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188308050718 PRF LEGISL ESPEC LEI1134306

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Lei 11.343/06 
 
Tráfico de drogas é crime equiparado a hediondo, regulado pela Lei 11.343/06. Leia o artigo 5º, XLIII, da Consti-
tuição Federal: 
 
Art. 5º. (...) 
(...) 
 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfi-
co ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
 
Sobre a aplicação da lei no tempo (a revogada Lei 6.368/76 ou a vigente Lei 11.343/06), é importante a leitura da 
Súmula 501/STJ: 
 
Súmula 501/STJ - É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidên-
cia das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 
6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis. 
 
Os crimes previstos na Lei 11.343/06 são normas penais em branco (dependem de complemento). O complemen-
to é dado por portaria (da ANVISA) e, se a droga for retirada da lista de substâncias proibidas, o fato passará a ser 
atípico (gerando, inclusive, abolitio criminis). Veja exemplo do cloreto de etila (lança-perfume), que foi retirado da 
lista de produtos proibidos por 8 dias (o STJ não admitiu a abolitio criminis nesse caso concreto): 
 
EMENTA: AÇÃO PENAL. Tráfico de entorpecentes. Comercialização de "lança-perfume". Edição válida da 
Resolução ANVISA nº 104/2000. Retirada do cloreto de etila da lista de substâncias psicotrópicas de uso 
proscrito. Abolitio criminis. Republicação da Resolução. Irrelevância. Retroatividade da lei penal mais be-
néfica. HC concedido. A edição, por autoridade competente e de acordo com as disposições regimentais, 
da Resolução ANVISA nº 104, de 7/12/2000, retirou o cloreto de etila da lista de substâncias psicotrópicas 
de uso proscrito durante a sua vigência, tornando atípicos o uso e tráfico da substância até a nova edição 
da Resolução, e extinguindo a punibilidade dos fatos ocorridos antes da primeira portaria, nos termos do 
art. 5º, XL, da Constituição Federal (HC 94397, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado 
em 09/03/2010, DJe-071 DIVULG 22-04-2010 PUBLIC 23-04-2010 EMENT VOL-02398-02 PP-00237) 
 
Leia o artigo 243 da Constituição Federal: 
 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas 
ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e 
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietá-
rio e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo 
especial com destinação específica, na forma da lei. 
 
Cumpre-nos analisar os crimes previstos na Lei 11.343/06. 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas: 
 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas 
destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência 
física ou psíquica. 
 
 
 
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§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantida-
de da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias 
sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 
(cinco) meses. 
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas 
pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educa-
cionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrati-
vos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e de-
pendentes de drogas. 
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a 
que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: 
 
I - admoestação verbal; 
II - multa. 
 
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabeleci-
mento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. 
 
Com a entrada em vigor da Lei 11.343/06, surgiu a seguinte dúvida: o usuário que porta droga para consumo pró-
prio comete crime? 
 
O posicionamento do artigo na lei (no capítulo III - que trata dos crimes e das penas), a análise do procedimento 
prescrito no mandamento legal para quem pratica a conduta descrita o artigo 28 (que corre perante o juizado es-
pecial criminal – artigo 48, § 1º, da Lei 11.343/06) e o disposto no artigo 30 da Lei 11.343/06 (prescrição em dois 
anos para o crime do artigo 28), deixam claro que a posse de drogas para consumo é crime. O Supremo Tribunal 
Federal segue essa linha; 
 
Trata-se, destarte, de crime, de competência do juizado especial criminal. É crime de ação múltipla ou conteúdo 
variado (a prática de mais de um dos verbos no mesmo contexto fático se traduz em crime único) e norma penal 
em branco heterogênea (porque complementada por uma portaria). 
 
Usar droga é crime? 
 
Protege-se, com o tipo, a saúde pública (não se trata de punir quem quer causar danos à própria saúde). Trata-se 
de crime de perigo abstrato, que pode ser cometido por qualquer pessoa (comum). O sujeito passivo é o Estado. 
A modalidade adquirir é instantânea (há entendimento no sentido de que esta modalidade se consuma com o 
fechamento do “negócio”, independente da efetiva entrega da droga); trazer consigo, guardar, ter em depósito e 
transportar são crimes permanentes. 
 
ATENÇÃO: a condenação pela prática do crime do artigo 28 da Lei 11.343/06 gera reincidência. Vide julgado: 
 
A condenação por porte de drogas para consumo próprio (art. 28 da Lei 11.343/2006) transitada em julgado 
gera reincidência. Isso porque a referida conduta foi apenas despenalizada pela nova Lei de Drogas, mas 
não descriminalizada (abolitio criminis). Precedentes citados: HC 292.292-SP, Sexta Turma, DJe 25/6/2014; 
HC 266.827-SP, Sexta Turma, DJe 11/4/2014; e HC 194.921-SP, Quinta Turma, DJe 23/8/2013 (HC 275.126-
SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/9/2014). 
 
Leia os artigos de 29 e 30 da Lei 11.343/06. 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, 
ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou forne-
cer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar: 
 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) 
dias-multa. 
 
 
 
 
 
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§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 
 
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em de-
pósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legalou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à prepara-
ção de drogas; 
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou 
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
 
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274) 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 
 
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos 
a consumirem: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhen-
tos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. 
 
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a 
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de 
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
 
Protege-se a saúde pública. O crime pode ser cometido por qualquer pessoa (crime comum). Trata-se de tipo 
alternativo (ou misto ou de conteúdo variado) e o sujeito passivo é a coletividade. É norma penal em branco. 
 
Para atestar a materialidade, deve-se fazer exame pericial com o fito de constatar quimicamente que se trata de 
droga proscrita (para materialização do flagrante e oferecimento/recebimento da denúncia, é suficiente laudo de 
constatação preliminar – artigo 50, § 1º, da Lei 11.343/06; para condenação, exige-se laudo definitivo). 
 
O STJ entende ser possível aplicar o princípio da consunção, permitindo concluir que o crime de porte ilegal de 
arma de fogo pode ser absorvido pelo de tráfico de drogas, quando a arma é usada para assegurar o sucesso da 
mercancia ilícita. 
 
Traficante condenado a pena não superior a quatro anos (tráfico privilegiado – artigo 33, § 4º, da Lei 11.343/06) 
pode ter sua pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos (caso cumpra os reclames do artigo 
44, do CP – STF, HC 97.256/RS, j. em 1/9/2010 – a Resolução 5/2012, do Senado Federal, suspendeu a parte do 
dispositivo que vedava a substituição) – não se trata de crime equiparado a hediondo (a Súmula 512/STJ foi can-
celada). 
 
A importação de sementes de maconha é crime de tráfico de drogas (STF e STJ não admitem insignificância na 
prática de tráfico). 
 
Quanto à competência para julgamento do crime de tráfico de drogas, vide Súmulas 522 do STF e 528 do STJ: 
 
Súmula 522/STF - Salvo ocorrência de tráfico para o exterior, quando, então, a competência será da justiça 
federal, compete à justiça dos estados o processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes. 
 
Súmula 528/STJ - Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetido do exterior pela via 
postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. 
 
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, pos-
suir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto 
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar: 
 
 
 
 
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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos 
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: 
 
Trata-se do crime de associação para o tráfico. Pode ser aplicado em concurso com o crime do artigo 33, bastan-
do que estejam envolvidas pelo menos duas pessoas (apesar da dicção do artigo, exige-se estabilidade e perma-
nência), com o fito de cometer os crimes do artigo 33 (caput e parágrafo 1º) ou 34 (punição em concurso é materi-
al) – não é crime equiparado a hediondo; 
 
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 
desta Lei: 
 
O artigo 36 da Lei 11.343/06 tem pena mais severa que a do próprio tráfico. Cumpre anotar que não é possível 
imputar ao agente a prática dos crimes previstos nos artigos 33 e 36 da Lei 11.343/06 em concurso. 
 
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qual-
quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: 
 
Para responsabilizar o agente pelo crime do artigo 37 da Lei 11.343/06 é necessário que ele não participe efeti-
vamente do tráfico; 
 
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em 
doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-
multa. 
 
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que 
pertença o agente. 
 
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a inco-
lumidade de outrem: 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação 
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamen-
to de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. 
 
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (qua-
tro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput 
deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. 
 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
 
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato eviden-
ciarem a transnacionalidade do delito; 
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educa-
ção, poder familiar, guarda ou vigilância; 
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de 
ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou 
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de 
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de uni-
dades militares ou policiais ou em transportes públicos; 
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer pro-
cesso de intimidação difusa ou coletiva; 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; 
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, 
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; 
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. 
 
Leia o informativo 547/STJ: 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL. CAUSA DE AUMENTO DA PENA DO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS EM TRANSPORTE 
PÚBLICO. A utilização de transporte público com a única finalidade de levar a droga ao destino, de forma 
oculta, sem o intuito de disseminá-la entre os passageiros ou frequentadores do local, não implica a inci-
dência da causa de aumento de pena do inciso III do artigo 40 da Lei 11.343/2006. Precedente citado do 
STJ: REsp 1.345.827-AC, Quinta Turma, DJe 27/3/2014. Precedentes citados do STF: HC 119.782-MS, Pri-
meira Turma, DJe 3/2/2014;e HC 119.811-MS, Segunda Turma, DJe 1º/7/2014. REsp 1.443.214-MS, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/9/2014 (Vide Informativo n. 543). 
 
Leia as Súmulas 587 e 607 do STJ: 
 
Súmula 587/STJ - Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, inciso V, da lei 11.343/06 
é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre Estados da Federação, sendo suficiente a de-
monstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. 
 
Súmula 607/STJ - A majorante do tráfico transnacional de drogas (artigo 40, inciso I, da Lei 11.343/06) con-
figura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição 
de fronteiras. 
 
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo 
criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do 
produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. 
 
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Có-
digo Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do 
agente. 
 
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o 
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições eco-
nômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-
mínimo. 
 
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamen-
te, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las 
o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. 
 
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis 
de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas 
de direitos. 
 
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o 
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. 
 
É possível a concessão de liberdade provisória nos crimes tipificados na Lei 11.343/06; 
 
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração 
penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. 
 
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à 
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, 
na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. 
 
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previs-
tas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encami-
nhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na 
forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. 
 
 
 
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Leia a jurisprudência em teses do STJ (edições 45 e 60): 
 
EDIÇÃO 45 DA JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ 
 
1) Com o advento da Lei n. 11.343/2006, não houve descriminalização da conduta de porte de substância 
entorpecente para consumo pessoal, mas mera despenalização. 
 
2) A condenação transitada em julgado pela prática do tipo penal inserto no art. 28 da Lei n. 11.343/06 gera 
reincidência e maus antecedentes, sendo fundamento legal idôneo para majorar a pena. 
 
3) O princípio da insignificância não se aplica aos delitos de tráfico de drogas e porte de substância entor-
pecente para consumo próprio, pois trata-se de crimes de perigo abstrato ou presumido. 
 
5) Reconhecida a inconstitucionalidade da vedação prevista na parte final do §4º do art. 33 da Lei de Dro-
gas, admite-se a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos aos condenados pelo 
crime de tráfico de drogas, desde que preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. 
 
6) A utilização da reincidência como agravante genérica e circunstância que afasta a causa especial de 
diminuição da pena do crime de tráfico não caracteriza bis in idem . 
 
7) Reconhecida a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei n. 8.072/1990, é possível a fixação de regi-
me prisional diferente do fechado para o início do cumprimento de pena imposta ao condenado por tráfico 
de drogas, devendo o magistrado observar as regras previstas nos arts. 33 e 59 do Código Penal. 
 
8) É possível a concessão de liberdade provisória nos crimes de tráfico ilícito de entorpecentes. 
 
9) O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos e equipa-
rados, praticados antes do advento da Lei n. 11.464/07, deve ser o previsto no art. 112 da Lei de Execução 
Penal, qual seja, 1/6; posteriormente, passou-se a exigir o cumprimento de 2/5 da pena pelo réu primário e 
3/5 pelo reincidente. 
 
10) É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas 
disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, 
sendo vedada a combinação de leis. (Súmula 501/STJ) 
 
11) Para a caracterização do crime de associação para o tráfico é imprescindível o dolo de se associar 
com estabilidade e permanência. 
 
12) O delito de associação para o tráfico de drogas não possui natureza hedionda. 
 
13) O parágrafo único do art. 44 da Lei n. 11.343/2006 exige o cumprimento de 2/3 da pena para a obtenção 
do livramento condicional nos casos de condenação por associação para o tráfico (art. 35), ainda que este 
não seja hediondo, sendo vedado o benefício ao reincidente específico. 
 
14) O § 3º do art. 33 da Lei nº 11.343/06 traz tipo específico para aquele que fornece gratuitamente subs-
tância entorpecente a pessoa de seu relacionamento para juntos a consumirem e, por se tratar de norma 
penal mais benéfica, deve ser aplicado retroativamente. 
 
15) Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar 
e julgar o crime de tráfico internacional.(Súmula n. 528/STJ) 
 
16) A natureza e a quantidade da droga não podem ser utilizadas simultaneamente para justificar o aumen-
to da pena-base e afastar a redução prevista no §4º do art. 33 da Lei 11.343/06, sob pena de caracteri-
zar bis in idem . 
 
17) A causa de diminuição de pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas só pode ser aplicada se 
todos os requisitos, cumulativamente, estiverem presentes. 
 
 
 
 
 
 
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EDIÇÃO 60 DA JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ 
 
1) O tráfico de drogas é crime de ação múltipla e a prática de um dos verbos contidos no art. 33, caput, é 
suficiente para a consumação da infração, sendo prescindível a realização de atos de venda do entorpe-
cente. 
 
2) Não é cabível a concessão de indulto ao crime de tráfico de drogas, ainda que tenha sido aplicada a 
causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/06. 
 
3) A condenação simultânea nos crimes de tráfico e associação para o tráfico afasta a incidência da causa 
especial de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei n. 11.343/06 por estar evidenciada dedicação a ativi-
dades criminosas ou participação em organização criminosa. 
 
4) O agenteque transporta entorpecente no exercício da função de "mula" integra organização criminosa, 
o que afasta a aplicação da minorante estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/06. 
 
5) É possível que a causa de diminuição estabelecida no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/06 seja fixada em 
patamar diverso do máximo de 2/3, em razão da qualidade e da quantidade de droga apreendida. 
 
6) O juiz pode fixar regime inicial mais gravoso do que aquele relacionado unicamente com o quantum da 
pena ao considerar a natureza ou a quantidade da droga. 
 
7) A Lei n. 11.343/06 aboliu a majorante da associação eventual para o tráfico prevista no artigo 18, III, pri-
meira parte, da Lei n. 6.368/76. 
 
8) A incidência de mais de uma causa de aumento prevista no art. 40 da Lei n. 11.343/06 não implica a au-
tomática majoração da pena acima do mínimo (2/3) na terceira fase, pois a sua exasperação exige funda-
mentação concreta. 
 
9) O art. 40 da Lei n. 11.343/06 conferiu tratamento mais favorável às causas especiais de aumento de pe-
na, devendo ser aplicado retroativamente aos delitos cometidos sob a égide da Lei n. 6.368/76. 
 
10) Não acarreta bis in idem a incidência simultânea das majorantes previstas no art. 40 aos crimes de 
tráfico de drogas e de associação para fins de tráfico, porquanto são delitos autônomos, cujas penas de-
vem ser calculadas e fixadas separadamente. 
 
11) Não há bis in idem na aplicação da causa de aumento de pena pela transnacionalidade (art. 40, I, da Lei 
n. 11.343/06) com as condutas de importar e exportar previstas no caput do art. 33 da Lei de Drogas, por-
quanto o simples fato de o agente trazer consigo a droga já conduz à configuração da tipicidade formal do 
crime de tráfico. 
 
12) Configura-se a transnacionalidade do tráfico de drogas com a comprovação de que a substância tinha 
como destino ou origem outro país, independentemente da efetiva transposição de fronteiras. 
 
13) Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n. 11.343/06 é desnecessária a efetiva 
transposição de fronteiras entre estados, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de rea-
lizar o tráfico interestadual. 
 
14) As condutas anteriormente descritas no art. 12, § 2º, III, da Lei n. 6.368/76 foram mantidas pela nova Lei 
de Drogas, razão pela qual não há que se falar em abolitio criminis. 
 
15) A inobservância do rito procedimental que prevê a apresentação de defesa prévia antes do recebimen-
to da denúncia gera nulidade relativa desde que demonstrados eventuais prejuízos suportados pela defe-
sa. 
 
16) É dispensável a expedição de mandado de busca e apreensão domiciliar quando se trata de flagrante 
de crime permanente, como é o caso do tráfico ilícito de entorpecentes na modalidade guardar ou ter em 
depósito. 
 
 
 
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17) A posse de substância entorpecente para uso próprio configura crime doloso e, quando cometido no 
interior do estabelecimento prisional constitui falta grave, nos termos do art. 52 da Lei de Execução Penal 
- LEP (Lei n. 7.210/84). 
 
18) A comprovação da materialidade do delito de posse de drogas para uso próprio (artigo 28 da Lei 
n.11.343/06) exige a elaboração de laudo de constatação da substância entorpecente que evidencie a natu-
reza e a quantidade da substância apreendida. 
 
19) O laudo pericial definitivo atestando a ilicitude da droga afasta eventuais irregularidades do laudo pre-
liminar realizado na fase de investigação. 
 
20) O laudo de constatação preliminar da substância entorpecente constitui condição de procedibilidade 
para apuração do crime de tráfico de drogas. 
 
Fase policial 
 
Caso praticado o crime do artigo 28 da Lei 11.343/06, aplica-se o procedimento sumaríssimo, previsto na Lei 
9.099/95, conforme preceitua o artigo 48, § 1º, da Lei 11.343/06. O § 2º do mesmo artigo determina que na fase 
policial seja lavrado termo circunstanciado (dispensando-se, como regra, lavratura de auto de prisão em flagrante 
delito). 
 
Nos demais casos, quando da lavratura de auto de prisão em flagrante, a lei se conforma com confecção de laudo 
de constatação preliminar para atestar a materialidade delitiva (§ 1º, do artigo 50). O perito que subscrever o laudo 
preliminar não ficará impedido de participar do laudo definitivo (§ 2º, do artigo 50). 
 
Sobre a destruição de drogas – vide artigo 50, §§ 3º a 5º e artigo 50-A: 
 
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunica-
ção ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministé-
rio Público, em 24 (vinte e quatro) horas. 
 
(...) 
 
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regulari-
dade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se 
amostra necessária à realização do laudo definitivo. 
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) 
dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. 
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3o, sendo 
lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. 
 
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por inci-
neração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guardando-se amostra neces-
sária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 
50. 
 
O inquérito policial tem prazo de 30 dias se o indiciado estiver preso (o prazo pode ser duplicado pelo juiz, medi-
ante pedido justificado da autoridade policial) e 90 dias se solto – vide artigo 51. 
 
O artigo 52, I, determina que a autoridade policial relate o inquérito de forma circunstanciada. 
 
O artigo 53 trata das técnicas investigativas de infiltração policial e possibilidade de se retardar o flagrante (técnica 
de ação controlada, que demanda autorização judicial prévia, e que redunda na confecção do chamado flagrante 
retardado ou postergado). 
 
A ação controlada também é prevista na Lei 12.850/13 (organizações criminosas). O artigo 8, § 1º, da Lei 
12.850/13 reclama comunicação judicial prévia para uso da técnica (o juiz poderá estabelecer limites e comunica-
rá o MP). 
 
 
 
 
 
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Instrução criminal 
 
O MP terá prazo de 10 dias para requerer arquivamento do IP, requisitar novas diligências ou oferecer denúncia 
(arrolando até 5 testemunhas) – artigo 54. 
 
Após, de acordo com o artigo 55, o juiz notificará o denunciado para apresentar defesa escrita no prazo de 10 dias 
– defesa preliminar, antes do recebimento da denúncia. 
 
Se o juiz receber a denúncia, designará audiência de instrução e julgamento, para tanto citando o acusado e inti-
mado o MP. A audiência será realizada em 30 ou 90 dias. Na audiência, o juiz interrogará o acusado, ouvirá as 
testemunhas, ocorrerão os debates orais (20 minutos por parte) e, ao fim, sentenciará (caso não o faça em audi-
ência, terá o prazo de 10 dias para tanto). 
 
O Supremo Tribunal Federal decidiu, nos autos do HC 127.900/AM, que o interrogatório deve ser o último ato de 
instrução (mesmo que a legislação extravagante tenha previsão diversa) – o entendimento também é adotado 
pelo STJ; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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