Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REVISÃO CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA I CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Funções do Sistema Esquelético: Alavanca (mais importante) Sustentação (mais importante) Proteção Armazenamento Formação de células sanguíneas CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO A alavanca é um objeto rígido que é usado com um ponto fixo apropriado (fulcro) para multiplicar a força mecânica que pode ser aplicada a um outro objeto (relacionado a resistência) O sistema de alavancas ao redor de eixos vai gerar movimento. É um mecanismo simples que amplia a força e/ou a velocidade do movimento Alavancas – ossos longos Eixos - articulações CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Em nosso corpo, como as superfícies são irregulares, conforme o movimento ocorre, o eixo sofre um pequeno deslocamento Na figura abaixo, a distância do eixo com o local onde a força foi exercida é grande, ajudando a conseguir levantar a pedra fazendo menos força CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Para se manter na posição sentada, tem que sustentar o empilhamento dos ossos, a carga dos ossos contra a força que está sendo aplicada (gravidade). Postura – forças externas (o tempo todo tem força que empurra em direção a terra – gravidade) Os ossos aumentam de tamanho da parte superior em direção a inferior. (fêmur além de produzir movimento tem que sustentar peso) CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Gravidade – em pé, ao fazer flexão de ombro tem que vencer a gravidade, ao deitar em decúbito lateral, ao fazer flexão de ombro, não tem a gravidade agindo. Então conseguimos produzir movimentos com ou sem gravidade. Em pé, ao fazer flexão de tronco, não tem que vencer a gravidade. Em decúbito dorsal, ao fazer a flexão de tronco, vence a gravidade. Em decúbito ventral, ao fazer extensão de tronco, jogando o tronco para trás, está vencendo a gravidade, da mesma forma que em pé, subindo para fazer extensão de tronco vence a gravidade. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Decúbito ventral: deitado com a “barriga” para baixo. Decúbito dorsal: deitado com as costas para baixo. Decúbito lateral: deitado de lado CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Osso esponjoso – no interior do osso cortical, com porosidade superior a 70%, organizado em trabéculas (fragmentos ósseos pequenos e planos que vão acessorar a sustentação). Através desses fragmentos ósseos estará passando o sistema de irrigação e vascular. Possui trabéculas + colágeno (resistência a tração e compressão) Tem maior porosidade,obtendo maior armazenamento de energia. Absorve energia e distribui as pressões (forças) É poroso – para ter mobilidade articular CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Osso cortical ou compacto: é o que está na parte de fora do osso. Suporta sustentação de peso e tensão muscular (relacionada com proteção). Tem inserções musculares que podem ser por tendão, aponeurose, ou pelo próprio músculo. Camada externa muito densa – porosidade inferior a 15%. Esse osso faz com que o segmento mude de posição no espaço, é um osso mais compacto. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Ossos longos - sustentação de peso (forma de viga) Ossos curtos – fina camada de tecido compacto + esponjoso. Relacionado a absorção, transmissão das cargas. Recebe e dissipa. Ossos planos – Tem duas camadas (compacto e esponjoso). Proporciona proteção. Ossos irregulares – Recebe e dissipa cargas. Osso sesamóide – Favorece a carga. Ex: patela (faz com que aumenta a distância da força aplicada) CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO A característica morfológica da articulação está relacionada com a função que ela vai exercer. Os ossos possuem colágeno+minerais cálcio+fosfato que correspondem de 60 a 70% da constituição dos ossos – se chama “Peso C” Possuem também de 25 a 30% de água – se chama “Peso Livre”. Propriedade viscoelástica – propriedade de se adaptar a carga imposta Colágeno – suporte de cargas tensivas (fibras paralelas para absorção, recebimento dessas cargas tensivas) CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Material altamente adaptativo – adapta as cargas impostas Propriedade de auto-reparação – por isso é um tecido que cicatriza. De acordo com a demanda mecânica altera suas propriedades e configuração (viscoelástica). Os ossos são remodelados e reparados durante toda a vida Dependem da carga mecânica para crescer e se fortalecer CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Material anisotrópico – o comportamento do osso varia com a direção da aplicação da carga. (comportamento importante pois faz com que esse material anisotrópico tenha esse comportamento viscoelástico) Viscoelástico – sua resposta depende da velocidade e da duração em que a carga é aplicada. Quando ultrapassa essa característica viscoelástica, esse tecido sofre trauma, fratura. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Tipos de cargas: Geradas pela sustentação de peso, pela gravidade, forças musculares e forças externas. Força de Compressão: aproximação das estruturas. Encurtam e alargam o osso. Gerada pelos músculos, sustentação de peso, gravidade ou alguma aplicação de carga externa ao longo do osso. Força Tensiva: traciona ou separa o osso. Osso fica mais longo e mais fino. A principal forma de ter força tensiva é a contração muscular. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Força de Cisalhamento: Aplicada paralelamente a superfície de um objeto. Pode vir em decorrência a forças compressivas ou tensivas. Em excesso, é responsável por fraturas. Força de Curvamento: Um dos lados do osso fica côncavo (compressão) e o outro convexo (tensão). Única força que pode ser aplicada a sistema músculo esquelético como um todo, não só em osso. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Força de Torsão: Cria uma carga de cisalhamento ao longo de todo o material, ou seja, uma carga que é paralela e perpendicular a força aplicada (como se a parte superior rodasse para um lado e a parte inferior rodasse para o outro). A magnitude da carga aumenta com a distância ao eixo de movimento (+ distante do eixo - torção) Diferença de força de cisalhamento e carga de cisalhamento: Força de cisalhamento ocorre única e exclusivamente paralela. Carga de cisalhamento ocorre tanto perpendicular quanto paralela ao eixo CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Cartilagem articular ou cartilagem hialina É um tecido firme e flexível, Tem comportamento viscoelástico, Distribuição da força está relacionada com a espessura (+ espessa onde além de produzir movimento, sustenta carga). É avascular e aneural (não regenera, não cicatriza) 60 a 80% de água, tem colágeno (rigidez e resistência) e proteoglicanos (gel hidratado que recebe e dissipa carga), Espessura de 1 a 7 mm, Permite o deslizamento sem gerar grande impacto na articulação. CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Menisco Fibrocartilagem conectada a cápsula Função: suporte de cargas (dissipar a carga), aumentar a área de contato entre as superfícies ósseas (aumentar a congruência articular), gerar estabilidade, lubrificação (lubrificada, ela favorece a mobilidade do segmento ósseo em relação a outro segmento ósseo) CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Ligamentos Ligam um osso ao outro e tem mecano receptores que geram senso posicional. Orientam o movimento Comportamento viscoelástico Tem ligamentos capsulares (reforçam), extra capsulares (por fora) e intra capsulares, intra articulares (por dentro) Pode lidar com cargas tensivas ou de cisalhamento Estabilizam, controlam e limitam os movimentos articulares CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Bursas Importante pra que o movimento ocorra na articulação Minimiza as forças de fricção entre as estruturas em que ela está envolvida São sacos vazios de membrana sinovial Seus lados internos são separados por um filmefluido Localização – entre osso e ligamento, ou entre osso e tendão, ou entre osso e músculo CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulação: É a junção ou ponto de união entre dois ou mais ossos. Articulações diartrodiais ou sinoviais Tem baixa fricção de duas superfícies em decorrência da presença de cartilagem, bursas, ligamentos Produzem movimentos Capaz de suportar desgaste e ruptura CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Cápsula Tecido conjuntivo que recobre as superfícies articulares Tem membrana sinovial que produz um líquido que nutre Tecido conectivo branco Suporta parte da carga imposta a articulação CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulação sinovial simples: entre dois tipos de superfícies articulares Articulação sinovial composta: entre mais de dois tipos de superfícies articulares Articulação sinovial complexa: entre as superfícies articulares, tem o disco articular CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulação plana ou deslizante: Deslizamento de uma superfície em relação a outra. O movimento não ocorre ao redor de um eixo. Articulação em gínglimo ou dobradiça: Tem uma superfície côncava e uma convexa. Tem movimento ao redor de um ponto. Uniaxial – só produz movimento em um único eixo de movimento, consequentemente, em um só plano. Tem leve translação em complemento a rotação CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulação Trocóide (em pivô): Rotação – único eixo. Ex.: atlantoaxial Articulação condilar: Tem uma parte côncava e uma convexa (forma de ovo). Ex: metacarpofalangeanas Articulação Elipsóidea: Biaxial – possui dois eixos de movimento (2 graus de liberdade). Permite movimento em dois planos (flexão/extensão; adução/abdução). Ex: Radiocarpal CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulação em sela É bicôncava e biconvexa (uma das superfícies tem parte côncava e convexa e a outra também) Permite dois planos de movimento (flexão/extensão; adução/abdução) juntamente com uma pequena quantidade de rotação Articulação bola soquete ou esferoidal: Permite movimento em três planos CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Articulações sinartrodiais ou fibrosas: Junção entre ossos unida por tecido conectivo denso irregular. Ex: suturas cranianas. Permitem pouco ou nenhum movimento entre os ossos, absorve e dissipa choques. Articulações anfiartrodiais ou cartilaginosas: Recebe e dissipa cargas; junção entre ossos formada principalmente por fibrocartilagem e/ou cartilagem hialina; permitem movimentos relativamente limitados. Ex: sínfise púbica CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Irritabilidade: Capacidade do músculo em responder a estimulação Contratilidade: Capacidade do músculo de encurtar-se ao receber estímulo suficiente. Encurta entre 50-75% de seu comprimento. Extensibilidade: Capacidade que o músculo tem de alongar além do comprimento de repouso Elasticidade: Capacidade da fibra muscular em retornar ao seu comprimento de repouso Elasticidade e extensibilidade são mecanismos protetores que mantém a integridade e o comprimento básico do músculo CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Estrutura macroscópica do músculo: Miofibrila – Elementos contráteis da fibra muscular Fibra muscular – estruturas longas e cilíndricas (célula muscular onde a força é gerada) Epimísio – parte externa do músculo, é um tecido fibroso, transfere as tensões para o tendão. Fascículos – feixes de fibras musculares (até 200 fibras musculares) Perimísio – reveste o fascículo, protege as fibras musculares, proporciona vias para os nervos e vasos sanguíneos que vão nutrir as fibras musculares Endomísio – reveste a fibra muscular (contém os capilares e nervos CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Fibras de contração lenta ou tipo I: oxidativas, diâmetro pequeno, ritmo de fadiga lento, alta concentração mitocondrial, baixa concentração de enzimas glicolíticas Fibras de contração rápida ou tipo II – Tipo IIA: oxiglicolítica, diâmetro intermediário, ritmo da fadiga intermediário, alta concentração mitocondrial, concentração de enzimas glicolíticas intermediária. Tipo IIB: glicolítica, diâmetro grande, ritmo da fadiga rápido, baixa concentração mitocondrial, alta concentração de enzimas glicolíticas CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO A fibra I é nutrida por oxigênio A fibra IIA é nutrida por oxigênio e glicose A fibra IIB é nutrida por glicose CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Organização das fibras: M. Fusiforme – fibras organizadas paralelas a tendões, a força da fibra é na mesma direção da musculatura, produzem movimentos de alta velocidade M. Peniforme – as fibras são perpendiculares (na diagonal) a tendões, tem os fascículos curtos, são músculos de movimento lento e não produzem movimentos de grandes amplitudes, a força da fibra tem direção diferente da força muscular CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Unipenado: fibras em uma única direção Bipenado: fibras em duas direções Multipenado: fibras em várias direções A inserção muscular pode ser diretamente no osso, nos tendões, ou por aponeurose. M. agonistas: motores primários, são os que produzem os movimentos Antagonistas: fazem o movimento contrário Estabilizadores: são músculos sinergistas, estabilizam o movimento, potencializa a ação dos agonistas Neutralizadores: são músculos sinergistas, neutraliza a ação de algum músculo, neutralizando a quantidade de movimentos CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Tipos de contrações musculares: Isométrica – vai ser gerada força entre as fibras musculares mas o comprimento do músculo não muda.Ex: forçar a mão na mesa Concêntrica – ocorre tensão entre as fibras quando elas estão se aproximando, é a que produz o movimento. Excêntrica – quando as fibras estão sendo afastadas ocorre tensão. O movimento está sendo controlado e os músculos que agem são os antagonistas Co-contração – agonista e antagonista contrai ao mesmo tempo. Ex: apertar a mão na cadeira CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Movimento fisiológico: é visível que o segmento muda de posição no espaço Movimento acessório: ocorre entre duas superfícies articulares Deslizamento: Um único ponto em uma face articular faz contato com múltiplos pontos de outra face articular. Ex: pneu derrapando Rolamento: Múltiplos pontos ao longo de uma face articular rolante fazem contato com múltiplos pontos na outra face articular. Ex: Pneu rolando Rotação: Um único ponto em uma face articular gira sobre um único ponto na outra face articular. Ex: Pião CONSIDERAÇÕES ESQUELÉTICAS SOBRE O MOVIMENTO HUMANO Cadeia Cinética fechada: Parte proximal se move em relação a distal Aumenta força de compressão, diminui força de cisalhamento, diminui a força de aceleração, aumenta a estabilidade dinâmica Cadeia Cinética aberta: Aumenta força de aceleração Aumenta força de tração e rotacionais Aumenta a força de cisalhamento Diminui a força de compressão
Compartilhar