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T22 - BGNNF e Leptospira (2)

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Leptospira
Introdução
Com relação à taxonomia, o gênero Leptospira pertence a família Leptospiraceae e existem 2 tipos de classificação desses microrganismos: A mais antiga, que ainda é bastante utilizada, é a classificação fenotípica ou sorológica – L.interrogans (patogênica) com mais de 200 sorotipos e a L.biflexa (saprófita) com mais de 60 sorotipos. Mais recentemente surgiu a classificação genotípica, que dividiu o gênero em 19 genoespécies, baseadas em estudos genéticos. Mas a classificação fenotípica ainda é mais usada em função dos nomes dos sorotipos serem amplamente conhecidos.
Significado Clínico
As leptospiras causam Leptospirose, doença que acomete humanos, animais domésticos e silvestres. É uma ZOONOSE! Outros nomes conhecidos: icterícia dos plantadores de arroz, doença dos catadores de cana, doença dos criadores de suínos e doença dos trabalhadores de esgoto – nomes relacionados aos meios de transmissão da doença, principalmente por serem ambiente de roedores.
Aspectos Morfológicos e Fisiológicos
São espiroquetas delgadas com extremidade em gancho. São aeróbios, móveis por flagelos periplasmáticos porque ficam no interior da bactéria. Ela tem difícil cultivo pois precisa de meios específicos, muito ricos. Temperatura ótima entre 28 a 30°C e pode demorar até 90 para ser cultivada. 
Não se coram pelo gram, pois são muito fininhas, mas são observáveis ao microscópio pelas técnicas: Fontana-Tribondeau, que é um método de IMPREGNAÇÃO e não de coloração, usando a prata e visualizando em microscópio óptico; Microscópio de campo escuro, em que o fundo fica preto e a bactéria fique clara em função da forma com eu a luz incide no campo.
Classificação Sorológica: diferenciada por meio de anticorpos principalmente pelo Teste de Aglutinação com anticorpos específicos; A classificação em sorotipos ou sorovares e baseada no LPS, criando sorogrupos para organização de semelhantes na seguinte ordem: Espécie – Sorogrupo – Sorovares/Sorotipos.
Essas bactérias são muito sensíveis a varias condições ambientais e para que fiquem por mais tempo no ambiente ela precisa de algumas condições como solos úmidos, lamas, coleções de água doce e rios. Em ambientes secos ela morre logo. 
Epidemiologia
Doença que acomete tanto humanos quanto animais, com ampla distribuição geográfica sendo endêmica na América do Sul e Central, índia e Sudeste Asiático. É uma bactéria de caráter sazonal, costumando causar epidemias no verão e outono em regiões temperadas e na época das chuvas nas regiões tropicais. A leptospirose acontece nas áreas urbanas e rurais, variando apenas os reservatórios envolvidos na transmissão da doença. Locais onde há pobreza e não tem saneamento básico são mais acometidos, uma vez que roedores são os transmissores dessa doença.
No Brasil, a L.interrogans (lembrando que são as espécies patogênicas) do sorogrupo Icterohaemorrhagiae e sorovar Copenhagi causa doença mais grave no meio urbano, pois o sorovar tem muito a ver com os reservatórios do microrganismo.
Reservatórios: Consiste em roedores principalmente em outros animais domésticos e silvestres. Alguns sorotipos são adaptados a certas espécies animais, como o sorovar Canicola em cães, que causa doença bem mais grave em espécies em que é adaptada, mas pode transmitir em espécies que não são adaptadas. O reservatório crônico é o rim e ela é eliminada pela urina – ela que contamina água, alimento e ambiente. O homem é considerado HOSPEDEIRO ACIDENTAL, não tendo sorotipo adaptado a ele e normalmente não transmite a doença.
Transmissão
Não só os roedores podem ter a doença ou estarem só como portadores, eliminando esse microrganismo. Os homens podem adquiria a doença por contato direto (principalmente com urina dos animais, mas também com sangue e outras secreções) ou por contato indireto (que seriam esses materiais contaminando água ou solo).
Essa bactéria entra pela pele lesionada (pele íntegra desde que esteja imersa por um longo tempo pode gerar micro lesões que deixam a bactéria entrar) e mucosa como da orofaringe, nasal e ocular. Existem outros casos como contaminação com material em laboratório ou em contato com alimentos/embalagens contaminadas.
Epidemias ou surtos: Ocorrem após inundações em que a exposição é maior, gerando micro lesões; Atividades aquáticas, recreativas ou esportivas podem desencadear esses surtos, pois as pessoas ficam em contato bastante tempo com a água contaminada.
Casos esporádicos: podem ocorrer em qualquer época do ano, normalmente estão associados a algumas atividades ocupacionais, como pessoas que tem contato com animais: veterinários, agricultores, lixeiros, militares.
Manifestações Clínicas
A leptospirose tem uma variação muito grande com relação à sintomatologia, podendo ter casos leves, moderados ou graves. O período de incubação é de 1 a 2 semanas. Há muitos casos subclínicos. Entre os clínicos tem 2 fases: 1) sinais semelhantes à gripe; 2) forma anicterícia em 90% dos casos, podendo desenvolver meningite; E a forma ictérica ocorre de 5 a 10% dos casos clínicos – Doença de Weil, podendo apresentar icterícia, insuficiência renal e hepática e a ainda pode desenvolver Síndrome Pulmonar Hemorrágica Grave, que pode levar ao óbito do paciente.
Patogenia
1ª fase: Bactéria entra por pele lesionada, mucosa ou pele muito tempo submersa, atinge a corrente sanguínea – o indivíduo tem leptospiremia de 7 a 10 dias após a infecção.
2ª fase: Bactéria atinge órgão alvo – rins, fígado e pulmões. Nesse momento começa haver a circulação de anticorpos. Estando nos rins, a bactéria passa a ser eliminada pela urina (leptospiúria) * A bactéria só pode ser isolada no sangue num momento muito inicial. O diagnóstico é feito na realidade a partir dos anticorpos contra a bactéria.
Diagnóstico
É clínico e histórico, pois deve-se investigar contato direto/indireto.
Laboratorial: Testes sorológicos – Detecção de anticorpos no soro por teste de aglutinação microscópica* ou teste de macroaglutinação ou ELISA ou IF.
Pode ser feita a cultura em soro, urina ou LCR, mas a detecção é feita por anticorpos.
Métodos moleculares, como PCR, para detecção de DNA da bactéria.
*MAT: Teste de Microaglutinação – referência: É feita a coleta do sangue e análise em laboratório. Soro do paciente é colocado para agir com diferentes antígenos bacterianos (bactéria inteira) e observar em microscópio de campo escuro = se o paciente tiver anticorpos específicos para leptospiras, há ligação Ac+bactéria e forma grande aglutinação observável pelo microscópio de campo escuro.
Teste de Macroaglutinação: Aglutinação do látex, em que o sangue é coletado e o soro do paciente é colocado com antígeno bacteriano desejado. AA bactéria se liga ao látex e permite a visualização caso os anticorpos específicos se liguem ao complexo bactéria+látex.
Diferenças: Macro é teste rápido e não precisa de microscópio para visualização; Micro é mais sensível e possibilita o teste de vários sorotipos.
Tratamento, Prevenção e Controle
Antibioticoterapia e terapia de suporte
Controle de roedores, uma vez que é o principal reservatório; Educação de indivíduos ocupacionalmente expostos e incentivar o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) como luvas e óculos; Educação de indivíduos que podem ser expostos em atividades recreacionais ou por animais de estimação para saberem que existe risco e ficarem atentos a sintomatologia.
Deve ser feito o tratamento e vacinação de animais domésticos: vacinas para cães como procedimento de rotina e animais de produção em áreas endêmicas – as vacinas são feitas de bactérias mortas do pool de sorovares que estão envolvidos nas infecções desses animais.
Residências contendo cães com leptospirose devem manter o animal em área restrita, fazer o uso de desinfetantes a base de cloro ou iodo e devem testar os outros cães da casa para verificar se foram contaminados.
Indivíduos que foram expostos a água contaminada devem ser monitorados.
Vacinação em humanos: Vacina morta com os sorotipos que acometem a região,mas causa efeitos colaterais e é de proteção de curta duração. Em alguns países é feita, mas o uso é restrito para indivíduos expostos ocupacionalmente. Essa vacina não estpa disponível no Brasil.

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