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Apresentação - MASSEY, D. Um sentido global de lugared

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- A compressão do espaço-tempo não vem para todos e nem em todas as esferas de atividade.
Massey faz o uso de um texto de Birkett escrevendo sobre o Oceano Pacífico. 
A aproximação em larga escala, afastou muitas relações, fluxos e acessos em menor escala.
 - A compressão do espaço-tempo precisa ser ampliada: “Não se trata somente de uma questão moral ou política envolvendo desigualdade, [...]: trata-se também de uma questão conceitual.”
exemplo de Massey
Sobre a autora
 Doreen B. Massey;
Carreira;
Obras;
Compressão tempo-espaço
Conceitos sinônimos;
Aceleração das “coisas”,
O que queremos dizer com lugar? Como nos relacionamos com ele?
Fragmentação geográfica
O quê determina os graus de mobilidade, que influenciam o senso que temos de espaço e lugar? p. 178
Visão marxista tradicional:
* interpretação usual de que a compreensão do espaço-tempo é fruto do capitalismo:
 -"é tempo, espaço e dinheiro que faz o mundo girar". 
 -"É o capitalismo e seus desenvolvimentos que são aptos a determinar nosso entendimento e experiência do tempo.” 
conceito insuficiente segundo Massey: “Entre muitas outras coisas que claramente influenciam esta experiência, há, por exemplo, ‘raça’ e gênero” 
 * Essa aceleração do tempo e encurtamento do espaço (e vice-versa, talvez) é fortemente determinada por fatores econômicos, mas não é a economia sozinha que determina a experiência do espaço e do tempo
 
Geometria do poder
p.179
“Agora, quero discutir uma única coisa, o que se poderia chamar de geometria do poder de tudo isso: a geometria do poder da compressão de tempo-espaço, pois diferentes grupos sociais e diferentes indivíduos posicionam-se de formas muito distintas em relação a esses fluxos e interconexões.”
p.179
 Poder em relação aos fluxos e ao movimento
 Diferentes grupos sociais relacionam-se de maneira diferenciada com esta mobilidade.
Maior responsabilidade de um indivíduo em relação ao outro.
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Retomada do sentido global de lugar p.181
 COM AS “COMUNIDADES SOCIAIS” CADA VEZ MAIS ROMPIDAS, COMO PENSAR SOBRE “LOCALIDADE”?
- Segundo alguns autores, que escrevem sobre a compressão do espaço-tempo, ela gera uma insegurança e uma desordenação, que as pessoas, já vulneráveis, precisam de paz e silêncio. É o lugar, a localidade, como refúgio do caos.
* A partir dessa perspectiva, a busca pelo significado dos lugares e tudo mais, representa uma resposta ao desejo de fixidez e segurança da identidade. "Um 'sentido do lugar', de enraizamento, pode fornecer [...] estabilidade e uma fonte de identidade não problemática."
- Crítica de Massey
* "Enquanto o 'tempo' é visto como movimento e progresso, o 'espaço' ou 'lugar' é equiparado a imobilismo e reação"
- Problemas da noção ”reacionária” de lugar:
* ideia de que os lugares tem identidades singulares e essenciais;
* essa identidade do lugar se constrói a partir de uma história introvertida, para dentro, baseada na sondagem do passado, à procura de origens internalizadas - legitimidade da identidade.
- Essa concepção do lugar exige um traçado de fronteiras. 
* “esse tipo de fronteira ao redor de uma área distingue precisamente um interior de um exterior, e pode ser facilmente uma outra maneira de construir uma contraposição entre ‘nós’ e ‘eles’.” → de acordo com a Massey, se for levado em conta qualquer lugar real, essas características tem pouco valor real.
Filho de imigrantes russos casado na Argentina
Com uma pintora judia,
Casou-se pela segunda vez
Com uma princesa africana no México
[...]
Filmes italianos dublados em inglês
Com legendas em espanhol nos cinemas da Turquia
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses
na Nova Guiné
 
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na
África do Sul.
Pizza italiana alimenta italianos na Itália
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtém visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia
  (TITÃS, Disneylândia. In: Titanomaquia)
- Kilbum (ou o Rio) apesar de sua característica própria, não tem uma identidade coesa, coerente, de um sentido particular do lugar, compartilhado por todos. 
* se se pode dizer que as pessoas têm múltiplas identidades, pode-se dizer o mesmo dos lugares.
- Identificação de “comunidade” com “lugar” é recorrente, porém equivocada. 
1. existem comunidades sem estarem no mesmo lugar – de redes amigos com interesses comuns a grandes comunidades étnicas ou políticas;
2. os exemplos de lugares que acomodam comunidades com grupos sociais coesos e coerentes são raros. Ainda que existam, isto não implica o mesmo sentido de lugar: as pessoas estão inseridas em diferentes posições no interior de qualquer comunidade.
Rio de Janeiro (RJ) x Serra da Saudade (MG)
Voltando a Kilbum (ou ao Rio de Janeiro) não só é formada por várias identidades como também é não introvertida. É impossível pensar em Kilbum (Rio de Janeiro) sem remeter à meio mundo e um bocado de história do imperialismo inglês (da miscigenação no Brasil). → Faz surgir, então, uma ideia de sentido global de lugar. 
Adicionar ordem de aparecimento de elementos: 1. fundo 2. título 3. rio 4. serra da saudade
12
 “A essa altura da exposição, volte para o satélite e olhe para o globo. Desta vez, no entanto, imagine não apenas todo o movimento físico, ou toda a comunicação invisível, mas também - e especialmente - todas as relações sociais, todas as ligações entre as pessoas. Preencha essa visão com todas aquelas experiências da compressão de tempo-espaço, pois o que está acontecendo é que a geografia das relações sociais está mudando. Em muitos casos, essas relações estendem-se cada vez mais pelo espaço. As relações econômicas, políticas e socioculturais, cada qual cheia de poder e com estruturas internas de dominação e subordinação, estendem-se pelo planeta em todos os diferentes níveis, da família à área local e até a internacional.”
 (p. 184)
UM SENTIDO GLOBAL DE LUGAR
- A partir disso é possível pensar em uma “interpretação alternativa do lugar”
* “o que dá a um lugar sua especificidade não é uma história longa e internalizada, mas o fato de que ele se constrói a partir de uma constelação particular de relações sociais, que se encontram e se entrelaçam num locus particular.”
* Ao retornar ao globo, observando todas essas redes de relações sociais, de movimentos e comunicações, cada lugar pode ser visto como um ponto particular nessa interseção. “Trata-se na verdade de um lugar de encontro”
* Em vez de se pensar lugares como áreas com fronteiras ao redor, pode-se imaginá-los como momentos articulados em redes de relações e entendimentos sociais, “mas onde uma grande proporção dessas relações, experiências e entendimentos sociais se constroem numa escala muito maior do que costumávamos definir para esse momento como o lugar em si, seja uma rua, uma região ou um continente.”
* “Isso, por sua vez, permite um sentido do lugar que é extrovertido, que inclui uma consciência de suas ligações com o mundo mais amplo, que integra de forma positiva o global e o local.”
UM CONCEITO PROGRESSISTA DE LUGAR
 
1. Ele é absolutamente não estático.
2. Os lugares não tem de ter fronteiras no sentido de linhas demarcatórias.
3. Os lugares não tem identidades únicas ou singulares: eles estão cheios de conflitos internos.
4. Nada disso nega o lugar nem a importância da singularidade de um lugar.
CONCLUSÃO DE MASSEY:
 “É um sentido do lugar, um entendimento de ‘seu caráter’, que só pode ser construído por meio da ligação desse lugar com outros lugares. Um sentido progressista do lugar reconheceria isso, sem se sentir ameaçado. Parece-me que precisamos de um sentido global do local, de uma consciência global do lugar.”
 (p. 185)
Engajamento político
- Massey prega a integração de suas pesquisas, seu trabalho acadêmico, com o engajamento político.
Ex.: Conselhos Comunais, Venezuela.
Referências Bibliográficas
MASSEY, Doreen. Um sentido global de lugar. In: 
_____________. Superando a visão romântica sobre o lugar: entrevista com a geógrafa Doreen Barbara Massey. Entrevistador: Verónica Engler. Buenos Aires: Página/12, 2012. Tradução: CEPAT.
ANTUNES, Arnaldo; MIKLOS, Paulo. Disneylândia. In: TITÃS, Titanomaquia. Rio de Janeiro: WEA, 1993. 1 CD (38 min)
 “Os jumbos permitem que consultores de computação coreanos visitem o Vale do Silício como se batessem na porta ao lado, e que empresários de Cingapura cheguem a Seattle em um dia. As fronteiras do maior oceano do mundo estão ligadas como nunca. E o Boeing une essas pessoas. Mas o que dizer daqueles povos sobre os quais eles voam, em suas ilhas situadas oito quilômetros abaixo? De que maneira o poderoso 747 traz para eles uma maior comunhão com aqueles cujas praias são lavadas pela mesma água? É claro que não traz. O transporte aéreo pode permitir que os homens de negócio atravessem velozmente o oceano, mas o declínio concomitante do transporte marítimo só aumenta o isolamento de muitas comunidades insulares... Pitcairn, como muitas outras ilhas do Pacífico, nunca se sentiu tão distante de seus vizinhos.” 
 (p. 179)
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