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Aula 08 Administração Pública p/ AFC/CGU - Todas as áreas Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 60 Aula n° 8: Políticas Públicas Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital: ¾ Políticas Públicas: formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas e programas públicos; intersetorialidade, redes sociais e transversalidade. Espero que gostem da aula! 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 60 Sumário Políticas Públicas. ................................................................................. 3 Processo de formulação e desenvolvimento de políticas. ..................................... 3 Classificação ou Tipos de Políticas ............................................................ 7 Classificação de Lowi ........................................................................ 7 Classificações de Teixeira ................................................................... 9 Ciclo de Políticas Públicas ................................................................. 15 Construção da Agenda ........................................................................ 16 Formulação de Políticas Públicas ............................................................ 21 Modelos de Formulação ................................................................... 21 Implementação ................................................................................ 24 As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo.................................. 33 Centralização Decisória e Financeira na Esfera Federal .................................... 34 Fragmentação institucional ................................................................... 34 Caráter setorial ................................................................................ 35 Modelo de provisão estatal ................................................................... 36 Visão do Ipea .................................................................................. 37 Intersetorialidade e Transversalidade ........................................................ 41 Descentralização e democracia ............................................................... 44 Participação, atores sociais e controle social. Gestão local, cidadania e equidade social. 46 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 52 Gabaritos. ........................................................................................ 59 Bibliografia ...................................................................................... 59 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 60 Políticas Públicas. Processo de formulação e desenvolvimento de políticas. Para entender o conceito de política pública, temos de entender os GRLV�VHQWLGRV�GD�SDODYUD�³SROLWLFD´��1RV�SDtVHV�GH�OtQJXD�LQJOHVD��HVWHV�GRLV� conceitos são diferenciados, com a utilização das palavras politics e policy. Entretanto, em nossa língua utilizamos a palavra política para os dois conceitos. O primeiro conceito de política em nossa língua (politics) se refere ao poder de influenciar outras pessoas, ou de disputa política em si. Este é o conceito mais comum do termo em nosso país. Desta forma, quando estamos nos referindo às disputas eleitorais ou aos debates entre senadores, por exemplo, estamos utilizando este conceito do termo política. O outro conceito de política ± que seria o policy na língua inglesa± se refere às decisões e ações concretas em torno de um problema específico. $VVLP�VHQGR��TXDQGR�GL]HPRV�TXH��³D�SROtWLFD�KDELWDFLRQDO�GR�JRYHUQR�HVWi� melhorando a vida das pessoas´��HVWDPRV�XWLOL]DQGR�HVWH�RXWUR�VLJQLILFDGR� do termo política. Figura 1 - Diferença entre os conceitos de Política Frey tem uma outra definição para esses conceitos. Para ele, tem-se adotado na ciência política o emprego dos conceitos em inglês de polity Política como politics: exercício do poder e influência sobre outros Política como policy: relação com decisões e ações concretas 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 60 para denominar as instituições políticas, politics para os processos políticos e, por fim, policy para os conteúdos da política1. Dimensão Conceito Institucional Polity Se refere à ordem do sistema político, delineada pelo sistema jurídico, e à estrutura institucional do sistema político- administrativo Processual Politics Tem-se em vista o processo político, frequentemente de caráter conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões de distribuição Material Policy Refere-se aos conteúdos concretos, isto é, à configuração dos programas políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas Tabela 1 - Conceitos de Polity, Policy e Politics. Adaptado de: (Frey, 2000) Portanto, o conceito de política pública que iremos utilizar está ligado ao sentido de policy, o de decisões e ações públicas. De acordo com Secchi2: ³3ROtWLFDV�S~EOLFDV� WUDWDP�GR� FRQWH~GR� FRQFUHWR� H� do conteúdo simbólico de decisões políticas, e do SURFHVVR�GH�FRQVWUXomR�H�DWXDomR�GHVVDV�GHFLV}HV�´ Já para Saraiva3, uma política pública é: ³XP�IOX[R�GH�GHFLV}HV�S~EOLFDV��RULHQWDGR�D�PDQWHU� o equilíbrio social ou a introduzir desequilíbrios destinados a modificar esta UHDOLGDGH�´ Assim, uma política pública é uma orientação para resolver um problema considerado público e relevante. O primeiro problema, entretanto, é entender o que é exatamente um problema público. 1 (Frey, 2000) 2 (Secchi, 2010) 3 (Saraiva, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 60 Em teoria, um problema público é uma situação insatisfatória (seja percebida como um problema) que afeta a coletividade de modo relevante (afete ao público em geral). De acordo com Sjoblom4, um problema público é: ³D�GLIHUHQoD�HQWUH�D�VLWXDomR�DWXDO�H�XPD�VLWXDomR� ideal possível. Um problema existe quando o status quo é considerado inadequado e quando existe a H[SHFWDWLYD�GR�DOFDQFH�GH�XPD�VLWXDomR�PHOKRU�´ Figura 2 - Problema Público Um fazendeiro perder sua safra não seria considerado um problema público, por exemplo. Entretanto, se todos os fazendeiros de uma região perderem suas safras isto provavelmente será considerado um problema público. Alguns autores consideram que apenas as ações governamentais podem ser consideradas como políticas públicas. Entretanto, as bancas, em sua maioria, têm considerado que R�(VWDGR�QmR�WHP�XP�³PRQRSyOLR´�GDV� políticaspúblicas. Ou seja, uma política pública deve ser direcionada para resolver um problema público, seja ela uma política governamental ou não. De acordo com Saraiva5, nas definições dos dicionários de ciência política encontram-se os seguintes componentes comuns: 4 (Sjoblom, 1984) apud (Secchi, 2010) 5 (Saraiva, 2006) Situação Atual Situação Desejada Problema Público 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 60 ¾ Institucional: a política é elaborada ou decidida por autoridade formal legalmente constituída no âmbito da sua competência e é coletivamente vinculante; ¾ Decisório: a política é um conjunto-sequência de decisões, relativo à escolha de fins e/ou meios, de longo ou curto alcance, numa situação específica e como resposta a problemas e necessidades; ¾ Comportamental: implica ação ou inação, fazer ou não fazer nada; mas uma política é, acima de tudo, um curso de ação e não apenas uma decisão singular; ¾ Causal: são os produtos de ações que têm efeitos no sistema político e social. Vamos ver como isto já foi cobrado? 1 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Em inglês, usam-se os termos polity, politics e policy para caracterizar as três dimensões da política. Eles se referem, respectivamente, às instituições políticas, aos processos políticos e aos conteúdos da política. Policy é adotado para designar as políticas públicas (public policy). 3HUIHLWR��2�WHUPR�³SROtWLFDV�S~EOLFDV´�DGRWD�R�VLJQLILFDGR�GH�³SROLF\´�� ou seja, as ações e programas concretos que objetivam resolver algum SUREOHPD�S~EOLFR��6HULD�D�GLPHQVmR�GR�³FRQWH~GR´�GD�SROtWLFD� A dimensão das instituições políticas está relacionada com o conceito de polity, ao passo que o processo político está ligado ao conceito de politics. O gabarito é questão certa. 2 - (CESPE ± TCU ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - 2011) As políticas públicas são implementadas por governos, em parceria ou não com outras instituições sociais, com objetivo de realizar ações socialmente relevantes e economicamente viáveis. 2�WH[WR�IRL�DSDUHQWHPHQWH�UHWLUDGR�GR�DUWLJR�GH�0DULD�%XFFL��³Políticas S~EOLFDV�H�GLUHLWR�DGPLQLVWUDWLYR´6. Segundo ela, as políticas públicas são ³programas de ação governamental visando coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados´ 6 (Bucci, 1997) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 60 O gabarito preliminar veio como questão errada, mas a banca acabou anulando a questão com o seguinte argumento: ³2� DVVXQWR� WUDWDGR� QR� LWHP� p� FRQWroverso na literatura especializada. Por esse motivo, opta-se SRU�VXD�DQXODomR´ Creio que a frase está mesmo errada, pois uma política pública não precisa, necessariamente, ser economicamente viável. Uma política pública que tenha o objetivo de curar o câncer, por exemplo, pode ser considerada economicamente inviável, por ser extremamente cara, mas pode ser escolhida como relevante pela população e ser implementada. De qualquer forma, a banca acabou por anular a questão. Classificação ou Tipos de Políticas Classificação de Lowi A tipologia mais conhecida das políticas públicas foi desenvolvida por Theodore Lowi. Esta tipologia se baseia no impacto destas políticas na sociedade. Estas tipologias nos servem para compreender melhor como cada tipo de política pode se desenvolver. Entretanto, é bom saber que muitas vezes p� GLItFLO� ³HQTXDGUDU´� XPD� SROtWLFD� VRPHQWH� HP� XP� WLSR�� 2X� VHMD�� DV� ³IURQWHLUDV´�HQWUH�HVWDV�SROtWLFDV�QHP�VHPSUH�VmR�FODUDV� De qualquer forma, estes tipos nos facilitam a melhor compreensão da dinâmica destas políticas. De acordo com este autor, os tipos de políticas públicas são7: Políticas Regulatórias Como o próprio nome diz, estas políticas servem para regular o comportamento e atuação de pessoas ou organizações. Quando o governo, por exemplo, edita normas para a venda de produtos orgânicos ou edita uma lei proibindo a venda de bebida alcoólica em rodovias está estabelecendo uma política regulatória. A dinâmica que envolve estas políticas é de tipo pluralista, ou seja, depende da relação de forças entre os atores presentes na sociedade naquele determinado momento. 7 (Lowi, 1964) apud (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 60 Políticas Constitutivas 6mR�DV�SROtWLFDV�TXH�GHILQHP�DV� ³UHJUDV�GR� MRJR´�� RX� VHMD�� VmR�DV� regras sobre as regras. De certo modo, definem as jurisdições, regras e competências da disputa política e da elaboração das políticas públicas8. Como exemplos, temos as regras eleitorais, as leis que definem os relacionamentos entre os poderes e entre os entes federativos etc. São também conceituadas como meta-policies, pois estão acima dos outros tipos de políticas e condicionam o equilíbrio de poder. Políticas Distributivas Estas políticas têm como característica principal o fato de que os benefícios são concentrados em um número restrito de grupos ou pessoas, enquanto os custos são difusos para a sociedade como um todo. Desta maneira, estas políticas não costumam ter muitos conflitos, SRLV�DFDEDP�³FXVWDQGR�SRXFR´�SDUD�FDGD�XP�GH�QyV�H�QmR�³SHUFHEHPRV´�R� seu custo individualmente. Como exemplos destas políticas, poderíamos citar os subsídios para certas indústrias ou as taxas reduzidas para idosos. Políticas Redistributivas Esta é o tipo de política pública mais conflituosa, pois são custeadas por um grupo restrito de pessoas para o benefício também de um grupo restrito de pessoas. $VVLP��VHULD�R�WLSR�GH�SROtWLFD�³5RELQ�:RRG´��TXH�WLUD�GH�XQV�SDUD�GDU� para os outros. Como podem imaginar, estas políticas são muito polêmicas e contam com uma disputam entre os grupos que querem que a política seja efetivada contra outros que GHVHMDP�TXH�D�SROtWLFD�QmR�³SHJXH´�� Como exemplo destas políticas públicas redistributivas, podemos citar as cotas raciais em faculdades públicas ou o programa de distribuição de terras (reforma agrária). 8 (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 60 Figura 3 - Tipologia de Lowi Classificações de Teixeira Além da tipologia de Lowi, temos outras classificações cobradas em concursos, como a definição de Teixeira9. De acordo com ele, as políticas públicas podem ser definidas de acordo com os seguintes critérios: Quanto à natureza ou grau da intervenção: a) estrutural ± buscam interferir em relações estruturais como renda, emprego, propriedade etc. b) conjuntural ou emergencial ± objetivam amainar uma situação temporária, imediata. Quanto à abrangência dos possíveis benefícios: a) universais ± para todos os cidadãos b) segmentais ± para um segmento da população,caracterizado por um fator determinado (idade, condição física, gênero etc.). c) fragmentadas ± destinadas a grupos sociais dentro de cada segmento. 9 Fonte bibliográfica inválida especificada. Políticas Regulatórias Políticas Distributivas Políticas Redistributivas Políticas Constitutivas 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 60 Quanto aos impactos que podem causar aos beneficiários, ou ao seu papel nas relações sociais: a) distributivas ± visam distribuir benefícios individuais; costumam ser instrumentalizadas pelo clientelismo; b) redistributivas ± visam redistribuir recursos entre os grupos sociais: buscando certa equidade, retiram recursos de um grupo para beneficiar outros, o que provoca conflitos; c) regulatórias ± visam definir regras e procedimentos que regulem comportamento dos atores para atender interesses gerais da sociedade; não visariam benefícios imediatos para qualquer grupo. Assim, podemos ver resumidamente no gráfico abaixo as classificações de Teixeira: Classificação das Políticas Públicas (Teixeira) Quanto à natureza ou grau da intervenção: Estrutural Conjuntural ou emergencial Quanto à abrangência dos possíveis benefícios: Universais Segmentais Fragmentadas Quanto aos impactos que podem causar aos beneficiários Distributivas Redistributivas Regulatórias Vamos ver agora algumas questões? 3 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas distributivas geram impactos mais particulares do que universais, ao privilegiarem certos grupos sociais ou regiões, em detrimento do todo. Beleza. As políticas S~EOLFDV�GR�WLSR�³GLVWULEXWLYDV´�FDQDOL]DP�UHFXUVRV� para um grupo pequeno de pessoas mas é custeado pelo conjunto da sociedade. 'HVWD�PDQHLUD��EHQHILFLDP�³IRUWHPHQWH´�DOJXQV�JUXSRV�RX�SHVVRDV�� mas não são facilmente percebidos pela população em geral, que é quem custeia o benefício. O gabarito é questão certa. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 60 4 - (CESPE ± TCU ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - 2011) Quanto à sua natureza, as políticas públicas podem ser estruturais, conjunturais ou emergenciais. De acordo com a definição de Teixeira, a questão estaria correta. Esse foi o entendimento preliminar da banca, mas ela acabou anulando a questão na fase de recursos com o seguinte argumento: ³O assunto tratado no item é controverso na literatura especializada. Por esse motivo, opta-se por sua anuODomR´ A banca não foi muito clara, mas sabemos que existem diversas definições diferentes na literatura. Esse deve ter sido o motivo da anulação da questão. 5 - (CESPE ± TCU ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - 2011) Quanto à abrangência dos seus possíveis resultados, as políticas públicas podem ser universais, segmentais, fragmentadas e focais. Mais uma vez a banca parece ter se baseado na classificação de 7HL[HLUD��PDV� LQFOXLX�R� WHUPR�³IRFDLV´�TXH�QmR�p�FLWDGR�SHOR autor. Com isso, a banca tinha considerado o gabarito preliminar como questão errada. Na fase de recursos, a banca anulou a questão com o mesmo argumento da questão anterior. 6 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) As políticas redistributivas têm como objetivo o desvio e o deslocamento consciente de recursos financeiros, direitos ou outros valores entre camadas sociais e grupos da sociedade. A frase está certa. As políticas redistributivas tentam distribuir recursos entre os grupos que dispõem de mais renda ou patrimônio para os grupos mais necessitados. Como impactam fortemente em grupos determinados, costuma gerar grande resistência. O gabarito é questão certa. 7 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas distributivas são decisões tomadas pelo governo que desconsideram a questão de recursos limitados, e, para sua implementação, é necessária uma associação público-privada. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 60 (VVD� TXHVWmR� IRL� UHWLUDGD� GR� WH[WR� GH� &HOLQD� 6RX]D�� ³3ROtWLFDV� 3~EOLFDV��XPD� UHYLVmR�GD� OLWHUDWXUD´10. Para ela, as políticas distributivas são: ³'HFLV}HV� WRPDGDV� SHOR� JRYHUQR�� TXH� desconsideram a questão dos recursos limitados, gerando impactos mais individuais do que universais, ao privilegiar certos grupos sociais ou UHJL}HV��HP�GHWULPHQWR�GR�WRGR�´ Vejam que a autora não descreve a necessidade de uma parceria público-privada para que a política pública seja implementada. Naturalmente, uma política pública pode ser executada apenas com a participação do setor público. Assim, o gabarito é questão errada. 8 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas distributivas sempre demandarão contrapartidas fiscais daqueles que recebem a alocação de recursos. Uma contrapartida fiscal seria um pagamento por parte dos que recebem os recursos para que sejam beneficiados pela política pública. Seria o caso de um setor da indústria ter de repassar recursos para o governo para receber um subsídio para seus produtos. Isso não é, geralmente, exigido dos beneficiários destas políticas. Assim, o gabarito é questão errada. 9 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas de caráter distributivo distribuem custos e não geram vantagens. Políticas de caráter distributivo costumam gerar vantagens localizadas (para pequenos grupos) e custos difusos (que são pagos pelo conjunto da sociedade). Assim, elas geram sim vantagens, mas para uma parcela pequena da sociedade. O gabarito é questão incorreta. 10 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) O sistema previdenciário brasileiro não constitui caso de política redistributiva, uma vez que aqueles que contribuem receberão benefícios reduzidos no futuro. 10 (Souza, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 60 Muitos autores consideram que o regime previdenciário brasileiro é, sim, um caso de política redistributiva, pois muitos beneficiários recebem muito mais do que contribuíram e teriam direito se o sistema não fosse de FDUiWHU�³VROLGiULR´��'HVWD�IRUPD��R�JDEarito é questão errada. 11 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas públicas redistributivas baseiam-se em oportunidades o mais possível equânimes de acesso a educação, emprego e sistema de saúde, no entanto, exclui-se de tais políticas a redistribuição de renda. Negativo! As políticas de redistribuição de renda são casos claríssimos de políticas redistributivas, pois distribuem recursos de grupos que pagam impostos para grupos de pessoas carentes. O gabarito é questão errada. 12 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) No Estado brasileiro, as portarias emitidas por autarquias públicas não possuem função regulatória, tratam-se apenas de sugestões de conduta. Negativo. As portarias emitidas por autarquias públicas têm sim um papel normativo (imagine uma portaria do Banco Central ou do IBAMA, por exemplo). Assim, isto seria um exemplo de políticas regulatórias, que servem pararegular o comportamento e atuação de pessoas ou organizações. O gabarito é questão errada. 13 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Perfeito. As políticas regulatórias, como o próprio nome, regulam o comportamento de pessoas e grupos. Isto é feito, na prática, através de normas e portarias emitidas pelos órgãos reguladores. O gabarito é questão certa. 14 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Nas políticas regulatórias, tanto os custos e benefícios podem ser distribuídos de forma equilibrada entre os setores da sociedade, quanto as políticas podem atender a interesses particulares e restritos. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 60 Esta questão foi retirada dos textos de Klaus Frey. De acordo com ele11, ³Políticas regulatórias trabalham com ordens e proibições, decretos e portarias. Os efeitos referentes aos custos e benefícios não são determináveis de antemão; dependem da configuração concreta das políticas. Custos e benefícios podem ser distribuídos de forma igual e equilibrada entre os grupos e setores da sociedade, do mesmo modo como as políticas também podem atender a interesses particulares e restritos. Os processos de conflito, de consenso e de coalizão podem se modificar conforme a configuração específica das políticas´� Deste modo, o gabarito é mesmo a questão certa. 15 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) As políticas regulatórias envolvem grupos de interesse, o que dispensa o envolvimento da burocracia governamental e de políticos. As políticas regulatórias não dispensam o envolvimento dos políticos, muito menos da burocracia governamental. Os políticos serão os que tomarão as decisões sobre quais políticas devem ser criadas e ampliadas, e a burocracia irá implementar a política pública. O gabarito é questão errada. 16 - (CESPE ± TCU ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO- 2011) Quanto aos seus impactos sobre as relações sociais, as políticas públicas podem ser classificadas como distributivas, redistributivas ou regulatórias. Nesta questão, a banca não mencionou as políticas constitutivas, mas mesmo assim o Cespe considerou a frase como correta. A classificação está FRUUHWD�� PHVPR� FRP� R� FRQFHLWR� TXH� HVWi� ³IDOWDQGR´�� 2� JDEDULWR� IRL�� portanto, questão certa. 11 (Frey, 2000) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 60 Ciclo de Políticas Públicas Para facilitar a compreensão do processo de políticas públicas, separa-se em etapas ou fases sequenciais o que seria o ciclo de políticas públicas. De acordo com Saraiva12, estas fases são: definição da agenda, elaboração, formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação. Entretanto, cabe ressaltar que estas fases podem estar sobrepostas na realidade, ou seja, podem ocorrer ao mesmo tempo. Existem muitas situações também em que as fases não ocorrem na mesma sequência disposta na teoria. Assim sendo, esta divisão das etapas serve mais como um exercício de reflexão sobre a dinâmica das políticas públicas e para facilitar nossa compreensão sobre este processo. 12 (Saraiva, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 60 Figura 4 - Ciclo de Políticas Públicas Construção da Agenda A construção da agenda é a primeira fase do processo de políticas públicas. Esta fase envolve a identificação do problema público e a percepção de que algo deve ser feito para resolvê-lo. Em relação à identificação do problema, esta depende da percepção das pessoas e grupos. Isto ocorre, pois nem sempre temos a mesma noção GR�TXH�UHDOPHQWH�VHMD�XP�³SUREOHPD´��3HQVH�QD�VXD�YLGD��SRU�H[HPSOR�� Não ter um celular de última geração é um problema? Pode ser que sim ou pode ser que não, não é verdade? Depende da percepção de cada um. Da mesma forma, em nossa sociedade nem sempre temos uma percepção difundida entre a sociedade de que algo, mesmo que seja insatisfatório, seja um problema. Agenda Elaboração Formulação ImplementaçãoExecução Acompanhamento Avaliação 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 60 Vejam o caso das escolas públicas. Muitos pais de crianças pobres, em muitos casos eles mesmos analfabetos, não percebem a escola dos filhos como deficiente. Para muitos, só o fato da escola existir já é um avanço sobre o que eles tiveram quando crianças. Assim, não existe ainda uma percepção naquelas pessoas de que isto é um problema público a ser resolvido. Assim sendo, a identificação de um problema, de acordo com Sjoblom13, engloba: a percepção do problema, a definição ou delimitação do problema e a avaliação da possibilidade de resolução. Portanto, não basta a percepção de um problema. Deve existir um entendimento de que é possível, com os recursos públicos, resolver este problema. Como diz o ditado popular: o que não tem remédio, remediado está. Quando existe um problema público identificado, vários atores políticos podem buscar incluí-lo na agenda, ou seja, inserir este tema no rol de temas considerados relevantes pelo Estado. Segundo Saraiva14: ³1D�VXD�DFHSomR�PDLV�VLPSOHV��D�QRomR�GH�³LQFOXVmR� QD� DJHQGD´� GHVLJQD� R� HVWXGR� H� H[SOLFLWDomR� GR� conjunto de processos que conduzem os fatos a DGTXLULU�VWDWXV�GH�³SUREOHPD�S~EOLFR´��WUDQVIRUPDQGR- o em objeto de debates e controvérsias políticas na mídia. Frequentemente, a inclusão na agenda induz e justifica uma intervenção pública legítima sob a forma de decisão das auWRULGDGHV�S~EOLFDV�´ Desta forma, a inclusão de um tema na agenda possibilita que este assunto seja objeto de debates e da busca por alternativas de solução. De acordo com Cobb e Elder15, existem dois tipos de agendas: ¾ Agenda Política: conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe como merecedor de intervenção pública; ¾ Agenda Formal: também conhecida como agenda institucional, é aquela que elenca os problemas ou temas que o poder público já decidiu enfrentar. 13 (Sjoblom, 1984) apud (Secchi, 2010) 14 (Saraiva, 2006) 15 (Cobb e Elder, 1983) apud (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 60 Um tema pode entrar na agenda de modo rápido, como o caso de XPD�JUDQGH�HQFKHQWH�HP�XPD�FLGDGH�JUDQGH��RX�SRGH�VHU�³FRQVWUXtGR´�DRV� poucos, como a falta de saneamento básico nas grandes cidades brasileiras. Existem casos, entretanto, de problemas que saem da agenda, como foi o caso brasileiro da dívida externa ou da inflação. Estes eram temas muito importantes na agenda governamental nos anos 80 e 90 do século passado, mas atualmente não são mais percebidos como problemas públicos. De acordo com Kingdon16: ³8PD�DJHQGD�JRYHUQDPHQWDO�p�XPDlista de temas que são alvos de atenção por parte das autoridades em um determinado momento. Assim, um processo de estabelecimento de agenda filtra o conjunto de temas, que poderiam ocupar suas atenções, produzindo a lista de temas na qual eles realmente VH�FRQFHQWUDP�´ Estas agendas podem também ser classificadas em três tipos: ¾ Não governamental ± temas que não recebem muita atenção do Estado, apesar de serem reconhecidos como problemas pela sociedade como um todo. Alguns autores consideram estes temas DSHQDV�XP�³HVWDGR�GH�FRLVDV´; ¾ Governamental ± temas que já estão sendo analisados pelo governo de um modo formal e institucionalizado; ¾ Decisória ± temas que estão em um processo de decisão formal pelos políticos e que serão abordados por uma política pública. Esta divisão é importante para entendermos porque um problema as YH]HV�p�DERUGDGR�SHORV�SROtWLFRV�PDV�QXQFD� ³YDL�DGLDQWH´��3DUD�TXH�XP� problema seja enfrentado de modo eficaz, é necessário que esteja na agenda de decisão. Muitas vezes ocorre uma chuva torrencial no Rio de Janeiro, por exemplo, e muitas pessoas perdem suas vidas em desabamentos. Este WHPD� ORJR� ³HQWUD´� QD� DJHQGD� JRYHUQDPHQWDO� H� PXLWRV� GRV� SROtWLFRs defendem a atuação do governo e políticas públicas que evitem outras catástrofes no futuro. (QWUHWDQWR�� FRP�R� WHPSR� R� DVVXQWR� YDL� ³SHUGHQGR� IRUoD´� H� VDL� GD� agenda. Com isso, nada é efetivamente feito e novos acidentes acontecerão no futuro. 16 (Kingdon, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 60 Ainda existem os temas que, apesar de serem reconhecidos como problemas, não são nem abordados pelos políticos. Isto pode ocorrer pelo fato dos políticos serem contra a solução dos problemas (como ocorre no caso da impunidade dos próprios políticos) ou pelo alto custo da solução do problema, dentre outros fatores. De acordo com Kingdon, o modelo dos fluxos múltiplos tenta explicar porque alguns temas entram e outros não entram na agenda governamental. Este modelo parte do princípio de que os governos são permeados por três fluxos: ¾ Fluxo dos problemas; ¾ Fluxo das soluções ou alternativas; ¾ Fluxo da política. O fluxo dos problemas engloba todas as situações percebidas como problemas públicos. Muitas vezes, os próprios políticos não enxergam certas situações como problemas. Assim, alguns elementos podem ajudar D�PXGDU�XPD�VLWXDomR�GR�³HVWDGR�GH�FRLVDV´�SDUD�D�DJHQGD�governamental: 9 Indicadores ± podem indicar a piora rápida de um problema ou uma tendência crítica; 9 Crises e eventos ± um momento em que a população saia em GHIHVD� GH� DOJXPD� FDXVD� RX� DOJXP� HYHQWR� TXH� ³LPSRQKD´� D� discussão de um problema, como o caso de uma morte hedionda de uma criança, por exemplo. 9 Feedback ± a própria percepção da ação governamental pode ³DFHQGHU�D�OX]�YHUPHOKD´�H�OHYDU�XP�WHPD�D�VHU�GLVFXWLGR��FRPR� ocorre no caso da segurança pública em algumas cidades, por exemplo. Já o fluxo de soluções normalmente parte do que se chama de policy communities, ou seja, grupos de especialistas da área que desenvolvem propostas (que muitas vezes não são relacionadas diretamente com os problemas do momento). Estes especialistas debatem estas propostas dentro destas comunidades (como as Universidades e centros de pesquisa etc.), sendo o consenso e a busca pelo convencimento dos outros membros os métodos HP�TXH�DV�SURSRVWDV�VmR�³YDOLGDGDV´� Dentre os fatores que farão as propostas serem reconhecidas, podemos citar a viabilidade técnica e econômica, bem como a comunhão de valores aceitos pela comunidade. Finalmente, o fluxo político se relaciona com as barganhas e negociações entre os políticos propriamente ditos. Nesta dinâmica, Kingdon menciona três elementos que impactam neste fluxo: 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 60 ¾ O clima político nacional ± national mood; ¾ As forças políticas organizadas ou grupos de pressão; ¾ Mudanças ocorridas dentro do governo. Estes três fluxos devem convergir para que um problema entre na agenda governamental, de acordo com o autor. Entretanto, nem sempre é necessário que todos os três fluxos estejam convergindo no mesmo tempo. O que ele diz é que é necessário que estejam alinhados para que um tema seja alçado à agenda decisória. Figura 5 - Modelo de Fluxos Múltiplos Vamos ver uma questão agora? 17 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Decisões e análises acerca de políticas públicas implicam responder às seguintes perguntas: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz. Essa questão foi retirada do texto de Celina Souza. De acordo com ela17, ³A definição mais conhecida continua sendo a Laswell, ou seja, decisões e análises sobre política pública implicam responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz´� O gabarito é mesmo questão certa. 17 (Souza, 2006) Agenda Decisória Fluxo de Problemas Fluxo de Soluções Fluxo Político 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 60 Formulação de Políticas Públicas A etapa da formulação das alternativas de políticas públicas é a fase em que os atores mostram suas preferências e quando tentam afirmar seus interesses. De acordo com Saraiva18: ³D� IRUPXODomR� inclui a seleção e especificação da alternativa considerada mais conveniente, seguida de declaração que explicita a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico, DGPLQLVWUDWLYR�H�ILQDQFHLUR�´ Desta forma, na etapa da formulação é que os atores (políticos, analistas e demais atores) envolvidos na política resumem o que esperam que sejam os resultados da política19. Nesta dinâmica, podem ocorrer três tipos de interação: a luta (que VH�UHVXPH�j�XP�HPEDWH�GH�³VRPD�]HUR´��HP�TXH�XP�ODGR�JDQKD�H�o outro perde), o jogo (em que o objetivo das partes é apenas vencer, mantendo R�RXWUR� ODGR�³YLYR´�QD�GLVSXWD��H�o debate (em que o objetivo não é a derrota do outro, mas seu convencimento). Modelos de Formulação Existem diversos modelos que tentam explicar como funciona a formulação das políticas públicas. Abaixo seguem alguns dos principais: Incrementalismo De acordo com este modelo, não é possível, na maioria das vezes, tomar uma decisão que altere significamente o status quo. Ou seja, o modelo diz que as decisões no presente são condicionadas pelas decisões passadas. Depois de muito investimento em uma política de repressão ao tráfico de drogas, por exemplo, seria muito difícil a liberação das mesmas, pois já H[LVWLULDP�³JUXSRV�GH�SUHVVmR´�TXH�seriam favorecidos por esta política que ³EULJDULDP´�SRU�VXD�PDQXWHQomR� 18 (Saraiva, 2006) 19 (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 60 Este ideia do incrementalismo é muito forte na máquina governamental, mas não explica todas as situações, como as vividas em momentos de crise (comoas vividas pelos países em guerra ou crise fiscal). De acordo com Celina Souza20: ³os autores argumentaram que os recursos governamentais para um programa, órgão ou uma dada política pública não partem do zero e sim, de decisões marginais e incrementais que desconsideram mudanças políticas ou mudanças substantivas nos programas públicos. Assim, as decisões dos governos seriam apenas incrementais H�SRXFR�VXEVWDQWLYDV�´ Muitas vezes, não existem recursos para que a decisão ideal seja tomada. Assim, busca-se alterar aos poucos a realidade em vez de se mudar radicalmente uma política pública. 'D�PHVPD�IRUPD��DSyV�XPD�SROtWLFD�VHU�³SRVWD�HP�SUiWLFD´�p�PXLWR� difícil reverter esta política. Passam a existir diversos grupos favorecidos pela política que não deixariam facilmente esta decisão ser tomada. Assim, uma política que forneça juros subsidiados aos fazendeiros teria sempre um apoio destes mesmos fazendeiros, além dos seus fornecedores e credores, de modo que estes seriam contra qualquer mudança na política. Modelo Racional Compreensivo De acordo com este modelo, existem informações completas ao dispor dos agentes públicos e seria possível uma decisão que tomasse em questão todas as alternativas possíveis com base em uma racionalidade. Ou seja, o modelo postula que o Estado teria condições de prever todos os desdobramentos futuros de suas decisões e analisar todas as variáveis importantes��2�SUREOHPD�p�TXH�R�PRGHOR�³HQ[HUJD´�R�JRYHUQR� como um ente único e não um somatório de forças e grupos de pressão que podem ter interesses divergentes. $VVLP��HVWH�JRYHUQR�³WRGR�SRGHURVR´�SRGHULD�SHVDU�WRGos os prós e contras de maneira racional e tomar decisões de impacto ± e não somente incrementais. 20 (Souza, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 60 Modelo Mixed-Scanning ou Sondagem Mista Como nem o modelo incremental nem o modelo racional conseguiam explicar corretamente o funcionamento do processo de formulação, Etzioni montou um modelo que englobasse os dois modelos ± o modelo mixed- scanning ou de sondagem mista. Basicamente, Etzioni afirmou que existem dois tipos de decisões: as fundamentais �TXH�GHYHP�VHU�DQDOLVDGDV�WHQGR�XPD�YLVmR�PDLV�³PDFUR´� e que são estratégicas e estruturantes) e as incrementais (que são derivadas das decisões fundamentais e que devem ser mais detalhadas). De acordo com Etzioni21, ³RV�GRLV�HOHPHQWRV�GD�VRQGDJHP�PLVWD�DMXGDP�D� reduzir os efeitos das limitações particulares em do outro; o incrementalismo reduz os aspectos irrealistas do racionalismo, ao limitar os detalhes exigidos nas decisões fundamentais; e o UDFLRQDOLVPR� ³FRQWH[WXDQWH´� DMXGD� D� VXSHUDU� D� tendência conservadora do incrementalismo por meio da exploração de alternativas de prazos mais ORQJRV�´ Desta forma, uma revisão maior do contexto deve ser feita quando as decisões sejam mais abrangentes, mais estratégicas. Ao mesmo tempo, decisões baseadas no modelo incremental devem ser utilizadas quando os temas sejam ordinários, do dia-a-dia. Modelo Lata de Lixo Neste modelo, existe a compreensão de que a formulação de alternativas não parte de um ente monolítico, mas sim de diversos atores (a comunidade de políticas) com pouca coerência entre si e que nem sempre desenvolvem propostas tendo um problema específico em mente. 'HVWD�IRUPD��GLYHUVRV�DWRUHV�YmR�GHVHQYROYHQGR�³VROXo}HV´�H�HVWDV� ILFDULDP�JXDUGDGDV�HP�XPD�³ODWD�GR�OL[R´�HVSHUDQGR�VHU�HVFROKLGDV�SDUD� resolver um problema em especial. Assim, quando um problema se apresenta para a sociedade, procuram-VH�VROXo}HV�QHVWD�³ODWD�GR�OL[R´�TXH� possam resolver o problema. De acordo com Souza22, 21 (Etzioni, 2010) 22 (Souza, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 60 ³Ou seja, existem vários problemas e poucas soluções. As soluções não seriam detidamente analisadas e dependeriam do leque de soluções que os GHFLVRUHV��SROLF\�PDNHUV��WrP�QR�PRPHQWR�´ No fundo, este modelo tenta mostrar que o processo de formulação é um pouco anárquico e que os atores nem sempre têm propostas consistentes. Com isso, as diversas propostas vão se acumulando em um GHSRVLWyULR� GH� ³VROXo}HV´� D� VHUHP� HVFROKLGDV pelos atores. Soluções procurariam problemas e não o contrário. Implementação A implementação é a etapa em que os planos e decisões são postas em prática. Neste momento, são executadas as ações e os primeiros resultados da política começam a aparecer. A implementação, de acordo com Hill23�� ³UHIHUH-se a objetivos específicos, à tradução na prática, das políticas que emergem do complexo SURFHVVR�GHFLVyULR´��-i�Ge acordo com Saraiva24, ³A implementação, constituída pelo planejamento e organização do aparelho administrativo e dos recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos necessários para executar uma política. Trata-se da preparação para pôr em prática a política pública, a elaboração de todos os planos, programas e projetos que permitirão executá-OD�´ Esta etapa é fundamental para qualquer política, pois não adianta nada um excelente diagnóstico e a escolha da melhor alternativa se não existir uma implementação correta. Existem muitos exemplos em nosso SDtV�GH�³OHLV�TXH�QmR�SHJDP´�RX� GH�³SURJUDPDV�TXH�QmR�YLQJDP´��SRLV�DV�GHFLV}HV�SROtWLFDV�QmR�OHYDUDP�HP� consideração certas dificuldades na hora de implementar estas decisões25. 23 (Hill) apud (Saraiva, 2006) 24 (Saraiva, 2006) 25 (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 60 De acordo com Sabatier26, existem dois modelos de implementação de políticas públicas: o modelo top-down (de cima para baixo) e o modelo bottom-up (de baixo para cima). O modelo top-down se baseia na noção de que a decisão política está distanciado de sua implementação. Esta noção é baseada no modelo de Wilson que separa a Política da Burocracia (administração) e considera a implementação um processo simples e menos importante. De certa forma, após as considerações políticas e as análises das forças e consequências de cada decisão, caberia à burocracia apenas alocar os recursos necessários para que as políticas sejam executadas. Desta maneira, este modelo acredita o processo de implementação SRGH�VHU�FRQWURODGR�GH�³FLPD�SDUD�EDL[R´�H�que os políticos tem condições de coordenar o processo de implementação. De acordo com esta lógica, um comitê estratégico formularia a política em Brasília e caberia ao servidor no Acre somente aplicar todas as diretrizes emanadas da capital. Este servidor não teria nenhum poder ou poderia influenciar a política. Figura 6 - Modelo Top-down Já o modelo Bottom-up critica esta visão simplista do processo de LPSOHPHQWDomR� H� HQIDWL]D� D� GLILFXOGDGH� GH� ³WUDGX]LU´� FHUWRV� SODQRV� concebidos por pessoas distantes das dificuldades e especificidades dos problemas no plano concreto. Assim, se DOJXpP� HP� %UDVtOLD� ³ERODU´� XPD� SRlítica muito bem intencionada sem, entretanto, levar em consideração as dificuldades dos burocratas em Roraima, por exemplo, de executar estas políticascom os recursos e problemas locais, levará ao fracasso quase certo da política. 26 (Sabatier, 1986) apud (Secchi, 2010) Política Burocracia 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 60 O modelo bottom-up postula, portanto, que os burocratas que irão implementar esta política devem ter muito mais discricionariedade e poder para escolher os meios e recursos que irão utilizar para executar as políticas, além de fornecer informações que subsidiem o desenho da política. Ou seja, o modelo afirma que o processo de implementação também deve ser influenciado pelos agentes que irão, na prática, executá-lo. Dizendo de outra maneira, o modelo bottom-up mostra que existe ³IRUPXODomR�QD�LPSOHPHQWDomR´� Figura 7 - Modelo Bottom-up De acordo com Hill27, existem diversos motivos que indicam que os executores das políticas devem ter maior poder de influenciar as políticas: ¾ Porque não há como resolver conflitos durante a fase de formulação de políticas; ¾ Porque se considera necessário permitir que as decisões-chave sejam tomadas só quando todos os fatos estiverem disponíveis para os implementadores; ¾ Porque se acredita que os implementadores (profissionais, por exemplo) estão melhor preparados que outros para tomar decisões-chave; ¾ Porque pouco se sabe previamente sobre o verdadeiro impacto das novas medidas; ¾ Porque é sabido que as decisões diárias terão que envolver negociações e compromissos com grupos poderosos; 27 (Hill, 2006) Política Burocracia 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 60 ¾ Porque se considera politicamente inadequado tentar resolver os conflitos. Vamos agora dar uma olhada em algumas questões? 18 - (CESPE ± TCU ± AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO- 2013) A ocorrência de eventos ou crises pode suscitar a emergência de problemas ou assuntos, não sendo suficiente, contudo, para impelir a entrada de um assunto na agenda. Perfeito. A ocorrência de uma crise ou evento pode sim ser um fator que venha a pôr esse tema na agenda, as nem sempre tem o poder de impor o tema. Uma crise de segurança em uma penitenciária pode trazer esse tema para a agenda governamental, mas não conseguir chegar a agenda decisória, pois não existem forças políticas, recursos necessários, ou mesmo consenso político para resolver o problema. O gabarito é questão certa. 19 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) O poder público deve delegar à iniciativa privada a tomada de decisões sobre políticas públicas quando o grupo favorecido pela política pública for restrito a uma única unidade da federação (estado ou Distrito Federal). 4XHVWmR�VHP�³Sp�QHP�FDEHoD´��2�VHWRU�S~EOLFR�SRGH�VLP�GHOHJDU�D� execução de uma política pública, ou parte dela, para a iniciativa privada, mas isso não tem relação alguma com o fato de esta política ter beneficiários em uma única unidade da federação. O gabarito é questão errada. 20 - (CESPE ± EBC ± ANALISTA - 2011) Em qualquer situação, para se implementar determinada decisão por meio de uma política pública, requer-se uma única ação estrategicamente selecionada. Isto não é verdade. Uma política pública pode envolver diversas ações e programas que envolvam diversos entes. Não existe a necessidade de que envolva apenas uma ação estratégica. O gabarito é questão errada. 21 - (CESPE ± SERPRO ± ANALISTA - 2013) No processo de formulação de uma política pública, a tomada de decisões refere-se ao momento em que os interesses dos atores são equacionados e as alternativas de solução são explicitadas. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 60 Perfeito. De acordo com Saraiva28: ³D� IRUPXODomR� LQFOXL� D� VHOHomR� H� HVSHFLILFDomR� GD� alternativa considerada mais conveniente, seguida de declaração que explicita a decisão adotada, definindo seus objetivos e seu marco jurídico, DGPLQLVWUDWLYR�H�ILQDQFHLUR�´ Desta forma, na etapa da formulação é que os atores (políticos, analistas e demais atores) envolvidos na política resumem o que esperam que sejam os resultados da política29. O gabarito é mesmo a questão certa. 22 - (CESPE ± PREFEITURA RIO BRANCO ± TÉCNICO - 2007) O termo público, associado à política, não se refere exclusivamente à ação do Estado, mas, sim, à coisa pública, ou seja, àquilo que é de todos. Apesar de, normalmente, as políticas públicas serem de iniciativa governamental, estas não são exclusivas do Estado. Claro que o Estado é muito importante, mas a sociedade organizada, ou seja, a coletividade também pode estar envolvida em certas políticas públicas. O gabarito é questão correta. 23 - (CESPE ± MDS ± ADMINISTRADOR - 2006) No Brasil, a percepção da complexidade das políticas públicas, que normalmente deve ser vista durante a fase de formulação e decisão, concentra-se, porém, na fase de implementação, vista como etapa de tarefas com alto nível de exigência e capacitação dos operadores finais. Esta questão aborda a implementação como uma etapa mais simples do processo de políticas públicas. Entretanto, existe formulação na etapa de implementação, pois não se consegue estimar todos os impactos e variáveis da política antes de sua implementação. O gabarito é, portanto, questão errada. 24 - (CESPE ± MDS ± ADMINISTRADOR - 2006) As instituições e órgãos do governo são os grandes responsáveis pela elaboração de 28 (Saraiva, 2006) 29 (Secchi, 2010) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 60 políticas públicas, pois é nelas que acontece o processo decisório, e são elas os principais agentes responsáveis pela implementação e, geralmente, pela avaliação dos resultados. ([DWR�� $V� SROtWLFDV� S~EOLFDV� QmR� VmR� ³PRQRSyOLR´� GR� (VWDGR�� PDV� obviamente HVWH�p�R�³DWRU´�PDLV�LPSRUWDQWH�GR�SURFHVVR��$Wp�SHOR�PRQWDQWH� de recursos, informações e capacidades localizados na máquina estatal, esta é fundamental para diversas políticas públicas. O gabarito é questão correta. 25 - (CESPE ± MDS ± ADMINISTRADOR - 2006) No estudo para a implementação de políticas públicas, o enfoque top down é dos menos eficazes porque parte do princípio de que todas as políticas se implantam com sucesso e que o erro é sempre de formulação. (VWD� TXHVWmR� WHP� XPD� ³SHJDGLQKD´�� SRLV� RV� HQIRTXHV� top down partem do princípio de que os problemas ocorrem na implementação (e não na formulação). O gabarito é questão errada. 26 - (CESPE ± MDS ± ADMINISTRADOR - 2006) Somente para fins analíticos é que se estabelecem distinções entre o processo de formulação e as demais fases das políticas públicas: a implementação e a avaliação. Perfeito. As etapas do processo de políticas públicas são muitas vezes sobrepostas ou sua ordem está invertida (do que seria o modelo teórico sequencial). Entretanto, fazemos esta distinção para que seja mais fácil a compreensão de sua dinâmica. O gabarito é questãocorreta. 27 - (CESPE ± MDS ± ADMINISTRADOR - 2006) No processo de participação nas políticas públicas, ações pró-ativas da sociedade civil dispensam a participação do Poder Legislativo como fiscalizador do Poder Executivo. O chamado controle social, em que a sociedade controla e participa das decisões e ações governamentais, não dispensa a participação do Legislativo no controle das ações do poder Executivo. Este controle do Legislativo é importante para que possamos manter R� ³FKHFNV� DQG� EDODQFHV´�� RX� VHMD�� R� HTXLOtEULR� GH� IRUoDV� QR� (VWDGR�� 2� gabarito é questão errada. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 60 28 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) Política pública é sinônimo de decisão política: ambas envolvem a alocação imperativa de valores e recursos. Uma política não é somente uma decisão política. Se fosse assim, diversos problemas brasileiros já estariam resolvidos, não é mesmo? Vontade política é importante, mas não é tudo. Além de uma decisão acertada, deve existir uma implementação bem feita da política. O gabarito é questão errada. 29 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) As fases de formulação e implementação da política pública são empiricamente distintas, inexistindo quaisquer sobreposições factuais ou temporais entre elas. Negativo. Estas fases são separadas somente para efeito didático. Na vida real, estas fases se sobrepõem e as fronteiras não ficam bem claras. $OpP�GLVVR��PXLWDV�YH]HV�DV�IDVHV�RFRUUHP�QD�³RUGHP�LQYHUWLGD´��2� gabarito é questão errada. 30 - (CESPE ± TJ/AP ± ASSISTENTE - 2007) Os direitos declarados e garantidos nas leis são operacionalizados por políticas públicas, mediante programas, projetos e serviços. Perfeito. De nada adiantaria a garantia legal de algum direito se não existirem políticas públicas que, na vida real, destinem recursos públicos para que estes direitos passem a ter forma. O gabarito é questão correta. 31 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) Todos os problemas sociais relevantes fazem parte da agenda de políticas públicas. Quem dera, não é mesmo? Existem temas que, apesar de serem reconhecidos como um problema público pela sociedade, não chegam a entrar na agenda governamentDO�H�VH�PDQWpP�FRPR�XP�³HVWDGR�GH�FRLVDV´�� Isto pode ocorrer por falta de vontade política de resolver o problema específico, a falta de recursos ou a percepção de que a ação governamental não resolverá este problema. O gabarito é questão errada. 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 60 32 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) O chamado modelo de escolha racional (ou modelo racional-compreensivo) preconiza uma análise detalhada e abrangente das alternativas de política pública, garantindo mais agilidade e eficácia ao processo decisório, sem desconsiderar potenciais conflitos de interesse e poder entre os atores. Quando fazemos uma análise exaustiva das alternativas possíveis e ³SHVDPRV´�WRGRV�RV�IDWRUHV��QmR�HVWDPRV�VHQGR�PDLV�iJHLV��QmR�p�PHVPR"� Assim, o modelo racional é mais lento. Além disso, este modelo não leva em consideração os conflitos de interesse e poder entre os setores. O gabarito é questão incorreta. 33 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) O modelo incremental reconhece os limites da racionalidade técnica e busca adotar alternativas de modo gradual, assegurando acordos entre os interesses envolvidos. Exato. O modelo incremental reconhece que estamos muitas vezes condicionados pelas decisões anteriores e que mudanças bruscas são muito difíceis. Assim, as mudanças devem ser graduais e negociadas. O gabarito é questão correta. 34 - (CESPE ± SGA/AC ± GESTOR - 2006) Os modelos racional e incremental podem ser combinados num modelo misto, que diferencia dois processos decisórios: um relativo a questões estruturantes e outro relativo a questões de caráter ordinário. Beleza. A questão está se referindo ao modelo mixed-scanning, que EXVFD�³MXQWDU´�DV�YDQWDJHQV�GRV�GRLV�PRGHORV��3DUD�GHFLV}HV�HVWUXWXUDQWHV�� utilizemos uma análise mais baseada na racionalidade. Já para decisões ordinárias, o modelo incremental funciona melhor. O gabarito é questão certa. 35 - (ESAF ± MPOG ± EPPGG - 2008) Apesar das divergências existentes, os diferentes autores coincidem no conceito geral e nas características essenciais das políticas públicas. De acordo com esse consenso, não é um elemento característico das políticas públicas: 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 60 a) um conjunto de medidas concretas, ou seja, ações realizadas por instituições com competência para tal. b) decisões ou formas de alocação de recursos. c) um ou vários públicos-alvo. d) apoio dos agentes públicos e dos atores sociais à concepção que orienta as decisões quanto às prioridades da agenda governamental. e) definição obrigatória de metas ou objetivos a serem atingidos, selecionados em função de normas e valores. Esta questão foi retirada de um texto da coletânea da ENAP de Políticas Públicas. De acordo com Thoenig30, ³Um conjunto de medidas concretas; decisões ou forma de alocação de recursos, que ela esteja inserida em um quadro geral de ação; tenha um público-alvo (ou vários públicos; apresente definição obrigatória de metas ou objetivos a serem atingidos, definidos em função de normas e YDORUHV��´ Desta forma, vemos que a única alternativa da questão incorreta é a letra D, que é o gabarito. 36 - (ESAF ± MPOG ± EPPGG - 2008) Embora grande parte das análises de políticas públicas se concentre nos aspectos relativos à formulação, a literatura vem enfatizando, cada vez mais, a importância dos estudos da formação da agenda governamental. Em resposta à indagação sobre como as agendas governamentais são estabelecidas, um modelo largamente conhecido apresenta três explicações: problemas, política e participantes visíveis. Esse modelo é conhecido como: a) Modelo Interativo-Iterativo. b) Modelo de Mútuo Ajuste. c) Modelo de Múltiplos Fluxos. d) Modelo de Exploração Combinada. e) Modelo de Análise Estratégica. 30 (Thoenig) apud (Saraiva, 2006) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 60 O modelo que apresenta estas explicações para a formação da agenda é o modelo de fluxos múltiplos (ou múltiplos fluxos) de Kingdon. Desta maneira, o gabarito é a letra C. As políticas públicas no Estado brasileiro contemporâneo. Os últimos trinta anos foram de muito debate sobre o papel do Estado na sociedade sobre quais tipos de políticas públicas deveriam existir e como deveriam funcionar. Desde a década de 80, em que existia um pessimismo quanto ao papel do Estado, até os anos recentes (em que o papel do Estado tem sido visto com maior credibilidade na sua capacidade de mudar a realidade social), as dinâmicas que determinam o funcionamento do relacionamento entre o Estado e a sociedade têm mudado. Nos anos 80, as políticaspúblicas estavam impactadas por um governo autoritário com pouca legitimidade na sociedade e uma crise econômica e fiscal de grandes proporções. Cinco elementos caracterizaram esta época, de acordo com Farah31: Figura 8 - Elementos das Políticas Públicas no Estado Brasileiro 31 (Farah, 2001) Centralização Decisória Fragmentação Institucional Caráter Setorial Exclusão da Sociedade Civil Modelo de Provisão Estatal 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 60 Centralização Decisória e Financeira na Esfera Federal Até a década de 80 do século passado, o governo federal comandava uma proporção exagerada dos recursos e centralizava diversas decisões em relação às políticas públicas no Brasil32. O papel dos estados brasileiros era, então, subsidiário e residual, tendo uma atuação mais voltada para a execução e implementação das políticas. Naturalmente, este processo foi uma consequência de anos e anos de governos autoritários comandando a política nacional. A centralização seria então um processo que iria em convergência FRP� D� ³OyJLFD´� GH� JRYHUQRV� DXWRULWiULRV�� TXH� EXVFDYDP� LPSULPLU� QDV� políticas públicas sua visão de mundo e não tinham, dentro de seus principais quadros, o costume de tomar decisões de modo participativo. (QWUHWDQWR��RV�HVWDGRV�QmR�WLQKDP�XP�HVSDoR�GH�³PDQREUD´�LUULVyULR�� Como estavam mais próximos da realidade que deveriam alterar, ou seja, mais próximos dos cidadãos, poderiam avaliar se a política pública estava ou não sendo eficiente e, de certo modo, impactar a política pública no momento da execução. Assim, os governos centrais entenderam, com o tempo, que a participação dos estados era fundamental para que as políticas públicas tivessem sucesso. O agenciamento de recursos federais pelos governos estaduais acabou sendo um espaço de troca de favores entre os governantes centrais e regionais e facilitou a construção de uma rede de apoio regional ao governo central, que veremos no clientelismo. Fragmentação institucional Outro aspecto das políticas públicas brasileiras era a fragmentação LQVWLWXFLRQDO�� RX� VHMD�� D� H[LVWrQFLD� GH� GLYHUVDV� LQVWLWXLo}HV� H� ³DWRUHV´� desenvolvendo políticas sem uma coordenação adequada dos diversos esforços. Desse modo, as estruturas das políticas públicas foram desenvolvidas sem um planejamento e uma coordenação. Órgãos eram criados sem ter a 32 (Farah, 2001) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 60 devida preocupação em observar que outros órgãos já existiam e tinham o mesmo objetivo. Instituições voltadas para áreas como: saúde, educação e habitação, etc. foram criados sem uma preocupação em uma atuação consistente e coerente do Estado e sem uma atuação efetiva e eficiente. Com isso, esforços foram sobrepostos e algumas áreas não receberam a atenção devida. Ao invés de juntar esforços destes órgãos isoODGRV� H� FRRUGHQDU� RV� WUDEDOKRV�� H[LVWLX� XPD� ³EULJD´� SUHGDWyULD� SRU� recursos e influência. De acordo com Farah33, ³O crescimento do aparato estatal se deu de forma desordenada, por sobreposição de novas agências a agências pré-existentes, sem que se estabelecesse coordenação da ação dos diversos órgãos. Esta desarticulação ocorria tanto no âmbito de um mesmo nível de governo, como entre diferentes esferas de governo. Tal desenho institucional dificultava a tarefa de coordenação, com implicações para a eficiência e a efetividade das políticas S~EOLFDV´ Portanto, algumas instituições receberam recursos e outras ficavam desestruturadas, perdendo a sua capacidade de atuação. Não existia um trabalho harmônico e estruturado. Caráter setorial Até pelo problema citado anteriormente, de fragmentação institucional, as políticas públicas ficaram reduzidas a algumas áreas consideradas prioritárias. O processo de setorialização incluiu a criação de agências especializadas em uma área determinada, como: educação, saúde, transportes, habitação, etc. Com isso, perdeu-se uma articulação entre as políticas. Cada órgão e instituição acabava operando apenas em um aspecto da realidade, sem existir uma coordenação entre diferentes fatores dos problemas sociais. Naturalmente, uma criança que cursa uma escola pública também deve ser atendida por um órgão da saúde, bem como deve ter uma moradia decente, etc. 33 (Farah, 2001) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 60 Desse modo, os órgãos deveriam entender que estavam atendendo aos mesmos cidadãos e que o trabalho deveria ser feito de forma coordenada e sistêmica, de modo que as políticas tivessem uma maior efetividade. De acordo com Farah34, ³6H��SRU�XP�ODGR��D�FRQVWLWXLomR�GHVWDV�HVWUXWXUDV� resultou do reconhecimento da crescente complexidade da problemática social no país, a exigir respostas que considerassem a singularidade dos desafios de cada uma das áreas sociais, de outro, esta especialização acabou se traduzindo em autonomia, cada política social e cada setor de serviço público sendo concebidos de forma independente dos demais, sem uma articulação entre as ações das diferentes áreas�´ Imagine que uma agência possibilitou, através de uma política pública, a construção de um conjunto habitacional em uma região. Para que este conjunto habitacional seja um bom lugar para se morar, é necessário que tenha escolas próximas, um meio de transporte seguro e eficiente, policiamento adequado, oferecimento de espaços de lazer e cultura, entre outros aspectos, não é mesmo? Com a setorialização, isto quase nunca ocorreu na prática. Escolas eram construídas sem preocupação com o acesso da população. Escolas recebiam alunos com graves problemas de saúde ou que tinham de caminhar mais de uma hora por falta de transporte. Todos estes problemas diminuíram a efetividade dos esforços e fizeram com que algumas iniciativas fossem descontinuadas. Portanto, as agências ficaram descoordenadas e não tinham uma noção de que o problema social deve ter uma abordagem sistêmica. Com o caráter setorial dessas instituições, geraram-se desperdícios e ineficiência. Modelo de provisão estatal Outra característica marcante do cenário de políticas públicas no Brasil é seu caráter de provisão estatal. Em nossa história recente, existiu uma busca pela instalação no Brasil de um Welfare state, ou Estado do Bem-estar social, de forma a diminuir o problema social. 34 (Farah, 2001) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 60 Entretanto, como as diferenças sociais eram enormes e não existia ainda uma estruturação da sociedade civil para lidar com estes problemas, o peso da sustentação deste modelo ficou praticamente focado no Estado, com pouca participação da sociedade civil. A discussão sobre quem seria responsável por estas políticas permeouo debate político nacional, com diversos posicionamentos conflitantes (desde quem imaginasse que o Estado deveria bancar sozinho essas políticas, até grupos que acreditavam que sem a participação da VRFLHGDGH�FLYLO��R�(VWDGR�QmR�FRQVHJXLULD�³WRFDU´�HVWDV�SROtWLFDV�� O próprio Banco Mundial chegou a alertar a impossibilidade de que países em desenvolvimento pudessem rapidamente montar um estado de bem-estar social, pois não existiriam recursos disponíveis para isto. De acordo com este banco, a escassez de recursos poderia levar o sistema ao colapso35. Com isso, aos poucos, a sociedade civil foi sendo solicitada a participar mais da formulação e da implementação das políticas públicas. Visão do Ipea Já para o Ipea, o cenário das políticas públicas de caráter social foi marcado pelas seguintes características ou elementos: universalização, descentralização, participação da sociedade, focalização ou seletividade das ações, regulamentação e regulação, adoção de medidas que visam a elevar a eficiência e a eficácia do aparelho governamental, e progressiva elevação do gasto social federal. A universalização das ações tem sido um dos objetivos do Estado brasileiro desde a Constituição Federal de 1988. Naturalmente, os serviços e políticas públicas ainda não são universais, ou seja, atendem a todos os cidadãos, mas a trajetória tem tido uma convergência para este resultado. Através de diversos sistemas, como o caso do SUS, o Estado brasileiro tem conseguido atingir aos mais carentes e direcionar as ações governamentais para os que são mais necessitados. De acordo com o Ipea36, ³(P que pese o fato de o sistema de proteção social brasileiro ainda estar distante de um padrão 35 (Farah, 2001) 36 (IPEA, 2002) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 60 redistributivo e equitativo, a universalidade das políticas de saúde, de assistência, de previdência e de educação tem sido objeto de inúmeros avanços QRV�~OWLPRV�DQRV�´ Dentre as políticas importantes nesta área, podemos citar o Programa de Saúde da Família ± PSF ± que tem alterado o modo de atendimento de saúde à população e a LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social. Outro elemento importante foi o da descentralização das ações governamentais da União para os estados, municípios e entidades não governamentais - ONGs. Pouco a pouco, o governo central foi percebendo que os entes subnacionais conseguiam executar melhor as políticas públicas. Com isso, SROtWLFDV�QD�iUHD�GH�VD~GH�H�HGXFDomR��GHQWUH�RXWUDV��WrP�VDtGR�³GD�PmR´� do governo fedHUDO�SDUD�RV�³DWRUHV´�TXH�HVWmR�PDLV�SUy[LPRV�GD�SRSXODomR�� O caso da educação é emblemático. Atualmente, a União tem diversos programas em que ela efetua repasses de recursos diretamente para as escolas ou associações. De acordo com o Ipea37, ³$LQGD� QD� iUea de educação, o processo de descentralização progrediu em importantes programas tradicionalmente executados pelo Ministério da Educação. No Programa Nacional de Alimentação Escolar eliminou-se a figura jurídica do convênio e passou-se à transferência automática dos recursos. No caso específico do Dinheiro Direto na Escola, os recursos são repassados diretamente para uma organização não governamental, a exemplo de associações de pais e mestres ou de LQVWLWXLomR�HTXLYDOHQWH�´ Para que a descentralização funcione, outro elemento deve existir: a participação da sociedade na formulação, na implementação e no controle das políticas públicas. Isto, de acordo com o Ipea, tem-se dado dentro dos conselhos. Desse modo, ³Atualmente, a maioria absoluta das políticas sociais está atrelada a conselhos que, em geral, desdobram-se nas três esferas de governo ± federal, estadual e municipal ± e contam com integrantes governamentais e não governamentais. As composições e as competências variam de conselho para conselho; alguns, por exemplo, são paritários, e outros não o são; alguns são deliberativos, e outros, apenas consultivos. 37 (IPEA, 2002) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 60 Ademais, em alguns setores, como o da saúde e o da assistência, são as conferências nacionais ± integradas por representantes do governo e da sociedade ± que legalmente definem os rumos das respectivas políticas. Porém, há o reconhecimento de que esses instrumentos, que visam à partilha das decisões e da gestão das políticas sociais entre Estado e sociedade, ainda necessitem de ser aprimorados�´ Assim, alguns conselhos são apenas consultivos, ou seja, suas determinações não limitam a atuação do poder público, apenas servem de balizamento. Já alguns conselhos são deliberativos e têm o poder real de decisão sobre a política pública. Além disso, o Ipea considera que as políticas públicas têm se tornado mais focalizadas ou seletivas. A focalização ocorre quando uma política consegue atuar somente ou principalmente em relação ao seu público alvo. Dessa maneira, o Estado acaba sendo mais eficiente e mais efetivo, pois os recursos são utilizados diretamente com a população que realmente necessita dos serviços públicos e está mais carente. De acordo com o Instituto38, ³1R�TXH�VH�UHIHUH�j�focalização ou seletividade das ações, observa-se um esforço em dar prioridade a grupos social e biologicamente vulneráveis no âmbito das políticas sociais. Trata-se de um caminho para a universalização do atendimento, que, assim, configura-se em uma prática cujo objetivo é beneficiar a todos e mais a quem tem menos�´ Esta trajetória tem sido um dos fatores que favoreceram e possibilitaram o sucesso das políticas de combate à pobreza extrema, como o Bolsa Família. Outro fator foi a mudança no padrão de regulação e regulamentação de bens e serviços públicos. A criação de diversas agências reguladoras, como no caso da Saúde (ANS e Anvisa). Essas áreas passaram a enfrentar um controle muito maior por parte do Estado e regras mais rígidas e abrangentes de atuação têm sido aplicadas. Dentro dos exemplos de benefícios que este processo trouxe para a população que podem ser citados, existem: a definição de maior abrangência da cobertura dos planos de saúde, um controle sanitário mais 38 (IPEA, 2002) 60112474403 Administração Pública p/ CGU - 2015 Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó - Aula 08 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 60 rígido e a abertura do mercado farmacêutico, que ocorreu com os chamadRV�³JHQpULFRV´� A trajetória das políticas públicas também aponta para uma melhora do seu gerenciamento, com maior eficiência e eficácia. De acordo com o Ipea, a qualidade dos serviços públicos tem melhorado e os recursos públicos têm sido melhor despendidos. Dentro das ações e medidas que têm sido importantes para que este cenário ocorra, o instituto cita39: ³(i) a contratação de gestores via concurso público e o treinamento regular dos servidores; (ii) o aperfeiçoamento dos sistemas de informação e uma maior divulgação deles, com o uso dos meios propiciados pela informática e pela internet, entre outros; (iii) a mensuração dos resultados para que se conheça melhor o alcance GDV�SROtWLFDV�´ Finalmente, cabe ressaltar a progressiva elevação
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