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FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL I EXPERIMENTO 3: LEI DE HOOKE ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA A lei de Hooke, desenvolvida pelo físico inglês Robert Hooke, descreve materiais elásticos que apresentam deformação diretamente proporcional a uma força elástica, resistente ao alongamento produzido, considerando que cada mola possui uma constante elástica (k) e até o seu limite a Lei de Hooke é válida, a mola pode ser comprimida ou alongada, retornando a uma mesma posição de equilíbrio, caso o limite da constante não seja obedecido, a deformação na mola será permanente. A constante elástica da mola varia por conta de fatores como: natureza do material de fabricação da mola, dimensões e do tipo de força aplicada. Sua unidade mais usual é o N/m (newton por metro). O material é chamado de elástico quando recupera a sua forma original, após a remoção da força externa aplicada sobre ele, com isto, temos de determinar a constante elástica de uma mola helicoidal através do método estático; constante elástica de uma mola helicoidal através do método dinâmico; linearizando as equações trabalhadas, representando graficamente os dados experimentais e utilizar regressão linear para a determinação da grandeza estudada. Quando uma “mola ideal” é submetida a uma deformação (distensão ou compressão), uma força elástica restauradora é gerada de acordo com a lei de Hooke, que se representa com a equação: F = - kx . Δx Equação 1. Onde: F é a força elástica; k é a constante elástica da mola; Δx é a deformação, alongamento ou encurtamento da mola. Na prática, uma “mola real” obedece a lei de Hooke até certo valor de deformação que chamamos de limite elástico. A partir deste valor, a deformação da mola se torna permanente. Com o fato da força restauradora de uma mola ser proporcional a sua deformação para medir forças em situações estáticas, um dinamômetro, portanto, nada mais é do que uma mola com suas deformações “calibradas” para uma escala de forças. 1 No presente experimento, procuramos observar a obediência da mola utilizada à Lei de Hooke, de forma que ela retorne à sua posição inicial (Xo) ou permaneça deformada após a adição de corpos com diferentes pesos. Para minimizar a existência do erro aleatório é necessário obter o valor verdadeiro da medida, onde soma-se todos os dados e divide pela quantidade de repetições, o valor mais provável da grandeza pode ser obtido pelo cálculo do valor médio, isso pode ser observado na equação 2 . Equação 2 Como sabemos da existência das incertezas associadas, para cada medida obtida, é preciso conhecer o quanto ela se afasta do seu valor médio calculado. Para isso consideramos o cálculo do desvio padrão, através da equação 3. Usando o desvio padrão da medida mostrará a dispersão entre os dados coletados do valor médio nas medições, o desvio padrão será encontrado pela seguinte fórmula: Equação 3 Alguns materiais foram utilizados neste experimento com intuito de demonstrar como funciona a Lei de Hooke. Contudo, faz-se necessário conhecer cada um destes materiais e sua utilização de modo a facilitar o entendimento sobre os procedimentos que serão explanados neste relatório. As molas helicoidais, em geral são feitas de arame de aço em forma cilíndrica ou cônica. Seu funcionamento pode dar-se de três formas distintas: por compressão, tração ou por torção. Abaixo segue ilustração na figura 1. Figura 1: Mola helicoidal. Já sobre o conjunto de massas, este nada mais é do que o conjunto de pesos que são acoplados ao suporte. Os pesos utilizados neste experimento são feitos de aço. Abaixo segue ilustração deste objeto na figura 2. Figura 2: Conjunto de massas (pesos). O tripé com suporte é utilizado para os objetos que serão medidos possam ser fixados. No experimento aqui desenvolvidos serão afixados ao tripé as molas helicoidais que terão sua distensão aferida. Segue a ilustração do tripé na figura 3. Figura 3: Tripé com suporte e perfil com escala milimetrada. Os suportes para associação de molas são suporte utilizados para que molas possam ser afixadas em paralelo. A seguir é apresentado o esquema de um suporte na figura 4. Figura 4: Suporte para associação de molas. A régua milimetrada é um instrumento de medição. Sua menor divisão de escala é um milímetro. Neste experimento ela foi utilizada para medir o comprimento da mola, com e sem distensão. A seguir há uma ilustração acerca desta régua na figura 5. Figura 5: Régua milimetrada. O dinamômetro é um instrumento de medição de forças mecânicas. Sua unidade de medida é lida em newtons (N). Tal instrumento também é utilizado para medir a massa de objetos. Abaixo segue ilustração deste instrumento na figura 7. Figura 7: Dinamômetro 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL ● Identificar o alongamento de molas helicoidais, adquiridos com a aplicação de uma força deformadora, por meio da utilização de massas aferidas, determinando a constante elástica de uma mola helicoidal, destrinchando as equações trabalhadas, representando graficamente os dados experimentais. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Obter a constante de elasticidade utilizando-se da lei de Hooke; Calcular a deformação causada pela força exercida sobre um corpo; Construir o gráfico distensão versus força; Demonstrar a Lei de Hooke de diversas formas, como para molas separadas, molas em série e molas em paralelo. 3. MATERIAIS UTILIZADOS Molas helicoidais. Conjunto de massas. Porta peso para o conjunto de massas. Tripé com suporte e perfil com escala milimetrada. Suportes para associação de molas. Régua milimetrada. Dinamômetro. 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Anterior ao início do procedimento foi requerido uma familiarização com os instrumentos de medida, de modo que pudesse ser determinado seu estado de uso e sua menor divisão de escala. Feito isto, foi requerido também que tal escala, sua menor divisão e o erro associado a cada instrumento de medidas fossem anotados na folha de dados. Tais procedimentos foram realizados e então foi iniciado o procedimento experimental de fato. Parte 1 – Molas Diferentes Colocou-se duas molas suspensas e, sem nenhuma força externa aplicada, determinou-se a posição da extremidade da mola na escala definindo-a como seu Xo (posição inicial). Em seguida, foram adicionados 4 pesos diferentes, juntos com o porta-pesos, e foram medidas as deformações, para cada peso, cinco vezes sempre respeitando o limite elástico da mola. Ao retirar as massas, observou se a posição da extremidade da mola estava sem deformação, ou seja, se Xo sofreu alguma variação. A Figura abaixo ilustra o procedimento para esta parte do experimento: Esquema ilustrativo do procedimento. Parte 2 - Molas em Série e em Paralelo Para molas em série e em paralelo o procedimento foi o mesmo ao realizado anteriormente, com a mesma frequência. Todos os valores obtidos foram registrados em tabelas que se encontram em resultados e discussões para posteriores cálculos. Na Figura abaixo está esquematizada a montagem do sistema de mola em série ( A) e em paralelo (B): Esquema ilustrativo do procedimento. 5. RESULTADOSE DISCUSSÃO Solicitou-se a suspensão de uma mola na haste de sustentação de modo que seu comprimento inicial, L0, pudesse ser aferido através da régua milimetrada. Requisitou-se também que fossem obtidos separadamente os valores de massa para o porta peso e para as diferentes associações de pesos. Para cada associação de peso foi adotada uma nomenclatura de acordo a quantidade de pesos. De modo a facilitar a visualização disto segue na Tabela 1, nos quais estão dispostas as quantidades de pesos e sua respectiva nomenclatura. Tabela 1: Nomenclatura adotada para cada associação de pesos. Quantidade de pesos Nomenclatura Peso I Peso II Peso III Peso IV De posse desta resolução partiu-se a aferição dos valores de massa dos respectivos pesos. Para tanto utilizou-se como instrumento de medida o dinamômetro, o qual forneceu os dados apresentados na tabela 2: Tabela 2: Massa das associações de pesos e do porta peso obtida com o dinamômetro. Massa (kg) Medidas Peso I Peso II Peso III Peso IV 1ª Medida 0,55 ± 0,01 5,05 ± 0,01 6,50 ± 0,01 7,01 ± 0,01 2ª Medida 0,55 ± 0,01 5,06 ± 0,01 6,50 ± 0,01 7,04 ± 0,01 3ª Medida 0,54 ± 0,01 5,05 ± 0,01 6,60 ± 0,01 7,01 ± 0,01 4ª Medida 0,54 ± 0,01 5,06 ± 0,01 6,50 ± 0,01 7,02 ± 0,01 5ª Medida 0,55 ± 0,01 5,05 ± 0,01 6,50 ± 0,01 7,02 ± 0,01 Média 0,55 ± 0,01 5,05 ± 0,01 6,50 ± 0,01 7,02 ± 0,01 Para cada instrumento de medida, foi determinando a sua menor divisão de escala e o erro associado a cada instrumento de medida. Com a mola pendurada na haste de sustentação e ajuste da régua foram obtidos a posição da extremidade da mola e o comprimento inicial L0. (Tabela 3) Com o porta peso pendurado na mola, obtivemos o valor do comprimento final da mola (Tabela 3) esse procedimento é feito com mais cinco repetições, para obter um valor médio do comprimento final Lf. Conforme explicitado pela tabela, os valores médios encontrados para cada comprimento final de acordo as associações de molas foram utilizados para encontrar a elongação média das molas, subtraindo-os dos comprimentos iniciais da mola sendo que o L0 foi de 120,0mm. Os valores médios encontrados para o comprimento final foram subtraídos na seguinte fórmula ∆L=Lf - L0, de modo a encontrar a elongação média da mola. Tabela 3: Tabela dos dados coletados. Mola 1 Massa do Porta Peso (kg): ± 0,05 Comprimento Inicial (mm) L0: 120,0 Massa (Kg) Comprimento Final (mm) Lf Elongação Média ( mm) ΔL = Lf - L0 1ª Medida 2ª Medida 3ªMedida 4ªMedida 5ªMedida Valor Médio Mola 1 0,05 149,0±0,005 143,0±0,005 148,0±0,005 147,0±0,005 149,0±0,005 147,2±0,005 27,20±0,577 Mola 2 5,05 175,0±0,005 175,0±0,005 176,0±0,005 175,0±0,005 174,0±0,005 175,0±0,005 55,00±0,577 Mola3 6,50 203,0±,005 203,0±0,005 204,0±0,005 204,0±0,005 204,0±0,005 203,6±0,005 83,60±0,577 Mola4 7,02 231,0±0,005 230,0±0,005 232,0±0,005 232,0±0,005 231,0±0,005 231,2±0,005 111,20±0,577 Realizados tais procedimentos solicitou-se a realização dos mesmos processos para a associação de molas em série e em paralelo. No primeiro caso foram utilizadas duas molas em série. De posse destes valores iniciais foi solicitado o comprimento final das molas em série com a adição dos diferentes pesos. Os valores auferidos estão expostos na tabela 4. Tabela 4: Tabela dos dados coletados com a mola 1 e 2 em série. Molas em Série Massa do Porta Peso (kg): 0,05 Comprimento Inicial (mm) L0: 253,6 Massa (Kg) Comprimento Final (Lf ) (mm) Elongação Média ( mm) ΔL = Lf - L0 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio 0,05 308,0±0,005 309,0±0,005 307,0±0,005 307,0±0,005 308,0±0,005 307,8±0,005 54,2±0,577 5,05 363,0±0,005 364,0±0,005 363,0±0,005 360,0±0,005 364,0±0,005 362,8±0,005 109,2±0,577 6,50 416,0±0,005 417,0±0,005 415,0±0,005 416,0±0,005 418,0±0,005 416,4±0,005 162,8±0,577 7,02 474,0±0,005 475,0±0,005 474,0±0,005 468,0±0,005 472,0±0,005 472,6±0,005 219,0±0,577 Realizado tal procedimento com as molas em série, partiu-se a realização do mesmo procedimento para as molas em paralelo. Tal procedimento foi realizado por cinco vezes, o comprimento inicial L0 foi de 120 mm, a partir daí foram adicionadas diferentes associações de pesos para estas molas em paralelo. Na tabela 5 tem os resultados obtidos para as molas em paralelo, dos valores auferidos juntamente com o cálculo da elongação média. Tabela 5: Tabela dos dados coletados com a mola 1 e 2 em paralelo. Molas em Paralelo Massa do Porta Peso (kg): 0,05 Comprimento Inicial (L0): 120 Massa (Kg) Comprimento Final (mm)Lf Elongação Média ( mm) ΔL = Lf - L0 1ª Medida 2ª Medida 3ª Medida 4ª Medida 5ª Medida Valor Médio Mola 1 0,050,005 134,0±0,005 134,0±0,005 134,0±0,005 134,0±0,005 135,0±0,005 134,2±0,005 14,2±0,577 Mola 2 5,05±0,005 148,0±0,005 147,0±0,005 148,0±0,005 148,0±0,005 148,0±0,005 147,8±0,005 27,8±0,577 Mola3 6,50±0,005 161,0±0,005 162,0±0,005 161,0±0,005 161,0±0,005 162,0±0,005 161,4±0,005 41,4±0,577 Mola4 7,02±0,005 175,0±0,005 174,0±0,005 174,0±0,005 174,0±0,005 175,0±0,005 174,4±0,005 54,4±0,577 No que concerne ao tratamento dos dados auferido, solicitou-se primeiramente a obtenção do valor médio do comprimento final das molas para cada peso adicionado e sua respectiva elongação média. Nas duas molas em série, a força F atua em ambas e o alongamento de uma é independente do da outra, já nas duas molas em paralelo, a força F aplicada é distribuída nas duas e o alongamento de uma é igual ao da outra. O próximo passo solicitado é a determinação do módulo da força peso exercido sobre o sistema. O valor adotado para a gravidade é de 9,78 m/s2. Assim temos que: P→ = m. g→ Onde m é a massa aferida para cada uma das associações de massa e g é o valor da gravidade adotado. Desse modo os valores da força peso (N) para cada uma das molas e de suas associações de massas seguem nas tabelas abaixo: Tabela 6: Módulo da força peso exercida no sistema. Peso I Peso II Peso III Peso IV P→ = m. g→ 5,379 N 49,389 N 64,059 N 68,656 N Determinado o valor do módulo da força peso exercida no sistema, pediu-se então a construção de gráficos com os dados experimentais obtidos para a força peso e para a elongação da mola para as configurações das molas em série e molas em paralelo. Neste caso a variável dependente y é a elongação da mola e a variável independente x a força peso. A partir dos dados obtidos foram feitos os cálculos para a constante elástica das molas em estudo, através do Método dos Mínimos Quadrados, onde foram determinados os valores dos coeficientes angulares da reta, estes representando as constantes elásticas das molas, obtendoas equações da reta. Fez-se uma análise das constantes das molas por meio da equação 1, os resultados estão descritos na Tabela 7. As incertezas são explicadas devidas ao próprio experimento, aos aparelhos utilizados para as medidas e também aos condutores do experimento, demonstrando assim a eficiência do método utilizado. Os resultados para as constantes elásticas das molas estudadas foram significativos, quando se fez a comparação através da fórmula Ksérie = K1K 2 / K1+ K2, das constantes determinadas das molas individuais em relação às molas em série e em paralelo aplicando na fórmula Kparaleo = K1+ K2, dados demonstrados na Tabela 7, observando que as incertezas ficaram dentro dos valores aceitáveis. Tabela 7 – Constantes das molas estudadas no experimento. Constantes das molas K1 K2 Ksérie = K1 K2/K1+ K2 Kparaleo = K1 +K2 0,677 0,682 0,339 1,359 Os ajustes lineares dos dados obtidos das equações da reta estão demonstrados nos gráficos, facilitando a compreensão dos resultados e observando sua linearidade. 6. CONCLUSÃO Diante do exposto, conclui-se que o método adotado para obtenção das constantes das molas, através da definição da Lei de Hooke e do método estatístico dos mínimos quadrados, sejam elas isoladas, em série, em paralelo ou individual e em conjunto, se mostraram eficientes e de fácil procedimento para atingir o objetivo geral do experimento em relação ao aprendizado prático dos alunos para com a disciplina. Através dos resultados alcançados observa a relação coerente das constantes obtidas das molas, dessa forma se torna uma prática de aprendizado a ser mantida para determinação da capacidade de elasticidade de molas. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JEWETT JR, J. W.; SERWAY, R. A. Física para Cientista e Engenheiros: Mecânica. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. v.1. HALLIDAY, D; RESNICK, WALKER, J. Fundamentos de Física Mecânica. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 1. NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Mecânica. 4 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2002. v.1. Sears & Zemansky – Young & Freedman, Física 1 – Mecânica, 12ª edição - Editora Pearson. 1 12 13
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