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15- Abers e Bullow - Movimentos Sociais

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Texto: 
Movimentos sociais na teoria e na prática: 
como estudar o ativismo através da fronteira 
entre Estado e sociedade? (2011)
(Rebecca Abers e Marisa von Bülow)
� Professora adjunta do IPOL/UnB.
� Graduação em Estudos Sociais - Harvard University
(1988).
� Mestrado em Planejamento Urbano - University Of
California Los Angeles (1992).
� Doutorado em Planejamento Urbano - University Of
California Los Angeles (1997).
� Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase
em Estrutura e Transformação do Estado, atuando,
principalmente, nos seguintes temas: relações entre
estado e sociedade civil, agency e transformação
institucional, a política da água e os comitês de bacia
hidrográfica, participação da sociedade e políticas
participativas, movimentos sociais.
� Professora do IPOL/UnB.
� Graduação em Relações Internacionais pela UnB.
� Mestrado em Ciências Sociais pela Faculdade
Latino-americana de Ciências Sociais - Sede
México.
� Doutorado em Ciência Política pela Johns Hopkins
University.
� As atividades docentes e de pesquisa relacionam-
se, principalmente, aos seguintes temas: sociedade
civil e globalização, redes domésticas e
transnacionais sobre comércio nas Américas,
participação e políticas públicas, movimentos
sociais e ONGs.
� Anos 90
� 1ª proposta de ampliação do campo de estudos dos 
movimentos sociais
� Literatura dos “novos movimentos sociais”
� Análise anterior: transformações nas estruturas 
sociais e papel social de novos sujeitos sociais
� Influência habermasiana: importância política da 
vasta arena que se situa fora do Estado e do mercado
� Teias interligadas de grupos e associações
� Práticas comunicativas
� Respeito mútuo e solidariedade
� “Sociedade civil” substitui “Novos 
movimentos sociais” (Civil Society and
Political Theory, Cohen e Arato – 1992)
� Multiplicidade de atores e organizações
� Luta comum por criar um espaço de liberdade 
comunicativa
� Ampliação da unidade de análise
� Inclusão de uma coleção muito mais 
diversificada de organizações e grupos
� A sociedade civil opera fora das esferas de 
influência do Estado e do mercado
� Mecanismos de influência entre esfera pública 
e Estado devem existir
� Sem ameaça à autonomia da esfera pública
� Esfera pública (Habermas)
� Espaço social que se alimenta da liberdade 
comunicativa que uns concedem aos outros
� Sociedade civil é palco para a tematização de 
problemas sociais e de produção livre da 
vontade e opinião pública
� Construção de uma verdadeira soberania 
popular
� Arato e Cohen (1994)
� Grande preocupação é com a “colonização” da 
sociedade civil pela lógica do poder 
administrativo da competição por lucros
� Como fica a ideia de ser espaço-chave no qual 
os indivíduos possam desenvolver livremente 
suas opiniões sobre os problemas da 
sociedade?
� Críticas a Arato, Cohen e Habermas
� O conceito normativo de sociedade civil não 
refletiria a realidade do mundo associativo 
(ideias intolerantes/interesses particularistas)
� Poderia existir uma esfera social separada, 
distante do Estado e do mercado, na qual 
comportamentos como reciprocidade e respeito 
mútuo predominariam
� Críticas a Arato, Cohen e Habermas
� Valorização somente dos grupos que atuam 
longe do mercado e do Estado e nos quais 
predominam relações não conflituosas é 
inadequado a partir de uma perspectiva 
normativa
� Rejeição cada vez maior de perspectivas que 
insistem que movimentos sociais mantenham-
se sempre distantes do Estado
� Diferentes vertentes dos estudos sobre 
movimentos sociais
� Conceito de sociedade civil
� Separação entre Estado e sociedade civil
� Abordagem do processo político
� Ampliação das fronteiras do campo de estudos
� Ênfase no conflito, em vez da reciprocidade e da 
comunicação, como guia para esta ampliação
� Livro Dynamics of Contention (DOC), de 
McAdam, Tarrow e Tilly (2001)
� Crítica ao olhar empírico dos estudos sobre 
movimentos sociais das décadas anteriores
� Política do conflito
� Mudança da lente empírica
� Não se refere tanto ao tipo de ator envolvido
� O que importa é o tipo de ação que promovem
oOs meios empregados e o nível de institucionalização dos 
atores no sistema público
� Recursos preexistentes Apropriação 
social destes recursos
� Estado ou partidos participam diretamente das 
reivindicações
� Críticas a DOC:
� Exclusão dos movimentos que não têm Estados 
como interlocutores
� Ao vincular mudança social e luta política, 
deixa claro que a relação entre movimentos 
sociais e Estados deve ser vista a partir da ótica 
do conflito
� Movimentos sociais definidos como 
inerentemente distintos do Estado
� As redes de movimentos sociais muitas vezes 
cruzam a fronteira
� Livro States, parties, and social movements
(Goldstone, 2003)
� Necessidade de aprofundar os estudos sobre as 
relações entre formas institucionalizadas ou 
não de fazer política
� Mais difícil compreender os movimentos 
sociais sem fazer uma análise dos vínculos com 
partidos políticos e Estado, e vice-versa
� Importante incorporar o estudo dos impactos 
da ação de partidos políticos e órgãos estatais 
nos movimentos sociais
� Distinção entre ativista em movimentos sociais 
e ator estatal pode ser pouco clara
� Movimentos sociais têm lutado tanto para 
transformar comportamentos sociais como para 
influenciar políticas públicas
� Criação de espaços de diálogo entre atores da 
sociedade civil e do governo
� Maior presença de ativistas de movimentos 
sociais dentro do próprio Estado
� Processo intenso de aproximação entre atores 
sociais e estatais: orçamento participativo e 
conselhos gestores (por exemplo)
� Intersecção entre movimentos sociais e Estado
� Incorporação de ativistas de movimentos 
sociais em cargos governamentais
� Formação de novos movimentos sociais a partir 
da interlocução entre ativistas dentro e fora do 
Estado
� Participar ou não nestas arenas tem sido um 
tema polêmico
� Alguns movimentos sociais têm rejeitado 
sistematicamente essa possibilidade
� Outros têm tentado utilizar o Estado para dar 
maior visibilidade e eficácia a suas demandas
� Estar no Estado não necessariamente diminui o 
status de “militantes” destes ativistas (Sonia 
Alvarez)
� A interpenetração de ativistas no Estado não é 
privilégio dos “novos movimentos sociais”
� “Apesar da participação no Estado implicar em 
riscos e exigir dos ativistas a defesa de 
interesses que não seriam necessariamente 
defendidos anteriormente, esses atores 
geralmente se dedicam a transformar o Estado 
no mesmo sentido que faziam antes, por 
exemplo, ao tentar promover políticas públicas 
socialmente justas, ou a criar arenas 
participativas nas quais grupos da sociedade 
civil possam participar.”
� Alguns movimentos sociais parecem ter sido 
criados a partir de alianças entre indivíduos dentro 
e fora do Estado (déc. 1980):
MOPS + Mov. Sanitarista = SUS
� Ação coletiva de atores cujos projetos ultrapassam 
a fronteira entre Estado e movimento também 
ocorre em contexto nos quais o Estado é 
governado por forças que se opõem ao movimento 
(ex: GDF, IBRAM e movimentos sociais)
� Como analisar esses vínculos entre Estado e 
movimentos sociais?
� Vertente da “sociedade civil”: associações criarem 
laços e trabalharem juntas em projetos com atores 
dentro do Estado é uma afronta ao conceito de 
“autolimitação”
� Vertente da “política do conflito”: colocam em 
xeque a presunção de que a relação entre Estado e 
movimentos sociais transformadores é sempre 
conflituosa
� Paralelamente às duas vertentes apresentadas 
acima, a perspectiva dos movimentos sociais em 
termos de redes de atores ganhou importância 
(anos 1990)� O termo “redes” associado a movimentos sociais é 
anterior a 1990
� O indivíduo passa poder se filiar a uma 
multiplicidade de grupos, em combinações 
infinitas que tornam a análise de redes um enorme 
desafio metodológico para os cientistas sociais 
(Simmel, 1955)
� Movimentos sociais formam campos 
multiorganizacionais amplos, baseados em 
redes que são estabelecidas por vínculos entre 
organizações e/ou entre indivíduos (Curtis e 
Zurcher, 1973)
� Novas formas de organização da ação coletiva 
são formadas por unidades diversificadas e 
autônomas, que se manteriam em contato por 
meio de redes de comunicação (Melucci, 1996)
� Uma visão desses movimentos como redes 
permitiria compreender melhor as mudanças 
na dinâmica interna da ação coletiva
� Movimentos sociais (Diani, 1992):
� São uma rede de interações informais entre 
indivíduos e organizações
� Orientam-se de forma conflituosa em relação a 
um adversário definido
� Têm uma identidade compartilhada
� Redes de interação só podem ser caracterizadas 
como movimentos sociais à medida que 
coexistem orientação conflituosa e formação de 
identidade coletiva (Diani, 1992)
� A forte disseminação do uso do conceito 
“redes” tem resultado em um conjunto 
heterogêneo de análises
� Metáfora para descrever novas formas de 
organização coletiva
� Não especificação de vínculos entre diferentes 
tipos atores 
� 4 tipos possíveis de vínculos para a identidade 
comum (Diani, 1995):
� Promoção conjunta de campanhas
� Intercâmbio regular de informações
� Participação de membros importantes 
simultaneamente em mais de uma organização
� Existência de laços de amizade entre membros 
importantes de diferentes organizações
� Crítica de Saunders à definição proposta por 
Diani:
� A ênfase em interações formais poderia levar a 
incluir em um movimento social organizações 
ou indivíduos que, na prática, não 
compartilham nada entre si
� Para Saunders, redes só são movimentos 
sociais à medida que são constituídas por 
vínculos identitários baseados em colaboração
� Quais são os conteúdos dos vínculos que 
permitem delimitar as fronteiras dos 
movimentos sociais?
� Vínculos baseados em identidades e em ações 
são dinâmicos
� Esses vínculos podem cruzar as fronteiras entre 
sociedade e Estado
� Redes que formam movimentos sociais não são 
dadas pela estrutura social, mas são criadas a 
partir de escolhas dos atores (Diani, Mische e 
Saunders)
� Vínculos existentes são carregados de 
significados (White), que possibilitam aos 
atores se reconhecerem como parte de uma 
mesma ação
� À medida que os membros de uma rede 
passam a ter objetivos mais moderados, podem 
vir a pressionar um movimento social para se 
tornar um “movimento de consenso”
� À medida que lutam por criar espaços no 
Estado que se contrapõem a práticas 
tradicionais ou se opõem a grupos particulares, 
talvez se devesse aceitar esses vínculos e 
práticas como parte de um movimento social
� É preciso ir além do estudo sobre o que 
tradicionalmente se entende por movimentos 
sociais (Habermas e dinâmica do conflito)
� Abers e Von Bülow concordam com as críticas 
e vão além 
� Essas abordagens não são úteis para 
compreender as múltiplas formas de 
intersecção entre movimentos sociais e Estado
� É relevante teorizar sobre como os movimentos 
sociais constroem vínculos de colaboração com 
o Estado
� É imprescindível compreender como, às vezes, 
movimentos sociais buscam alcançar seus 
objetivos trabalhando a partir de dentro do 
aparato estatal
� O resultado pode ser que, ao entrar para o 
aparato estatal, ativistas dos movimentos 
sociais passem a defender posições mais 
moderadas ou até contrárias à missão do 
movimento
� Agenda de pesquisa (Abers e Von Bülow)
� Hipótese: reconhecimento de que as redes de 
movimento social podem, teoricamente ultrapassar 
as fronteiras entre sociedade e Estado
� Dados: 
� Diferentes tipos de vínculos entre movimentos sociais e 
Estado
� Estudo de trajetórias de indivíduos que cruzam as 
fronteiras entre o ativismo fora e dentro do Estado
� Análise sobre como esses cruzamentos impactam tanto os 
movimento sociais como o Estado