Buscar

Danos decorrentes de acidente de transito com causa morte Gabriela Perazzoli

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC/ VIDEIRA
Curso: Direito
Disciplina: Responsabilidade Civil
Professor: Nilson Feliciano de Araujo
Acadêmica: Gabriela Perazzoli 9 fase 
Recomposição de danos materiais e morais quando ocorre a morte da vítima proveniente de acidente de trânsito, onde restou comprovada a culpa do agressor. 
Na responsabilidade civil o foco principal é o ato ilícito praticado por outrem, que faz proceder ao dever de indenizar e reparar o dano causado ao ofendido. Dessa forma, como o homem é dotado de discernimento, deve responder por suas ações e aquelas que excedam os atos admitidos como lícito. 
Certo é que a ação de reparação deve proporcionar a mais ampla satisfação do dano possível, porém sem causar enriquecimento ilícito para a vítima. Portanto, é de suma importância um ponto de equilíbrio para alcançar o princípio da reparação integral do prejuízo, moral ou material.
Para configurar a responsabilidade civil é necessária a caracterização do dano, em suas modalidades, pode ser de ordem material, pelo que efetivamente se perdeu, por ricochete ou dano reflexo, dano moral e dano estético, além de outros danos, como perda do tempo e perda da chance. 
Ao tratar de acidente de trânsito é comum o dano material do veículo envolvido, podendo ser de pequena monta, grande ou prejuízo total. Além do dano material por avarias no veículo devidamente provado, deverá o causador do evento pagar também demais danos materiais pertinentes, como despesas com guincho e outras tantas que apresentarem nexo causal.
Na hipótese de perda total do veículo, quando normalmente o conserto ultrapassa setenta por cento do valor de mercado do bem, o causador do evento deverá indenizar o valor total do bem perdido. Para encontrar o valor de mercado do veículo com boa margem de segurança, recomenda-se a utilização da ferramenta disponibilizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). Não sendo possível provar por meio da tabela FIPE, ou possuindo o veículo alguma peculiaridade que agregue valor (carro de colecionador, veículo raro, dentre outros), deverá o autor da pretensão fazer referida prova nos autos.
Há dano material emergente nos casos em que o acidente provoca a morte e, além do dano material do veículo, conforme já relatado, deverá ocorrer o ressarcimento de eventuais despesas comprovadas de tratamento médico, outras mais que tiverem nexo causal e, também, despesas com o funeral.
Sobre as despesas com funeral, resta pacífico o entendimento no STJ de ser dano presumível, pois se trata de fato certo, tem natureza social e de proteção à dignidade da pessoa humana. A previsão legal encontra respaldo no artigo 948 do CC, determinando que, “no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família.”
A abrangência desse dano tem sido adotada pelo “período de nojo” que se traduz entre a data do óbito até a missa de sétimo dia da vítima do acidente e é caracterizado principalmente pelos lucros cessantes devidos aos familiares que deixaram de produzir durante este lapso de tempo convencional. É este, portanto, um dano patrimonial, compreendido pelo que os familiares deixaram de lucrar durante esse período.
O artigo 948 do Código Civil dispõe sobre a quantificação da indenização pelo fato de morte: 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Ao tratar-se da indenização por dano moral oriundo do evento morte, em decorrência de acidente de trânsito, a morte, logicamente, acarreta o direito de pleitear a compensação devida pelos danos morais e também reparação dos demais danos sofridos. O dano deverá ser apurado de acordo com o caso concreto e com os legítimos beneficiários.
Este estudo considera como dano moral aquele que macula a parte afetiva do patrimônio moral, provocando dor, sofrimento, perda, frustração, desesperança, etc. Este dano aqui será observado quando decorrente de um acidente de trânsito, como a dor e a tristeza provocada por uma mutilação, o sofrimento pela morte de alguém
As despesas com o tratamento e o funeral da vítima comprovam-se mediante os recibos correspondentes.
Compreendem a utilização de táxi, veículos, combustível, flores, despesas com a paróquia em que se realizou a cerimônia, ou seja, todas as despesas advindas da cerimônia fúnebre.
Mais complexa é a determinação do valor correspondente aos alimentos às pessoas a quem o morto os devia. É preciso determinar os rendimentos da vítima, dos quais se costuma abater parcela (geralmente de 1/3), que a vítima consumia consigo próprio. É preciso determinar também o tempo durante o qual prestaria alimentos. Há particularidades decorrentes da circunstância de se tratar de pensão devida a descendente, cônjuge ou ascendente.
No Rio Grande do Sul, a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) considera-se tempo provável de vida 70 anos para os homens, 72 para as mulheres.
ACIDENTE DE TRÂNSITO. INDENIZAÇÃO. PENSIONAMENTO. A expectativa média de vida no Rio Grande do Sul, para homens, é de 70 anos. (TJRGS, 11ª Câmara Cível, Apelação 70004124558, Bayard Ney de Freitas Barcelos, relator, j. 12.03.2003).
ACIDENTE DE TRANSITO. INDENIZACAO. O limite de pensionamento fica mantido em 72 anos, conforme estimativa de vida para mulheres no RS do IBGE. (TJRGS, 11ª Câmara Cível, relator: Bayard Ney de Freitas Barcellos, julgado em 23/10/2002)
No caso de morte de ascendente, leva-se em conta não apenas o tempo provável de sobrevida da vítima, mas também o tempo provável durante o qual prestaria alimentos. Assim, “o pensionamento devido à filha, em face do falecimento do pai, tem como termo final a idade em que é presumida, pela legislação fiscal, a sua independência econômica, admitida pela jurisprudência predominante da 2ª Seção, acontecer aos vinte e quatro anos”. (STJ, 4ª Turma, RESP 280341, Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, j. 28.8.2001).
No caso de filho que auferia rendimentos, fixa-se como termo final da pensão, ora a data em que ele completaria o tempo provável de vida, ora a data em que supostamente deixaria de prestar alimentos aos pais, ou conjugam-se os dois critérios. Vejam-se os seguintes acórdãos:
Indenização postulada pelos pais da vítima fatal. Pensionamento. Termo final. I – A indenização por dano material decorrente da morte de filho, em forma de pensão, tem como termo final a data em que a vítima completaria 65 anos de idade. Precedentes. (STJ, RESP 297544, da 3ª Turma, Relator: Min. Antônio de Pádua Ribeiro, j. 22.05.2003)
Responsabilidade civil. Acidente de trânsito. Indenização. Morte de filho maior. Comprovação de que a vítima tinha uma companheira, mas que continuava auxiliando os pais. Pensão mensal destinada aos genitores, na proporção de um terço dos vencimentos da vítima, até a data em que a mesma completaria 65 anos de idade, nos limites do pedido inicial. (TJRGS, 11ª Câmara Cível, Apelação 70002298230, Jorge André Pereira Gailhard, relator, j. 11.12.202).
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. INDENIZAÇÃO. PENSIONAMENTO. LIMITE DE IDADE. Delimita-se em 25 anos o lapso de pensionamento, porquanto presumivelmente a idade em que deixaria a vítima de contribuir com as despesas do lar paterno, passando a despender gastos com sua família. (TJRGS, 2ª Câmara Especial Cível, Apelação 70005755921, Marta Borges Ortiz, relatora, j. 27.02.2003).
Assim como é dado presumir-se que a vítima do acidente de veículo cogitado teria, não fosse o infausto evento, uma sobrevida até os sessenta e cinco anos, e até lá auxiliaria à sua mãe, prestando alimentos, também pode-se supor, pela ordem natural dos fatos da vida, que ele se casaria aos vinte cincoanos, momento a partir do qual já não mais teria a mesma disponibilidade para ajudar materialmente a seus pais, pois que, a partir do casamento, passaria a suportar novos encargos, que da constituição de uma nova família são decorrentes. Mantida a pensão fixada em 2/3 do salário mínimo até quando viesse a completar vinte e cinco anos, e na metade desse valor, até os sessenta e cinco, salvo se antes os pais falecerem, quando, então, a pensão se extingue. (STJ, 4ª Turma, RESP 192395, Min. CESAR ASFOR ROCHA, rel., j.  04/12/2001).
 
A morte da esposa ou companheira, ainda que trabalhando exclusivamente no lar, causa danos materiais ao marido ou companheiro, que devem ser indenizados:
RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - INDENIZAÇÃO - PENSIONAMENTO DO VIÚVO POR MORTE DA ESPOSA QUE CONTRIBUÍA PARA A ECONOMIA FAMILIAR COM SERVIÇO DOMÉSTICO. Jurisprudência pacificada nesta Corte no sentido de que o serviço doméstico possui conteúdo econômico e, portanto, é indenizável - Precedentes. (STJ, RESP 302460 da 2ª Turma, Min. Eliana Calmon, relatora, j. 10.09.2003)
Com relação a legitimidade para propor a ação de reparação dos danos, na doutrina e na jurisprudência, há um consenso no sentido de conferir a legitimidade para exigir a reparação do dano moral ao cônjuge e aos parentes mais próximos do de cujus, que residiam sob o mesmo teto, compondo o núcleo familiar mais íntimo. Nessa direção é a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:
APELAÇÃO - INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - ACIDENTE DE TRÂNSITO - MORTE DA VÍTIMA - AGRAVO RETIDO - PRELIMINARES - LEGITIMIDADE ATIVA - CERCEAMENTO DE DEFESA - REJEIÇÃO - EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - ART. 37, § 6º, CF/88 - LIDE SECUNDÁRIA - COBERTURA DOS DANOS MORAIS - NÃO COMPROVAÇÃO. A indenização em caso de morte cabe, em primeiro lugar, aos parentes mais próximos da vítima, isto é, os herdeiros, ascendentes e descendentes, o cônjuge e as pessoas diretamente atingidas pelo seu desaparecimento. [...]. (TJMG, Ap. 2.0000.00.470338-8/000, Décima Segunda Câmara Cível, Rel. Antônio Sérvulo, DJMG 07.05.2005).
Na mesma diretriz é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:	
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – ACIDENTE DE TRABALHO – CONCUBINA – LEGITIMIDADE AD CAUSAM – PRECEDENTES. A companheira da vítima, assim qualificada por órgão da previdência social, e beneficiária da pensão, é parte legítima para postular indenização fundada no direito comum, decorrente de acidente de trabalho. Recurso conhecido e provido. (STJ, REsp 23685/RJ, Terceira Turma, Rel. Ministro Castro Filho, DJU 06.05.2002).
Presume-se o dano moral dos filhos da vítima em razão do acidente fatal, quando se tratarem de menores que residiam sobre o mesmo teto e dependiam economicamente do acidentado. Ainda que sejam crianças de pouca idade, ou mesmo deficientes mentais, absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil, nos termos do art. 3º do Código Civil, não se pode ignorar que a ausência de um parente próximo, como um pai ou uma mãe, é capaz de causar dor, trauma e sequelas psíquicas (GONÇALVES, 2002, p. 544-545).
Também se incluem como titulares do direito à indenização os pais, ainda que o filho falecido seja menor e incapaz de contribuir com o trabalho para o orçamento doméstico. Esse é o entendimento inserto na Súmula 491 do STF, in verbis: "É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado".
Entretanto conclui-se, que quando da ocorrência do evento morte devido a acidente de trânsito com culpa do agressor em questão, é devido danos materiais em decorrência da perda de veículo por exemplo, e ainda dano moral a família da vítima que sofreu enorme abalo psicológico com o falecimento do ente querido. Além do que, deve-se indenizar o dano emergente e os lucros cessantes com a devida prestação de alimentos a família que dependia por exemplo dos lucro advindos do ente querido, ainda mais se tratar-se de filhos menores. 
REFERÊNCIAS 
JUSBRASIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRANSITO. Disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=DANOS+MORAIS+E+MATERIAIS+DECORRENTES+DE+ACIDENTE+DE+TR%C3%82NSITO>. Acesso em: 26 jul. 2017.
PÁGINAS DE DIREITO. DANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. Disponível em: < http://www.tex.pro.br/home/artigos/302-artigos-fev-2015/6913-os-danos-decorrentes-do-acidente-de-transito>. Acesso em: 26 jul. 2017.
MIGALHAS. ACIDENTES DE TRANSITO: RESPONSABILIDADE CIVIL E DANOS DECORRENTES. Disponível em: http://www.migalhas.com.br/LaudaLegal/41,MI216895,71043-Acidentes+de+Transito+Responsabilidade+Civil+e+Danos+Decorrentes. Acesso em: 26 jul. 2017.
AMBITO JURÍDICO. DANOS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRANSITO. Disponível em: http://ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15852&revista_caderno=7. Acesso em: 26 jul. 2017.

Continue navegando