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TÓPICOS DE HIDRODINÂMICA I Linhas de Fluxo Classificação dos escoamentos Número de Reynolds Tópicos Hidrodinâmica Parte da hidráulica que estuda os fluidos em movimento (fluidos escoando). No caso da hidrodinâmica como disciplina da hidráulica, estudo os líquidos em movimento. Escoamento: mudança de forma (deformação) de um fluido sob a ação de uma força tangencial. Tópicos Hidrodinâmica A visualização e reprodução gráfica do escoamento foi uma das primeiras tentativas de abordagem do problema, remontando ao século XVI (da Vinci). Esta abordagem evoluiu para o estudo analítico e para o conceito de LINHAS DE CORRENTE. Linhas de corrente são linhas desenhadas ao longo do escoamento que procuram representar o movimento em cada situação. Um escoamento possui “infinitas” linhas de corrente. O que se procura fazer é selecionar algumas delas para representação. Conceitualmente, elas representam a envoltória da tangente dos vetores velocidade em todos os pontos. Representam um ‘instantâneo fotográfico’ do escoamento, e podem variar no tempo dependendo do tipo de escoamento. LINHAS DE CORRENTE Tópicos Hidrodinâmica Duas linhas de corrente não podem se interceptar, da mesma forma que não existe fluxo entre linhas de corrente. O conjunto de todas as linhas de corrente é chamado de tubo de corrente ou veia líquida LINHAS DE CORRENTE Velocidade em uma linha de corrente: “v”(v minúsculo) Velocidade média na seção: “U” (U maiúsculo) A adoção da velocidade média U permite tratar os problemas unidimensionalmente. Essa simplificação exigirá a adoção de coeficientes empíricos corretivos, como veremos adiante Tópicos Hidrodinâmica Mostram o trajeto de uma partícula ao longo do tempo. Portanto, diferentemente das linhas de corrente, não representam um instantâneo fotográfico do escoamento. No entanto, se as linhas de corrente (velocidades) não se alteram com o tempo, elas coincidem com a trajetória das partículas. Exemplo: vazão reduzindo em um vertedouro – demonstrar com 3 pontos LINHAS DE TRAJETÓRIA Classificação escoamentos Os escoamentos podem ser classificados por diversos critérios, as principais são: Pressão reinante; Dimensões espaciais; Variação no tempo; Trajetória das Partículas Regimes de escoamento Classificação dos escoamentos Trata-se de uma classificação básica que norteia a disciplina da Hidráulica. Diz respeito à pressão reinante no conduto, podendo ser forçado ou livre. Forçado: pressão reinante DIFERENTE que a pressão atmosférica, geralmente MAIOR O conduto tem que ser fechado (rede de abastecimento e água) Livre Pressão na superfície do líquido IGUAL à pressão atmosférica O conduto pode ser aberto (canais) ou fechado (rede de coleta de esgoto) PRESSÃO REINANTE A parte central do curso é o estudo destes dois tipos de escoamento Classificação dos escoamentos Relaciona-se ao número de dimensões envolvidas no fenômeno, ou ao número de dimensões suficientes para bem caracterizar o escoamento. No mundo real todos os escoamentos são tridimensionais, mas muitas vezes para efeito de simplicidade da análise e dos cálculos, eles podem ser classificados também em unidimensionaise bidimensionais, sem prejuízo ao resultado final. Unidimensionais É suficiente a caracterização das grandezas na direção longitudinal ao escoamento; Considera-se que na seção transversal valores médios e constantes para as grandezas; Exemplo: escoamento em condutos forçados Bidimensionais Util izam-se duas coordenadas planas para caracterizar o escoamento, com valores médios na outra dimensão. Exemplo: correntes de retorno em rios, escoamento em vertedouros Tridimensionais Necessária as três dimensões espaciais para caracterizar o escoamento. É o mais complexo e exige modelos físicos ou matemáticos para a resolução. Exemplo: escoamento em canais muito irregulares, aproximação em pilares de vertedouro. DIMENSÕES ESPACIAIS O curso tratará basicamente de escoamentos unidimensionais Classificação dos escoamentos DIMENSÕES ESPACIAIS Exemplo Modelagem Computacional 1 dimensão: HEC-RAS; 2 dimensões: River 2D 3 dimensões: Flow3d. Classificação dos escoamentos Classificação baseada na variação das propriedades médias do escoamento (velocidade e pressão) ao longo do tempo (não do espaço). Neste sentido o escoamento é dividido em permanente e não-permanente. Escoamento permanente: O escoamento não sofre variações ao longo do tempo A noção de escoamento permanente não leva em consideração variações ao longo do espaço As linhas de corrente não se alteram com o tempo, coincidindo com a trajetória das partículas, e a vazão permanece constante Escoamento não-permanente: O escoamento sofre variações ao longo do tempo VARIAÇÃO NO TEMPO O curso tratará apenas dos escoamentos permanentes Classificação dos escoamentos VARIAÇÃO NO TEMPO Classificação dos escoamentos O escoamento também pode ser caracterizado de acordo com a variação da trajetória da partícula em uniforme e variado. Trata da variação espacial do escoamento. Escoamento uniforme: No escoamento uniforme, a velocidade, a cada instante, se mantém constante ao longo da linha de corrente; Como a velocidade é um vetor, essa condição exige que a linha de corrente seja uma reta; Exemplo: fluxo através de um conduto retilíneo de seção transversal constante, de grande comprimento e sem alterações na vazão. Escoamento variado No escoamento variado os pontos ao longo de uma linha de corrente não possuem a mesma velocidade; Pode ser gradualmente variado e bruscamente variado; As linhas de corrente não são retas; Exemplo: Escoamento ao redor de um obstáculo, escoamento na crista de um vertedouro. VARIAÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS TRATAREMOS PRINCIPALMENTE DOS ESCOAMENTOS DO TIPO PERMANENTE-UNIFORME Classificação dos escoamentos VARIAÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS Escoamento variado Escoamento uniforme Classificação dos escoamentos VARIAÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS Regime uniforme praticamente estabelecido mesmo com um comprimento pequeno após a curva Necessidade do fluxo entrar na turbina em regime mais uniforme possível Classificação dos escoamentos DIREÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS Quanto à direção na trajetória das partículas, os escoamentos podem ser divididos em laminar e turbulentos. Escoamento laminar: As partículas do fluido movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, como um escoamento em lâminas ou camadas que não se misturam e preservam suas características no meio (daí o nome laminar); No escoamento laminar a viscosidade tem papel muito importante no sentido de “frear” ou “amortecer” o surgimento da turbulência, dificultando qualquer movimento entre as lâminas (camadas). Este escoamento ocorre geralmente a baixas velocidades e em fluídos que apresentem grande viscosidade Classificação dos escoamentos DIREÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS Escoamento turbulento: As partículas do fluido não movem-se ao longo de trajetórias bem definidas, e a inércia das partículas vencem as forças viscosas, estabelecendo-se um movimento aleatório, caótico, apresentando componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido. Os escoamentos tratados na em obras de engenharia, em geral, são turbulentos. A grande maioria dos escoamentos com água é turbulento. v Classificação dos escoamentos DIREÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PARTÍCULAS Distribuição de velocidades em um tubo nos fluxos LAMINAR e TURBULENTO U Classificação dos escoamentos NÚMERO DE REYNOLDS Número de Reynolds Os escoamentos laminar e turbulentoforam demonstrados experimentalmente em 1884 pelo físico e engenheiro irlandês Osborne Reynolds. A experiência de Reynolds consistiu em injetar corante em um tubo transparente escoando água, alimentado por um reservatório, onde era possível controlar a vazão através de uma válvula. V A Z Ã O A U M E N TA N D O .. . Classificação dos escoamentos EXPERIÊNCIA DE REYNODLS- vídeo http://youtu.be/oApDhs4xtaY Classificação dos escoamentos Número de Reynolds Reynolds expressão seus resultados através de um número admensional, chamado hoje de número de Reynolds Representa uma relação entre as forças de inércia e as forças viscosas. Quanto maior o número de Reynolds, menor a influência da viscosidade no escoamento, e vice-versa. Na prática da engenharia, considera-se os seguintes valores de Re para as transições entre os regimes: Escoamento laminar: Re<2000 Escoamento turbulento: Re>4000 Escoamento de transição: 2000 < Re < 4000 𝑅𝑒 = 𝜌. 𝑈. 𝐷ℎ 𝜇 = 𝑈. 𝐷ℎ 𝜐 Onde: U= velocidade média (m/s) D = diâmetro hidráulico (m) m (mi)= viscosidade dinâmica (N.s/m²) n (ni)= viscosidade cinemática (m²/s) NÚMERO DE REYNOLDS Classificação dos escoamentos Na equação de Reynolds é necessário distinguir D (diâmetro) de Dh (diâmetro hidráulico). Para uma tubulação circular, D=Dh. Para tubulações com outras geometrias, utiliza-se Dh. Dh é o diâmetro do círculo que iguala o Raio Hidráulico da Tubulação. Raio hidráulico (Rh) é a relação entre a área e o perímetro da tubulação. 𝑅ℎ = 𝐴 𝑃 𝐷ℎ 4 = 𝐴 𝑃 Como para um círculo Rh=D/4: 𝐷ℎ = 4 𝐴 𝑃 Para um círculo Dh=D NÚMERO DE REYNOLDS Exercício de Aplicação 1 No conduto abaixo esquematizado escoa um óleo (n=1,26.10-4 m²/s). Determinar o número de Reynolds e o regime de escoamento para os dois trechos. Efetuar as mesmas determinações considerando um fluxo de água (n=1,00.10-6 m²/s) Respostas: óleo: S1 Re~1327 regime laminar óleo S2 Re~6613 regime turbulento água S1 Re~167.200 regime turbulento água S2 Re~833.280 regime turbulento Exercício de Aplicação 2 Determinar o número de Reynolds do escoamento através da seção transversal definida na figura abaixo e caracterizar o regime de escoamento. A vazão é de 10 l/s,(n=1,79.10-6 m²/s) Resposta: Re=40.116 regime turbulento
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