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1 GESTÃO DO MEIO URBANO – ESTUDO DIRIGIDO Referência: Introdução à gestão do meio urbano. Curitiba: Editora InterSaberes 2ª. edição 2013. Autoras: Yumi Yamawaki & Luciane Teresa Salvi. Observem que este material “Estudo Dirigido” é de autoria de nossa Instituição e destinado ao estudo dos alunos a ela vinculados, portanto sua reprodução, divulgação ou uso indevido poderá ser objeto de aplicação dos procedimentos e penas relativas à Lei dos Direitos Autorais. Neste breve resumo, destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material complementar, que juntamente com os livros, vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico que irá embasar o seu aprendizado. Utilize- os da melhor maneira possível. Bons estudos! 2 TEMA: A DINÂMICA CAMPO-CIDADE Após a Revolução Industrial as cidades assumiram um papel importante no cenário econômico mundial. No Brasil, este processo se deu principalmente em meados dos anos de 1950. A Revolução Industrial atraiu um grande contingente para o trabalho fabril, produzindo uma nova sociedade estritamente urbana. A partir do surgimento desse novo modo de vida, a Escola de Sociologia de Chicago definiu o termo urbano associado à ideia de cidade e em oposição a rural. A dinâmica campo-cidade (zona rural-zona urbana) e o surgimento dos problemas urbanos relativos a esse processo: o surgimento das fábricas, a produção em série e o trabalho assalariado impulsionaram a migração populacional do na zona rural para urbana, provocando mudanças no padrão produtivo (cidades passam a concentrar riquezas como os centros da indústria e de serviços) e social (grande parte da população abandona o campo passa a concentrar-se nas cidades). Desta forma, as cidades apresentaram um crescimento rápido, que provocou diversos problemas urbanos (saneamento, poluição, formação de periferias degradadas, segregação social etc.). Sendo assim, as mudanças nos padrões produtivos direcionaram a concentração populacional do campo para as cidades (maior parte da população concentra-se agora nas áreas urbanas), bem como o papel das zonas urbanas e rural no cenário econômico. Como consequência, o rápido crescimento das cidades deu origem a diversos problemas urbanos. TEMA: CONCEITO DE URBE E URBANISMO “Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008, mais da metade da população mundial já vivia em cidades (ONU, 2008b, p. 1). Na América Latina, o percentual é de 75%. Esse índice que se mostra crescente é um dos indícios de que o homem atualmente é urbano. À medida que a população cresce e se aglomera, surgem problemas de ordem ambiental e social, os quais foram percebidos, primeiro, na Europa no final do século XIX. As cidades eram caracterizadas por cortiços insalubres e havia degradação social (Hall, 2009). Ou seja, a cidade era associada a algo negativo, como um tumor que deveria ser extinto. Os conceitos de URBE e URBANISMO: Urbe é o local onde se assentavam as cidades, sendo urbanismo a ação humana sobre a urbe. “Surgem conceitos associados às cidades, como o termo urbe, introduzido pelo catalão Ildefonso Cerdá, responsável pelo projeto de ampliação de Barcelona em 1850. Denominou urbe de maneira geral o local onde se assentavam as cidades, sendo urbanismo a ação humana sobre a urbe. ” adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 3 TEMA: CONCEITO DE URBANO À medida que a maior parcela da população passa a viver em cidades, a definição de urbano como algo que se contrapõe a rural passa a perder sentido. Estudiosos como Langenbuch (citado por Marques,2006, p. 1) constataram que áreas rurais contíguas a um grande aglomerado urbano se distinguem das mais afastadas por terem sido organizadas em função da metrópole e dela dependerem. Segundo o filósofo francês Lefebvre, a partir da década de 1970, passou-se a considerar o termo “urbano” não como sinônimo de cidade, mas sim como uma forma de vida. TEMA: MOVIMENTOS TEÓRICOS URBANISTAS “Com a constatação do crescimento das cidades, tanto em quantidade como em suas dimensões, foi necessário amenizar os problemas urbanos, os quais passaram a ser recorrentemente estudados. Surgiram também os movimentos que se opunham à vida urbana, considerada um caos. Outros pensadores, apesar das ideologias, bem distintas apresentavam propostas de projetos e desejos rígidos que primavam pela estética, tentando encontrar soluções para cidades ideais. ”O movimento Culturalista preocupava-se com a vida comunitária e com o atendimento das necessidades psicológicas (bem-estar, qualidade de vida, contato com a natureza, entre outras). TEMA: AS CIDADES-JARDIM “Baseando-se em grande parte na observação das péssimas condições de vida da cidade liberal, Ebenezer Howard, em livro publicado originalmente em 1898, propôs uma alternativa aos problemas urbanos e rurais que então se apresentavam. O livro “To-morrow” (chamado “Garden-cities of To-morrow” na segunda edição, em 1902) apresentou um breve diagnóstico sobre a superpopulação das cidades e suas consequências. Segundo ele, essa superpopulação era causada, sobretudo, pela migração proveniente do campo. Era, portanto, necessário equacionar a relação entre a cidade e o campo.” A proposta de cidade feita por Ebenezer Howard limitava o número de habitantes visando principalmente a qualidade de vida dos cidadãos. Porém, aos poucos estas se tornaram cidades dormitórios pela ausência de atividade produtiva suficiente, obrigando-os a trabalhar em outras cidades. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 4 TEMA: O ESPAÇO URBANO “Nas décadas de 1970 e 1980, o discurso para obter verbas do Banco Mundial era o de pobreza. As cidades elaboravam relatórios demonstrando os piores índices sociais e econômicos para que fossem contempladas com recursos nacionais e internacionais, públicos ou privados. Atualmente, preocupam-se em evidenciar os pontos positivos e mascarar os negativos para se mostrarem merecedoras de credibilidade, que suas propostas serão concretizadas e bem geridas”. O espaço urbano é o conjunto de cristalizações de diferentes momentos históricos que se configuram no presente em potenciais propulsores ou obstáculos ao seu desenvolvimento. Os fatores que geram conflitos são: os diferentes contextos históricos e geográficos de evolução dos espaços já que coexistem em formas produtivas de tempos distintos. Portanto, ser gestor urbano obriga a conviver com o desafio de promover mudanças, com a colaboração de agentes sociais, econômicos e políticos. TEMA: O PAPEL DAS CIDADES NO MUNDO GLOBALIZADO “Com o processo de globalização, as cidades deixam de ser objetos dos governos centrais (nacionais) e assumem novos papéis perante a população e aos poderes centrais. Desta maneira, as cidades passam a ser articuladores entre as entidades governamentais, iniciativa privada e sociedade. Como consequência, a imagem perante o cenário mundial passa a ser muito importante, mostrando-se como cidades estruturadas e responsáveis social e economicamente. É importante ressaltaros pontos positivos de cada local, com o objetivo de atrair investimentos. Alguns exemplos da competitividade entre as cidades é a disputa por sediar grandes eventos esportivos e culturais. ” O papel de protagonistas no cenário mundial assumido pelas cidades provocou mudanças na forma de gerir à medida que os municípios obtiveram maior autonomia em relação ao poder central, e também a iniciativa privada e a sociedade civil tornaram-se atores importantes para sua gestão. Como consequência, a imagem das cidades passa a ser essencial, como uma forma de ressaltar as vantagens de cada local para atrair investimentos. TEMA: A CONFIGURAÇÃO URBANA BRASILEIRA - OS AGLOMERADOS URBANOS “Na década de 1980, as 14 áreas urbanas que possuíam mais de 500 mil habitantes estavam na Região Sudeste e correspondiam à 1/ 3 da população adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 5 brasileira (Faria, 1983). Segundo Santos (2005), o Sudeste tinha taxa de urbanização de 82,79%, seguido pelo Centro-oeste (67,75%), Sul (62,41%), Norte (51,69%) e Nordeste (50,44%). Atualmente, a população brasileira vive predominantemente em áreas urbanas. Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice que era de 81% em 2000 aumentou para 84% em 2010 (IBGE, 2011). O índice brasileiro é elevado se comparado à população mundial que passou a ser mais urbana que rural em 2007 (ONU, 2007b). No Brasil 67 municípios têm população exclusivamente urbana e 775 são considerados urbanos. ” Segundo Yamawaki (2012), no Brasil a população brasileira é hierarquizada e complexa, principalmente no que se refere à representatividade econômica de cada região. As áreas metropolitanas que concentram as riquezas são conhecidas por aglomerados urbanos e polarizam o território brasileiro em escala “nacional, regional e local”. Complementação se necessário, mas não obrigatório pelo aluno – e hierarquizam os municípios das Regiões Metropolitanas, segundo o grau de integração com a dinâmica metropolitana. TEMA: O CONTEXTO URBANO NO BRASIL: ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS – O NOVO PAPEL DO GOVERNO O papel do governo atualmente é habilitador. Na medida em que deve possibilitar a adoção de práticas de interação entre o governo e as forças de mercado e da sociedade, por meio das quais é definido o interesse público. TEMA: GOVERNANÇA O conceito de “Governança”: “Padrões de interação entre instituições governamentais, agentes do mercado e atores sociais que realizem a coordenação entre eles, que simultaneamente promovem ação de inclusão social e asseguram e ampliam a participação social nos processos decisórios de políticas públicas. ” TEMA: GOVERNO ELETRÔNICO O Governo Eletrônico (e-government ou e-gov) é a contínua otimização da prestação de serviços do governo, da participação dos cidadãos e da administração pública pela transformação das relações internas e externas através da tecnologia, da Internet e dos novos meios de comunicação. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 6 TEMA: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL Segundo Yamawaki e Levi (2012), o conceito de Administração pública gerencial (New Public Management – NPM). Pressupõe aplicar nas organizações públicas os modelos de gestão utilizados na iniciativa privada e os conceitos de administração estratégica, visando à busca por resultados. TEMA: O MODELO DEMOCRÁTICO-PARTICIPATIVO Atualmente, verifica-se que as instituições e os mecanismos democráticos têm se mostrado limitados e incapazes de atender aos anseios dos cidadãos, o que traz para a administração pública a necessidade de aderir a novos instrumentos de gestão e controle das cidades. O conceito de Democrático-participativo: O modelo democrático – participativo visa à participação popular nas decisões governamentais. É caracterizado pela implementação nos municípios dos conselhos populares e o orçamento participativo, objetivando ampliar o relacionamento entre sociedade e Estado. TEMA: DISCUSSÃO – O CONCEITO DE “LUGAR” Conforme abordado por Yamawaki e Salvi (2012) o significado de “Lugar”: é a porção do espaço onde um grupo de pessoas ou um indivíduo sedimentam seus valores culturais de modo a depositar nele suas referências, sem que, no entanto, tais valores sejam a ordem materializada de suas vidas ou de outros que aí se encontrem, mas que sirvam como sua identificação no espaço. TEMA: PATRIMÔNIO NATURAL A palavra patrimônio está associada à noção de herança, de bens de família. A ideia do patrimônio comum a um grupo social que define sua identidade e que, portanto, é merecedor de proteção nasce no final do século XVIII (Babelon; Chastel, 1994, p. 5). Para elencar quais patrimônios deveriam ser preservados, foi preciso estabelecer limites físicos e conceituais, regras e leis. Foi o Estado Nacional que veio assegurar, mediante práticas específicas, a sua preservação. A noção de patrimônio se inseriu no projeto de construção de uma identidade nacional e passou a servir ao processo de consolidação dos Estados-Nação modernos (Fonseca apud Yamawaki, 2012). É considerada patrimônio natural uma área natural de características singulares de beleza cênica, que apresente adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 7 rastros do passado ou a existência de espécies endêmicas (peculiares de um determinado lugar). É necessário que haja preservação da área para manter um registro natural, para possibilitar estudos do ambiente e da espécie, para que permaneçam existindo e para monitorar os impactos das transformações decorrentes do meio urbano. TEMA: PATRIMÔNIO E MEIO URBANO Desterritorialização: processo que ocorre na organização de uma porção do espaço, pela inserção ou transformação de técnicas, ideias ou objetos, alterando o regime de influência de fixos e fluxos. Pode afetar diretamente objetos e ações, assim como hierarquia de valores que determinam a identidade de um lugar ou o regime de influências de um território. TEMA: DEGRADAÇÃO URBANA “Reverter o processo de degradação de locais que perderam seu significado tem sido preocupação frequente de planejadores e gestores urbanos. Muitas são as definições para intervenções urbanísticas nesse sentido. O prefixo re-indica movimento de volta, fazer de novo. As definições de requalificação e revitalização, entre outras, são utilizadas de maneira peculiar em cada pais, havendo, todavia, tentativas de universalização da nomenclatura e das tipologias de projeto. Foucault em 1979 para designar o estudo que objetivava a salubridade, visava à “higienização” e o embelezamento das cidades: utiliza o termo medicina urbana.. Deterioração e Degradação urbana correspondem à perda de sua função, ao dano ou ruína de suas estruturas físicas ou ao rebaixamento do nível do valor das transações econômicas de um determinado lugar. TEMA: O CONCEITO DE TERRAIN VAGUES As mudanças na economia mundial transformam o perfil das atividades urbanas, deslocando indústrias para cidades de menor porte e confirmando a vocação dos grandes centros para a oferta de serviços, principalmente os ligados à tecnologia.Constatadas por Castells (1999, p. 10), essas tendências mundiais podem ter contribuído para o declínio de antigas áreas industriais [...]. Essas áreas em processo de degradação ou subutilizadas, centrais dentro da malha urbana, dotadas de infraestrutura e detentoras de significados do passado e do presente, ficam à margem da lógica de fluxos e da organização utilitária. ” O conceito de Terrain vagues: são locais que suscitam a memória de um passado ainda não adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 8 apagado pela cidade contemporânea, correspondendo a lugares residuais, como decorrência da especulação imobiliária ou à sua margem. TEMA: DESAFIOS DA GESTÃO DO PATRIMÔNIO NO BRASIL – A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA Com o crescimento acelerado das cidades, algumas áreas – principalmente as áreas centrais – passaram por um acelerado processo de degradação. Como se caracteriza o processo de degradação de algumas áreas do meio urbano: a degradação de uma área está ligada à perda de sua função, ao dano ou ruína de suas estruturas físicas e ao rebaixamento do nível do valor das transações econômicas. Pode-se considerar, ainda, que a degradação dos espaços acontece quando, além das estruturas, verifica-se a reverberação da mesma situação nos grupos sociais; as atividades ali desenvolvidas são substituídas por outras de menor valor. Dessa maneira, a população residente tende a deslocarse para outros locais, diminuindo a arrecadação de impostos e, consequentemente, menores investimentos por parte do poder público ocorrem no local. Sendo assim, a degradação de uma área está atrelada à mudança das funções anteriormente desenvolvidas, danos às estruturas físicas e, consequente, menor valor das transações econômicas. Segundo Yamawaki e Salvi (2013), em 1995, a Carta de Lisboa definiu a Reabilitação Urbana com a estratégia de gestão urbana que procura requalificar a cidade existente através de intervenções múltiplas destinadas a valorizara as potencialidades sociais, econômicas e funcionais. O objetivo principal da Reabilitação Urbana e o que é precisa fazer para se alcançar esse objetivo: o objetivo é melhorar a qualidade de vida das populações residentes, o que exige o melhoramento das condições físicas do parque construído pela sua reabilitação, instalação de equipamentos, infraestruturas, espaços públicos, mantendo a identidade e as características da área da cidade a que dizem respeito. A relação entre estes dois fatores: especulação imobiliária e preservação do patrimônio histórico cultural: diante da pouca disponibilidade de terra nas áreas urbanas infraestruturadas e do alto preço desta terra, a especulação imobiliária muitas vezes exerce pressão para que aqueles imóveis tombados pelo patrimônio histórico (ou que possam vir a ser tombados) sejam substituídos por outras edificações. Sendo assim, a preservação do patrimônio histórico cultural, principalmente quando de edificações em áreas urbanas valorizadas, sofre pressão por parte dos especuladores imobiliários para serem substituídos ou descaracterizados para obtenção de maior lucro na negociação dos imóveis. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 9 TEMA: O PREDOMÍNIO DO AUTOMÓVEL NO ESPAÇO URBANO – O CONCEITO DE TRAFFIC CALM Para promover a facilidade de deslocamento aos diversos públicos, é preciso disponibilizar variados meios de transporte, motorizados e não motorizados, que propiciem o atendimento de necessidades individuais e coletivas, objetivando minimizar externalidades negativas (poluição do ar e rios, ruídos, conflitos entre modais e pedestres, acidentes, ilhas de calor, efeitos psicológicos - estresse, fobias) ”. O Traffic calming é “um conjunto de técnicas para reduzir os efeitos negativos do trânsito no sentido de mudar o comportamento dos motoristas e a velocidade de tráfego, principalmente em vias que se encontram em áreas residenciais, comerciais ou de lazer”. TEMA: A CONDIÇÃO DO PEDESTRES - MOBILIDADE URBANA “A influência política das indústrias automobilísticas ligadas ao petróleo, que reforçavam a associação da ideia de liberdade (direito de ir e vir) ao veículo individual, produziu na maioria das cidades uma divisão desigual dos espaços urbanos desde a década de 1950. Os urbanistas, ao considerarem o veículo automotor no planejamento urbano, propuseram um novo modelo de cidade que culminou na Carta de Atenas (Iphan, 1933). ” Sabe-se que esse documento criado em 1993, pelo Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (Ciam), recebeu o nome de Carta de Atenas. A proposta desse documento: A Carta de Atenas propunha a separação das funções urbanas e seu acesso por meio de automóveis. A intenção do Ciam era separar a circulação de veículos automotores dos pedestres, pois considerava essa interação um risco. TEMA: A CONDIÇÃO DO PEDESTRE - DESLOCAMENTO E ESPAÇO URBANO Democratizar o espaço urbano e incentivar modais de transporte alternativos estão entre as ações que devem ser utilizadas pela administração pública. Mobilidade urbana é o termo que está relacionado ao amplo acesso aos espaços público e privado, com a preocupação de facilitar o deslocamento de pessoas e materiais. TEMA: DESLOCAMENTO E ESPAÇO URBANO adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 10 “Vários estudos sobre planejamento urbano e transportes não consideram as diferenças na capacidade de mobilidade das pessoas, implementando soluções que, na prática, são pouco abrangentes. De acordo com Aguiar, Ramos e Silva (2009, p. 6), são fatores a serem considerados nos projetos de acessibilidade: a idade (crianças, adultos e idosos), a condição física permanente (deficiências físicas, sensoriais, mentais, estatura, condicionamento físico), a provisória (gravidez, fraturas, obesidade) e a momentânea (pessoas ao carregarem carga, volume) ”. TEMA: A GESTÃO DO ESPAÇO DE CIRCULAÇÃO - ENTIDADES GOVERNAMENTAIS Sistema Nacional de Trânsito (STN): Existe no Brasil, um conjunto de órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios que têm por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. A Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana (Semob), que também faz parte do Ministério das Cidades, objetiva “formular e implementar políticas de mobilidade urbana sustentável, entendida como a reunião de políticas de transporte e circulação integrada com a política de desenvolvimento urbano, com a finalidade de proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano” (Brasil, 2006b). TEMA: MOBILIDADE URBANA De acordo com Vasconcelos apud Yamawaki e Salvi (2013), define 03 (três) áreas de conhecimento que devem agir em conjunto no que se refere a gestão municipal da mobilidade urbana: o planejamento urbano, o planejamento de transportes e o planejamento de circulação. O PLANEJAMENTO URBANO é responsável pelo uso e pela ocupação do solo urbano; o PLANEJAMENTO DE TRANSPORTESé responsável por definir a estrutura de circulação, os pontos de acesso e as conexões, além da oferta física e operacional dos sistemas de transporte; e o PLANEJAMENTO DE CIRCULAÇAO é responsável por distribuir o espaço público destinado à circulação entre os diversos usuários. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 11 TEMA: POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A SEGURANÇA “Soares (2001) apud Yamawaki (2012) salienta que as "políticas de segurança podem ser relevantes, mesmo que só consigam produzir efeitos no âmbito do desempenho policial". O autor propõe três linhas de orientação à mudança: Modernização (tecnológica - especialmente na polícia técnica - e gerencial e a qualificação policial), MORALIZAÇÃO (controles interno e externo) e PARTICIPAÇÃO comunitária, mediante centros de referência e conselhos”. Georreferenciamento: é uma ferramenta que corresponde ao conjunto de tecnologias para o mapeamento do crime e da violência (que identifica os pontos de maior incidência TEMA: SEGURANÇA PÚBLICA E ESPAÇO URBANO - DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS “A fragmentação do espaço urbano, que privilegia a infraestrutura de algumas áreas em detrimento de outras, acentua ainda mais as desigualdades socioeconômicas preexistentes. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 1999) demonstra que as áreas com acentuado crescimento da criminalidade são as que detêm os mais baixos indicadores de desenvolvimento humano (IDHs). No entanto, não se pode relacionar de maneira direta pobreza com violência, pois apenas uma pequena parcela dos residentes em aglomerados subnormais comete delitos (BID, 1999). “De acordo com pesquisa realizada por Gomes (2005), onde comparou áreas de Salvador com moradores de baixa renda e constatou que há correlação entre a pobreza e a violência, porém, os índices encontrados nessa pesquisa também mostram que não são muito maiores que os encontrados na população de renda mais alta. Segundo a mesma pesquisa, a criminalidade se concentra mais nas favelas. De acordo com Gomes (2005), a criminalidade se concentra nas favelas porque a infraestrutura e os equipamentos urbanos (escolas, creches, postos de saúde, etc.) são escassos, de má qualidade ou inexistentes. Verifica-se também, que as condições de habitabilidade são ruins e o espaço público é desordenado. Conclui-se que a ausência do Poder Público e de Políticas Públicas adequadas são os maiores causadores dessa concentração de criminalidade. TEMA: AS CONSEQUÊNCIAS DA CRIMINALIDADE NA URBANIZAÇÃO adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 12 As mudanças atuais na configuração do espaço urbano, principalmente em países como o Brasil, estão fortemente relacionadas à insegurança. Os locais em que o crime organizado está instala (favelas) não se beneficiam dos lucros proveniente do comércio ilegal de armas e drogas. Surgem, por toda malha urbana, condomínios residenciais fechados e complexos de edifícios multifuncionais para os segmentos mais ricos da sociedade. TEMA: O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO De acordo com Schneider e Durli (2009) apud Yamawaki (2012), essa nova configuração foi uma resposta do Governo Federal à necessidade de melhoria desse nível de ensino. O aumento dos anos de escolarização não é determinante para a melhoria da qualidade do ensino. No entanto, essa é considerada uma medida que eleva o nível de formação e melhora a apreensão do conhecimento (Unesco; Oreale, 2001). TEMA: QUALIDADE DE VIDA “O interesse pelo conceito de qualidade de vida na área da saúde é resultante da constatação de que o processo saúde-doença é multifatorial e complexo, em virtude da influência de aspectos econômicos, socioculturais, experiências pessoais e estilos de vida. Com base nisso, a melhoria da qualidade de vida passou a ser o objetivo fim tanto das práticas assistenciais quanto das políticas públicas, para o setor, nos campos da promoção da saúde e da prevenção de doenças (Seidl; Zannon apud Yamawaki e Salvi, capítulo 6, 2013). Como contribuição para o entendimento do conceito de qualidade relacionado à saúde, Smith et al citados por Seidl e Sannon indicaram três grandes dimensões na percepção de qualidade de vida e do estado da saúde que são: saúde mental, funcionamento físico e funcionamento social. TEMA: QUALIDADE DE VIDA A Constituição Federal de 1988 trouxe avanços significativos em relação a temática do meio ambiente e a sua proteção jurídica, se comparada às Constituições anteriormente elaboradas no Brasil. Segundo Antunes (2004), as adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 13 Leis Fundamentais anteriores abordavam o tema de forma não sistemática e incompleta, restringindo-se a tratar o meio ambiente somente sob a ótica econômica. Na instituição da Constituição de 1988, a questão da relevância do meio ambiente é abordada claramente. A Lei Maior em seu art. 225 estabelece que: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (Brasil, 1988). TEMA: POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE “A Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, "Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências" (Brasil, 1981). O art. 2° determina dez princípios que devem ser considerados para assegurar as condições necessárias ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade humana. ” Os princípios norteadores da Política Nacional do Meio Ambiente: esses princípios determinam que o meio ambiente passe a ser considerado patrimônio público e, em função disso, que a ação governamental prime pela manutenção do equilíbrio ecológico, tendo em vista o uso coletivo desse recurso. TEMA: ECOLOGIA URBANA - CRISES AMBIENTAIS “A cidade representa um local de consumo que se encontra normalmente distante dos centros produtores dos recursos energéticos que viabilizam o seu sustento. Sob o ponto de vista da termodinâmica, os acúmulos de resíduos e os excessos de energia e poluentes provocam a sua transformação em um sistema em permanente desequilíbrio (Mota, 1999). ” Segundo Hough apud Yamawaki e Salvi (2013), existe um paradoxo nas formas de compreensão das crises ambientais urbanas e do meio natural. O paradoxo reside no fato de que enquanto a preocupação com os problemas ambientais é crescente, a população, em geral, evita o enfrentamento das questões ambientais relativas à sua própria cidade. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 14 TEMA: POLÍTICA HABITACIONAL “Em relação ao meio urbano, o final do século XIX e o início do século XX se caracterizaram pelas primeiras intervenções urbanas, influenciadas pelo movimento higienista europeu, que tinha o objetivo de conter epidemias, embelezar a cidade e atrair investimentosexternos. Para isso, seria necessário afastar a população de baixa renda das áreas centrais, que habitava cortiços (moradias populares), os quais, em cidades como o Rio de Janeiro, apresentavam focos de doenças causadas pela insalubridade e ameaça à segurança pelos frequentes levantes populares (Maricato, 1997; Ferreira, 2005). Assim, os cortiços foram removidos para dar lugar a construção de espaços públicos e a abertura de grandes avenidas, o que induziu a migração de seus habitantes em direção aos morros mais próximos do centro. ” Até a década de 30, as moradias populares de áreas centrais da cidade e dos bairros mais industrializados eram vilas operárias horizontais, construídas no entorno fabril, muitas vezes subsidiadas pelas empresas para moradia de seus funcionários. (Cordeiro apud Yamawaki e Salvi, 2013). As políticas habitacionais nas décadas de 1940 e 1950: as mudanças no cenário habitacional ocorridas a partir da década de 40, no século XX, conforme abordado no trecho do livro abaixo, que serve como direcionamento de resposta. O Estado, ao verificar que a população aumentava rapidamente, a partir da década de 1930, realizou as suas primeiras intervenções no setor habitacional, com o objetivo de incentivar a ocupação áreas de expansão urbana. A população passou a ocupar as periferias das cidades, desprovidas de infraestrutura, o que iniciou o processo de conformação centro-periferia. A partir do acentuado desenvolvimento industrial da década de 50, as desigualdades sociais foram se acentuando, já que as áreas urbanas não estavam preparadas para receber um aumento tão significativo de sua população. Assim, as políticas habitacionais das décadas de 40 e 50 foram conduzidas no sentido de remover a população residente em áreas irregulares e assentá-las em grandes conjuntos habitacionais periféricos, muitas vezes desconectados da malha urbana existente. A Constituição Federal de 1988 instituiu a MORADIA como um dos direitos sociais de todo cidadão, incumbindo ao Estado a promoção dos meios adequados para garanti-la. Os arts. 182 e 183 da Lei Maior, além do empoderamento dos municípios, permitiram a criação de instrumentos de reforma urbana e de regularização fundiária (Alfonsín apud Yamawaki e Salvi, 2013). Segundo Cardoso (2003) existe na política habitacional atual, uma forte influência da modelo implementado pelo BNH. Os elementos da política habitacional atual que apresentam essa proximidade com o modelo do BNH: Conforme Cardoso apud Yamawaki e Salvi (2013), o modelo adotado pela política habitacional se mostra inadequado porque se concentra novamente em uma única fonte de recursos para investimentos habitacionais, o FGTS, o que reitera a dependência dos governos locais às iniciativas do Governo Federal e adilsilva Realce adilsilva Realce 15 demonstra que a visão de ainda muitos técnicos do setor que continua atrelada à ideia de que construir conjuntos habitacionais é política habitacional. TEMA: DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA Atualmente, países de todo mundo voltam as suas atenções para a importância da preservação e conservação dos recursos hídricos, pois embora saibamos que a maior parte da superfície terrestre seja coberta por água, 97,5% dessa água é salgada e apenas os 2,5% restantes compõem-se de água doce. Segundo Tucci apud Yamawaki e Salvi (2013), as reservas mundiais de água por pessoa que antes eram de 16,8 mil m³ por pessoa, atualmente correspondem à 7,3 mil m³ per capita. São os principais fatores que contribuem para a diminuição de água por pessoas: as razões que levaram à uma diminuição tão drástica do volume de água doce disponível para cada pessoa, conforme abordado no trecho abaixo, que serve como direcionamento de resposta. A diminuição do volume de água por pessoa está relacionada, entre outros fatores, ao crescimento populacional, à industrialização, à expansão agrícola e ao aumento da contaminação dos corpos d’água. Vale ressaltar que a distribuição das formas de consumo de água se dá de maneira desigual, pois apenas 10% desta se destina ao uso doméstico, enquanto a indústria e a agricultura consomem, respectivamente, 21% e 69%. TEMA: ABASTECIMENTO DE ÁGUA Sob o ponto de vista da disponibilidade de recursos hídricos, o Brasil pode ser considerado como um país privilegiado, tendo em vista possuir em seu território 12% do volume de água doce superficial existente no planeta (Agência Nacional de Águas – ANA, 2010). Porém, a relação entre a oferta e a demanda, em virtude das características peculiares da geoclimáticas e do desenvolvimento urbano do país, essa relação apresenta uma série de desafios a serem transpostos. Segundo as informações contidas em uma pesquisa realizada pela ANA entre os anos de 2008 e 2009, chegou-se a um diagnóstico sobre a oferta de água existente no Brasil. Dentre os 2962 municípios estudados, 77% da população brasileira à época, realizou-se uma classificação quanto à oferta do abastecimento urbano. As classificações adotadas pela ANA em relação aos municípios analisados e seus recursos hídricos: de acordo com a pesquisa abordada no capítulo X do livro: Satisfatório: os mananciais e os sistemas produtores atendem aos critérios de quantidade e qualidade. (35,9 % dos municípios analisados); Requer ampliação do sistema: sistema produtor não atende à demanda projetada. (13,4% dos municípios analisados); Requer novo manancial: manancial não atende aos critérios de avaliação, problema de quantidade e/ou de qualidade. (50,7 % dos municípios analisados). adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce 16 TEMA: RESÍDUOS SÓLIDOS O lixo urbano é uma forma de poluição que exerce intenso impacto negativo sobre o solo, o ar e recursos hídricos. Durante muitas décadas, seu gerenciamento ficou restrito a questões relativas apenas ao recolhimento e ao afastamento dos resíduos das áreas urbanas. Os planos de gestão integrada de resíduos sólidos, bem como os para gerenciamento dos demais serviços de saneamento básico, devem ser elaborados para um período de 20 anos, avaliados anualmente e revisados a cada 4 anos. A gestão de resíduos sólidos urbanos é uma tarefa complexa e que deve ser tratada de forma permanente pelas administrações. Um novo paradigma, entretanto, deve auxiliar na solução desse antigo problema: a visão de que boa parte do que era antes designado como lixo não é para ser descartado, mas sim reaproveitado como fonte de matéria e energia em sistemas produtivos inovadores e tecnológicos, muitos dos quais deverão ainda ser desenvolvidos. adilsilva Realce adilsilva Realce adilsilva Realce
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