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SEÇÃO TRANSVERSAL Prof. Lucas Cavalcante Estradas e Pavimentação – 2018.1 Objetivo da Unidade Descrever os elementos de projeto das seções transversais de rodovias. Sumário 1. Introdução 2. Definição 3. Elementos básicos: 3.1 – Faixas de Tráfego 3.2 – Pista de Rolamento 3.3 – Acostamentos 3.4 – Separadores Centrais 3.5 – Taludes Laterais 3.6 – Plataforma 3.7 – Espaços para Drenagem 3.8 – Guias 3.9 – Faixas de Domínio 3.10 – Inclinação Transversal INTRODUÇÃO 1. Introdução BR-226 (Geometria – Péssimo) 1. Introdução BR-222 (Estado Geral – Ruim) 1. Introdução 1. Introdução Seções Transversais 1. Introdução - Os elementos da seção transversal de uma via têm influência sobre suas características: - operacionais; - estéticas; - segurança. - Esses elementos devem ser adequados aos padrões estabelecidos: - velocidade; - capacidade de tráfego; - nível de serviço; - aparência; - segurança. 1. Introdução - Os principais elementos que condicionam esses padrões: - faixas de tráfego; - pista de rolamento; - acostamentos; - separadores centrais; - taludes laterais. DEFINIÇÃO 2. Definição 2. Definição - Seção transversal é o corte da estrada feito por um plano perpendicular ao eixo, que define e posiciona os diversos elementos que compõem o projeto na direção longitudinal. - Levantadas após definição do traçado e do perfil longitudinal do terreno. - A seção padrão é denominada seção tipo. - A estrada pode ter uma seção tipo ou mais de uma, caso ocorram alterações nos elementos básicos do projeto em decorrência de mudanças do tráfego/condições físicas locais. 2. Definição Levantamento das seções transversais 2. Definição - Os elementos básicos constituintes das seções transversais: - faixas de tráfego; - pista de rolamento; - acostamentos; - separadores centrais; - taludes laterais; - plataforma; - espaços para drenagem; - guias; - faixas de domínio; - inclinações transversais. 2. Definição Seção transversal de pista simples 2. Definição Seção transversal de pista dupla ELEMENTOS BÁSICOS 3. Elementos Básicos - Os principais elementos constituintes das seções transversais: - faixas de tráfego; - pista de rolamento; - acostamentos; - separadores centrais; - taludes laterais; - plataforma; - espaços para drenagem; - guias; - faixas de domínio; - inclinações transversais. ELEMENTOS BÁSICOS (Faixas de Tráfego) 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego: espaço destinado ao fluxo de uma corrente de veículos. - A largura da faixa de tráfego (L) tem grande influência na segurança e no conforto dos veículos. É composta pela largura (U) do veículo-padrão, acrescida dos espaços de segurança (c): 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): - Para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os valores recomendados para pistas pavimentadas situam-se entre 3,00 m e 3,60 m; - Quanto maior o espaço de segurança (c), maior será a segurança e o conforto que a estrada proporcionará; - Entretanto, o custo da construção também cresce significativamente com o aumento da largura dos elementos que compõem o projeto. 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): - Faixas de tráfego com largura de 3,60 m são consideradas seguras e confortáveis. Esse valor é obtido com o uso de veículo comercial padrão, com largura (U) de 2,60 m e espaços de segurança (c) de 0,50 m. Dados básicos de veículos de projeto (m) Características do veículo Veículo Leve Veículos e ônibus convencionais Caminhões e ônibus longos Semirreboques Largura total 2,10 2,60 2,60 2,60 Comprimento 5,80 9,10 12,20 16,80 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): - Um grande número de estradas brasileiras usa faixas de tráfego com largura de 3,50 m, que corresponde a espaços de segurança de 0,45 m. - Para estradas secundárias (de baixo volume de tráfego ou baixa velocidade de projeto) é aceitável o uso de espaços de segurança menores. - Faixas com largura de 3,30 m têm sido adotadas, principalmente, para reduzir o custo. 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): - Valores propostos pelo DNIT: Largura da faixa de tráfego (m) Terreno Classificação das Rodovias Classe 0 Classe I Classe II Classe III Classe IV Plano 3,75 3,60 3,60 3,60 3,50 – 3,30 Ondulado 3,75 3,60 3,50 3,50 3,50 – 3,30 Montanhoso 3,60 3,60 3,50 3,30 3,30 – 3,00 3. Elementos Básicos 3.1 – Faixas de tráfego (cont.): - Embora a velocidade diretriz possa se modificar em função das mudanças de relevo do terreno, não convém variar a largura das faixas de tráfego; - Isso se traduz em maior segurança e garantia da manutenção da capacidade; - Somente se justifica a adoção de larguras de faixas diferentes em trechos longos, onde venha a ocorrer nítida mudança de todas as características. ELEMENTOS BÁSICOS (Pista de Rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento: conjunto de duas ou mais faixas de tráfego. A largura de uma pista é a soma das larguras de todas as faixas que a compõem. Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (10 faixas de tráfego / 04 pistas de rolamento) Faixas de tráfego Canteiro central Canteiro lateral 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (06 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (02 faixas de tráfego / 01 pista de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (02 faixas de tráfego / 01 pista de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (04 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (04 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (10 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) 3. Elementos Básicos 3.2 – Pista de rolamento (cont.): (14 faixas de tráfego / 02 pistas de rolamento) ELEMENTOS BÁSICOS (Acostamento) 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos: faixas laterais, do lado externo da pista, destinadas a parada de emergência dos veículos. Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Benefícios: - criam espaços necessários para que as faixas de tráfego fiquem livres; - servem como áreas de escape para que veículos possam fugir ou diminuir os efeitos de possíveis acidentes; - ajudam a drenagem da pista e, quando pavimentados, protegem as bordas da pista; - melhora a visibilidade de curvas horizontais; - garantem a inexistência de obstáculos próximos da pista, o que reduziria a capacidade de tráfego da estrada. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - O acostamento é um elemento imprescindível à: - segurança do tráfego; - garantia de escoamento. - Limitações podem ocorrer no fluxo de veículos em virtude da inexistência de acostamentos, ou da existência com larguras insuficientes ou mal conservados. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Para o DNIT, todas as vias devem possuir acostamento, pavimentados ou não; - A largura destinada ao acostamento deverá ser: - bem visível para o motorista, e; - uniforme,sem sofrer estreitamento desnecessários. - As mudanças de largura, quando absolutamente necessárias, deverão ser tão suaves quanto possível e precedidas de sinalização adequada. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Quando pavimentados, os acostamentos contribuem para conter e suportar a estrutura do pavimento da pista. - Para acostamentos não-pavimentados, é desejável que seja revestida uma faixa adjacente à pista de 30 a 50 cm de largura, objetivando estimular o uso da largura integral da pista. - É importante minimizar eventuais degraus entre a pista e o acostamento. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - O ideal seria o acostamento abrigar o veículo e uma pessoa trabalhando ao seu lado, mantendo ainda um afastamento de segurança da pista; - Essas condições somente são justificadas em condições relativamente severas de tráfego, situadas em regiões com topografia favorável e sem restrições de faixa de domínio; - Acostamentos muito largos: estimulam o uso inadequado; - Desejável: textura, rugosidade, coloração e outras características contrastantes com a pista. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Larguras dos acostamentos recomendados pelo DNIT: Largura do acostamento direito (m) Terreno Classificação das Rodovias Classe 0 Classe I Classe II Classe III Classe IV Plano 3,50 3,50 3,00 2,50 2,00 Ondulado 3,00 2,50 2,50 2,00 2,00 – 1,50 Montanhoso 3,00 2,50 2,00 2,00 1,50 – 1,20 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Em rodovias de pistas duplas ou de mão única deve ser prevista uma largura pavimentada adicional entre o bordo esquerdo da pista de rolamento e o elemento separador (acostamento interno ou faixa de segurança). Largura dos acostamentos internos (m) Terreno Pista de mão única – Classe 0 ou I Número de faixas 2 3 4 Plano 0,60 3,00 – 2,50 3,00 Ondulado 0,60 2,50 – 2,00 3,00 Montanhoso 0,50 2,50 – 2,00 3,00 – 2,50 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): Largura dos acostamentos internos (m) Terreno Pista de mão única – Classe 0 ou I Número de faixas 2 3 4 Plano 0,60 3,00 – 2,50 3,00 Ondulado 0,60 2,50 – 2,00 3,00 Montanhoso 0,50 2,50 – 2,00 3,00 – 2,50 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - A inclinação transversal dos acostamentos deve, sempre que possível, ser maior que o da pista, e variar de 2% a 6% dependendo do tipo de revestimento: - pavimentados: entre 2% e 5%; - não pavimentados: entre 4% e 6%. Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - A vantagem da inclinação transversal dos acostamentos ser maior que a da pista contígua colabora com a saída das águas pluviais. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - A inclinação do acostamento interno pode: - acompanhar a mesma inclinação da pista; - manter a inclinação utilizada nos trechos em tangente. - Primeira alternativa: vantagem de proporcionar melhor escoamento das águas pluviais, porém compromete o conforto e segurança de veículos altos que eventualmente parem no acostamento; - Segunda alternativa: menos eficiente quanto ao escoamento de águas, porém mais eficiente quanto à segurança. 3. Elementos Básicos 3.3 – Acostamentos (cont.): - Código de Trânsito Brasileiro: - Art. 193: Transitar com o veículo em calçadas, passeios (...), canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos e marcas de canalização: - Infração: gravíssima (7 pontos na carteira); - Penalidade: multa (R$ 574,62). ELEMENTOS BÁSICOS (Separadores Centrais) 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais: conhecidos por “canteiros centrais”, são dispositivos com função de isolar correntes de tráfego opostas. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Aspectos operacionais e estéticos: desejáveis canteiros centrais com a maior largura possível e que sejam viável economicamente; - Constituição: defensas metálicas ou de concreto, calçadas com guias, canteiros gramados, que evitam erosões e compõem o paisagismo; - Os dispositivos que separam pistas com sentidos de tráfego opostos têm grande importância na segurança dos veículos (evitar que veículos saiam acidentalmente de uma pista e a atinjam o tráfego oposto). 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - A largura mínima normal do separador, independente da existência de acostamentos internos, será de 6 metros; - O mínimo absoluto, em casos especiais, será de 3 metros; - Larguras de 10 a 12 metros são desejáveis sempre que possível, podendo atingir cerca de 18 a 20 metros em condições favoráveis, valor este que permite: - eventual aproveitamento do canteiro por outro meio de transporte, e; - futura faixa adicional de tráfego. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Devem ter largura suficiente para a construção de dispositivos de separação de tráfego e redução dos efeitos do ofuscamento noturno. Largura dos separadores centrais (m) Largura Tipo Até 3 m em nível, pavimentado ou gramado com meio-fio elevado e defensa De 3 a 5 m abaulado ou com depressão, pavimentado ou gramado De 5 a 20 m com depressão, inclinação transversal 4:1, gramado e drenagem central 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Analisar os custos de implantação dos separadores centrais, pois muitas vezes são economicamente inviáveis. - O tipo de seção transversal do separador depende de alguns fatores: - tráfego; - necessidade de dispositivos de drenagem; - largura disponível: - no caso de canteiros com largura muito pequenas, em vias de alta velocidade, é conveniente dispor de um separador físico rígido (defensas ou barreiras). 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras: 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras: estruturas de segurança instaladas com o fim de conter veículos desgovernados que possam: - cruzar o canteiro central e chocar-se com veículos da outra pista; - chocar-se com obstáculos fixos próximos à pista (postes, pilares, guarda-corpos, etc.); - sair da pista e rolar um talude íngreme (1:4): curvas acentuadas ou condições adversas como rios, valas profundas, abismo, rochas e muros de arrimo. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - O emprego somente é válido no caso do impacto do veículo contra as mesmas ter consequências menos graves que o acidente que sua ausência ocasionaria; - Embora contribuam para reduzir a gravidade do acidente, não deixam também de provocar danos materiais/pessoais; - Defensas e barreiras implicam em custos de implantação e manutenção. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Desejável tentar eliminar, sempre que viável, a necessidade: - suavização de taludes de aterro; - afastamento ou eliminação de obstáculos fixos; - alargamento do canteiro central. - O custo de execução dessas medidas pode ser inferior aos custos de implantação e manutenção; - Em todos os casos: investigar a melhor solução. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - O uso de defensas e separadores rígidos influem sobre a distância de visibilidade disponível; - Características: - separadores rígidos convencionais de concreto: larguras de0,60 a 0,80 m na base e de 0,15 m na crista, com altura de 0,80 m (acima do pavimento); - defensas metálicas: altura de 0,75 m e larguras de 0,50 m (defensas simples para tráfego de um só lado) a 0,80 m (defensa dupla para canteiro central). 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Características: 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Características: 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - A necessidade de defensas ou barreiras rígidas em crista de aterro: determinada por gráfico e se baseia nos principais aspectos geométricos do talude: altura e inclinação: 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): Necessidade de defensas ou barreiras em aterros 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Apesar da indicação do gráfico, pode ocorrer a necessidade de instalação desses dispositivos: - verificação de condições desfavoráveis no pé do talude; - entrada de pontes e viadutos; - curva acentuada à esquerda; - declive acentuado; - acostamento estreito. 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Em canteiros centrais: necessidade é função da largura e dos volumes de tráfego: tráfego probabilidade do canteiro central ser acidentalmente cruzado 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): Necessidade de defensas ou barreiras em canteiros centrais 3. Elementos Básicos 3.4 – Separadores Centrais (cont.): - Defensas e barreiras (cont.): - Defensas e barreiras rígidas nunca devem ser introduzidas abruptamente; - Introdução gradual, aproximando-se do acostamento de forma contínua, acompanhando um alinhamento curvilíneo (parabólico); - A situação final em planta e a cota definitiva deverão ser atingida antes do obstáculo a ser protegido. ELEMENTOS BÁSICOS (Taludes Laterais) 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais: constituem o contorno lateral do corpo da estrada. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Primordial: estabilidade para a segurança do tráfego, razão pela qual se deve: - proceder a um cuidadoso estudo de estabilidade com apoio nos estudos geológicos e geotécnicos, e nas condicionantes hidrológicas e de drenagem; - Operação, segurança e aparência da rodovia: desejáveis taludes os mais suaves possíveis, com inclinações aquém daquelas calculadas para se obter a sua estabilidade. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Taludes suaves têm a seu favor: - a maior conformação às formas da natureza; - uma melhor impressão visual e estética; - a maior estabilidade geotécnica em alguns casos; - menores custos de manutenção; - taludes de aterros: segurança aumentada em caso de desgoverno do veículo, que poderá retornar à pista sem tombar. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Em taludes pequenos deve-se usar inclinações suaves, acomodando os taludes ao terreno natural de forma contínua, sem variações bruscas de declividade; - Quando os cortes ou os aterros são baixos, menores que 5 m, o uso de inclinações suaves nos taludes: - não implica significativos movimentos de terra, - aumenta a segurança da estrada; - melhora condições de visibilidade nas curvas em corte; - oferece melhores condições para o plantio de grama e o paisagismo na faixa de domínio. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Os taludes com inclinação 1:4 arredondados nas concordâncias com a plataforma da estrada e com o terreno natural são uma boa solução: 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Emprego de taludes suaves: diminuem a necessidade de defensas, pois o custo inicial e de manutenção das defensas é mais onerosa que a suavização dos taludes; - Taludes excessivamente suaves assumem uma aparência artificial, além de aumentar os custos; - Segurança aos veículos e usuários: inclinações de taludes entre 1:6 e 1:4 reduzem os riscos de tombamento para veículos desgovernados, pois estes conseguem retornar à pista após invadirem o talude. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Taludes de corte: inclinação definida em função das características do solo a ser escavado. - Taludes de aterros: em função do material e do grau de compactação adotado; - Em ambos os casos, deve ser garantida a estabilidade da estrada sem criar custos desnecessários. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Tipo de talude que merece maior análise: cortes em rocha; - Estabilidade: taludes verticais, atendem a economia da obra. Não convém taludes totalmente verticais e muito elevados, em virtude da impressão de estreitamento que ocasiona aos motoristas e usuários; - As inclinações variam de acordo com as características e propriedades das rochas. Recomendam-se inclinações desde 12:1, enquanto outros indicam o limite de 5:1. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Tipo de talude que merece maior análise: cortes em rocha: 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Em uma seção transversal: Pé do talude Crista do talude 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Estética e segurança: crista dos taludes de corte e o pé dos taludes de aterro convêm arredondados, de maneira a não se ter ângulos pronunciados com o terreno natural; - Valor do arredondamento dependerá do tipo de solo, inclinação e altura do talude e declividade do terreno; - Indicação: adotadas curvas verticais com comprimentos de 1,5 m a 4,0 m. 3. Elementos Básicos 3.5 – Taludes Laterais (cont.): - Em resumo: - conformação mais desejável aos taludes: transição entre plataforma e terreno natural é efetuada da forma mais natural possível, procurando disfarçar o rasgo e os elementos estranhos introduzidos na paisagem; - para alcançar esse objetivo, contribui a adoção para os taludes de um perfil suave continuamente arredondado, conectando plataforma e terreno. ELEMENTOS BÁSICOS (Plataforma) 3. Elementos Básicos 3.6 – Plataforma: espaço compreendido entre os limites externos dos passeios ou entre os pés dos cortes e cristas dos aterros, destinado ao deslocamento dos veículos com acréscimos de áreas para estacionamento e os dispositivos destinados ao escoamento superficial das águas pluviais; - Assim, a plataforma contém: - pistas de rolamento; - acostamentos; - espaços para drenagem; - separador central (no caso de pistas duplas). 3. Elementos Básicos 3.6 – Plataforma (cont.): Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.6 – Plataforma (cont.): Seção transversal de pista dupla ELEMENTOS BÁSICOS (Espaços para Drenagem) 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem: - A água das chuvas, uma vez escoadas lateralmente, necessitam ser conduzidas no sentido longitudinal para serem lançadas no terreno natural; - A vida do pavimento está intimamente ligada a existência de uma drenagem eficiente que impeça a eventual chegada de águas subterrâneas à base do pavimento; - É necessário espaços suficientes para a implantação de dispositivos adequados de drenagem. 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Um dos dispositivos é uma canaleta apropriada conhecida por sarjeta, cuja seção faz parte da seção transversal da rodovia; - Espaços suficientespara implantação de dispositivos de drenagem: - pista simples: recomendado que sejam deixados espaços de 1 m adjacentes aos acostamentos; - pista dupla: além dos espaços laterais, são colocados dispositivos de drenagem ao longo do canteiro central. 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Projeto de drenagem: - pré-dimensionamento das sarjetas; - verificação do pré-dimensionamento; - estabelecimento dos limites de aplicação. - Cortes: sarjeta de maiores dimensões em razão da necessidade de maior capacidade de vazão; - Aterros: conveniência de adoção de sarjetas deve ser avaliada no projeto de drenagem em virtude de problemas de erosão. 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Ponto de vista hidráulico: sarjetas com seção triangular, semicircular, trapezoidal ou retangular; - Tipos e configurações geométricas dependem basicamente: - dimensionamento hidráulico; - padrões de projeto; - materiais disponíveis para sua construção. - Seleção da seção mais adequada: levada em consideração a segurança dos veículos. 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Seções triangulares: simples, convenientes e mais indicadas sob o ponto de vista de segurança para o trânsito, embora possuam menor capacidade de escoar os volumes d’água (resultar em seções muito largas): 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Seções trapezoidais: maior capacidade de vazão e maior risco de danos para veículos desgovernados; 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): 3. Elementos Básicos 3.7 – Espaços para Drenagem (cont.): - Projetos de rodovias de padrões menos sofisticados: podem ser projetadas sarjetas em terra, revestidas com grama ou pedra arrumada, visando a redução dos custos; - Projetos de melhor categoria: sarjetas cimentadas (elementos pré-fabricados ou moldados no local); - Observados os tamanhos mínimos: - considerações de ordem econômica; - aproveitamento de materiais locais. ELEMENTOS BÁSICOS (Guias) 3. Elementos Básicos 3.8 – Guias: dispositivos localizados nas bordas das rodovias e utilizados para: - auxiliar a drenagem; - delinear e proteger as bordas do pavimento; - melhorar a estética da estrada, e; - reduzir os custos de manutenção. 3. Elementos Básicos 3.8 – Guias (cont.): - Recomendadas para rodovias em áreas urbanas: execução de valetas laterais é inviável; - Áreas rurais não aconselhável : altas velocidades dos veículos; - Dependendo do tipo e da posição: afetam a segurança e prejudicam o uso da estrada, pois, muitas vezes, dificultam o escoamento da água superficial. 3. Elementos Básicos 3.8 – Guias (cont.): - Em estradas com guias, as curvas verticais convexas deverão ter no máximo 5.000 m de raio para garantir o adequado escoamento de água nas proximidades do vértice da curva. ELEMENTOS BÁSICOS (Faixa de Domínio) 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio: faixa de terra que envolve o eixo da rodovia projetada, com largura suficiente para comportar os seus elementos constituintes, de modo a permitir a sua construção, operação, manutenção, condições de segurança, além das futuras ampliações. 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - Definida de forma a abranger as seções transversais, sendo as suas dimensões definidas a partir do desenho das linhas de corte e de pés de aterro, considerando uma largura adicional de, no mínimo, 10 m para cada lado; - Essa largura deve ser suficiente para: - obras complementares (dispositivos de drenagem, contenção e/ou de segurança), e; - permitir a operação de equipamentos (atividades de construção e manutenção rodoviária). 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - Para rodovias em pista simples: a definição da faixa de domínio deve considerar a disposição geométrica da rodovia já duplicada; - Adotam-se larguras constantes ao longo de trechos com características e/ou uso do solo relativamente homogêneas para se evitar definição de limites irregulares/variáveis em segmentos curtos. 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - Nas proximidades de áreas urbanas são adotadas faixas mais largas, pois o desenvolvimento urbano valoriza os terrenos lindeiros, encarecendo eventuais desapropriações; - É desejável que a faixa de domínio resulte: - assimetria em relação ao eixo da rodovia em pista simples, e; - simetria em relação ao eixo de referência da rodovia de pista duplicada; 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - No Estado do Ceará, o Departamento Estadual de Rodovias – DER possui legislação específica: - LEI Nº 13.327, de 15.07.2003: disciplina o uso das faixas de domínio das rodovias estaduais e rodovias federais delegadas ao Estado e de terrenos adjacentes a rodovias, de modo a resguardar a segurança do trânsito rodoviário, o meio ambiente e o patrimônio rodoviário. 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - Em todos os casos, respeitar os valores mínimos estabelecidos pelo DNIT: Largura das faixas de domínio (m) Terreno Classificação das Rodovias Classe Especial Classe I Classe II Classe III Plano - 60 30 30 Ondulado - 70 40 40 Montanhoso - 80 50 50 3. Elementos Básicos 3.9 – Faixas de domínio (cont.): - Fatores que podem condicionar a fixação das larguras ou configurações específicas para as faixas de domínio: - dutovias; - linhas ferroviárias; - linha de transmissão de energia/dados; - rios, lagos, acidentes geográficos; - outras rodovias; - interferências diversas. ELEMENTOS BÁSICOS (Inclinação Transversal) 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal: declividade transversal ao eixo da rodovia com o objetivo de facilitar o rápido escoamento das águas pluviais e proporcionar melhor condição estética e operacional nas tangentes. Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Trechos em tangente: pistas com uma inclinação mínima de 2% a partir do eixo, caindo para os dois lados de forma a reduzir a distância de percurso das águas superficiais. Seção transversal de pista simples 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Trechos em curva: pista com a superelevação de projeto. Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Seção transversal arredondada em forma de parábola, fazendo que a inclinação vá aumentado no sentido das bordas. Problema dessa solução: dificuldade de construção. 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - A inclinação do acostamento interno pode: - acompanhar a mesma inclinação da pista, respeitando o valor mínimo estabelecido para o trecho em tangente; - manter a inclinação utilizada nos trechos em tangente. - O acostamento externo deverá ter inclinação oposta a da pista, não inferior aos valores mínimos estabelecidos: criar adequado escoamento das águas pluviais, evitando que a água que cai sobre o acostamento corra sobre a pista. 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Nesse caso: acostamento deverá ter um trechoarredondado próximo a 1,20 m para eliminar a brusca mudança de inclinação na passagem da pista para o acostamento. Seção inclinada – pista simples 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Se a diferença algébrica entre as inclinações da pista e do acostamento externo for maior que 7%: melhor que as inclinações tenham o mesmo sentido, para evitar a grande mudança de inclinação que pode comprometer a segurança do tráfego. Seção inclinada – pista simples 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - Trechos em tangente: adotar para cada pista uma das alternativas propostas para o caso de pista simples. Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - A alternativa de rodovias com pista dupla proporciona: - maior rapidez no escoamento de águas da chuva; - menor diferença entre cotas da pista. - Sendo indicada: - para áreas sujeitas a muitas chuvas ou chuvas fortes. 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - Declividade única: elimina mudança de inclinação transversal na passagem de uma faixa para outra. Seção transversal de pista dupla 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - Pistas com mais de duas faixas de tráfego com inclinação para o mesmo lado devem ter: - trechos em tangente: inclinação de 2% nas duas primeiras faixas (no sentido do escoamento de água), e; - acréscimo de 0,5 a 1% para cada conjunto de duas faixas, de forma a facilitar o escoamento das águas pluviais. 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - trechos em curva: além desse acréscimo, poderá ser aumentada a inclinação das faixas da esquerda, considerando que, normalmente, são ocupadas pelos veículos mais rápidos. Seção inclinada – pista de múltiplas faixas 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: - Também necessárias faixas de segurança junto as faixas de tráfego mais a esquerda (no sentido do tráfego). - Pistas com mais de duas faixas: podem ter acostamentos no lugar das faixas de segurança. Esses acostamentos destinam-se ao uso dos veículos que trafegam pela faixa da esquerda. 3. Elementos Básicos 3.10 – Inclinação transversal (cont.): - Rodovias com pista dupla: SEÇÃO TRANSVERSAL Prof. Lucas Cavalcante Estradas e Pavimentação – 2018.1
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