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Direito Civil Para Concursos Vol.3 (Você aprende)

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Assuntos da Rodada 
Direito Civil 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: vigência e revogação da norma, 
conflito de normas no tempo e no espaço, preenchimento de lacuna jurídica. Pessoa 
Natural: conceito, capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da personalidade. 
Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua existência legal, 
desconsideração. Bens: das diferentes classes de bens. Fatos Jurídicos. Negócio 
Jurídico: conceito, classificação, elementos essenciais gerais e particulares, elementos 
acidentais, defeitos, nulidade absoluta e relativa, invalidade. Ato Jurídico lícito. Ato 
ilícito. Prescrição e Decadência. Obrigações: modalidades das obrigações, transmissão, 
adimplemento, extinção e inadimplemento. Contratos em geral; preliminares e 
formação dos contratos. Transmissão das obrigações. Adimplemento das obrigações. 
Responsabilidade civil. Direitos Reais: disposições gerais; Da Propriedade; Da 
Superfície; Do usufruto; Do Uso; Do Direito do Promitente Comprador. 
 
 
 
Rodada #3 
Direito Civil 
 
Professora Elisa Pinheiro 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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a. Teoria em Tópicos 
 
1. Conceito. 
 As pessoas jurídicas podem ser conceituadas como o grupo humano ou o 
complexo de bens arrecadados, criado na forma da lei e dotado de personalidade 
jurídica própria por força de uma ficção legal. 
 
2. Natureza Jurídica. 
Existem algumas teorias que tratam a respeito da natureza jurídica das pessoas 
jurídicas. Vejamos abaixo: 
 
 
2.1. Teoria Negativista. 
Os adeptos da teoria negativista não admitem que uma associação formada 
por um grupo de indivíduos possa ter personalidade própria. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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2.2. Teoria Negativista. 
Por sua vez, os defensores da teoria afirmativista, aceitam que a pessoa 
jurídica tenha personalidade jurídica. “Procuram explicar esse fenômeno pelo qual um 
grupo de pessoas passa a constituir uma unidade orgânica, com individualidade 
própria reconhecida pelo Estado e distinta das pessoas que a compõem.”, (Carlos 
Roberto Gonçalves. Direito Civil Esquematizado – Parte Geral – Obrigações e Contratos. 
Vol. 01. 4ª Edição. 2014. Editora Saraiva). 
Entre as teorias afirmativistas, temos: 
a) Teoria da ficção: 
a. Ficção legal; e 
b. Ficção doutrinária. 
b) Teoria da realidade: 
a. Realidade objetiva ou orgânica; 
b. Realidade jurídica institucionalista; e 
c. Realidade técnica. 
 
2.2.1. Teoria da Ficção. 
A teoria da ficção se divide na: 
a) Teoria da ficção legal; e 
b) Teoria da ficção doutrinária. 
 
 
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Teoria da Ficção Legal. 
A teoria da ficção legal considera a pessoa jurídica uma criação artificial da lei, 
aduzindo que somente a pessoa natural pode ser sujeito da relação jurídica e titular de 
direitos subjetivos. Esta teoria não é aceita pelo nosso ordenamento. 
 
Teoria da Ficção Doutrinária. 
De acordo com a teoria da ficção doutrinária, a pessoa jurídica não tem 
existência real, mas apenas intelectual, ou seja, é apenas ficção criada pela doutrina. 
Esta teoria não é aceita pelo nosso ordenamento. 
 
2.2.2. Teoria da Realidade. 
A teoria da realidade sustenta que as pessoas jurídicas são realidades vivas e 
não mera abstração. Possuem existência própria como os indivíduos. 
Os defensores da teoria em comento divergem somente no que diz respeito ao 
modo de verificar essa realidade, o que enseja sua divisão nas seguintes subteorias: 
a) Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica; 
b) Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista; e 
c) Teoria da Realidade Técnica. 
 
Teoria da Realidade Objetiva ou Orgânica. 
 
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Os defensores da teoria da realidade objetiva ou orgânica defendem que a 
pessoa jurídica é uma realidade sociológica, ou seja, é um ser com vida própria e que 
nasce em decorrência das forças sociais. 
 
 Teoria da Realidade Jurídica ou Institucionalista. 
Os adeptos da teoria da realidade jurídica ou institucionalista aduzem que as 
pessoas jurídicas são organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício e por tal 
motivo, são personificadas. A análise aqui é feita a partir do prisma das relações 
sociais. Não é vista a partir da vontade humana. 
 
Teoria da Realidade Técnica. 
A teoria da realidade técnica é um somatório das ideias das teorias da ficção e 
teoria da realidade orgânica. 
Assim, “não se pode negar que a pessoa jurídica possui vários direitos, tais como 
alguns relacionados com a personalidade (art. 52 do CC), com o direito das coisas (a 
pessoa jurídica pode ser proprietária ou possuidora), direitos obrigacionais gerais 
(tendo a liberdade plena de contratar como regra geral), direitos industriais quanto às 
marcas e aos nomes (art. 5.º, XXIX, da CF/1988), e mesmo direitos sucessórios (a 
pessoa jurídica pode adquirir bens mortis causa, por sucessão testamentária), (Flávio 
Tartuce. Direito Civil. Vol. Único. 4ª Edição. 2014. Editora Método). 
Assim, de acordo com essa teoria, a pessoa jurídica é uma realidade técnica e, 
por tal motivo, sua existência é distinta da de seus membros. É técnica porque admite 
sua desconsideração nos moldes da legislação (tema que veremos mais adiante). 
Esta teoria é a aceita pelo nosso ordenamento. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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3. Requisitos para a criação da pessoa jurídica. 
 São requisitos para a criação da pessoa jurídica: 
a) Vontade humana; 
b) Condições legais; e 
c) Objeto lícito. 
 
3.1. Vontade humana. 
A vontade humana nada mais é do que a intenção de criar uma entidade distinta 
da de seus membros. Logo, tal requisito se materializa no ato de constituição da 
pessoa jurídica (que deve ser escrito). 
 
3.2. Condições legais. 
O ato constitutivo é requisito formal exigido pela lei que pode ser um: 
a) Estatuto; ou 
b) Contrato social; ou 
c) Escritura pública. 
O estatuto é o ato constitutivo das associações (que não têm finalidades 
lucrativas). 
Já o contrato social é o ato constitutivo utilizado para as sociedades simples ou 
empresárias (antigamente denominadas de sociedades civis e comerciais). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Por sua vez, a escritura pública ou testamento é o ato constitutivo para as 
fundações. 
TOME NOTA! 
Somente após o registro do ato constitutivo, é que começa a existência 
legal da pessoa jurídica de direito privado (art. 45, CC/02). 
Neste sentido, “antes do registro, não passará de mera “sociedade de fato” ou 
“sociedade não personificada”, equiparada por alguns ao nascituro, que já foi 
concebido, mas que só adquirirá personalidade se nascer com vida. No caso da pessoa 
jurídica, se o seu ato constitutivo for registrado. O registro será precedido, quando 
necessário,
de autorização ou aprovação do Poder Executivo.”, (Carlos Roberto 
Gonçalves. Direito Civil Esquematizado – Parte Geral – Obrigações e Contratos. Vol. 01. 4ª 
Edição. 2014. Editora Saraiva). 
Cumpre destacar, que os atos constitutivos são registrados nos seguintes 
lugares: 
a) Junta Comercial: 
 Contrato social de uma sociedade empresaria. 
b) Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas 
 Estatutos e demais atos constitutivos das pessoas jurídicas de direito 
privado. 
Por sua vez, o registro do ato constitutivo declarará: 
a) A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando 
houver; 
b) O nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 
 
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c) O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente; 
d) Se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 
e) Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; 
e 
f) As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, 
nesse caso. 
DESPENCA NA PROVA! 
Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua 
inscrição no registro. 
Atenção para esse prazo de três anos, pois as bancas costumam alterá-los. 
Também costumam trocar a expressão “decai” para “prescreve”. E esses termos 
jurídicos são bem diferentes uns dos outros. 
Em continuidade, já nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a 
autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até 
que esta se conclua (art. 51, CC/02). 
 
3.3. Objeto lícito. 
Objeto lícito é aquele que não é contrário ao ordenamento jurídico. Além 
disso, o objeto deve ser determinado ou determinável (o objeto deve ser de 
conhecimento das partes no momento que surge o negócio jurídico ou possa ser 
determinado até a conclusão do referido negócio) e possível (que está dentro das 
possibilidades humanas e físicas). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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4. Proteção dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas. 
 Nos termos do art. 52 do Código Civil, é reconhecida a proteção dos direitos da 
personalidade às pessoas jurídicas. 
JURISPRUDÊNCIA! 
Nesse sentido, conforme a Súmula 227 do STJ admite-se a possibilidade de a 
pessoa jurídica sofrer dano moral. 
 
5. Classificação de pessoa jurídica. 
 As pessoas jurídicas se classificam da seguinte forma: 
a) Quanto à nacionalidade: 
1. Nacional: 
- Aplica-se a lei nacional. 
- Tem que ter a sede e os principais órgãos de administração no Brasil. 
2. Estrangeira: 
- É formada em outro país. 
- NÃO poderá funcionar no Brasil sem a autorização do Poder 
Executivo. 
b) Quanto à estrutura: 
1. Pessoas jurídicas colegiadas: 
- São grupos de pessoas dotados de personalidade conferida por lei, 
como as sociedades e associações. 
 
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2. Pessoas jurídicas não colegiadas: 
- NÃO são grupos de pessoas, mas sim, são acervos patrimoniais aos 
quais, a lei confere personalidade, como as fundações. 
c) Quanto às funções e capacidade: 
1. Pessoa Jurídica de Direito Público: 
- É o conjunto de pessoas ou bens que visa o atendimento dos 
interesses públicos. 
- São elas: 
a. União; 
b. Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
c. Municípios; 
d. Autarquias e associações públicas; e 
e. As demais entidades de caráter público criadas por lei. 
2. Pessoa Jurídica de Direito Privado: 
- É a pessoa jurídica formada pela vontade dos particulares, visando os 
seus próprios interesses. 
- São elas: 
a. Associações; 
b. Sociedades; 
c. Fundações; 
d. Organizações religiosas; 
 
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e. Partidos políticos; e 
f. Empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI). 
ATENÇÃO! 
São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento 
das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes 
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu 
funcionamento, conforme art. 44, § 1º do CC/2002. 
 
6. Pessoas jurídicas de direito público interno. 
 Nos termos do art. 41 do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito público 
interno: 
a) A União; 
b) Os Estados, o Distrito Federal, os Territórios; 
c) Os Municípios; 
d) As autarquias; 
e) As associações públicas; e 
f) As demais entidades de caráter público em geral. 
 Por sua vez, os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público são as pessoas jurídicas de direito público externo. 
 Com efeito, as pessoas jurídicas de direito público interno serão civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a 
 
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terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
 
7. Elementos caracterizadores das pessoas jurídicas. 
 A pessoa jurídica possui personalidade jurídica distinta dos seus instituidores, a 
qual é adquirida a partir do registro formal junto ao órgão competente. 
 Além disso, ela tem um patrimônio distinto do patrimônio da sua membresia, 
ressalvadas as possibilidades de desconsideração da personalidade jurídica, quando, 
excepcionalmente, os bens dos sócios são atingidos por atos de constrição. 
Conquanto, a pessoa jurídica possua representantes, a sua personalidade 
jurídica não se confunde com a deles. 
 Ainda, ela não pode exercer atos privativos de pessoas naturais (por exemplo: 
matrimônio). 
 Por fim, temos que lembrar que a pessoa jurídica pode ser sujeito ativo ou 
passivo nas esferas administrativa, cível ou criminal. 
 
8. Pessoas jurídicas de direito privado. 
 Nos termos do art. 44 do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado: 
a) As associações; 
b) As sociedades; 
c) As fundações; 
d) As organizações religiosas; 
 
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e) Os partidos políticos; e 
f) As empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
9. Representação da pessoa jurídica. 
 A pessoa jurídica deverá ser representada por uma pessoa natural de forma 
ativa ou passiva, a qual manifestará a sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. 
 Normalmente, tal pessoa natural que representará a pessoa jurídica será 
indicada nos seus próprios estatutos. 
 Mas, em caso de omissão, a pessoa jurídica será representada por seus 
diretores. Nessa linha, os atos praticados por tais pessoas vincularão a pessoa jurídica, 
conforme o art. 47 do CC. 
 
10. Existência da pessoa jurídica. 
 A existência da pessoa jurídica de Direito Privado começa a partir da inscrição do 
seu ato constitutivo no respectivo registro, sendo eventualmente, necessária a 
aprovação pelo Poder Executivo. 
 Além disso, é imprescindível sempre constar todas as alterações sofridas pelo 
ato constitutivo. Notadamente, para a anulação dessa constituição, incide o prazo 
decadencial de 3 anos, contado o prazo da inscrição do registro. 
 
11. Decisões da pessoa jurídica. 
 Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva, as decisões se tomarão pela 
maioria de votos dos presentes, salvo disposição em contrário no ato constitutivo. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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 Por fim, o prazo para anular tais decisões decai em 3 (três) anos, quando 
violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. 
 
12. Liquidação da pessoa jurídica.
Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, O juiz (a requerimento de 
qualquer interessado) nomeará o administrador provisório. 
 Por sua vez, nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização 
para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se 
conclua, conforme art. 51 do CC. 
 
13. Responsabilidade civil das pessoas jurídicas 
 O § 6º do art. 37 da Constituição Federal prevê a responsabilidade, tanto das 
pessoas jurídicas de direito público quanto das de direito privado prestadoras de 
serviços públicos (permissionárias e concessionárias), por danos causados por seus 
agentes a terceiros, assegurando-lhes o direito de regresso. 
 Na mesma linha, o art. 43 do Código Civil assevera que as pessoas jurídicas de 
direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que 
nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os 
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
 No que concerne à responsabilidade civil das pessoas jurídicas de Direito 
Privado, o Código Civil adotou, como regra geral, a teoria subjetiva da responsabilidade 
ao exigir: dolo, negligência ou imprudência (art. 186 e 927, caput, do CC). 
Excepcionalmente, admite-se a responsabilidade objetiva, nos termos do parágrafo 
único do art. 927 do CC, que prevê a obrigação de reparar o dano independentemente 
 
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de culpanos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem. 
14. Desconsideração da personalidade jurídica. 
14.1. Conceito. 
 A desconsideração da personalidade jurídica implica na retirada da proteção 
conferida pela personalidade jurídica de uma sociedade, para que sejam atingidos os 
bens do sócio ou do administrador em caso de prejuízo do credor e de abuso da 
personalidade jurídica, (caracterizado pelo desvio de finalidade, ou por confusão 
patrimonial) mediante a decisão do Juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir no processo. 
 
14.2. Teorias sobre a desconsideração da personalidade jurídica. 
 A desconsideração da personalidade jurídica, para ser deferida, segundo as 
seguintes teorias: 
Teoria maior Teoria menor 
Exige a presença de dois requisitos: 
1. O abuso da personalidade jurídica e 
2. O prejuízo ao credor. 
É teoria adotada pelo art. 50 do CC. 
Exige um único elemento, qual seja o 
prejuízo ao credor. 
Essa teoria foi adotada pela Lei 
9.605/1998 para os danos ambientais e 
pelo art. 28 do Código de Defesa do 
Consumidor, conforme entendimento de 
parcela da doutrina. 
Desse modo, a mera existência da pessoa 
jurídica não pode ser um obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados aos 
credores. 
Nesse caminho, também segue o STJ. 
 
 
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14.2.1. Teoria maior: 
Exige a presença de dois requisitos: 
a) O abuso da personalidade jurídica; e 
b) O prejuízo ao credor (teoria adotada pelo art. 50 do CC, e pelo STJ). 
 “Ementa: Processual civil e civil. Recurso especial. Ação de execução de título 
judicial. Inexistência de bens de propriedade da empresa executada. Desconsideração 
da personalidade jurídica. Inviabilidade. Incidência do art. 50 do CC/02. Aplicação da 
Teoria Maior da Desconsideração da Personalidade Jurídica. [...] - A regra geral adotada 
no ordenamento jurídico brasileiro é aquela prevista no art. 50 do CC/02, que consagra 
a Teoria Maior da Desconsideração, tanto na sua vertente subjetiva quanto na objetiva 
. - Salvo em situações excepcionais previstas em leis especiais, somente é possível a 
desconsideração da personalidade jurídica quando verificado o desvio de finalidade 
(Teoria Maior Subjetiva da Desconsideração), caracterizado pelo ato intencional dos 
sócios de fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica, ou quando 
evidenciada a confusão patrimonial (Teoria Maior Objetiva da Desconsideração), 
demonstrada pela inexistência, no campo dos fatos, de separação entre o patrimônio 
da pessoa jurídica e os de seus sócios. Recurso especial provido para afastar a 
desconsideração da personalidade jurídica da recorrente.” (Superior Tribunal de Justiça 
– Terceira Turma/ REsp 970635/SP/ Relatora. Ministra Nancy Andrighi/ Julgado em 
10.11.2009/ Publicado no DJe 01.12.2009). 
 
14.2.2. Teoria menor: 
Exige um único elemento, qual seja o prejuízo ao credor. Essa teoria foi adotada 
pela Lei 9.605/1998 para os danos ambientais e pelo art. 28 do Código de Defesa do 
Consumidor, conforme entendimento de parcela da doutrina. 
 
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14.2.3. Desconsideração inversa 
 A desconsideração inversa consiste no afastamento do princípio da autonomia 
patrimonial da pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do 
sócio. Na desconsideração inversa a responsabilidade se dá no sentido oposto, ou 
seja, os bens da sociedade respondem pelos atos praticados pelos sócios. 
 
14.4. Honra Objetiva x Subjetiva. 
 A pessoa jurídica pode sofrer dano moral, mas atenção: o dano atinge a sua 
honra objetiva, pois a pessoa jurídica não tem honra subjetiva. 
 Neste sentido se posicionou o STJ. Vejamos: 
 “DIREITO ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. PESSOA 
JURÍDICA. HONRA OBJETIVA. VIOLAÇÃO. Pessoa jurídica pode sofrer dano 
moral, mas apenas na hipótese em que haja ferimento à sua honra objetiva, 
isto é, ao conceito de que goza no meio social. Embora a Súm. n. 227/STJ 
preceitue que “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”, a aplicação desse 
enunciado é restrita às hipóteses em que há ferimento à honra objetiva da 
entidade, ou seja, às situações nas quais a pessoa jurídica tenha o seu 
conceito social abalado pelo ato ilícito, entendendo-se como honra também os 
valores morais, concernentes à reputação, ao crédito que lhe é atribuído, 
qualidades essas inteiramente aplicáveis às pessoas jurídicas, além de se 
tratar de bens que integram o seu patrimônio.” (REsp 1.298.689-RS, Rel. Min. 
Castro Meira, julgado em 23/10/2012). 
 
15. Associações. 
 
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15.1. Conceito e generalidades. 
As associações são grupos de pessoas, com fins determinados, que não sejam 
lucrativos. Dessa forma, deve ser interpretada a expressão “fins não econômicos”. 
Nessa linha, o Enunciado n. 534 do CJF/STJ, da VI Jornada de Direito Civil (2013): 
“As associações podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja 
finalidade lucrativa”. 
Portanto, segundo o posicionamento doutrinário, o legislador foi infeliz ao 
redigir o caput do art. 53 do Código Civil por ter utilizado o termo genérico 
‘econômicos’ ao invés do específico “lucrativos”. 
 
DESPENCA NA PROVA! 
E mais uma vez repito: as associações não visam lucro! 
Atenção porque isso é muito cobrado em provas! 
Inclusive, não há entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. O que 
significa que as obrigações dos associados são para com associação, de acordo com o 
que determinar seu estatuto (que fixa a parte normativa do ato constitutivo). 
 
Outra coisa de extrema importância (e bastante atenção para isso, pois são 
informações recorrentemente cobradas em provas): 
 A criação das associações independe de autorização; 
 É vedada a interferência estatal no funcionamento das associações; 
 
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 As associações somente poderão ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial (art. 5º, XVIII e XIX da CF); e 
 As associações somente poderão ser
compulsoriamente dissolvidas por 
decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, XVIII e XIX da CF). 
 
PEGADINHA! 
Quando as provas cobram o conteúdo do art. 5º, XIX da CF/88, elas tendem a 
nos “pregar algumas peças”, algumas pegadinhas. E como é essa “pegadinha”? 
Bem assim: 
Caso 01: 
As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial. Errada! 
Repararam? A questão está incompleta. O correto é assim: as associações só 
poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por 
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. 
O que vocês têm que ter em mente é o seguinte: 
 Se as atividades das associações forem apenas suspensas, basta a decisão 
judicial e esta decisão não necessita ter transitado em julgado. 
 Mas, para que ocorra a dissolução compulsória das atividades da associação, é 
obrigatório que além de decisão judicial, que esta decisão tenha transitada 
em julgado. 
Caso 02: 
 
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As associações poderão ter suas atividades suspensas por decisão judicial com 
trânsito em julgado. Errada! 
Qual o erro? Pensem um pouco antes de ler a resposta abaixo! 
Resposta: Se as associações tiverem suas atividades apenas suspensas (não foi 
compulsoriamente dissolvida), não é necessário o trânsito em julgado da decisão 
judicial, basta apenas uma “simples” decisão judicial da qual ainda cabe recurso. 
No que diz respeito à denominação normalmente utilizada para definir as 
associações, é “comum chamá-las de instituto, quando tem natureza cultural; de clube, 
quando seus objetivos são esportivos, sociais ou de lazer; de academia de letras, 
quando reúne escritores; de centro acadêmico, quando congrega estudantes”, (Fábio 
Ulhoa Coelho. Curso de Direito Civil. vol. 1. São Paulo. Editora Saraiva, 2003). 
 
15.2. Estatuto das associações. 
Por sua vez, no que tange o estatuto das associações, este deverá conter, sob 
pena de nulidade (art. 54, CC/02): 
a) A denominação, os fins e a sede da associação; 
b) Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
c) Os direitos e deveres dos associados; 
d) As fontes de recursos para sua manutenção; 
e) O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
f) As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução; e 
g) A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas 
 
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15.3. Dos associados. 
Ainda, os associados: 
1. Devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais (art. 55, CC/02); e 
2. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o 
contrário. 
 
FIQUE ATENTO! 
Pessoal, fiquem atentos para o fato de que o associado pode ser excluído. 
Todavia, para isso aconteça, deve haver justa causa reconhecida em procedimento 
que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
 
15.4. Da assembleia geral. 
Em continuidade, o art. 59 do CC/02 estabelece que compete privativamente à 
assembleia geral: 
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto 
Contudo, para que se implemente as competências privativas acima, é exigido a 
deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será 
o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
 
15.5. Informações complementares. 
 
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Por fim, algumas considerações finais: 
a) A convocação dos órgãos deliberativos será feita na forma do estatuto, 
garantido a 1/5 dos associados o direito de promovê-la; 
b) Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, (depois de 
deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais conforme o parágrafo 
único do art. 56), será destinado à entidade de fins não econômicos designada 
no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição 
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes; e 
c) Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, 
em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, 
o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União. 
 
FOCO NESSE PONTO! 
Apesar de já termos discutido sobre isso, para a sua prova, os pontos mais 
pertinentes desse tema são: 
a) NÃO há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
b) Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
c) Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe 
tenha sido legitimamente conferido, salvo nos casos previstos na lei ou no estatuto. 
d) A qualidade de associado é INTRANSMISSÍVEL, salvo os casos previstos no 
estatuto. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
24 
e) A exclusão do associado é admissível em caso de justa causa, mas desde que 
seja assegurado o procedimento que assegure o direito de defesa, bem como o direito 
a recurso. 
f) O estatuto das associações deve cumprir os requisitos do art. 54 do CC, sob 
pena de nulidade (e não de anulabilidade). 
g) 1/5 (um quinto) dos associados podem promover a convocação dos órgãos 
deliberativos. 
h) Dissolvida a associação, o remanescente será destinado à entidade de fins 
não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos 
associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou 
semelhantes (art. 61 do CC). 
 
15.6. Taxas de manutenção em condomínios. 
Conforme decidiu o STJ: As taxas de manutenção criadas por associações de 
moradores não obrigam os não associados ou os que a elas não anuíram. 
Vejamos o julgado na íntegra: 
DIREITO CIVIL. COBRANÇA DE TAXA DE MANUTENÇÃO EM CONDOMÍNIO DE FATO. 
RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). TEMA 882. 
As taxas de manutenção criadas por associações de moradores não obrigam os não 
associados ou os que a elas não anuíram. As obrigações de ordem civil, sejam de 
natureza real sejam de natureza contratual, pressupõem, como fato gerador ou 
pressuposto, a existência de uma lei que as exija ou de um acordo firmado com a 
manifestação expressa de vontade das partes pactuantes, pois, em nosso 
ordenamento jurídico positivado, há somente duas fontes de obrigações: a lei ou o 
contrato. Nesse contexto, não há espaço para entender que o morador, ao gozar dos 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
25 
serviços organizados em condomínio de fato por associação de moradores, aceitou 
tacitamente participar de sua estrutura orgânica. Com efeito, na ausência de uma 
legislação que regule especificamente a matéria em análise, deve preponderar o 
exercício da autonomia da vontade - a ser manifestado pelo proprietário ou, 
inclusive, pelo comprador de boa-fé -, emanada da própria garantia constitucional 
da liberdade de associação e da legalidade, uma vez que ninguém pode ser 
compelido a fazer algo senão em virtude de lei. De igual modo, incabível o 
entendimento de que a vedação ao enriquecimento ilícito autorizaria a cobrança 
pelos serviços usufruídos ou postos à disposição do dono do imóvel inserto em 
loteamento, independentemente de ser ou não associado. Isso porque adotar esse 
posicionamento significaria esvaziar o sentido e a finalidade da garantia 
fundamental e constitucional da liberdade de associação como bem delimitou o STF 
no julgamento do RE 432.106-RJ (DJe 4/11/2011), encontrando a matéria, inclusive, 
afetada ao rito da repercussão
geral (RG no AI 745.831-SP, DJe 29/11/2011). De fato, 
a jurisprudência não pode esvaziar o comando normativo de um preceito 
fundamental e constitucional em detrimento de um corolário de ordem hierárquica 
inferior, pois, ainda que se aceite a ideia de colisão ou choque de princípios - 
liberdade associativa (art. 5º, XX, da CF) versus vedação ao enriquecimento sem 
causa (art. 884 do CC) -, o relacionamento vertical entre as normas - normas 
constitucionais e normas infraconstitucionais, por exemplo - deve ser apresentado, 
conforme a doutrina, de tal forma que o conteúdo de sentido da norma inferior deve 
ser aquele que mais intensamente corresponder ao conteúdo de sentido da norma 
superior. Ademais, cabe ressaltar que a associação de moradores é mera associação 
civil e, consequentemente, deve respeitar os direitos e garantias individuais, 
aplicando-se, na espécie, a teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. 
Concluindo, a aquisição de imóvel situado em loteamento fechado em data anterior 
à constituição da associação não pode impor a cobrança de encargos ao adquirente 
que não se associou nem a ela aderiu. Igualmente, se a compra se opera em data 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
26 
posterior à constituição da associação, na ausência de fonte criadora da obrigação - 
lei ou contrato -, é defeso ao poder jurisdicional, apenas calcado no princípio do 
enriquecimento sem causa, em detrimento dos princípios constitucionais da 
legalidade e da liberdade associativa, instituir um dever tácito a terceiros, pois, ainda 
que se admita a colisão de princípios norteadores, prevalece, dentre eles, dada a 
verticalidade de preponderância, os preceitos constitucionais, cabendo tão-somente 
ao STF, no âmbito da repercussão geral, afastá-los se assim o desejar ou entender. 
Precedentes citados: EREsp 444.931-SP, Segunda Seção, DJ 1º/2/2006; AgRg nos EDcl 
no Ag 715.800-RJ, Terceira Turma, DJe 12/12/2014; e EDcl no REsp 1.322.723-SP, 
Quarta Turma, DJe 29/8/2013. REsp 1.280.871-SP e REsp 1.439.163-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, 
julgados em 11/3/2015, DJe 22/5/2015. 
 
16. Fundações. 
16.1. Conceito. 
 As fundações podem ser públicas ou privadas. Tais constituem uma 
universalidade de bens destacada de um patrimônio por uma pessoa (natural ou 
jurídica), a serviço de um fim lícito e determinado. 
 Nessa linha, as fundações públicas são autorizadas por lei. Por sua vez, as 
fundações privadas são criadas a partir de escritura pública ou por testamento público, 
cerrado ou particular. 
 
16.2. Elementos fundamentais. 
 Dois são os elementos fundamentais das fundações: 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
27 
a) Patrimônio afetado; e 
b) Finalidade lícita, possível, útil, específica e não lucrativa. 
 
16.2.1. Patrimônio afetado. 
 Caso os bens forem insuficientes para constituir a fundação, tais serão (se de 
outro modo não dispuser o instituidor) incorporados em outra fundação que se 
proponha a fim igual ou semelhante. 
 
16.2.2. Finalidade da fundação. 
 Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou 
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer 
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio (salvo 
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto) em outra fundação, 
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado 
a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados. Se isso não 
fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. 
 
DESPENCA NA PROVA! 
As finalidades das fundações podem ser (art. 62 do CC): 
(1) assistência social; 
(2) cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
28 
(3) educação; 
(4) saúde; 
(5) segurança alimentar e nutricional; 
(6) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; 
(7) pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e 
conhecimentos técnicos e científicos; 
(8) promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; e 
(9) atividades religiosas. 
Portanto, conforme percebemos, as fundações não podem ter finalidade 
lucrativa. 
 
16.3. Ministério Público e atividades que se estendem por mais de um Estado. 
 O Ministério Público do Estado velará pelas fundações onde estejam situadas. 
No entanto, se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, o encargo será do 
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
 Por sua vez, se estenderem a atividade por mais de um Estado, o encargo 
caberá, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. É imperioso ressaltar que 
no caso das fundações públicas, integrantes da Administração indireta, incidirá o 
controle feito pelo Tribunal de Contas. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
29 
16.4. Alteração do estatuto da fundação. 
 Será permitida a alteração do estatuto da fundação: 
a) Por dois terços (2/3) dos competentes para gerir e representar a fundação; 
b) Desde que não contrarie ou desvirtue o fim desta; e 
c) Desde que seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a 
denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
 
16.5. Fundação constituída em outro país e destinada a fins de interesse 
coletivo. 
 Por fim, ainda sobre esse tema, nós temos que ressaltar que uma fundação, 
constituída em outro país e destinada a fins de interesse coletivo, pode abrir filial 
no Brasil mediante prévia aprovação dos atos constitutivos pelo governo 
brasileiro, hipótese em que a filial ficará sujeita à legislação brasileira. Inteligência 
do art. 11 e § 1º da Lei de Introdução às normas de Direito Brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
30 
b. Mapas mentais 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
33 
c. Revisão 1 
 
QUESTÃO 01 - 2016 – FCC - SEGEP-MA - AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - 
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
Jair é sócio e administrador da pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda., que não possui 
conta corrente, utilizando a conta corrente pessoal de Jair para realizar 
movimentações financeiras. Surpreendido com dificuldades financeiras, 
decorrentes de suas obrigações pessoais, Jair gastou todos os recursos existentes 
em sua conta corrente. Com isto, a pessoa jurídica J. Jardinagem Ltda. viu-se 
impossibilitada de honrar compromissos. À vista do ocorrido, Manoel, credor civil 
da J. Jardinagem Ltda., requereu a desconsideração da personalidade jurídica da 
empresa, a fim de ver penhorados os bens particulares e penhoráveis de Jair. De 
acordo com o Código Civil, tal pedido 
a) deve ser acatado, pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade 
jurídica, autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, com o 
atingimento dos bens particulares e penhoráveis de Jair. 
b) não deve ser acatado, pois apenas o abuso da personalidade jurídica caracteriza a 
desconsideração da personalidade jurídica, o que não se dá com a confusão 
patrimonial. 
c) deve ser acatado,
pois a confusão patrimonial caracteriza abuso da personalidade 
jurídica, autorizando a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade, que 
leva à sua dissolução. 
d) não deve ser acatado, pois apenas nas relações de consumo se admite a 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
34 
e) deve ser acatado, pois o inadimplemento, por si só, autoriza a desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 
QUESTÃO 02 - 2016 – FCC - SEGEP-MA - PROCURADOR DO ESTADO. 
No cumprimento de sentença condenatória transitada em julgado, de natureza não 
fiscal nem ligada às relações de consumo, a Procuradoria do Estado do Maranhão 
constatou que a empresa X Ltda. não possuía bens suficientes ao pagamento do 
débito. Pretendendo a desconsideração da personalidade jurídica da empresa X, a 
Procuradoria do Estado do Maranhão deverá, de acordo com o Código Civil, 
comprovar 
a) abuso da personalidade jurídica. 
b) que o inadimplemento se deu por ato do cotista majoritário. 
c) a mera insolvência. 
d) má gestão, ainda que o administrador não tenha dado causa a confusão patrimonial 
ou a desvio de finalidade. 
e) que a existência da pessoa jurídica dificulta o ressarcimento do erário, apenas. 
 
QUESTÃO 03 – 2016 - FAFIPA - CÂMARA DE CAMBARÁ – PR PROVA: PROCURADOR 
JURÍDICO. 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) São pessoas jurídicas de direito público interno: a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Territórios; os Municípios, as autarquias, inclusive as associações públicas; 
as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
35 
b) As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos 
dos seus agentes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
c) São pessoas jurídicas de direito privado: as associações, as sociedades, as 
fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos, as empresas individuais de 
responsabilidade limitada. 
d) Decai em dois anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de 
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua 
inscrição no registro. 
 
QUESTÃO 04 – 2015 – FCC - TRE-PB - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA. 
No tocante às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar: 
a) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e as associações 
públicas são pessoas jurídicas de direito público interno. 
b) Não se aplica, em qualquer hipótese, a proteção dos direitos da personalidade 
tratando-se de incompatibilidade legal de institutos. 
c) São de direito privado, dentre outras, as organizações religiosas, os partidos 
políticos e as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
d) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição 
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
36 
e) Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição 
no registro. 
 
QUESTÃO 05 – 2015 – FCC - TRE-RR - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA. 
No tocante as pessoas jurídicas, considere: 
I. As organizações religiosas e os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito 
privado. 
II. O prazo decadencial para anular a constituição das pessoas jurídicas de direito 
privado, por defeito do ato respectivo, é de dois anos a contar da publicação de sua 
inscrição no registro. 
III. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão 
pela maioria de votos dos presentes. Neste caso, o prazo decadencial para anular as 
referidas decisões que violarem a lei ou estatuto é de dois anos. 
IV. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II e III 
b) I e II e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I e IV. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
37 
QUESTÃO 06 – 2015 – FCC - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA 
G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, deixou de 
honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de execução, a 
penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido deverá ser 
a) indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível 
com a decretação da falência. 
b) deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em 
regra, direta e pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica. 
c) deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do 
débito. 
d) indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações 
contraídas pela pessoa jurídica. 
e) deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio 
de finalidade ou pela confusão patrimonial. 
 
QUESTÃO 07 - 2015 – FCC - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO. 
São pessoas jurídicas de direito público externo 
a) a União e os Estados federados, quando celebram contratos internacionais. 
b) somente os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas. 
c) apenas os Estados estrangeiros. 
d) os Estados estrangeiros e a União. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
38 
e) os Estados estrangeiros e aquelas regidas pelo direito internacional público. 
 
QUESTÃO 08 - 2015 – FCC - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA. 
G e R são sócios da pessoa jurídica Tex, a qual, em razão da crise econômica, 
deixou de honrar compromissos com o fornecedor Xis, que requereu, em ação de 
execução, a penhora dos bens de G e R. De acordo com o Código Civil, o pedido 
deverá ser 
a) indeferido, pois a desconsideração da personalidade jurídica somente é possível 
com a decretação da falência. 
b) deferido, independentemente de qualquer requisito, pois os sócios respondem, em 
regra, direta e pessoalmente pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica. 
c) deferido apenas se comprovado que Tex não possui recursos para pagamento do 
débito. 
d) indeferido, pois em nenhuma hipótese os sócios respondem pelas obrigações 
contraídas pela pessoa jurídica. 
e) deferido se comprovado abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio 
de finalidade ou pela confusão patrimonial. 
 
QUESTÃO 09 - 2015 – FCC - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO. 
Segundo a legislação civil vigente, 
a) a proteção dos direitos da personalidade é de aplicação irrestrita para as pessoas 
jurídicas. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
39 
b) aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
c) apenas quanto à utilização do nome é que se aplica às pessoas jurídicas a proteção 
dos direitos da personalidade. 
d) para caracterização de dano moral à pessoa jurídica é imprescindível que também 
ocorra dano patrimonial. 
e) às pessoas jurídicas não se concede indenização por dano moral. 
 
QUESTÃO 10 – 2013 – FCC - AL-RN - ANALISTA LEGISLATIVO. 
Hipoteticamente considere: A Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima e o Partido 
Nacional da Libertação. Nestes casos, as entidades mencionadas são pessoas jurídicas 
de direito 
a) público e privado, respectivamente. 
b) público. 
c) privado e público, respectivamente. 
d) privado. 
e) público anômalas.
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
40 
d. Revisão 2 
 
QUESTÃO 11 –2013 – FCC - PGE-BA - ANALISTA DE PROCURADORIA - ÁREA DE APOIO 
CALCULISTA – ADAPTADA. 
No que se refere à pessoa jurídica, é correto afirmar: 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do 
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando - se no registro todas as alterações pelas 
quais passar o ato constitutivo. 
b) Os atos de seus administradores, como regra, não a obrigam, salvo se excessivos 
aos limites dos poderes definidos no ato constitutivo. 
c) As decisões, se tiver ela administração coletiva, serão tomadas por unanimidade, a 
não ser que o ato constitutivo disponha de modo diverso. 
d) Se sua administração vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, a 
extinguirá, determinando sua liquidação. 
 
QUESTÃO 12 – 2013 – FCC - TRT - 12ª REGIÃO (SC) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA. 
No tocante às pessoas jurídicas: 
a) começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com o início 
efetivo de suas atividades ao público. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
41 
b) de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes 
que, nessa qualidade, causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver por parte destes culpa ou dolo. 
c) a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das instituições 
religiosas é condicional, por ser laico o Estado brasileiro, que deverá autorizar ou não 
seu reconhecimento e registro. 
d) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito público interno. 
e) as autarquias e as associações públicas são pessoas jurídicas de direito privado. 
 
QUESTÃO 13 – 2013 – FCC - SEFAZ-SP - AGENTE FISCAL DE RENDAS - GESTÃO 
TRIBUTÁRIA – ADAPTADA. 
No tocante às pessoas naturais e jurídicas: 
a) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com o início 
efetivo de suas atividades civis ou empresariais. 
b) As autarquias, União, Estados e Municípios, bem como os partidos políticos, são 
pessoas jurídicas de direito público interno. 
c) As associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as 
empresas individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas de direito 
privado. 
d) Somente as pessoas naturais possuem atributos da personalidade e, assim, apenas 
elas podem sofrer danos morais. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
42 
QUESTÃO 14 – 2012 – FCC - TRT - 6ª REGIÃO (PE) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA. 
São pessoas jurídicas de direito público interno 
a) as fundações. 
b) as autarquias. 
c) somente os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. 
d) as sociedades de economia mista. 
e) as empresas públicas. 
 
QUESTÃO 15 – 2012 – FCC - TRT - 11ª REGIÃO (AM E RR) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - 
ÁREA ADMINISTRATIVA. 
No Município AMOR existem duas instituições religiosas: igreja "HARMONIA" e 
paróquia "SANTA LUZIA". Há, também, uma fundação privada denominada "MÃES DA 
LUZ", que recebe ajuda das duas instituições religiosas referidas e da autarquia federal 
"SAÚDE". De acordo com o Código Civil brasileiro, no caso hipotético apresentado, são 
pessoas jurídicas de Direito Público Interno 
a) a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a paróquia SANTA LUZIA. 
b) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE, a igreja HARMONIA e a paróquia 
SANTA LUZIA. 
c) o Município AMOR, a igreja HARMONIA, a paróquia SANTA LUZIA e a fundação MÃES 
DA LUZ. 
d) o Município AMOR, a autarquia federal SAÚDE e a paróquia SANTA LUZIA, apenas. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
43 
e) o Município AMOR e a autarquia federal SAÚDE, apenas. 
 
QUESTÃO 16 – 2012 – FCC - TJ-PE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA E 
ADMINISTRATIVA. 
Rosa Vermelha, menor município do Estado das Flores, possui uma Igreja na praça 
central, duas autarquias municipais, dois partidos políticos e uma associação privada 
beneficente que protege as crianças carentes da cidade. De acordo com o Código Civil 
brasileiro, são pessoas jurídicas de direito público interno APENAS 
a) o município Rosa Vermelha e as autarquias municipais. 
b) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais e os partidos políticos. 
c) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais e a Igreja. 
d) o município Rosa Vermelha, as autarquias municipais, a Igreja e a associação 
beneficente. 
e) os partidos políticos, a Igreja e a associação beneficente. 
 
QUESTÃO 17 – 2012 – FCC - TCE-AP - ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO. 
São pessoas jurídicas de direito público interno: 
a) as sociedades. 
b) as autarquias. 
c) as organizações religiosas. 
d) os partidos políticos. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
44 
e) as fundações. 
 
QUESTÃO 18 – 2012 – FCC - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - JUIZ DO TRABALHO. 
Analise as afirmações abaixo. 
I. Sem exceções, os direitos da personalidade são intransmissíveis. 
II. As pessoas jurídicas não são abrangidas pela proteção dos direitos da 
personalidade. 
III. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
IV. As organizações religiosas são consideradas pessoas jurídicas de direito privado. 
Estão corretas as afirmações 
a) II e IV, apenas. 
b) III e IV, apenas. 
c) I, III e IV, apenas. 
d) II, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
 
QUESTÃO 19 – 2011 – FCC - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA. 
Considere as seguintes entidades com abrangência nacional: 
I. Igreja São Marcos Divino. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
45 
II. Associação Pública “Venceremos”. 
III. Partido Político ABC. 
IV. Autarquia XYZ. 
Neste caso, são pessoas jurídicas de direito público interno, SOMENTE 
a) III e IV. 
b) II, III e IV. 
c) II e IV. 
d) I e IV. 
e) I e II. 
 
QUESTÃO 20 – 2011 – FCC - TRE-RN - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA. 
De acordo com o Código Civil brasileiro, os partidos políticos, as organizações 
religiosas e as associações são pessoas jurídicas de direito 
a) público. 
b) privado. 
c) público, privado e privado, respectivamente. 
d) público, público e privado, respectivamente. 
e) privado, privado e público, respectivamente. 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
46 
e. Revisão 3 
 
QUESTÃO 21 – 2016 – FCC - PREFEITURA DE CAMPINAS – SP – PROCURADOR. 
Lourenço adquiriu imóvel em localidade servida por “Associação de Moradores”, à qual 
Lourenço não se associou. Passado um mês em que se instalou no local, Lourenço 
recebeu, da associação, boleto de cobrança de taxa de manutenção, à qual não anuiu, 
bem como comunicado dando conta de que, em Assembleia Geral realizada um ano 
antes, decidiu-se que todas as pessoas que se instalassem no bairro seriam obrigadas 
a pagar contribuição, independentemente de anuência prévia, tendo em vista a 
necessidade de custeio de despesas, dentre as quais a contratação de segurança 
privada. O estatuto da referida associação nada dispõe sobre a transmissibilidade da 
qualidade de associado. De acordo com jurisprudência dominante do Superior 
Tribunal de Justiça, referida deliberação 
a) atingirá Lourenço, independentemente de qualquer requisito, se comprovado que 
Lourenço se beneficia dos serviços mantidos pela Associação de Moradores. 
b) não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de 
moradores não obrigam os não associados ou que a elas
não anuíram. 
c) atinge Lourenço, porque a associação impõe, aos associados, direitos e obrigações 
recíprocos. 
d) atinge Lourenço, porque, no silêncio do estatuto, presume-se que a qualidade de 
associado se transmite do antigo para o novo proprietário do imóvel. 
e) não atinge Lourenço, porque as taxas de manutenção criadas por associações de 
moradores, independentemente do que dispõe o estatuto, não possuem caráter 
obrigatório, ainda que os associados tenham a elas anuído. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
47 
QUESTÃO 22 - 2016 – FCC - TRT - 14ª REGIÃO (RO E AC) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA. 
Para se alterar o estatuto de uma fundação, é mister que a reforma não contrarie ou 
desvirtue o fim desta e seja deliberada 
a) pela maioria simples dos competentes para gerir e representar a fundação, 
devendo, ainda, ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, 
poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
b) pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, 
ainda, ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o 
juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
c) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, 
ainda, ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o 
juiz supri-la, a requerimento do interessado. 
d) por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, 
ainda, ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento 
judicial a requerimento do interessado no caso de denegação. 
e) pela unanimidade dos competentes para gerir e representar a fundação, devendo, 
ainda, ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, sem possibilidade de suprimento 
judicial a requerimento do interessado no caso de denegação. 
 
QUESTÃO 23 – 2015 – FCC - MPE-PB - TÉCNICO MINISTERIAL. 
No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar: 
a) As fundações que tiverem finalidade lucrativa serão fiscalizadas pelo Ministério 
Público. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
48 
b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado. 
c) As associações podem ter finalidade lucrativa, de acordo com o que dispuserem a 
respeito os seus estatutos. 
d) O direito de anular deliberações de administradores que forem eivadas de erro, 
dolo, simulação ou fraude decai em 3 anos. 
e) Nas associações, os direitos e obrigações recíprocos entre os associados devem 
estar regulamentados no respectivo estatuto. 
 
QUESTÃO 24 – 2015 – FCC - TCM-GO - PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE 
CONTAS. 
Morrinhos Futebol Clube é uma associação esportiva sem fins lucrativos, que decide, 
para aumentar seus ganhos, montar um restaurante em sua sede, aberto aos 
associados e familiares, bem como uma loja para vender camisas dos uniformes de 
seus jogadores, bolas e réplicas dos troféus conquistados. Essa conduta 
a) não é possível, pois associações não podem ter fins econômicos, o que se 
caracterizaria em ambas as situações, só podendo a imagem da associação ser cedida 
onerosamente a terceiros. 
b) é possível, mesmo com ganhos pessoais aos associados, pois associações podem ter 
os mesmos fins econômicos que uma sociedade por quotas de responsabilidade 
limitada. 
c) é possível, desde que não haja ganhos pessoais aos associados, pois a realização 
eventual de negócios para manter ou aumentar o patrimônio da associação não a 
desnatura. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
49 
d) é possível somente em relação à venda de uniformes, bolas e troféus, pois a 
abertura de um restaurante, mesmo que sem ganhos pessoais aos associados, 
desnatura sua condição de associação, por não ter nexo com suas atividades 
esportivas. 
e) é possível somente em relação à abertura do restaurante, desde que somente para 
os associados e familiares, pois a venda de uniformes, bolas e troféus, por ser livre à 
população em geral, tem fins lucrativos que a desnaturam enquanto associação. 
 
QUESTÃO 25 – 2015 – FCC - TCM-GO - PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE 
CONTAS. 
No tocante às fundações, considere: 
I. Constituem elas um acervo de bens, que recebe personalidade jurídica para a 
realização de fins determinados, de interesse público, de modo permanente e estável. 
II. Podem ser constituídas para fins científicos, educacionais ou de promoção do meio 
ambiente, mesmo que com fins lucrativos. 
III. Quando insuficientes para constituí-las, os bens a ela destinados serão, se de outro 
modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a 
fim igual ou semelhante. 
IV. Os fins ou objetivos da fundação não podem em princípio ser modificados, a não 
ser pela vontade unânime de seus dirigentes. 
Está correto o que se afirma em 
a) III e IV, apenas 
b) I, II, III e IV 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
50 
c) I, II e IV, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
e) I e III, apenas. 
 
QUESTÃO 26 - 2015 – FCC - TCM-RJ -PROCURADOR DA PROCURADORIA ESPECIAL. 
No que concerne às fundações, é INCORRETO afirmar: 
a) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a 
transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o 
fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. 
Ib) Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, 
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se 
quiser, a maneira de administrá-la. 
c) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se 
de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se 
proponha a fim igual ou semelhante. 
d) Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma seja 
deliberada pela unanimidade dos membros competentes para gerir e representar a 
fundação, bem como que a reforma não contrarie ou desvirtue o fim desta. 
e) Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou 
vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer 
interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo 
disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, 
designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
51 
QUESTÃO 27 – 2013 – FCC - MPE-MA - TÉCNICO MINISTERIAL - EXECUÇÃO DE 
MANDADOS. 
Sobre as associações, de acordo com o Código Civil brasileiro, é INCORRETO afirmar 
que 
a) a convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 
(um quinto) dos associados o direito de promovê-la. 
b) não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
c) a exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em 
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no 
estatuto. 
d) a qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
e) os associados devem ter iguais direitos, sendo vedado ao estatuto instituir 
categorias com vantagens especiais. 
 
QUESTÃO 28 – 2013 – FCC - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE 
REGISTROS. 
Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I. A denominação, os fins e a sede da associação, bem como os requisitos para a 
admissão, demissão e exclusão dos associados. 
II. Os direitos e deveres dos associados, bem como as fontes de recursos para 
manutenção das associações. 
III. O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos,
bem como a 
forma de gestão administrativa e de aprovação das contas associativas. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
52 
Está correto o que consta em 
a) I, II e III. 
b) II e III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II, apenas. 
 
QUESTÃO 29 – 2013 – FCC - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
ADMINISTRATIVA. 
Sobre as associações, de acordo com o Código Civil brasileiro, é correto afirmar: 
a) Compete privativamente à assembleia geral especialmente convocada alterar o 
estatuto de uma associação, cujo quórum para aprovação será sempre de, no mínimo, 
dois terços dos associados. 
b) Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a 
transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de 
associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
c) A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 
um sexto dos associados o direito de promovê-la. 
d) Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos, havendo entre os associados direitos e obrigações recíprocos. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
53 
e) O estatuto da associação não será nulo se não contiver a forma de gestão 
administrativa e de aprovação das respectivas contas, que será decidida em 
assembleia geral especialmente convocada para este fim. 
 
QUESTÃO 30 - 2013 – FCC - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS. 
Em relação às fundações, é correto afirmar que 
a) constituídas por negócio jurídico entre vivos, a transferência da propriedade sobre 
os bens dotados é obrigatória após a morte do instituidor, somente. 
b) só podem elas ser constituídas para fins religiosos, econômicos, morais, culturais, 
assistenciais ou esportivos. 
c) quando os bens destinados a constituí-las forem insuficientes, em regra voltarão ao 
instituidor, se vivo, ou serão transferidos aos herdeiros deste, se falecido. 
d) para serem criadas, seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, 
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destinam e declarando, 
se quiser, a maneira de administrá-la. 
e) tornadas ilícita, impossível ou inútil sua finalidade, serão extintas e, em regra, seu 
patrimônio será incorporado ao Estado-membro em que sediadas. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
54 
f. Normas comentadas 
 
CÓDIGO CIVIL DE 2002 – CC/02. 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de 
direito privado. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela 
Lei nº 11.107, de 2005) 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de 
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que 
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. 
São pessoas jurídicas de direito público interno. 
a) A União: é uma pessoa jurídica de direito público interno dotada de 
capacidade política existente somente em Estados federais. Tal como ocorre com os 
demais entes que compõem a federação brasileira, possui apenas autonomia. Já, no 
plano internacional, exerce as atribuições decorrentes da soberania do Estado 
brasileiro. 
b) O Estado federado (Estado-membro): é uma pessoa jurídica de 
direito público interno que possui capacidade de auto-organização, autolegislação, 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
55 
autogoverno e auto-administração. Cuida-se de uma organização jurídica parcial 
dotada de um regime de autonomia conferido pela Constituição Federal. 
c) Distrito Federal: é uma pessoa jurídica de direito público interno 
dotada de natureza híbrida. Trata-se de uma unidade federada com autonomia 
parcialmente tutelada. Com efeito, a Constituição de 1988 elencou o Distrito 
Federal entre os entes federativos, conferindo autonomia organizatória, política, 
administrativa e de Governo. Notadamente, a sede do governo do Distrito Federal 
é Brasília, a Capital Federal. 
d) Território: é uma pessoa jurídica de direito público interno que integra 
a União. A sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de 
origem serão reguladas em lei complementar. Portanto, trata-se de mera 
autarquia ou descentralização administrativo-territorial pertencentes à União. 
e) Município: é uma pessoa jurídica de direito público interno que possui 
esferas exclusivas de competências políticas (legislativas e de governo), sendo-lhes 
atribuídas as mesmas autonomias conferidas à União e aos Estados, motivo pelo 
qual, apesar de certas peculiaridades, não há como negar-lhes a condição de 
verdadeiros entes federativos. 
f) Autarquia: é uma pessoa jurídica de direito público interno da 
administração indireta, a qual é instituída diretamente pela lei, de iniciativa do chefe 
do Executivo (art. 37, XIX, c/c art. 61, § 1.º, II, “b” e “e”, da CRFB), cujo objeto é o 
exercício de atividades típicas de Estado (art. 5.º, I, do DL 200/1967). Com efeito, a 
sua personalidade jurídica tem início com a vigência da lei criadora, não sendo 
necessária a inscrição dos atos constitutivos no Registro competente. 
g) Associação pública: é uma pessoa jurídica de direito público interno 
criada a partir da celebração de um consórcio público por entidades federativas, o 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
56 
qual tem por finalidade executar a gestão associada de serviços públicos entre os 
entes consorciados. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados 
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 
22.12.2003) 
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído 
pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência) 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o 
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
57 
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu 
funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado 
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro 
todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da 
publicação
de sua inscrição no registro. 
Art. 46. O registro declarará: 
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, 
quando houver; 
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos 
diretores; 
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, 
judicial e extrajudicialmente; 
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que 
modo; 
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu 
patrimônio, nesse caso. 
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos 
nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
58 
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se 
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de 
modo diverso. 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se 
refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, 
simulação ou fraude. 
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a 
requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
(“A desconsideração da personalidade jurídica “consiste na possibilidade de se 
ignorar a personalidade jurídica autônoma da entidade moral sempre que esta venha a ser 
utilizada para fins fraudulentos ou diversos daqueles para os quais foi constituída, 
permitindo que o credor de obrigação assumida pela pessoa jurídica alcance o patrimônio 
particular de seus sócios ou administradores para a satisfação de seu crédito” – (Código 
Civil Comentado- Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery, 4ª Ed., RT, 2006, p. 
208). 
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização 
para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se 
conclua. 
§ 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação 
de sua dissolução. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
59 
§ 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que 
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. 
§ 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da 
pessoa jurídica. 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos 
da personalidade. 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se 
organizem para fins não econômicos. 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações 
recíprocos. 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos 
deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas 
contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005) 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
60 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá 
instituir categorias com vantagens especiais. 
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não 
dispuser o contrário. 
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do 
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na 
atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição 
diversa do estatuto. 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos 
termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou 
função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma 
previstos na lei ou no estatuto. 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral: (Redação dada 
pela Lei nº 11.127, de 2005) 
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 
2005) 
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste 
artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, 
cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos 
administradores. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
61 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, 
garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação 
dada pela Lei nº 11.127, de 2005) 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, 
depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo 
único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no 
estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, 
estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos 
associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, 
receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem 
prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no 
Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste 
artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União. 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública 
ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e 
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins 
de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
62 
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e 
conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos

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