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* PNEUMONIAS Thayse Neves Santos Silva * DEFINIÇÃO: É a inflamação das estruturas do parênquima pulmonar. Ela pode ser causada por muitas espécies de microorganismos diferentes, entre eles estão os vírus, as bactérias, alguns parasitas ou fungos. * Mecanismos de defesa do trato respiratório inferior contra os microorganismos Fechamento da glote; Reflexo da tosse; Muco brônquico; Atividade ciliar do epitélio respiratório; Fatores humorais presentes no muco; Macrófagos e imunoglobulinas alveolares. * Aspiração de secreções da orofaringe, Inalação de aerossóis, Disseminação hematogênica, Disseminação a partir de um foco contíguo, Reativação local. MECANISMOS DA INTRODUÇÃO MICRORGANISMO NO PULMÃO: * 1. Via Broncogênica: Microrganismos aspirados: nasofaringe p/ os alvéolos Bactéria nos alvéolos-extravasamento de liq. Seroso Facilita replicação dos microorganismos Transportados p/ outros alvéolos através dos poros de Kohn Propagação de líq. de edema continua até ser impedida Barreiras anatômicas: pleura visceral ou atingir espaço pleura e ou pericárdio. Empiema e/ou Pericardite purulenta. FISIOPATOLOGIA: * 2. Via Hematogênica: Embolias sépticas: endocardite de válvula tricúspide, tromboflebite séptica, osteomielite: S. aureus Bacteremia transitória: E. coli e a P. aeruginosa Pacientes de risco: usuários de drogas EV, que fazem hemodiálise, com dispositivos intravasculares ou tromboflebite supurativa. Rx: focos múltiplos bilaterais, que freqüentemente se tornam abscessos * 1o dia – vasodilatação e congestão 2o dia – exsudação 4o dia – infiltração neutrófilos e macrófagos 8o dia - poucos macrófagos, hepatização e fibrose * * Formas de infecção na pneumonia * As pneumonias podem ser classificadas com base nos seguintes aspectos: 1 - Local de aquisição: domiciliar:- com ou sem indicação de internação; - hospitalar: - precoce ou tardia 2 - Gravidade da apresentação clínica inicial; 3 - Condição imunológica do paciente: imunocompetente - imunossuprimido. 4 - Tempo de permanência hospitalar, quando adquirida neste ambiente; 5 - Presença ou não de ventilação mecânica. * Pneumonia adquirida na comunidade-PAC Do ponto de vista prático, é aquela que se manifesta clinicamente na comunidade ou dentro das primeiras 48 horas da internação (alguns autores estendem este período até 72 horas). 22% a 51% dos pacientes com PAC são internados 5% a 10% são encaminhados para UTI A mortalidade: 1%, 5% a 12% internados, 50% UTI. * CARACTERÍSTICA: A - Síndrome da Pneumonia Típica: Ex.Pneumonia pneumocócica - infecção VAS seguida de febre alta, calafrio, dor pleurítica, tosse com expectoração purulenta ou ferruginosa e sinais de toxemia. B - Síndrome Pneumonia Atípica: Pneumonia por Mycoplasma - tosse não produtiva, mialgia, cefaléia, diarréia e sintomas de vias aéreas. PAC * * A definição etiológica só é feita em 30 a 40% dos casos pesquisados. O agente mais comum das pneumonias adquiridas na comunidade é o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), estando envolvido em 30 a 70% dos casos;Local:FARINGE As bactérias atípicas, micoplasma, clamídea e legionela, tem sido consideradas como o agente etiológico em taxas que variam de 8 a 48% dos casos; Infecções mistas, tipicamente envolvendo uma bactéria e um agente atípico ou viral, têm sido relatadas em até 38% dos pacientes; AGENTES ETIOLÓGICOS * O achado clássico ao exame é o da síndrome de condensação, onde temos: à palpação, frêmito tóraco-vocal aumentado; à percussão, macicez ou sub macicez; à ausculta, murmúrio reduzido com crepitações e sopro tubáreo. O dado mais freqüente no exame físico é o achado localizado de crepitações à ausculta. Importante ver a FR (> 30 ipm - grave). EXAME FÍSICO * tosse: seca a produtiva expectoração: aspecto mucóide a purulento; hemoptise dor torácica pleurítica: é localizada e piora com a tosse e inspiração profunda. dispneia: caracteriza sempre um quadro grave; Febre: exceção idosos debilitados e imunossuprimidos. Adinamia: sintoma muito freqüente na pneumonia, às vezes com prostração acentuada QUADRO CLÍNICO * IDOSOS: - alterações fisiológicas: diminuição de clearance mucociliar, da tosse e das defesas imunológicas do pulmão; - broncoaspiração é frequente quando associação de doença neurológica; - queda estado geral, desorientação, piora comorbidade , aumento FR>24ipm é às vezes sinal + sensível e taquicardia. * PADRÃO RADIOLÓGICO Imagem de padrão alveolar do tipo consolidação com broncograma aéreo, unilateral; Imagens alveolares sem caracterização completa de consolidação; Imagens intersticiais, reticulares ou reticulonodulares uni ou bilaterais. * * * * * Radiografia de tórax em PA mostra múltiplas cavidades, bilateralmente, a maioria com halo fino, algumas com nível líquido. São pneumatoceles em paciente com pneumonia estafilocócica * * * Os exames complementares disponíveis para o diagnóstico etiológico Hemocultura, Estudo microbiológico do escarro, Toracocentese (quando há derrame pleural), Aspirado transtraqueal, Lavado broncoalveolar, Punção transtorácica, Exames sorológicos, Pesquisa de antígenos urinários. * CARACTERIZAÇÃO DA GRAVIDADE DA PNEUMONIA FR>30ipm na internação. PaO2/FIO2<250 Necessidade de ventilação mecânica. Radiografia de tórax: lesões bilaterais ou envolvimento de múltiplos lobos; além disso, aumento nas dimensões da opacidade superior a 50% dentro das 40 horas iniciais da admissão. Choque (pressão arterial sistólica <90 mmHg ou diastólica < 60mmHg) Necessidade de usar vasopressores por mais de 4 horas. Diurese inferior a 20ml/h ou diurese total inferior a 80ml/4 horas exceto se outra explicação for identificada, ou insuficiência renal aguda exigindo diálise. * ÍNDICE DE SEVERIDADE DA PNEUMONIA * * Avaliação da gravidade C – presença de confusão mental – teste < 8 U – uréia acima de 50 mg/dl R – freqüência respiratória (respiratory rate) maior ou igual a 30 irpm B – pressão arterial (blood pressure) sistólica menor que 90 mmHg ou diastólica menor ou igual a 60 mmHg 65 – idade maior que 65 anos * CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO 1) Presença de doença de base; 2) Suspeita de aspiração do conteúdo gástrico; 3) Alcoolismo; 4) Desnutrição; 5) Alteração do estado mental; 6) FR>30rpm; 7) PA sistólica < 90 mmHg; 8) Disseminação da infecção (outro local além do pulmão); 9) Hb < 9 g/dl; * 10) Leucócitos < 4.000 ou > 30.000; 11) PaO2 < 60 mmHg e PaCO2 > 50 mmHg; 12) Creatinina > 1,3 mg/dl; 13) Comprometimento radiológico de + de 1 lobo, cavitação, derrame pleural; 14) Piora radiológica. * * Pneumonia hospitalar é aquela que ocorre após 48 horas de internação - excluindo casos em que a infecção já estava presente. Principal causa de óbitos dentre as infecções hospitalares. - O principal fator de risco para pneumonia hospitalar é a ventilação mecânica. Demais fatores: - fatores que favorecem a colonização do trato aerodigestivo; - fatores que favorecem a aspiração; - fatores que favorecem a inoculação bacteriana nos pulmões por outras vias que não a aspiração; - fatores que diminuem a imunidade do hospedeiro. PNEUMONIA HOSPITALAR * Quais são os fatores de risco para aspiração? rebaixamento do nível de consciência doenças neurológicas doenças sistêmicas medicamentos presença de cânula traqueal re-intubações presença de sonda gástrica ou enteral alteração na deglutição infusão da dieta em posição supina manutenção do paciente em posição supina * Medidas preventivas sabidamente efetivas para a pneumonia hospitalar MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS remoção o mais precocemente possível de sonda nasogástrica e cânula traqueal presença de um programa estruturado de controle de infecção lavagem adequada das mãos manter o paciente com cabeceira elevada evitar reintubações intubação oro e não nasotraqueal nutrição adequada evitar hiperdistensão gástrica remoção periódica do condensado do circuito manter pressão adequada do balonete da cânula MEDIDAS FARMACOLÓGICAS evitar antibióticos desnecessários limitar a profilaxia de úlcera de estresse aos pacientes de risco rotação periódica dos antibióticos usados na UTI limpeza da cavidade oral com clorexidine antibióticos para pacientes neutropênicos e com febre vacina contra pneumococo, H. influenzae tipo B e influenza NEJM, 1999;340:627-634 * A posição supina favorece a aspiração de material da orofaringe e estômago, devendo ser evitada. A manutenção do paciente com a cabeceira da cama elevada reduz a incidência de pneumonia, sobretudo em pacientes em ventilação mecânica Lancet 1999;354:9193 * FISIOTERAPIA TERAPIA DESOBSTRUTIVA * Fibrose cística = Mucoviscidose é uma doença genética de herança autossômica recessiva; Gen acometido controla a produção de uma proteína que regula a transferência de cloreto e sódio (sal) através das membranas celulares. Sua principal característica é o acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo. sintomas respiratórios, gastrointestinais e presença excessiva de cloro no suor * A fibrose cística afeta quase todas as glândulas exócrinas (glândulas que secretam fluídos em um duto). * FIBROSE CÍSTICA Morbimortalidade muito elevada (1/3 idade ; < 10% ultrapassando os 30 anos de idade) sobrevida média é de 40 anos em países desenvolvidos; * Sintomas Fase neonatal: entupimento do intestino, dificuldade de ganhar peso, tosse com secreção e desidratação sem motivo aparente. Fase tardia: desnutrição progressiva, tosse crônica com muita secreção, sinusite crônica, formação de pólipos nasais, doença hepática (cirrose biliar), infecções respiratórias e infertilidade. * Principais complicações: HEMOPTISE: sangramento pulmonar; Infecções graves; Pneumotórax (>10%); Obstrução intestinal-síndrome do íleo meconial (com distensão abdominal, impossibilidade de evacuação e vômitos); Insuficiência respiratória e cor pulmonale; Puberdade tardia e infertilidade. * Diagnóstico precoce Teste do pezinho. A metodologia usada baseia‐se na dosagem do tripsinogênio imunorreativo (IRT), que éum indicador indireto da doença, pois avalia a integridade da função pancreática Teste do suor * Tratamento multidisciplinar! Objetivo: melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida. “O principal foco na criança pequena é a nutrição adequada. Seguir dietas mais calóricas e fazer reposição das enzimas do pâncreas; A desnutrição está associada à piora da doença pulmonar. * Tratamento farmacológico: ENZIMAS PANCREÄTICAS Tratamento multidisciplinar! * Doenças respiratórias 12% das mortes notificadas no país, pneumonias 50% óbitos. Portanto, cerca de 5% de todas as mortes no Brasil são causadas por pneumonia. Quanto a mortalidade: pacientes ambulatoriais é de 5%, enquanto a dos hospitalizados pode chegar a 50% nos internados em UTI. * A aspiração está limitada pelo reflexo de fechamento da glote. A eficácia deste mecanismo diminui em caso de disfagia, diminuição do nível de consciência, disfunção mecânica do esfíncter inferior do esôfago, por exemplo, pela presença de sonda nasogástrica, ou disfunção da laringe, por exemplo, por intubação traqueal, broncoscopia ou traqueostomia. * inalação de aerossóis, Inalação do germe em aerossol (vírus, micoplasma, legionela); - Aspiração de secreções naso-oro-faríngeas: - microaspiração de grumos de secreção orofaríngea (pneumococo, estafilococo, e diversos Gram negativos). - Aspiração maciça (anaeróbios); - Via hemática.(focos de contaminação extrapulmonar) - tegumento, aparelho digestivo, aparelho urinário, ginecológico). disseminação hematogênica, disseminação a partir de um foco contíguo, reativação local. * Os aerossóis transportam, na maioria das vezes, um inóculo pequeno de microrganismos, menor do que as secreções aspiradas. Como a ventilação é maior nos lobos inferiores, a pneumonia por essa via patogênica é mais comum nas bases pulmonares. Seu principal exemplo é a PAC por micoplasma. * A disseminação hematogênica pode ocorrer nas situações capazes de gerar embolias sépticas, como endocardite de válvula tricúspide e tromboflebite séptica. Nesses casos, o S. aureus é o agente mais comum. O S. aureus pode ainda sofrer disseminação hematogênica a partir de osteomielite e infecções de partes moles. Em menor freqüência, a disseminação pode se dar a partir de um episódio de bacteremia transitória de qualquer origem, sendo a E. coli e a P. aeruginosa os agentes mais comuns. Quando há disseminação hematogência, a pneumonia é caracterizada, habitualmente, pelo surgimento de focos múltiplos bilaterais, que freqüentemente se tornam abscessos Por contiguidade Esta não é uma via habitual de desenvolvimento de PAC. Ela pode ocorrer a partir de focos infecciosos na parede torácica, no mediastino ou no andar superior do abdome. * 4 - Quais são os fatores envolvidos na patogênese da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)? O desenvolvimento de uma infecção, em qualquer parte do organismo, geralmente obedece a uma das seguintes circunstâncias: invasão do tecido ou órgão por um microorganismo contra o qual o hospedeiro não apresenta imunidade; invasão por um inóculo bacteriano superior àqueles que os mecanismos de defesa normais são capazes de enfrentar; invasão por qualquer microorganismo em um hospedeiro que apresente algum problema nos mecanismos de defesa. Assim fatores envolvidos na patogênese da PAC podem ser divididos entre: os relacionados à chegada do agente etiológico ao trato respiratório, os relacionados à virulência do patógeno, os relacionados com as defesas locais e sistêmicas do hospedeiro. Obviamente existe uma interligação muito grande entre todos esses fatores. * Tosse: na fase inicial ela pode ser seca ou apresentar expectoração em pequena quantidade e de aspecto mucóide, mas que evolui, freqüentemente, para aspecto purulento. Pode haver hemoptise, geralmente de pequeno volume e associada à purulência do escarro. Dor torácica pleurítica: é localizada, em pontada e piora com a tosse e inspiração profunda. Embora muito relatada, pode estar ausente em um número significativo dos casos. Nas pneumonias de base pulmonar, a dor pode ser referida no abdome ou na região escapular. Dispnéia: geralmente ausente nos quadros leves. Quando presente, caracteriza sempre um quadro grave, seja pela extensão da pneumonia, seja pela presença de doenças subjacentes (pulmonares ou cardiovasculares, por exemplo). Febre: está presente na maioria dos casos, a exceção de idosos debilitados e pacientes imunossuprimidos. Adinamia: sintoma muito freqüente na pneumonia, às vezes com prostração acentuada. Outros sintomas gerais como mialgia generalizada, suores, calafrios, dor de garganta, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, alterações de sensório são observados com freqüência variável. É importante frisar que, em alguns pacientes, sobretudo idosos, as únicas manifestações da pneumonia podem ser febre e alteração de sensório, sem sintomas respiratórios. Em outros casos surgem quedas ao chão, incontinência urinária, descompensação da doença de base ou insuficiência cardíaca clinicamente manifesta. Isso faz com que sempre complementemos a investigação dessas situações com radiografia do tórax. * Outros sintomas gerais como mialgia generalizada, suores, calafrios, dor de garganta e anorexia são observados com freqüência variável. Dor abdominal pode ser observada em torno de 20% dos casos. Em muitos pacientes a única manifestação da pneumonia pode ser um quadro febril.( complementar com o estudo do RX de tórax) . *
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