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Acidentes na Segurança do Trabalho com foco no erro humano por motivo da perda da atenção 2

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO 
ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acidentes na Segurança do Trabalho 
com foco no erro humano por motivo da perda da atenção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luiz André de Mello Pauli 
RA 609106573 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2010 
 
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
UNINOVE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Luiz André de Mello Pauli 
 
RA 609106573 
 
 
 
 
 
 
 Acidentes na Segurança do Trabalho 
com foco no erro humano por motivo da perda da atenção 
 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado ao 
Curso de Especialização em 
Engenharia de Segurança do 
Trabalho da Universidade Nove de 
Julho. 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2010 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 04 
 
2. TEMA E CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 
2.1 Delimitação do Tema.......................................................................... 07 
2.2 Objetivo Geral..................................................................................... 07 
2.3 Objetivos Específicos......................................................................... 07 
2.4 Problema de Pesquisa........................................................................ 07 
2.5 Hipóteses............................................................................................. 08 
2.6 Justificativa e Relevância do Tema..................................................... 08 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 
3.1 O erro humano no acidente de trabalho 09 
3.2 Psicopatologia do trabalho – Desatenção 12 
3.3 Armadilhas da Consciência 21 
3.4 Propostas para redução de acidentes decorrentes da desatenção 22 
 
4. METODOLOGIA................................................................................... 
4.1 Caracterização do objeto e delineamento da pesquisa........................ 23 
 
5. CRONOGRAMA................................................................................... 24 
 
6. REFERÊNCIAS.................................................................................... 25 
 
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................... 27 
 
4 
1. INTRODUÇÃO 
Em toda e qualquer atividade conhecida por trabalho temos em comum a 
presença de um indivíduo e como cenário o ambiente onde se desenvolve a atividade 
profissional; seja esta urbana ou mesmo rural. O individuo, um ser complexo, traz 
consigo sua história de vida no contexto do ambiente físico dinâmico. Natural 
contemplar a cena com a expectativa de que o “indivíduo” em momento algum vá 
buscar, deliberadamente, produzir a si próprio algum mal, momentâneo ou permanente, 
função de sua atividade. 
É de se imaginar, no entanto, que desde a primeira atividade humana, 
naturalmente em um ambiente rural, tenha ocorrido o primeiro acidente em decorrência 
da falta de atenção, descuido, distração ou mesmo e com elevada probabilidade, pelo 
descuido por desconhecimento dos riscos envolvidos. Muitos séculos após, com um 
elevado grau de conhecimento, tecnologia, estudos e dedicação de especialistas 
debruçados sobre o tema “Segurança no Trabalho” ainda nos deparamos com 
surpreendentes números de acidentes no ambiente de trabalho, desde aqueles que 
causam desconfortos momentâneos até os fatais, ceifando vidas. 
Na relação existente entre saúde/doença e trabalho, Dejours (1992, p.13) afirma 
que: 
O trabalho nem sempre aparece, como tendíamos a considerar há dez anos 
nas pesquisas de Psicopatologia
1
 do Trabalho, como uma fonte de doença ou 
de infelicidade; ao contrário, ele é às vezes operador de saúde e de prazer. (...) 
o trabalho nunca é neutro em relação à saúde, e favorece seja a doença, ou 
seja, a saúde. 
Dados da OIT2 – Organização Internacional do Trabalho, em diversos trabalhos 
publicados, nos dão conta que somente causas naturais superam em número de casos 
fatais (morte) aos produzidos pelos acidentes de trabalho. Da mesma fonte sabemos 
 
1
 Psicopatologia: ramo da medicina relacionado à psiquiatria. Através da observação, busca do conhecimento e sistematização dos 
fenômenos psiquismo humano, oferecendo subsídios para que a psiquiatria possa coordenar ações corretivas e /ou preventivas. 
Disponível em: www.gballone.sites.uol.com.br/cursos/psicopato.html . Acesso em Mar./ 2010 . 
2
 OIT – Organização Internacional do Trabalho. O entendimento da sigla será o mesmo ao longo deste trabalho. 
5 
que cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem anualmente em todo o mundo decorrente 
de acidentes de trabalho e acometido por doenças de origem ocupacional. 
As razões para explicar o elevado número de ocorrências dos acidentes são as 
mais diversas, envolvendo falhas nos projetos dos sistemas de trabalho, dos 
equipamentos, das ferramentas, deficiência nos processos de manutenção dos diversos 
elementos componentes do trabalho. Ocupando lugar de destaque como causa dos 
acidentes de trabalho encontra-se o fator humano, compreendendo características 
psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades prevencionista, 
aspectos da personalidade, falta de atenção, entre outras (DI LASCIO, 2001). 
Estudiosos e teóricos como Freud (1948) e Adler (1941) já discutiam as características 
da “personalidade” envolvidas na produção das fatalidades. 
Desde a assinatura, em maio de 1999, do Decreto Federal 30481; o qual 
regulamenta a Previdência Social em nosso país; o Brasil conta com uma legislação 
bastante avançada nessa área, admitindo como doenças do trabalho patologias como 
depressão, alcoolismo, burnout3, envelhecimento precoce e outras (REGULAMENTO 
DA PREVIDENCIA SOCIAL, 1999)4. 
No trabalho: “Acidentes de Trabalho: fatores e influências comportamentais” 
apresentado em 2005 no XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção – Porto 
Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de novembro de 2005, por Gláucia T. Bardi de Moraes; 
Prof.Dr. Luiz Alberto Pilatti e Prof.Dr. João Luiz Kovaleski, temos a informação que no 
período de 1989 a 1991, os acidentes no Brasil e doenças profissionais custaram aos 
cofres públicos 10 bilhões de reais, anualmente; bem como que estimativas indicam 
que existe um potencial de dez acidentes de trabalhos por empregado/ano no Brasil. 
Neste cenário, acrescido das informações constantes no artigo: “Acidentes e mortes por 
acidentes de trabalho no Brasil (www.cecac.com.br) têm índices maiores que os das 
últimas guerras no mundo” justificam a investigação nos aspectos envolvidos na 
 
3
 Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido 
por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida 
profissional". KRAF, Ulrich.( Esgotamento Total, Revista Viver Mente e Cérebro, ed. 161, junho, 2006) 
4
 Disponível em http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3048.htm >. Acesso em Mar./ 2010. 
6 
gestão da segurança, a busca da compreensão de como e por que os acidentes 
acontecem. 
 As razões para explicar o elevado número de ocorrências dos acidentes são as 
mais diversas, envolvendo falhas nos projetos dos sistemas de trabalho, dos 
equipamentos, das ferramentas, deficiências nos processos de manutenção dos 
diversos elementos componentes do trabalho e ocupando lugar de destaque como 
causa dos acidentesde trabalho, encontra-se o fator humano, compreendendo 
características psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades 
prevencionista, entre outras (DELA COLETA, 1991). Diversos pesquisadores no campo 
da psicoterapia do trabalho citam Geller (1994), que em seu livro Cultura de Segurança 
Total, afirma que: um acidente nunca tem origem em apenas uma causa, mas em 
diversas, as quais vão se acumulando, até que uma última precede o ato imediato que 
ativa a situação do acidente. 
 
O trabalho de Glaucia Moraes divide as causas dos acidentes em: causas 
humanas; materiais e fortuitas. Define que: as causas humanas assentam em ações 
perigosas criadas pelo homem, cuja origem pode residir em diversos fatores tais como, 
incapacidade física ou mental, falta de conhecimento, experiência, motivação, stress, 
descumprimento de normas, regras e modos operatórios, dificuldade em lidar com a 
figura de autoridade, a distração, dentre outras. As causas materiais fundamentam-se 
em questões técnicas e físicas perigosas, apresentadas no meio ambiente quer natural, 
quer construído e ainda por defeitos dos equipamentos. Causas fortuitas são as mais 
raras, mas que por vezes constituem a causa única dos acidentes, nada tendo a ver 
com causas humanas e técnicas. 
O fator humano, condicionado pelo meio ambiente interno, influi e afeta o 
comportamento dos indivíduos considerados isoladamente e em grupo. Diversos 
estudos demonstram que muitos dos acidentes são atribuíveis a estes 
condicionamentos, separadamente, ou na maior parte das vezes, acumulados 
(LÉPLAT, 2000). 
7 
2. TEMA E CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA 
2.1. Delimitação do Tema 
Este projeto de pesquisa está inserido na linha de pesquisa de “Engenharia de 
Segurança do Trabalho” e abordará o tema “Acidentes na Segurança do Trabalho”. 
Visando restringir o âmbito de análise do tema, o delimitamos de modo que o 
mesmo tratará “do erro humano por motivo da perda de atenção”. 
Sendo assim, o título deste projeto de pesquisa é: “Acidentes de Trabalho na 
Segurança do Trabalho por erro humano decorrente da perda da atenção” 
 
2.2. Objetivo Geral 
O presente projeto de pesquisa tem como objetivo buscar conhecimento sobre 
os fenômenos relacionados a acidentes decorrentes da desatenção humana no 
ambiente de trabalho e identificar oportunidades para mitigar os riscos deste tipo de 
ameaça a segurança no trabalho. 
2.3. Objetivos Específicos 
Com este trabalho pretendemos: 
- Enquadrar a desatenção como erro humano; 
- Conhecer fatores de levam o adulto a desatenção no trabalho; 
- Caracterizar a desatenção como fator que leva a acidentes de trabalho; 
- Identificar fatores que possam inibir a desatenção no local de trabalho; 
- Identificar se já existem pesquisas e trabalhos a respeito do tema; 
- Elencar técnicas para prevenção e/ou redução de acidentes por desatenção; 
 
 
8 
2.4. Problema de Pesquisa 
A questão de pesquisa ficou delineada da seguinte forma: 
Quais fatores que podem desencadear um trabalhador a acidentes de trabalho 
por perda momentânea da atenção (distração) no ambiente de trabalho e como mitigar 
os riscos desta ameaça no ambiente de trabalho? 
Assim, com esta questão pretendemos identificar formas para redução de perdas 
e danos de acidentes motivados por falhas humanas. 
2.5. Hipóteses 
Em virtude das questões apresentadas na presente pesquisa, reconhecemos 
que os acidentes de trabalho, devido a erro humano por falta de atenção, ocorrem por 
ausência e/ou presença de estímulos do próprio indivíduo, consorciado ou não com 
características do ambiente onde ocorrem as perdas e danos ao trabalhador e ao 
trabalho. 
Entendemos também ser possível mitigar o grau de risco de acidentes por perda 
de atenção, a partir da aplicação de técnicas que levem as pessoas a níveis adequados 
de concentração, bem como adotar medidas ergonômicas ao ambiente de trabalho, que 
reduzam o desvio ou perda de atenção. 
2.6. Justificativa e Relevância do tema 
O erro ou falha humana está presente no universo das causas dos registros de 
acidentes no trabalho. Dentre os diversos motivos que levam um indivíduo a falhar, e 
em conseqüência sofrer ou produzir um acidente involuntário encontrará a distração 
como desafio a ser superado. 
 Considerando que o ambiente interior e exterior ao indivíduo sofre alterações 
dinâmicas; entendemos ser necessário estimular a aplicação de técnicas que levem à 
atenção e/ou maior concentração nas atividades laborais. 
A eliminação das “armadilhas da desatenção” também contribuirá para ganhos 
econômicos nas empresas, pois propiciará a redução de tempos perdidos por erros e 
falhas humanas que afetam a produção, mesmo sem acidentes. 
9 
3. REVISÃO DE LITERATURA 
3.1. O erro humano no acidente de trabalho 
 Conforme estabelecido na Seção IV – Acidentes do Trabalho, do Anuário 
Estatístico da Previdência Social – AEPS (2008): 
 
Define-se como acidente do trabalho aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a 
serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a 
perda ou a redução da capacidade para o trabalho. 
Consideram-se acidente do trabalho a doença profissional e a doença do trabalho. 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho: o acidente ligado ao trabalho que, embora 
não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a ocorrência da lesão; 
certos acidentes sofridos pelo segurado no local e no horário de trabalho; a doença 
proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; e o 
acidente sofrido a serviço da empresa ou no trajeto entre a residência e o local de 
trabalho do segurado e vice-versa. 
 
Segundo pesquisa de avaliação de danos e custos de acidentes do trabalho, 
realizada pela Universidade Federal da Bahia, na mesma unidade da federação, 
divulgada em Novembro de 2009 na “Revista Proteção” de Novembro/2009, foi 
informada a seguinte participação dos acidentes de trabalho nos setores, com 
referência aos problemas com saúde ocupacional, apresentaram os seguintes 
indicadores: setor de transformação (66%); agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e 
indústrias extrativistas (67,2%); construção, eletricidade e gás (75,3%) e transporte, 
correio e telecomunicações (77,4%). A referida revista pontua que no setor primário, 
como a agricultura, verifica-se que há muitos acidentes com instrumentos cortantes, 
ataques de animais peçonhentos como cobras e envenenamento por agrotóxicos. Em 
outros setores, sabe-se que é grande a participação de acidentes de trânsito 
envolvendo os trabalhadores. 
Deste resultado podemos extrair que pouco interfere o segmento de atividade, o 
acidente de trabalho apresenta o mesmo padrão e em percentual significativo na 
segurança e medicina do trabalho. 
 
10 
No trabalho apresentado em 2004 no VII Seminário em Administração – 
SEMEAD (FEA/USP)5, sob o título “Acidentes do Trabalho: Evoluindo do modelo de 
causalidade centrada no indivíduo para o modelo de cultura organizacional” 6, produzido 
pelos autores: Gandra, Ramalho e Gonçalves; temos que os modelos de culpabilidade 
ou falhas dos trabalhadores explicaram e fundamentaram as causas do acidente de 
trabalho. 
 
Palasio (2010) em seu artigo “Ato inseguro: O que há por detrás disso?”, chama 
a atenção para o uso inadequado e antiético do registro, sem uma correta investigação, 
de acidentes tendo por causa a culpa do acidentado. Tal condição é agravada, visto a 
incapacidade de gerar programas eficazes com base em dados errôneos. Considera 
que resultados positivos sãopossíveis, mesmo que não atinjam 
diretamente as causas destes ou daqueles acidentes, função de ações de caráter 
comportamental; o que chama de prevenção de segurança no “atacado”, mantendo o 
potencial de risco de acidentes no “varejo”. 
 
Apesar dos trabalhos acima apresentarem foco no fato de que as condições de 
trabalho apresentam o maior índice de responsabilidade nos acidentes de trabalho, em 
momento algum desconhecem que falhas de natureza humana também contribuem 
para o registro de ocorrências. 
 
É imperativo, contudo, como muito bem estabelece Palasio (2010), que para ser 
caracterizado um ato inseguro ou falha humana, que tenhamos como pré-requisitos: o 
conhecimento e a informação por parte do trabalhador. 
 
Segundo o que se conhece como Teoria de Heinrich (1932) - “Onde se encontra 
o homem, todo acidente é causado; nunca simplesmente acontece”. Gomes (2010) 
buscou caracterizar tal condição através das figuras abaixo, na apresentação que 
desenvolveu sob o título “O Acidente Laboral”. 
 
5
 FEA/USP: Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo 
6
 O trabalho: “Acidentes de Trabalho: Evoluindo do modelo de causalidade centrada no indivíduo para o modelo de cultura 
organizacional” doravante será citado como “trabalho de Gandra. 
11 
 
 
Figura 1: Fatores entre o indivíduo e a lesão causada por um acidente. 
 
Figura 2: Demonstra a reação em cadeia e fatalidade entre causa e efeito. 
 
Figura 3: A solução está na busca da eliminação de atos e condições inseguras. 
 
Caberia, por fim, destacar do trabalho de Moraes (2005) um dos apontamentos e 
correspondente conclusão presentes em pesquisa realizada por Adler (1941), a qual 
envolve os traços de personalidade com os acidentes de trabalho, tendo por base um 
grupo de 130 operários freqüentemente acidentados e um grupo de controle (DELA 
COLETA, 1991). Neste trabalho foram identificadas as seguintes síndromes associadas 
à acidentabilidade: distração; falta de discernimento; sentimento de independência 
social; falta de sensibilidade pelos outros; atitude pouco racional frente ao dano sofrido, 
confiança em si exagerada, atitude social agressiva e pouco integrada. Também foi 
12 
constatado que elementos inconscientes da personalidade podem conduzir a acidentes 
e até mesmo serem provocados, seja pelo desejo de se refugiar na doença, ou pelo 
desejo de demonstrar o absurdo de uma técnica imposta. 
 
3.2. Psicopatologia do trabalho – Desatenção 
 A Psicopatologia do Trabalho tem como finalidade “fazer a análise dinâmica dos 
processos psíquicos mobilizados pela confrontação do sujeito com a realidade do 
trabalho” (DEJOURS, ABDOUCHELI, 1994, p.120). 
 
 Melhor especificação é apresentada por Pinto (2003, p.11) no trabalho “O 
Funcionamento Psíquico na Gênese dos Acidentes de Trabalho”: 
O termo Psicopatologia não é empregado para designar apenas a doença, mas 
também para estudar a normalidade. Quais os recursos internos que 
determinados indivíduos se permitem utilizar para se manterem saudáveis num 
ambiente pouco saudável. Entre as pressões do trabalho revela-se um indivíduo 
capaz de compreender sua situação e, além de tudo, ser capaz de reagir e se 
defender. Porém, essas defesas são intimamente ligadas ao que cada sujeito é 
em sua vida psíquica, por isso não se encontra um modelo de estratégias 
defensivas
*
. 
 
Uma das poucas coisas que se sabe sobre saúde mental e trabalho é o fato de 
que a consciência do risco é fator ansiogênico que potencia o próprio risco (CODO, 
apud ANSALONI, 2003, p.4) 7. O entendimento da importância da atenção ao sujeito 
(subjetividade), por parte das empresas, seus gestores e lideranças internas, 
possibilitará melhores resultados na prevenção de acidentes, visto que treinamentos e 
equipamentos têm demonstrado serem insuficientes na redução destas ocorrências. 
 
 Passemos, portanto, a nos concentrar no indivíduo e sua consciência com 
relação à percepção dos riscos; o que levará este a estar atento, no todo ou em parte à 
realidade que o cerca. 
 
 
*
 São os esforços que o trabalhador faz para adequar o trabalho às necessidades de sua estrutura mental. 
7
 Disponível em < http:// www.nutline.ufop.br/ artigoX.htm>. Acesso em Abril 2010. 
13 
 De acordo com “Ballone (2005), no curso de psicopatologia: ”Atenção e 
Memória” 8, a atenção (fixação) e a memória (recuperação do conhecimento) estão 
diretamente relacionadas. Sendo a atenção um fenômeno de tensão, esforço, de 
concentração, de interesse e de focalização da consciência, a qual poderá privilegiar, 
voluntária ou espontaneamente, um determinado conteúdo e determinar a inibição de 
outros conteúdos vividos simultaneamente. Por sua vez, a memória, soma das 
lembranças existentes na consciência, necessita de duas funções neuropsíquicas 
fundamentais, quais sejam: a capacidade de fixação e a capacidade de reprodução, 
onde traços mnêmicos são revividos e colocados à disposição da consciência. 
 
 Ressalta Ballone (2000) que a atenção de um indivíduo, mesmo sem desvios 
psíquicos, pode apresentar oscilações, pois, diversos fatores podem afetar a eficácia da 
fixação; dentre eles os vários estados emocionais. Tais interferências, conforme o 
Amaral (sd) faz referência no trabalho “Psicopatologia do Plano Intelectivo” 9, ocorrem 
na atenção: na natureza (espontânea ou voluntária); na direção (interna ou externa); na 
amplitude (concentrada ou dispersa) e na qualidade (tenacidade e vigilância). A eficácia 
da memória dependerá da compreensão do objeto sobre o qual recairá a atenção; 
dependente ainda do interesse ou afetividade que o mesmo estiver envolvido. O objeto 
da atenção será sempre um conteúdo da consciência. 
 
 A psicopatologia reconhece a existência de dois tipos de memória, quais sejam: 
a memória imediata (de trabalho), também chamada de curto-termo por Santos10, e a 
de longo prazo ou de longo termo. Ballone (2000) faz uma feliz analogia com os 
computadores, caracterizando a primeira com memória RAM (Random Access Memory) 
e a segunda com o disco rígido. 
 
 A ilustração apresentada por Santos (sd) no curso de Ergonomia e Segurança 
Industrial (aula 03): - Fundamentos da Psicologia do trabalho - demonstra com clareza o 
processo da memória no ambiente de trabalho. 
 
8
 Disponível em < www.psiqweb.med.br >. Acesso em Abril 2010 
9
 Disponível em < www.ricardoborges.net/psicologia/psicopato5.ppt >. Acesso em Abril 2010 
10
 Disponível em < www.eps.ufsc.br/ergon/disciplinas/EPS5225/aula3.htm >. Acesso em Abril 2010 
14 
 
Figura 4: Os níveis de análise dos comportamentos do ser humano no trabalho 
Observa Ballone (2000) que: 
Ao contrário do que se pode pensar, nosso cérebro não está continuadamente 
registrando tudo que nos acontece para, num segundo momento, selecionar e 
apagar o que não é importante. A maior parte dos estímulos com os quais 
estamos lidando permanece por um brevemente tempo na memória, mais 
precisamente, na memória imediata ou de trabalho. 
 
 Kraepelin (1926), citado no trabalho Ballone (2000), já afirmava que a lembrança 
poderia persistir por mais tempo, quanto mais claramente (mais compreensivamente) se 
perceba o estímulo original e quanto mais numerosa e intensa venham ser suas 
ligações com o resto do conteúdo da consciência. Portanto, as lembranças perdurariam 
por mais tempo quanto mais reforçadas pela repetição. 
 
A seguir apresentamos correlações obtidas no trabalho de Ballone11 (2005): 
 
Fatores Considerações da Psicopatologia – Dr. Ballone 
Malde Alzheimer 
Doença que destrói gradativamente o hipocampo e por sua vez a 
capacidade de formar memórias. 
Envelhecimento 
Põem causar danos sutis. Estudos sugerem que a massa encefálica 
decresce de 5% a 10% a cada 10 anos. 
 
11
 Tabela elaborada pelo autor da presente pesquisa tendo por base o trabalho de Ballone (2005). 
15 
Pressão sanguínea 
elevada 
Se crônica, pode prejudicar a função mental. Pessoas hipertensas 
apresentam perda da capacidade cognitiva (cerca de 2 vezes mais 
que pessoas com tesão sanguínea normal). 
Alcoolismo 
Prejudicam funções da memória 
O alcoolismo também é citado no trabalho de Glaucia Moraes. 
Observa ser o álcool fator redutor da atenção, da concentração, da 
lentidão dos pensamentos e reflexos motores; consequentemente 
facilitador para a geração de acidentes. 
Funcionamento 
deficiente da 
glândula tiróide 
Depressão 
Ansiedade 
Falta de estímulo 
Estresse 
Em curto prazo o estresse até habilita o celebro a reagir mais 
prontamente aos estímulos, Em longo prazo pode causar desgaste ao 
hipocampo e, em consequencia, redução da capacidade da fixação 
mnêmica. 
Foco de atenção 
O elemento que, em dado momento, constitui o objeto de nossa 
Atenção, ocupa sempre o ponto central do campo da consciência, 
portanto, nossa capacidade para concentrar a atividade da consciência 
em uma só coisa acaba, forçosamente, excluindo total ou parcialmente 
as demais. 
Aspecto temporal da 
Atenção 
Em ambiente com várias realidades, a saciedade por uma leva à 
busca do novo. A organização dos estímulos visuais e a limitação da 
quantidade de material presente em um campo de atenção também 
levam a alteração de seu foco. A capacidade de objetos em um campo 
de atenção é estudada na amplitude da apreensão. 
Tipos de Atenção 
Sensorial (representada por experiências vivenciadas por nossos 
sentidos – olfato, paladar, percepções de espaço e tempo, dentre 
outras), motora (alertas e respostas a estímulos musculares) e 
intelectual (reflexão e atividade racional dirigidas a problemas 
definidos) 
Afeto 
Fator de maior influência nos processos de Atenção. Destacam-se as 
condições do estado de ânimo ou de interesse, os quais podem 
facilitar ou inibir a mobilização da Atenção. 
Níveis e distribuição 
da Atenção 
Concentrada num único objeto, dando-se pouca Atenção ao resto, 
pode estar difusamente espalhada, sem que uma parte específica 
esteja predominantemente em foco ou, por fim, pode estar dividida 
entre vários objetos, quando então a pessoa procura prestar Atenção, 
simultaneamente, a duas ou mais coisas. 
Quanto maior a divisão da atenção, menor sua qualidade e maior a 
necessidade de organização. 
Determinantes da 
Atenção 
Atenção voluntária (poder de escolha) e involuntária / espontânea 
(determinada pelo ambiente). Ambos os casos sob forte pressão do 
afeto (definido acima). 
Outros determinantes se ligam a características duradouras dos 
objetos estimulantes. Essas características determinantes podem ser 
tão solicitantes que acabam atraindo tiranicamente a Atenção, apesar 
parecer que a pessoa atentou voluntariamente. As características dos 
estímulos, que exigem Atenção, foram muito estudadas por 
experimentos de laboratório e por técnicas de propaganda. 
16 
Tenacidade e 
vigilância 
Ballone (2005) cita Eugene Bleuler (1938), para o qual: 
A tenacidade é a propriedade de manter a Atenção orientada de modo 
permanente em determinado sentido. 
A vigilância é a possibilidade de desviar a Atenção para um novo 
objeto, especialmente para um estímulo do meio exterior. 
Essas duas qualidades da Atenção se comportam, geralmente, de 
maneira antagônica, ou seja, quanto mais tenacidade sobre um 
determinado objeto está se dedicando, menos vigilante estamos em 
relação a eventuais estímulos a serem apreendidos. 
Exemplo: Típico do ato de dirigir. 
Cisão da Atenção 
O início de um ato de Atenção consiste não só em dirigir a Atenção 
para o estímulo sensorial, mas, ao mesmo tempo, interromper o 
estado psíquico anterior. Assim começa uma nova vivência e, se esse 
processo proporcionava prazer ou não estava ainda terminado, a 
interrupção é vivenciada como uma perturbação. 
A cisão por motivos afetivos, quando igual valor se dá para condições 
diametralmente opostas, pode levar o paciente a sérios problemas 
psíquicos. Um exemplo típico pode ser representado por processos de 
separação dos pais ou nas empresas a dicotomia da greve: emprego 
ou o sindicato. 
Ato de concentrar a 
Atenção. 
(Concentração / Foco 
Específico) 
Ballone cita seu colega Alonso - Fernandez (1978), o qual considera 
dois aspectos no ato de concentrar a Atenção, quais sejam: 
- Escolher um tema no campo da consciência, elevando-o a um 
primeiro plano e; 
- Manter esse tema rigorosamente destacado, sem deixar-se desviar 
por influências excêntricas do campo da consciência, modificando-o 
com plena liberdade. 
Distração 
Podem ser caracterizados dois tipos de distraibilidade, função da 
tenacidade (já tratado anteriormente), quais sejam: 
- por excesso de tenacidade: acaba por impedir a apreensão de tudo 
que não se refere ao motivo principal da Atenção, ou seja, por quase 
abolição da vigilância. Exemplo: na meditação ou ioga, há aumento da 
Atenção voluntária e diminuição da Atenção espontânea, bem como 
na depressão. 
- por falta de tenacidade: diz respeito à dificuldade da Atenção em 
fixar-se. Sem eliminação da vigilância. Estado onde há desvio da 
Atenção em função de qualquer estímulo. Ocorre a diminuição da 
Atenção voluntária e a aumento da Atenção espontânea. 
Característica: Afetividade e euforia. 
Nota: Em extremos do humor há prejuízo para a Atenção. 
Transtorno de 
Atenção 01: 
Hiperprosexia 
Baixa qualidade de Atenção pelo excesso. Leva o indivíduo a se 
interessar, simultaneamente, às mais variadas solicitações sensoriais, 
sem se fixar sobre nenhum objeto determinado. 
Característico da Hiperatividade. É observada em estados patológicos 
acompanhada de excitação psicomotora, como é o caso: no 
Transtorno Hipercinético da Infância, nas intoxicações exógenas por 
estimulantes como a cocaína ou anfetaminas, na embriaguez, na 
esquizofrenia ou mesmo em pessoas normais passando por 
momentos de grande excitação. 
 
17 
Transtorno de 
Atenção 02: 
Hiprosexia 
Enfraquecimento acentuado da Atenção. Casos de extremo 
melancolismo há uma diminuição acentuada da capacidade de 
concentrar a Atenção. Também é encontrada no caso de embriaguez 
alcoólica aguda ou embriaguez patológica, em casos de psicoses 
tóxicas, nos quadros de demências, na paralisia geral, na 
esquizofrenia e certas reações vivenciais anormais. 
Transtorno de 
Atenção 03: 
Aprosexia 
Ausência total e absoluta da Atenção. Exemplo: demência. 
Transtorno de 
Memória 01: 
Hiperminésia 
Lembranças casuais são evocadas com mais vivacidade e exatidão 
que normalmente, ou quando se recordam particularidades que 
comumente não surgem na consciência. 
Não existe um verdadeiro aumento da memória. O que se observa é, 
na realidade, uma maior facilidade na evocação dos elementos 
mnêmicos, normalmente limitados a períodos específicos ou a 
eventualidades específicas ou, ainda, a experiências revestidas de 
forte carga afetiva. 
Exemplo: Hipnose. 
Transtorno de 
Memória 02: 
Hipominésia e 
Amnésia 
Ballone trata este tema com citações dos estudiosos Bleuler (sd), 
Jaspers (sd), os quais apresentam pareceres sobre casos de amnésia 
e suas variações, da baixa até nenhuma retenção na memória, seja a 
de curto como a de longo prazo. 
Ilusões, Alucinações 
e Fabulações 
Mnêmicas 
Todos estes casos são referenciados como criações mentais de fatos 
e situações irreais. Delírios relacionados a pessoas ou fatos 
imaginários.Transtorno Afetivo 
Bipolar 
Transtornos múltiplos, analisados pela Psicopatologia, envolvendo ao 
mesmo tempo a Atenção, Concentração e a Memória. 
Estados Depressivos 
Esquizofrenia 
Epilepsia 
Estado Psicorgânicos 
Senis 
Deficiência Mental 
Transtornos 
Neuróticos 
 
Cabe destaque no campo da psicopatologia aos transtornos do Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH)12 . A presente pesquisa traz ao foco os casos relacionados aos 
indivíduos adultos, tomando por base os trabalhos: “Distúrbio do Déficit de Atenção em 
Adultos”, Ballone (2000)13; e ,sem autores definidos, os seguintes trabalhos divulgados 
no site “PSICOLOGIANANET”, quais sejam: “TDAH em adultos sintomas e 
 
12
 A sigla TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – será utilizada no transcorrer deste trabalho 
com esta definição. 
13
 Disponível em < http://gballone.sites.uol.com.br/voce/dda_adulto.htm)12:31>. Acesso em Abril 2010. 
18 
características [1]”14, “Como é o adulto que sofre de TDAH principais características e 
diagnósticos[2]” 15 e Teste psicológico: teste inicial para diagnostico de TDAH[3]16. 
 
 O reconhecimento e consenso da comunidade científica e definição do termo 
TDAH ocorre por volta de 1970. Estudos e pesquisas, centradas inicialmente no 
universo infanto juvenil, passaram a reconhecer, ainda mais recentemente, este a 
ocorrência e respectivo tratamento em adultos. 
 
 Naturalmente todo e qualquer indivíduo apresenta, ao longo do dia e da vida, 
alterações na capacidade de Atenção, na retenção de lembranças, na impulsividade e 
nas forças internas que levam a realizar suas atividades. Quando estes fatores fogem 
de um padrão considerado adequado ou normal e passam a transtornar o indivíduo ou 
o meio, podemos estar diante de um caso de TDAH. 
 
 Os sintomas foram comuns nos três trabalhos anteriormente citados, dos quais 
apreendemos que: 
 
 No trabalho: dificuldade em iniciar tarefas; baixo grau de disciplina e 
organização; estimular-se sozinho para rotinas diárias; instabilidade profissional; 
rendimentos aquém de suas reais capacidades no trabalho e na profissão; baixa 
capacidade para cumprir compromissos; incapacidade para estabelecer e 
cumprir uma rotina; freqüentes acidentes automobilísticos devido à distração. 
 
 No trato pessoal: quadro permanente ou frequente de depressão e baixa auto-
estima; dificuldades para manter a atenção nas tarefas; distração ou "sonhos 
acordados" excessivos durante o dia, em especial enquanto está ouvindo ou 
lendo por obrigação; incapacidade para manter a atenção por um período longo; 
significativas dificuldades com relações afetivas instáveis (separações, 
divórcios); esquecimentos, perdas e descuidos importantes; dificuldades para 
 
14
 Quando referenciado este trabalho será citado doravante apenas como [1] 
15
 Quando referenciado este trabalho será citado doravante apenas como [2] 
16
 Quando referenciado este trabalho será citado doravante apenas como [3] 
19 
pensar e se expressar com clareza; tendência a atuar impulsivamente e 
interromper os outros; dificuldades de escutar e esperar sua vez de falar; 
 Na energia: dificuldades em manter um nível consistente de energia e esforço 
nas tarefas, sonolência diurna, cansaço mental. 
 
 No humor: irritabilidade variável e não desencadeada por fatores externos, 
aparente falta de motivação, rancor exagerado. 
 
 Na memória: dificuldades na recuperação de material recente (nomes, datas, 
fatos) e remoto. 
 
Informa Ballone (2000) que o TDAH faz parte da natureza neurobiológica do 
indivíduo, genético, ao contrário de outros males que podem ser adquiridos ao longo da 
vida. A pessoa é portadora do distúrbio e carrega consigo esta condição. O tratamento 
clínico recomendado se concentrará em neurotransmissores para atenuar os sintomas. 
 
No site [3] podemos encontrado um teste simples para identificação de TDAH em 
adultos, reproduzido abaixo: 
Teste Psicológico Inicial para Diagnóstico do Déficit de Atenção e Hiperatividade – 
TDAH 
O questionário inicial pode ajudar algumas pessoas a detectar sinais de hiperatividade 
e déficit de atenção e pode incentivar a buscar uma avaliação profissional caso o tema 
seja do interesse. 
O questionário ajudará a determinar se haverá necessidade de avaliação 
pormenorizada por profissional da saúde mental para o diagnóstico e tratamento do 
TDAH. 
Este é um teste rápido inicial com 06 questões de rastreio de medida. 
Cada pergunta deverá ser respondida, escolhendo a opção que melhor descreve 
sentimentos ocorridos ao longo dos últimos 06 meses. 
 
20 
Item Pergunta 
Respostas 
N
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R
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F
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n
te
m
e
n
te
 
01 
Quantas vezes você teve dificuldades para 
determinar os detalhes finais de um projeto, uma 
vez que as partes mais difíceis já foram feitas? 
02 
Quantas vezes você teve dificuldade em colocar 
as coisas em ordem quando você tem que fazer 
uma tarefa que exige maior organização? 
03 
Quantas vezes você teve problemas em lembrar 
compromissos ou obrigações? 
 
04 
Quando você teve uma tarefa que exigia muita 
reflexão, quantas vezes você evitou ou atrasou a 
começar ou a realizá-la? 
05 
Quantas vezes você ficou se mexendo ou 
contorcendo-se com as mãos ou com os pés 
quando você teve que ficar sentado por um longo 
tempo? 
06 
Quantas vezes você se sentiu demasiadamente 
ativo e obrigado a fazer coisas, como se você 
tivesse sendo impulsionado por um motor? 
Quadro 1 – Teste Psicológico (TDAH). 
Para o calculo da pontuação deverá ser considerada a seguinte escala em cada 
questão respondida: 
Nunca (zero ponto); Raramente (02 pontos); Algumas vezes (04 pontos); 
Freqüentemente (06 pontos) e Muito Freqüentemente (08 pontos). 
Se a marcação foi igual ou superior a 16 pontos é provável o diagnóstico de TDAH. Se 
na faixa de 12 a 15 pontos recomenda-se buscar uma avaliação profissional para se 
certificar de uma suspeita de diagnóstico de TDAH. Se você inferior a 11 pontos é 
improvável esta doença. 
Outra forma de se calcular a pontuação, de forma mais eficiente e com descrição dos 
resultados, é buscar e transferir os dados para o site no qual tem disponível o teste 
original em inglês17. 
 
17
 Disponível em< http://psychcentral.com/quizzes/adultaddquiz.htm>. Acesso em Abril de 2010. 
21 
 3.3. Armadilhas da Consciência 
 Uma curiosa experiência foi apresentada no documentário “Human Sense” pela 
BBC18 de Londres em 2009. Com base na apresentação de um vídeo, os espectadores 
são desafiados a informar a quantidade de passes trocados por grupo de três jogadores 
de basketbal que se encontram de camisa amarela, havendo em cena outros três 
jogadores de camisa preta. O objetivo foi o de demonstra como a percepção visual e 
auditiva das pessoas reage diferentemente às armadilhas que nos cercam. 
 A cena, de dezesseis segundos de duração, é interrompida e, sem muita 
dificuldade acertamos na resposta (12 passes). Mas o condutor do programa pergunta: 
quem viu um figurante fantasiado de gorila em meio aos jogadores, que por oito 
segundos caminha horizontalmente entre os jogadores, para no meio da tela, bate no 
peito imitando um gorila e sai com o mesmo ritmo de caminhada inicial? A resposta 
surpreende tanto quanto a pergunta. A grande maioria responde que não viram. 
 Situações muito similares a esta certamenteforam vivenciadas por muitos. Na 
ocasião provavelmente tenhamos dito que estávamos distraídos e deixamos de prestar 
a atenção devida. Por exemplo: uma mudança de layout pode produzir efeito 
semelhante. A lembrança das condições ambientais habituais fica gravada na 
lembrança e podemos simplesmente deixar de enxergar pequenas alterações. 
Eventualmente este fato pode nos levar a um acidente. O uso de aparelhos sonoros 
individuais e telefones celulares têm demonstrado responsáveis por diversos acidentes, 
com destaque para as ocorrências de trânsito. Publicidade veiculada pela companhia 
de seguros Allianz19 nos dá conta que 22% de acidentes por distração no transito 
acontecem ao apagar um cigarro. Tais casos podem ser acrescidos de diversos outros 
registros, em todas as atividades humanas e profissionais. 
 Adotando o aprendizado do conteúdo da presente pesquisa, podemos identificar 
que as armadilhas se enquadram nas variações de alteração entre a tenacidade e a 
vigilância da Atenção, cabendo considerar no individuo o seu momento e respectivo 
desenvolvimento do grau da senso-persepção. 
 
18
 BBC – British Broadcasting Corporation – Empresa de Comunicação Inglesa com sede em Londres. 
19
 Disponível em < www.otha.nu/allianz/index.html>. Acesso em Abril de 2010. 
22 
3.3. Propostas para redução de acidentes decorrentes da desatenção 
 Quantas vezes eu já chamei sua atenção? Quantas vezes já ouvimos esta frase, 
desde nossa infância! E poucos resultados obtiveram os repreendedores e podemos 
entender os motivos, pois, em nenhum dos itens da presente pesquisa foi possível 
identificar a pressão externa como fonte favorável à Atenção. 
 
 Ações no ambiente, que venham desarmar as armadilhas da Atenção; ações 
preventivas no processo seletivo, que possibilitem adequar a pessoa ao tipo de trabalho 
e ações de estímulo ao individuo, para elevar o potencial de percepção com o meio que 
o cerca; parece-nos representar fatores que levarão à mitigação dos riscos da ameaça 
de erros humanos por desatenção. 
 
 Dentre os meios a serem aplicados no ambiente poderemos encontrar soluções 
nas cores e arquitetura. 
 
 Dentre as ações nos processos seletivos, vimos que testes de TDAH podem nos 
fazer identificar aqueles que se enquadrem melhor nesta ou naquela atividade. 
 
 Mas as principais ações devem recair sobre a pessoa, visto que tanto esta como 
o ambiente são universos dinâmicos. Dentre os meios para que o indivíduo venha 
conhecer suas forças interiores e desenvolver seus potenciais sensoriais, encontramos 
na meditação uma proposta concreta, segundo representantes do Instituto Brahma 
Kumaris20 e princípios do Budismo. 
 
 Não se trata de qualquer solução religiosa, mas sim métodos e técnicas que 
podem ser aprendidos, treinados e aperfeiçoados. 
 
 O grande aprendizado foi identificar que na distração da mente podemos 
encontrar para acidentes causados pela distração da consciência. 
 
 
20
 Disponível em: < www.bkwsu.org.br >. Acesso em Abril 2010. 
23 
 
4. METODOLOGIA 
4.1. Caracterização do objeto e delineamento da pesquisa 
Com o propósito de atingir os objetivos do presente projeto de pesquisa, 
buscamos desenvolvê-la sob a perspectiva da pesquisa exploratória tomando por base 
os seguintes trabalhos: 
- “Acidentes de Trabalho: fatores e influências comportamentais” de autoria de: 
Moraes; Pilatti e Kovaleski; apresentado no XXV Encontro Nacional de Engenharia de 
Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de novembro de 2005 
- “Acidentes do Trabalho: Evoluindo do modelo de causalidade centrada no 
indivíduo para o modelo de cultura organizacional”. Trabalho científico apresentado no 
VII Seminário em Administração - SEMEAD – FEA/USP, produzido pelos autores: 
Gandra, Ramalho e Gonçalves, 2004. 
 Complementamos a pesquisa com incursão no campo da psicopatologia do 
trabalho no trabalho: “Psicopatologia – Atenção e Memória”; elaborado por Ballone 
(2005) e a apresentação do curso Psicopatologia do Plano Intelectivo, produzida por 
Amaral (sd) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. A 
abordagem, portanto transcorre no campo qualitativo, com análises subjetivas sobre o 
tema. Sendo assim, os procedimentos metodológicos utilizados para efetivação da 
pesquisa restringiram-se ao levantamento bibliográfico. 
Quanto a eliminação de condições físicas do ambiente de trabalho, considerando 
a generalização do trabalho, apresentaremos uma macro visão sobre a questão, 
estimulando por sua vez o debate e permanente busca do equilíbrio entre o homem e 
seu ambiente de trabalho, com o mínimo de riscos. 
 
24 
5. CRONOGRAMA 
Para concretização do projeto de pesquisa serão percorridas as seguintes etapas, 
abaixo descritas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANO - 2010 
MÊS Fev Mar Abr 
ATIVIDADES 
P
la
n
e
ja
m
e
n
to
 Preparação da pesquisa X 
Escolha do Tema X 
Formulação do problema X 
Determinação da metodologia X 
C
o
le
ta
 d
e
 d
a
d
o
s
 
Pesquisa bibliográfica 
 
 
 
 
 
X 
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R
e
d
a
ç
ã
o
 Redação do projeto 
 
 
 
X 
R
e
v
is
ã
o
 Revisão do manuscrito X 
Correções X 
Digitação final e entrega do projeto X 
25 
6. REFERÊNCIAS 
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http://www.eps.ufsc.br/ergon/disciplinas/EPS5225/aula3.htm>. Acesso em Mar./2010.
27 
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TEIXEIRA, J. M. Psicopatologia do trabalho: novos desafios.Editorial VII N 4Julho 
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