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Nefrologia – Clorinda -25% é necessário de um rim funcionando para um animal sobreviver. Chama reserva funcional. Significa que o rim tem uma reserva de funcionamento. -Rim não tem capacidade de regeneração (uma vez que o néfron morreu, ele não volta a ativa) -Néfron é a unidade funcional do rim. 3 funções principais do Rim •Excretar a maior parte dos produtos finais do metabolismo orgânico •Controlar as concentrações dos maiores constituintes dos líquidos corporais (Manutenção de pressão arterial) •Função endócrina (Sistema RAA, EPO, Vitamina D) PARA QUE O RIM FUNCIONE, TEM QUE CHEGAR SANGUE NELE! QUALQUER FATOR QUE IMPEÇA ISSO DE ACONTECER, VAI DAR PROBLEMA. Função básica do glomérulo: filtrar Túbulos: reabsorção e excreção 1% do filtrado glomerular é excretado como urina Muito mais difícil o trabalho do túbulo do que do glomérulo. O segmento que mais trabalha é o Túbulo contorcido proximal, pois reabsorve cerca de 80% do filtrado glomerular. Significa que a medida do filtrado passa pelo TCP, concentração aumenta muito pois diminui quantidade de água. Com lesão tóxica, quem sofre mais é TCP. Com lesão isquêmica, sofrem TCP e TCD. Glomérulo: -Peso molecular -Carga elétrica: albumina não passa por ele porque tem carga elétrica negativa. -Forma -Deformabilidade A determinação final da osmolaridade da urina é dada pelo ADH, que age no final do TCD e nos ductos coletores. Urina de animal saudável tem uma osmolaridade maior que a do plasma. -Urina diluída não é sempre sinal de doença renal ou insuficiência. -Exame de urina é o mais importante de todos! A maioria dos pacientes com doença renal, são animais de meia idade ou velhos. ***Quando for animal jovem, tem que desconfiar de doença hereditária ou congênita, e há muitas raças com predisposição. -Muitas vezes as alterações só são diagnosticadas na biópsia, por exemplo, atresia de glomérulo. UMA DAS CAUSAS MAIS COMUNS: infecciosas. A principal maneira de bactéria chegar no rim: ascendente. Causa primeiro uma pielite, depois pielonefrite. Quando vem do sangue, causa nefrite. -A principal bactéria que chega no sangue é a Leptospira. Não tem muito em Gyn, por causa da alta umidade. Nem todo insuficiente renal é doente renal. Quantos % do parênquima renal para a primeira função (concentração da urina)? 67% dos néfrons. 70% afetam capacidade de excreção. Tem que ter muito mais de 50% do parênquima renal doente ou obstruído para que haja insuficiência, e explica porque tem tanto doente renal crônico, pois quando faz o diagnóstico, o parênquima já tá muito ferrado. *Qual a maneira mais eficiente de evitar doença renal crônica? -Fazendo diagnóstico precoce. -Usar urinálise e outros exames laboratoriais como rotina, pois só consegue diagnosticar doença renal sem insuficiência por meio de exames laboratoriais, pois o animal não tem nenhum sinal clínico. Exame clínico do sistema urinário A maioria das manifestações de doença do trato urinário se deve a anormalidades do trato inferior. Diagnóstico precoce é tudo. Alterações de micção: 1 – Modo: •Disúria - dificuldade em urinar •Estrangúria - micção gota a gota •Iscúria - ausência de micção 2 – Ritmo •Aniúria – variações bruscas de volume em curto espaço de tempo •Isúria – perda da capacidade em responder as variações do volume circulatório •Nictúria – inversão do ritmo normal (maior volume durante a noite) 3 – Volume •Poliúria – aumento do volume eliminado em 24hs •Oligúria – diminuição do volume eliminado em 24hs •Anúria – ausência de eliminação 4 – Frequência (fisiologicamente variável) •Polaquiúria – exagero no número de micções •Oligoquiúria – diminuição no número de micções •Incontinência – incapacidade de reter a urina Micção inadequada x Incontinência. Muito importante separar as duas. Incontinência: animal não consegue reter a urina. ▪ emissão involuntária da urina, mais comum em cães que em gatos. PRINCIPAL CAUSA É INFECÇÃO! Cultura de urina é fundamental para diagnóstico. -Pode ser ureter ectópico em mais jovens. ▪ dividem-se classicamente em neurogênica e não neurogênica (mais comuns) Micção inadequada: ▪ sinal de doença orgânica, como infecção do trato urinário ou urolitíase ▪ secundária a um distúrbio poliúrico (diabetes insipidus por ex) ▪ manifestação de um problema comportamental (chamar atenção do dono, mania de beber água...) Diagnósticos da doença e função renal Exame laboratorial é fundamental. -Exame de urina -Bioquímica sérica -Excreção fracionada de eletrólitos -Diagnóstico por imagem: raioX e ultrassom, biópsia renal -Anatomopatologia Ferramentas acessórias • Hemograma • Gasometria • Eletroforese Hemograma de doente renal crônico: Anemia normocítica normocrômica arregenerativa • Leucócitos no limite superior • Linfocitopenia • Monocitose Alteração de série branca no hemograma se tiver concomitante uma infecção. Cistite NÃO causa aumento de leucócitos no hemograma na maioria dos casos, a menos que seja uma cistite ascendente e esteja chegando no rim. Nefrite e pielonefrite aumentam leucócitos no sangue. É UMA MANEIRA DE DISTINGUIR DOENÇA EM TRATO SUPERIOR DE INFERIOR, NO HEMOGRAMA. Gasometria Parâmetros avaliados: • pH • Bicarbonato • Déficit de base • Íons: sódio, potássio, cloro e cálcio • Hematócrito • Hemoglobina • Leucócitos no limite superior Eletroforese: não é usada na rotina ***SEDIMENTOSCOPIA: parte mais importante do exame! Função renal: densidade fala de função renal, da função de regulação. Urina de anima normal deve ser concentrada, e se tiver diluída, o rim não está exercendo sua função. Mas deve-se fazer mais de um exame. O resto ajuda se tem ou não doença e qual. ÚNICA SITUAÇÃO CLÍNICA DE DENSIDADE BAIXA DE URINA QUE TEM CERTEZA ABSOLUTA QUE TEM INSUFICIÊNCIA RENAL COM APENAS UM EXAME DE URINA: -Desidratação! Tendência de considerar densidades mais altas hoje do que no passado: alimentação. Quanto mais proteína animal comer, maior a densidade urinária. ***MUITO IMPORTANTE DIFERENCIAR 2 CONCEITOS: ISOSTENÚRIA X HIPOSTENÚRIA Hipostenúria: densidade baixa de urina, urina diluída. Pode ser patogênica (diabete mellitus ou insipidus) ou não Isostenúria: densidade da urina exatamente é igual a do plasma. Ou seja, função de regulação do rim não existe mais. ANIMAL COM ISOSTENÚRIA TEM INSUFICIÊNCIA RENAL! Cilindro: marcador de doença renal tubulointersticial. Normal ter microorganismo na urina. Mas se tem muito, em excesso, mas sem leucócito e hemácia, significa que cresceram depois. Pode ter crescido no armazenamento depois da colheita. Deve ser repetido o exame. -Normal ter célula epitelial, só não pode ter muito. -Cristal pode se formar depois, ele sozinho não quer dizer nada. Importante: -Cilindro, hemácias e leucócitos. Proteína total sozinha quer dizer nada. Bioquímica urinária Microalbuminúria: Quantidades muito pequenas de albumina na urina. Significa que glomérulo tá começando a ficar doentes. Sódio e potássio, creatinina: marcadores funcionais de túbulo. GGT: enzima de ducto biliar. Marcador de lesão. Quando quantificada na urina, se estiver alta, túbulo tá doente. *A razão proteína creatinina urinária é a principal forma de identificar e diagnosticar glomerulonefrite, mas só tem valor se for feita numa urina sem sedimento ativo. Se houver algo mascarando, tem que tratar primeiro. *Excreção fracionada de eletrólitos é fundamental para diagnóstico de disfunção tubular -Enzima é marcador morfológico de túbulo. -Excreção fracionada á marcador funcional. DICA: “NÃO VAI CONSEGUIR FAZER A PROVA DECORANDO OS SLIDES” Glomerulonefrite *Doença glomerular é uma forma comum de doença rena *Glomerulonefrite é patologia mais comum do glomérulo * Principal causa de insuficiência renal crônica nos cães, mas para os gatos outras causas também são importantes -Vacinação excessiva pode ter relação com doença renal -É UMA DOENÇA IMUNOMEDIADA Diferença entre doença autoimune e doença imunomediada:Na doença autoimune, o organismo começa a produzir anticorpos contra elemento do organismo; na imunomediada, ocorre formação de complexo antígeno-anticorpo, que pode ter relação com processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico: os 3 tem em comum que tem que ser crônicos. -Glomerulonefrite aguda é muito rara. O mais comum é crônica. -Amiloidose: tipo especial de glomerulonefrite. Diagnóstico definitivo é a biópsia, mas a razão proteína-creatinina urinária é uma das únicas maneiras de fazer diagnostico de glomerulonefrite crônica. Doença imunomediada(maioria) ou congênita, e muito raramente autoimune! -Glomerulonefrite generalizada e difusa é o pior. -Imunohistoquimica, imunofluorescencia(+ barato) ou microscopia eletrônica: saber se está urinando complexos. Classificação 1. Membranosa 2.Proliferativa 3.Membranoproliferativa 4.Esclerótica MARCADOR DE DOENÇA GLOMERULAR: PROTEINÚRIA persistente, SEM HEMÁCIA. Doença glomerular tende a ser progressiva. Glomerulonefrite causa proteinúria!!! Proteinúria é o principal marcador de doença no glomérulo. ***Qual a relação entre glomerulonefrite crônica e hipertensão sistêmica? –Mecanismo RAA (Renina-...) Significa que pela inflamação há produção contínua de renina, que precisa ser tratada, impedindo e inibindo a ECA (enzima conversora do angiotensinogênio). Utiliza inibidor de ECA. ***Qual a relação entre a doença glomerular e hipercolesterolemia e hipercoagulabilidade? –Se tem doença renal crônica, e perde albumina, rim pede pro fígado produzir mais albumina. Fígado produz, mas ele sintetiza uma série de grandes proteínas, e depois começa a produzir além de albumina, fator de coagulação, colesterol... por essa questão de demanda metabólica, pode haver as duas situações (hipercolesterolemia e hipercoagulabilidade). Isso se trata com ácido acetilsalicílico (aspirina). Glomerulonefrite clínica: poliúria e polidipsia. Primeiro indicio de doença renal. Alguns animais desenvolvem síndrome nefrotica: ascite, aumento de colesterol e predisposição ao tromboembolismo. Morre mais rápido, prognóstico é pior.