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MEU ARTIGO. AUTOESTIMA E AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM E A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL ESCOLAR

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A AUTOESTIMA E AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM E A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL ESCOLAR.
 *Mônica Paglialonga Leite
RESUMO:
O presente artigo destaca a autoestima, a afetividade na aprendizagem e o papel do psicopedagogo na instituição escolar.
E tem como objetivo mostrar a importância da autoestima e afetividade na aprendizagem e o papel do psicopedagogo institucional escolar e de como ele poderá colaborar junto a equipe pedagógica e professores de uma forma preventiva, auxiliando com estratégias no ensino para que se desenvolva a afetividade de uma forma prazerosa.
Palavras Chaves: Autoestima.Afetividade.Psicopedagogo.
SELF-ESTEEM AND AFFECTIVENESS IN LEARNING AND THE INTERVENTION OF THE SCHOOL INSTITUTIONAL PSICOPEDAGOGO.
ABSTRACT: This article highlights self - esteem, affectivity in learning and the role of the psychopedagogue in the school institution. The purpose of this study is to show the importance of self-esteem and affectivity in learning and the role of the institutional psycho pedagogical school and how it can collaborate with the pedagogical team and teachers in a preventive way, helping with strategies in teaching to develop the affectivity of a pleasurable form.
 Keywords: Self-esteem. Affectivity. Pedagogist.
1.INTRODUÇÃO
Autoestima e afetividade são fatores importantes para os seres humanos, interferem nos relacionamentos e na aprendizagem. A autoestima esta ligada com a afetividade e exerce um papel importante na contribuição para o desenvolvimento dos alunos que compõem uma escola. A escola que possuem alunos com as emoções negativas pode contar com a ajuda de um psicopedagogo institucional que em conjunto com professores e toda a equipe pedagógica poderá intervir de forma estratégica por meio do afeto positivo, estimulando professores, a equipe pedagógica a ensinar de forma lúdica, com jogos, pois através desse estratégia poderão trabalhar com as emoções apresentadas.
A autoestima e afetividade negativa atrapalham no desenvolvimento da aprendizagem, no relacionamento com professores e o papel do psicopedagogo na instituição escolar, surgi resgatando e trabalhando com os professores e a equipe escolar contribuindo para o bom desenvolvimento dos aprendentes, melhorando até mesmo no relacionamento inter e intrapessoal.
Os objetivos específicos foram observados o papel do psicopedagogo na instituição escolar e sua forma de intervenção e de que maneira poderá contribuir de forma multidisciplinar diante das dificuldades, no desenvolvimento afetivo e cognitivo dos alunos.
Para viabilizar este trabalho foi utilizado como procedimentos metodológicos pesquisa bibliográfica de obras que abordam o tema da autoestima e afetividade na aprendizagem assim como obras que tratam da importância do pedagogo. Esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico de abordagem qualitativa. 
Os autores que embasam este trabalho possuem um grande conhecimento na área de autoestima e afetividade e o papel do psicopedagogo, Nádia A. Bossa que afirma a importância dos jogos que trabalham de forma positiva na vida de cada aluno. Outra obra apresentada é de Danielle Laporte e Lise Sévigny, que aborda a importância do desenvolvimento da autoestima no período de seis a doze anos que é uma etapa crucial na vida de uma criança. 
2.AUTOESTIMA E SUA IMPORTÂNCIA NA VIDA DE UMA CRIANÇA
Nos anos iniciais do Ensino da Educação Infantil e do Ensino Fundamental é comum notarmos a insegurança dos pais em relação ao aprendizado de seus filhos e não percebem que esta insegurança é transmitida não com palavras, porém é absorvida indiretamente pela criança, afetando sua autoestima.
Segundo o Minidicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, CALDAS AULETE (2009, p.81), Autoestima significa: “qualidade de quem está satisfeito consigo mesmo, valorizando e demonstrando confiança no seu modo de ver e agir.” Autoestima é a imagem que a pessoa tem de si mesma. Cada um molda uma ideia do que é. Essa imagem é construída ao longo dos anos.
A criança desde o nascimento passa por vários períodos, onde as emoções positivas e negativas se transferem para suas experiências físicas, sua autonomia, pelo mundo imaginário na qual reinventa a vida. A Autoestima determina e aponta para os pensamentos, emoções e comportamentos pessoais. Ela se desenvolve desde sua vida uterina, através dos seus relacionamentos com seus pais, familiares e com o mundo a sua volta.
A sua entrada na escola é uma etapa importantíssima. Entre os sete e oito anos, as novas estruturas intelectuais levam a criança a refletirem, a questionar, a compreender as regras, a ajudar e aprender algo novo. A vida escolar marca uma fase essencial, pois a sua imagem física e emocional se enriquece com a intelectual.
As exigências dos pais, familiares, escola e da sociedade interferem na sua autoestima e a cobrança de resultados eficazes na escola e a falta de incentivos vão influenciar no seu interior, ouvindo palavras, vão até mesmo matar a imagem positiva. E o descaso, a violência, julgamentos, podem causar imensos prejuízos na autoestima dos pequenos. 
A autoestima é o valor positivo que reconhecemos como indivíduos, de maneira global, em cada contexto importante da vida. Podemos ter uma boa autoestima como trabalhadores, mas uma autoimagem muito frágil como pais ou como companheiro ou companheira. Nós não nascemos com uma autoimagem feita. As crianças aprendem antes a se ver pelos olhos das pessoas que são importantes para elas: seus pais, seus irmãos e irmãs, seus professores e enfim seus amigos.
 Inspirar um sentimento de confiança é uma atitude fundamental na vida, que nos permite encontrar a calma, criar um estado de abertura e bem estar, assim como olhar a vida com otimismo. Essa atitude fundamental não aparece de repente ao longo do desenvolvimento. Ela se constrói gradualmente, ao longo dos anos, das relações de afeição e das experiências significativas. Tanto no adulto como na criança, o sentimento de confiança varia ao longo da existência, conhecendo progressões súbitas, tanto quanto retrocessos temporários. Segundo LAPORTE E SÉVIGNY (2008, p.63):	
Todo adulto ou toda criança que se sente amada de maneira permanente, mesmo que por uma única pessoa, é levada a se perceber como uma pessoa amável e um ser com valor próprio. Quando esse sentimento tranquilo é interiorizado, tudo vem a ser com possível. É a confiança que gera o otimismo. 
É importante que a criança se sinta protegida contra os perigos físicos e psicológicos, em casa e na escola. Se ela não sente essa proteção, ela cria uma posição defensiva, com isso não poderá investir nas relações positivas com outros ou nos processos de aprendizagem. 
O que favorece a autoestima é estar presente, de maneira calorosa, junto à criança, estabelecer regras, evidenciar as capacidades, utilizar uma linguagem de estímulo e encorajar a criança a fazer amigos e a gerir ela mesma os conflitos. O que prejudica a autoestima é: a baixa autoestima de seus pais e professores, a inconstância na aplicação da disciplina, a superproteção, as críticas constantes de pessoas próximas, palavras que machucam, a percepção dos erros como fracassos e a ausência de prazer e cumplicidade com a criança.
O senso de valor próprio e competência, a avaliação que faz de si mesma é constituído de autoestima. A baixa autoestima, pode ser um indicativo de distúrbio psicológico e uma característica de depressão, que poderá causar dificuldades de relacionamento intra ou interpessoal.
Autoimagem é construída na relação indivíduo e o meio ambiente, por isso a análise critica pode ser negativa ou positiva das relações que exercem algum poder na autoimagem. Com isso cria-se um entendimento de que o autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma. O autoconceito procede de processos cognitivos o que vem a ser “processos cognitivos”? É uma expressãoque está relacionada com o processo de aquisição de conhecimento. A cognição envolve fatores diversos como o pensamento, a linguagem, a percepção, a memória, o raciocínio e etc., que fazem parte do desenvolvimento intelectual. 
O sentimento de valor que acompanha essa percepção de nós mesmos que na nossa autoestima, isto é a resposta no plano afetivo de um processo criado no plano cognitivo. De acordo com MOYSÉS (2005, p.19):
Se considerarmos o caso da criança pequena, veremos que a formação do autoconceito obedece às leis do desenvolvimento cognitivo, uma vez que ele é um caso particular de conceito. E a sua formação, embora possa ter sido matizada pelas cores dos sentimentos, não deixa de se caracterizar como um processo de cunho cognitivo. Sendo assim, nada melhor do que compreender como se dá a formação de conceitos. 
O autoconceito negativo, que causa uma avaliação negativa de si mesmo e uma autoimagem distorcida, colabora com sentimentos e pensamentos de autodestruição, que poderá resultar em conflitos com pais, colegas, e professores. O que se esconde é um sentimento de inferioridade. 
3.AFETIVIDADE E O CÉREBRO
	
Na escola, a inter-relação da professora com a turma de alunos e com cada um em particular é constante, seja na sala de aula, no pátio, e em função dessa aproximação afetiva é que se dá o convívio com objetos e na construção de um conhecimento envolvente. E o que vem a ser afetividade? Afetividade diz respeito a ações e reações internas, que interferem no externo. E por meio de sentimentos que as emoções começam o impacto no cérebro. Segundo afirma CASTRO (2012, p. 27): “A palavra afeto vem de affekt - qualquer estado afetivo, agradável ou penoso, ainda que vago e que se manifesta por uma descarga emocional física ou psíquica, imediata ou adiada”. 
O Afeto interpreta as emoções representadas e que transmite as sensações. O estado afetivo pode ser manifestado por emoções positivas, como: amor e alegria ou por emoções negativas tal como: raiva, tristeza e medo. A força dos aspectos positivos ou negativos vai depender do alicerce familiar. O afeto é um fio condutor que impulsiona as ações e a razão está ao seu serviço. Ele trata o registro das informações e transforma em conhecimentos. O nosso ambiente ensina ao nosso cérebro e as nossas emoções também. No nosso cérebro existem impulsos eletroquímicos que tem como resultado funções mentais, pensamentos, sentimentos, dor, alegria e movimentos. Essas atividades são estímulos que produzem sinapse que ocorre pela conexão entre neurônios que provocam a liberação de uma substância chamada neurotransmissor, que emite respostas nervosas e transmite informações. Adrenalina, acetilcolina e noradrenalina são neurotransmissoras com ação excitatória. Dopamina e ácido gama aminobutírico possuem a ação inibitória. São produzidos em nosso organismo através da alimentação, atividade física, momento de prazer, dor. Estimulando ou inibindo. Encorajando a superar desafios ou aprisionando ao medo.
Sabemos que o cérebro pode se remodelar para pensar e aprender. O desenvolvimento cognitivo não está isolado, porém estará sujeito aos estímulos dos processos de aprendizagem principalmente pela intervenção afetiva. As ênfases que empregamos nas emoções positivas e negativas, interferem no cognitivo. O desiquilíbrio emocional age no gerenciamento dos pensamentos. Para um adulto controlar as emoções através de um esforço mental é dificílimo e para uma criança produzir um controle emocional não é uma tarefa fácil. Só através de muito amor, afeto, ela poderá recriar as lembranças negativas aperfeiçoando seu aprendizado.
A nossa forma de aprendizagem vem pelas relações sociais, que estarão presentes em nossas vidas, ainda que deixemos de estudar, ir à escola, ler continuaremos aprender por causa da convivência Tudo que que influência em nossas relações sociais, torna-se intenso e grave a aprendizagem e é por isso que as emoções são de extrema importância para a saúde psíquica.
5. O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR.
Vivemos no século XXI, com o crescimento da violência de variados tipos, transtornos, síndromes, problemas psicológicos negativos. E trabalhar a afetividade chega a ser desafiador, adultos sabem lidar com algumas situações como perda, mas a criança não entende o por que. E o papel do psicopedagogo é fundamental, pois ele contribuirá de forma preventiva, diagnosticando e tratando os problemas que afetam a aprendizagem, segundo o Código de ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia(ABPp) no artigo terceiro: “O trabalho do psicopedagogo é de natureza clínica e institucional e de caráter preventivo e/ou remediativo. 
Para uma aprendizagem é necessário levar em consideração a memória e a afetividade. Na memória estão armazenadas as afetivas e negativas. As emoções ajudam na aprendizagem, pois quando uma atividade produz satisfação fortalece a organização das informações.
O psicopedagogo pode desenvolver o processo de intervenção de forma estratégica por meio do afeto positivo. Estimulando os professores e a equipe pedagógica a ensinar de forma lúdica e com jogos, através das brincadeiras, Bossa (2011,p.174) afirma que: “Constitui-se em uma importante ferramenta terapêutica. Do ponto de vista cognitivo, significa a via do acesso ao saber”, através do lúdico estimula-se a criatividade, sensibilidade, aprende a conviver com regras, expressa sentimentos, como medo, angustias e traumas vividos. Brincando as crianças superam desafios, tornando-se resilientes. O aprendizado se torna mais significativo.
O psicopedagogo podem estimular os pais para que participem da vida escolar do aprendente, incentivando, com estímulos positivos, poderá fortalecer sua autoestima e consolidando sua estrutura psíquica. Elogiando após cada atividade, mostrando interesse por suas atividades diárias, ouvindo, conversando, brincando.
O psicopedagogo poderá orientar aos professores e responsáveis de não fazerem cobranças excessivas, estímulos com agressividade, impaciência, desvalorização, maus tratos e associar o aprendizado com emoções negativas, quando a aprendizagem ocorre de forma adequada, há uma sensação de capacidade, de força, o que fortalece o autoconhecimento, uma das bases para o desenvolvimento de novas habilidades, segundo Acampora (2017). 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola tem um papel importante na aprendizagem do aluno, devendo proporcionar um ambiente que trabalhe a autoestima e afetividade, não deverá trabalhar somente conteúdos, mas as emoções que interferem no processo de aprendizagem. Estabelecendo um clima que seja favorável ao aprendizado, que seja afetuoso, atrativo.
O psicopedagogo institucional escolar ou não escolar trabalha de forma preventiva, diagnosticando, intervindo e avaliando os problemas que afetam a aprendizagem. O seu trabalho deverá ser compartilhado com os docentes envolvidos, com toda a instituição e os responsáveis pelo educando.
O século XXI apresenta e apresentará muitos desafios e as instituições escolares e não escolares precisarão deste profissional que trabalhará com fatores cognitivos, afetivos, de forma preventiva e afetiva, que seja facilitador e não um dificultador, que este profissional seja conhecido e reconhecido pela sua importância na aprendizagem, seja mais requisitado pelas instituições. 
 REFERÊNCIAS.
ACAMPORA, Beatriz. Autoestima: práticas para transformar pessoas. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2013.
ACAMPORA, Beatriz e Bianca. Psicopedagogia Institucional: Guia Teórico e Prático: Rio de Janeiro: Wak Editora, 2017
http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_atuacao.html 
Código de Ética. Visto em 20/03/2018.
BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da Prática, 4 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
CALDAS, Aulete. Minidicionário contemporâneoda língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.
CASTRO, Edineide. Afetividade e limites. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.
LAPORTE, Danielle; SÉVIGNY, Lise. A autoestima dos 6 aos 12 anos. São Paulo: Paulus, 2008.
MOYSÉS, Lúcia. Autoestima se constrói passo a passo. São Paulo: Papirus, 2005.
Mônica Paglialonga Leite, Pós graduando em Psicopedagogia, graduada em Pedagogia. E-mail: mpl-leite@hotmail.com.

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