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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira Gaiola de Faraday e blindagem eletrostática. Experimento 4 Faraday cage and electrostatic shield. Experiment 4 João Donizete Delfino Júnior, Leonardo Hayashida Simão, Lucas França Lopes, Winner Zavolski Queiroz Universidade Tecnológica Federal do Paraná Apucarana-PR, Brasil joao.junior.197@gmail.com thehayashid@gmail.com lucas.lopes.96@hotmail.com winner@alunos.utfpr.edu.br Resumo — Nesta aula experimental nos foi permitido observar bem como analisar como as linhas equipotenciais se comportam em eletrólitos planos. Utilizando uma cuba com 500ml de água, um multímetro além dos procedimentos necessários, localizamos as tensões de 3 Vcc, 5 Vcc e 8 Vcc para uma posterior análise gráfica. No interior da cuba, também foi posto um cilindro oco de metal com o intuito de analisar como as linhas equipotenciais se comportam fora e dentro do mesmo, o qual acaba se comportando como uma Gaiola de Faraday. Palavras Chave: Gaiola de Faraday, eletrólitos planos, campo elétrico, blindagem eletrostática. Abstract — In this experimental class we were allowed to observe well how to analyze how equipotential lines behave in flat electrolytes. Using a tank with 500ml of water, a multimeter as well as the necessary procedures, we localized the voltages of 3Vdc, 5Vdc and 8Vdc for later graphical analysis. A metal hollow cylinder was also placed inside the vessel to analyze how the equipotential lines behave outside and inside the cylinder, which ends up behaving like a Faraday Cage. Keywords: Faraday cage, flat electrolytes, electric field, electrostatic shielding. I. INTRODUÇÃO O experimento desta semana foi parecido com o de semana passada (campos equipotenciais). Neste, utilizamos quase os mesmos equipamentos e procedimentos, porém com algumas variações e a adição de novos conceitos, como A gaiola de Faraday e a Blindagem eletroestática. Quando um condutor está carregado suas cargas tendem a se espalhar de modo uniforme pela superfície, se o condutor for uma esfera oca, ou um anel, as cargas vão se espalhar pela superfície externa, porque a tendência natural das cargas do mesmo sinal é ficar a maior distância uma das outras, para diminuir a diferença de potencial. E o campo elétrico no interior do anel condutor fica nulo, logo o campo do seu interior é zero [8]. Se o condutor não estiver carregado e estiver recebendo a força de um campo elétrico provocado por campos externos seu interior fica isolado da ação rodrigopereira Pencil rodrigopereira Pencil rodrigopereira Typewriter Eletrodos! rodrigopereira Pencil rodrigopereira Typewriter Nota: 9,0 rodrigopereira Typewriter Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira do campo. Este efeito é conhecido como blindagem eletroestática [3]. Figura 1: Blindagem eletroestática. Fonte: <https://goo.gl/p4BDi7> O primeiro cientista a provar este fenômeno foi o Michael Faraday em 1836, Através do experimento que ficou como conhecido como A Gaiola de Faraday. Para mostrar que em um condutor as cargas se distribuem apenas na sua superfície ele entrou em uma gaiola e ficou sentado em uma cadeira feita de material isolante, depois a gaiola foi ligada a um gerador de eletricidade e submetida a uma descarga elétrica, porém nada aconteceu com ele. Com isso ele conseguiu provar que um corpo dentro de um condutor fica isolado em virtude a distribuição de cargas em sua superfície [1]. II. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente deve-se ajustar a fonte de alimentação para 10 Vcc. Depois, colocar a cuba sobre a escala, colocando os eletrodos paralelos à linha central. Com o béquer de 250 ml colocar água na cuba. Efetuar as conexões elétricas para obter os dados através do multímetro. Com o papel quadriculado em mãos, desenhar uma representação dos três eletrodos utilizados para o experimento. A fim de obter um ponto potencial deve-se colocar a ponteira de tomada de dados entre os planos e mover lentamente a ponteira. O primeiro ponto a ser encontrado é o potencial de 5 Vcc, ao fazê-lo, marcar na folha quadriculada as coordenadas do ponto encontrado. Repetir esse processo mais 7 vezes. Logo após, deve-se manter a leitura do multímetro em 5 Vcc e deslocar a ponteira pelo eletrólito partindo dos eletrodos retos em direção ao eletrodo cilíndrico oco. Realizar todo o processo citado anteriormente para 3 Vcc e 8 Vcc. Após esses procedimentos, colocar a ponteira na região interna do eletrodo cilíndrico oco e anotar o potencial lido pelo multímetro. Ainda na região interna do cilindro, movimentar a ponteira e observar o potencial mostrado pelo multímetro. III. RESULTADOS E DISCUSSÃO Inicialmente, realizamos os procedimentos colocando os eletrodos planos na cuba, em seguida colocamos o papel milimetrado abaixo dela e ajustamos os eletrodos na posição desejada. O plano cartesiano x e y foi alterado de mm para cm e obtemos a seguinte configuração do procedimento que pode ser vista na figura abaixo. rodrigopereira Pencil rodrigopereira Pencil rodrigopereira Pencil rodrigopereira Typewriter pq? rodrigopereira Typewriter Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira Figura 2: Representação dos eletrodos posicionados sobre o papel quadriculado. Ajustamos a fonte para 10 Vcc e entre os eletrodos planos com o eletrodo de anel no centro, encontramos 8 pontos com um potencial de 5 Vcc que podem ser vistos na tabela e no gráfico abaixo. Tabela 1: Coordenadas x e y do ponto potencial de 5 Vcc 5 Vcc x(cm) y(cm) Ponto 1 5,0 -8,5 Ponto 2 5,0 -7,3 Ponto 3 5,0 -6,0 Ponto 4 5,0 -4,5 Ponto 5 5,0 3,5 Ponto 6 5,0 5,0 Ponto 7 5,0 7,0 Ponto 8 5,0 8,0 Gráfico 1: Pontos potencias de 5 Vcc Mantivemos a leitura do multímetro em 5 Vcc e deslocamos a ponteira pelo eletrólito partindo dos eletrodos retos em direção ao eletrodo cilíndrico oco, o que ocorreu é que o potencial de 5 Vcc cruzava quase que a área central do eletrodo cilíndrico, fazendo com não conseguíssemos encontrar um ponto em que se obtivesse um valor de 5 Vcc, o anel impedia encontrar está medida. Executamos os mesmos procedimentos para 8 pontos potenciais de 3 Vcc e 8 pontos potenciais de 8 Vcc e obtemos as tabelas e o gráfico a seguir. Tabela 2: Coordenadas x e y dos pontos potenciais de 8 Vcc e 3 Vcc 8 Vcc 3 Vcc x(cm) y(cm) x(cm) y(cm) Ponto 1 0,5 -8,5 8,0 -8,5 Ponto 2 0,5 -7,3 8,0 -7,0 Ponto 3 0,5 -4,5 8,0 -5,0 Ponto 4 0,5 -5,0 8,0 -3,0 Ponto 5 0,5 5,0 8,0 3,0 Ponto 6 0,5 4,5 8,0 5,0 Ponto 7 0,5 7,3 8,0 7,0 Ponto 8 0,5 8,5 8,0 8,5 -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0y ( cm ) x (cm) Potencial de 5 Vcc Ponto 5 Vcc -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,55,5 6,5 7,5 8,5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Eletrodo em Anel x (c m ) Eletrodos Planos y(cm) rodrigopereira Pencil rodrigopereira Typewriter com rodrigopereira Typewriter com Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira Gráfico 2: Pontos potencias de 3 Vcc e 8 Vcc Juntando todos os pontos e traçando uma linha para identificar os pontos, obtemos um gráfico em que nossos eletrodos planos pode ser dito como um sistema de placas paralelas, porém desviando do nosso eletrodo cilíndrico oco, aonde cada potencial encontrado tem uma variação no eixo y, enquanto o eixo x é praticamente constante, formando as linhas equipotenciais, porem esses pontos somem quando encontram o eletrodo com formato de anel no centro do plano cartesiano x e y. Gráfico 3: Todos pontos potencias encontrados. Portanto pode ser deduzido que a orientação do vetor do campo elétrico produzidos pelos eletrodos planos ou placas paralelas, são perpendiculares as linhas equipotenciais, são constantes, tem a mesma intensidade, mesma direção, mesmo sentido, são eletrizadas com cargas que possuem o mesmo módulo, porém de sinais contrários, ou seja, o campo elétrico sai de uma placa positiva carregada e vai em direção a placa negativa carregada, no entanto quando encontrado um eletrodo cilíndrico oco no centro as linhas equipotenciais somem de um lado e continuam do outro lado. Ao realizamos a medição com a ponteira na região interna do cilindro encontramos uma tensão aproximada de 4,5 Vcc, variando muito pouco na leitura do multímetro, e tudo isso devido ao interior do eletrodo cilíndrico oco, que gerou um campo de módulo igual com sentido oposto ao campo produzido pelas placas, fazendo com que dentro desse condutor elétrico o campo elétrico seja nulo e por isso -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0y ( cm ) x (cm) Potencias 3 Vcc e 8 Vcc Ponto 3 Vcc -8,5 -7,5 -6,5 -5,5 -4,5 -3,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,011,012,0y ( cm ) x (cm) Pontos Potencias Ponto 3 Vcc Ponto 5 Vcc Ponto 8 Vcc rodrigopereira Typewriter legenda 8 Vcc? rodrigopereira Typewriter rodrigopereira Pencil rodrigopereira Pencil rodrigopereira Pencil Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira obtivemos um potencial elétrico praticamente constante. Figura 3 Blindagem eletrostática e Gaiola de Faraday. Fonte: <http://afsystem.com.br/blindagem.html> Do ponto de vista de blindagem eletrostática podemos dizer que o corpo condutor de eletricidade, após ter sido eletrizado, as cargas elétricas acabam por distribuir-se uniformemente por toda a sua superfície, devido ao equilíbrio eletrostático que faz com que as cargas elétricas tendem ao afastamento, por causa do princípio da repulsão das cargas com o mesmo sinal, permanecendo dessa forma até atingirem condição de repouso, com isso como deduzimos através do procedimento que o campo elétrico no seu interior, ou dentro do eletrodo cilíndrico oco que foi usado no experimento, é nulo, tudo isso graças a distribuição de carga. Este procedimento é conhecido como “Gaiola de Faraday” [1], [2]. Durante uma tempestade é seguro permanecer no interior do automóvel, pois quando o automóvel é atingido por um raio, as cargas elétricas são dissipadas de forma homogênea na parte exterior da estrutura do veículo. Entretanto no interior do automóvel não ocorre a movimentação dessas cargas elétricas, então o campo elétrico no interior do veículo é nulo, podendo chamar esse fenômeno, graças ao inglês Michel Faraday, como “Gaiola de Faraday” [3], [4]. Figura 4 Veículo energizado Fonte: <https://ensinandoeletrica.blogspot.com.br/2016/02/o-que-fazer-em- caso-de-acidente-veiculo.html> Esse método de manutenção conhecido como manutenção por meio da técnica de linha viva é dividido em três categorias, porém falaremos do método ao potencial, que é um método aplicado a alta e extra-alta tensões de 69 à 765 kV, que geram campo magnético elevado, forçando um afastamento maior do operador em relação ao potencial, neste método utiliza-se roupas condutivas, que utilizam do princípio da “Gaiola de Faraday” fazendo com que o potencial do operador seja igualado com a parte que está energizada, fazendo com que o campo eletromagnético seja equilibrado, sendo possível a realização de serviços que utilizam o contato direto com os mãos [5], [6], [7]. Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica Disciplina FX64B – Física Experimental 2 Prof. Rodrigo A. F. Pereira IV. CONCLUSÃO Inicialmente, foi possível determinar como se dão as linhas equipotenciais quando os eletrodos são planos. Através da análise gráfica das coordenas coletadas referentes a uma determinada tensão, sendo elas 3 Vcc, 5 Vcc e 8 Vcc, observou-se que estes pontos se encontram paralelos para cada tensão. Em seguida, ao arrastar a ponteira do multímetro ao longo da cuba partindo de um eletrólito até encontrar as tensões de 3 Vcc, 5 Vcc e 8 Vcc, determinou-se que a tensão se altera linearmente. Embora não tenha sido possível realizar este teste para 5 Vcc, visto que o possível ponto desta tensão se encontrava dentro do cilindro, foi possível comprovar a afirmação acima com as tensões de 3 Vcc e 8 Vcc. Posteriormente, ao medir a tensão dentro do cilindro oco, notou-se que a tensão media 4,5 Vcc, em média, por todo o interior do cilindro. Isso ocorreu pelo fato do cilindro oco atuar como uma gaiola de Faraday sobre seus pontos internos, ou seja, fazendo com que o campo elétrico interno fosse zero. De maneira geral, este experimento nos possibilitou observar como funcionam as linhas equipotenciais com eletrodos planos. Além disso, também foi possível observar como a adição de um material condutor no sistema, mais especificamente um cilindro oco, pode influenciar no campo elétrico em determinados pontos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Mariane Mendes Teixeira. Blindagem eletrostática. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/blindagem- eletrostatica.htm>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [2] Kleber Cavalcante. Blindagem eletrostática. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/blindagem-eletrostatica.htm>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [3] Glauber Luciano Kítor. Gaiola de Faraday. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/gaiola-de-faraday/>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [4] UFJF. Física e Cidadania. Disponível em: <http://www.ufjf.br/fisicaecidadania/2010/06/02/por-que-estamos- protegidos/>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [5] TUIUTI. Linha Viva. Disponível em: <https://www.epi- tuiuti.com.br/blog/entenda-o-que-e-linha-viva-e-sua-importancia- para-o-trabalho-com-eletricidade/>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [6] Professor Cide. O que é trabalhos em “Linha Viva”?. Disponível em: <http://profcide.blogspot.com.br/2011/10/o-que-e-trabalhos-em-linha-viva.html>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [7] Milano Eletrótecnica. A Técnica de “Linha Viva”. Disponível em: <http://milanoenergia.virtualiza.net/eletroferragens/spa/noticia/a_tecn ica_de_linha_viva-39>. Acesso em: 09 de abril de 2018. [8] Luciano Calaça Alves. Gaiola de Faraday. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/gaiola-faraday.htm>. Acesso em: 09 de abril de 2018.
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