção no bloco de Tupi ficou abaixo dos 15.000 barris de petróleo que a Petrobras esperava extrair por dia durante o teste de longa duração. 
 	Fora o risco de não haver os alardeados bilhões de barris de petróleo no pré-sal, a Petrobras ainda poderá enfrentar outros problemas. Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e o gás em seus poros, não se prestar à produção em larga escala em longo prazo com a tecnologia existente hoje. Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação heterogênea, talvez também sejam necessárias tecnologias distintas em cada parte do campo. Além disso, há o receio de que a alta concentração de dióxido de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.
	Os recursos obtidos pela União com a renda do petróleo serão destinados ao Novo Fundo Social (NFS), que realizará investimentos no Brasil e no exterior com o objetivo de evitar a chamada "doença holandesa", quando o excessivo ingresso de moeda estrangeira gera forte apreciação cambial, enfraquecendo o setor industrial. De acordo com o governo federal, a implantação deste fundo será articulada com uma política industrial voltada as áreas de petróleo e gás natural, criando uma cadeia de fornecedores de bens e serviços nas indústrias de petróleo, refino e petroquímico. Parte das receitas oriundas dos investimentos do fundo irá retornar à União, que aplicará os recursos em programas de combate à pobreza, em inovação científica e tecnológica e em educação.
	Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.
O Petróleo e o Meio Ambiente
	A despeito de o petróleo ser um recurso natural abundante na natureza, trata-se de uma energia não renovável e por isso, sua quantidade no meio é limitada e, contudo, a extração e descobertas de novos poços aumentam mundialmente a cada ano.
	Se observarmos os riscos ambientais, o petróleo, depois de extraído do fundo dos oceanos e transformado em matéria prima, chega como um produto tóxico à natureza, o que pode acarretar danos ambientais irreversíveis, como a desparecimento de muitas espécies, contaminação da água, do solo, dentre outros.
	Na década de 1970, técnicos da Petrobras procuravam reservas de petróleo na bacia do Rio Jandiatuba, região do Alto Amazonas, onde viviam grupos indígenas ainda não contatados. Houve confrontos com os índios que, empunhando arco e flecha, saíram em defesa de sua terra. Os funcionários da Petrobras, por sua vez, responderam jogando dinamite, usada originalmente para fazer pesquisas. Esse é o exemplo de um dos impactos, talvez dos menos conhecidos, que a exploração do petróleo pode provocar.
	Os mais frequentes e evidentes são os vazamentos de óleo. No Brasil, o último derramamento de grandes proporções ocorreu em 2000, no Rio de Janeiro, quando foram lançados 1,3 milhões de litros de óleo cru nas águas da Baia de Guanabara. Riscos são inerentes a todas as atividades relacionadas ao petróleo, do poço ao posto.
	Em 1968, a Petrobras começou a exploração de petróleo em águas marinhas. Hoje, essa modalidade representa 84% da produção nacional. Engana-se, porém, quem acredita que os derramamentos são a única fonte de riscos e impactos negativos advindos da exploração e produção de petróleo no mar. Após 45 dias, um poço perfurado já representa uma fase de impactos agudos sobre a fauna e flora. "São descartados fluidos de perfuração, cascalhos saturados de diferentes substâncias e compostos tóxicos, incluindo metais pesados como mercúrio, cádmio, zinco e cobre", explica Guilherme Dutra, da ONG Conservation International Brasil. Na fase do refino, existe o problema do descarte de efluentes líquidos, a emissão de gases e vapores tóxicos para a atmosfera, além dos resíduos sólidos, normalmente armazenados em aterros industriais.
	Já os impactos produzidos pelo derramamento de óleo na água são mais visíveis. Especialistas em poluição enfatizam que os acidentes deixam marcas por vinte anos ou mais e que a recuperação é sempre muito longa e difícil, mesmo com ajuda humana. O contato com o petróleo cru causa efeitos gravíssimos principalmente em plantas e animais. O óleo recobre as penas e o pelo dos animais, sufoca os peixes, mata o plâncton e os pequenos crustáceos, algas e plantas na orla marítima. Nos mangues, o petróleo mata as plantas ao recobrir suas raízes, impedindo sua nutrição. Além disso, a baixa velocidade das águas e o emaranhado vegetal nesses locais dificulta a limpeza. 
	O petróleo, embora seja um produto natural, originário da transformação de materiais orgânicos, existe apenas em grandes profundidades, entrando muito pouco em contato com o ambiente terrestre, fluvial ou marítimo. É insolúvel em água e tem uma mistura corrosiva venenosa com efeitos difíceis de combater.
	A região da costa do Alasca, por exemplo, continua a apresentar até hoje problemas resultantes dos resíduos do óleo derramado pelo petroleiro Exxon Valdez, mesmo após 15 anos do acidente. Em 1989, o navio liberou 42 milhões de litros de óleo no mar contaminando uma extensão de 1900 quilômetros. Técnicos do Greenpeace acreditam que a recuperação da área ainda está longe de ser alcançada. A empresa Exxon, que comercializa produtos da marca Esso, foi multada em US$ 5 bilhões pelos danos ambientais causados, mas entrou na justiça recorrendo da decisão.
Mais segurança e pesquisas para amenizar danos
	Depois do acidente na Baía de Guanabara, em 2000, a Petrobras iniciou a implementação do Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança Operacional - Pégaso. O objetivo é criar padrões internacionais de segurança e proteção ambiental na empresa. Foram instalados nove centros de defesa ambiental no país. Segundo o departamento de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobrás, esses centros funcionam como uma espécie de corpo de bombeiros contra vazamentos de óleo, com profissionais de prontidão 24 horas, barcos, balsas, recolhedores e milhares de metros de barreiras de absorção e contenção de óleo. Além disso, a Petrobras mantém uma embarcação na Baía de Guanabara, no litoral de Sergipe e no canal de São Sebastião, em São Paulo, especializada no controle de vazamentos. 	Todas as unidades da companhia no Brasil tem Certificado ISO 14001, que exige a manutenção de sistemas de monitoramento do impacto de suas atividades.
	Enquanto isso, no Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará, Padetec, começam as primeiras simulações de campo do uso da quitosana na remoção de óleo do mar. O objetivo é desenvolver um produto baseado em uma bactéria imobilizada em quitosana que biodegrade o óleo. A quitosana é um derivado de quitina, biopolímero encontrado em invertebrados marinhos, insetos, fungos e leveduras. No processo químico de absorção de óleos, a quitosana envolve as gotas de óleo ou gordura, aprisionando-as. "Nos últimos ensaios realizados de simulação de vazamento o percentual de remoção de petróleo foi calculado em 92%. É provável que com a utilização do processo possamos reduzir significativamente os níveis de contaminação em um tempo muito menor que a biodegradação natural", acredita o professor Afrânio Craveiro, que coordena os estudos sobre os polímeros naturais no Padetec. A utilização de micro-organismos nativos da biota é uma alternativa para a diminuição do tempo de recuperação e para amenizar os danos. Muitas vezes os métodos utilizados para remoção do petróleo,como água quente, vapor e solventes, são tão danosos quanto o óleo. 
Referências bibliográficas
Combustíveis. Disponível em http://www.coladaweb.com/quimica/combustiveis/o-petroleo[consultado em 26-11-2014] 
Petróleo. Disponível em http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo/[consultado em 27-11-2014]
Camada pré-sal. Disponível em http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo/camada_pre_sal.htm[consultado em 27-11-2014]
OPEP. Disponível em http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo/opep.htm[consultado em 26-11-2014]
Petróleo. Disponível em http://www.todamateria.com.br/petroleo/[consultado em 26-11-2014] 
	OPEP. Disponível em http://www.todamateria.com.br/opep-organizacao-dos-paises-exportadores-de-petroleo[consultado em 27-11-2014]
Barris de petróleo. Disponível em http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/petrobras-produz-no-pais-1-933-mi-barris-dia-de-petroleo[consultado em 27-11-2014]
Primeiro poço de petróleo. Disponível em http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/5976/hoje+na+historia+1859+-+perfurado+o+primeiro+poco+de+petroleo+nos+eua.shtml[consultado em 28-11-2014]

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