Buscar

aula Crédito Tributário Causas de extinção


Continue navegando


Prévia do material em texto

Crédito Tributário
Causas de Extinção
Professora Larissa Mendes Rodrigues Dalto
1 – Introdução.
Seriam (art. 156 CTN): pagamento, compensação, transação, remissão, prescrição e decadência, conversão de depósito em renda, pagamento antecipado e homologação do lançamento, consignação em pagamento, decisão administrativa inatacável administrativamente por ação anulatória, decisão judicial transitada em julgado, dação em pagamento de bens imóveis.
Rol taxativo ou exemplificativo?
Direito Tributário – Relação Obrigacional
Hipóteses de extinção do crédito são, em alguns casos, ao mesmo tempo, hipóteses de extinção das obrigações.
Luciano Amaro – Posiciona-se no sentido de ser o rol exemplificativo
Ex: 
Confusão é a forma de extinção das obrigações que se verifica quando se confundem na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor (Código Civil, art. 381).
“Tributário. Imposto Predial e Territorial Urbano. Esbulho possessório praticado pelo próprio município que exige o tributo. (...) já quem, sendo contribuinte na só condição de possuidor, é esbulhado da posse pelo próprio Município, não está obrigado a recolher o tributo até nela ser reintegrado por sentença judicial, à míngua do fato gerador previsto no art. 32 do Código Tributário Nacional, confundindo-se nesse caso o sujeito ativo e o sujeito passivo do imposto. Agravo Regimental improvido” (2.ª T, AgRg. 117.895/MG, Rel. Ministro Ari Pargendler, v.u., 10.10.1996, DJU 29.10.1996, p. 41.639).
Ricardo Alexandre: 
Em provas objetivas de concurso público, devem ser consideradas corretas as questões em que se afirma que a confusão não é apta a extinguir créditos tributários.
A decisão do STJ deve nortear apenas a resolução de questões em que se suponha situação semelhante à retratada no acórdão.
Obs: entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que é possível à lei local estipular novas formas de extinção do crédito tributário (STF, Tribunal Pleno, ADI 2405-MC/RS, Rel. Min. Carlos Britto, j. 06.11.2002, DJ 17.02.2006, p. 54).
2 – Pagamento.
É o cumprimento do objeto da prestação tributária, sendo a forma mais comum de desaparecimento do crédito. 
Deve seguir o prazo (apontado na lei e especificado no lançamento, se o pagamento for feito em prestações, o inadimplemento de qualquer uma delas acarreta o vencimento antecipado das demais); ao lugar (domicílio ou sede do contribuinte); ao modo (pagamento em moeda ou equivalente).
Obs: Indébito tributário: aquele que efetuar pagamento indevido terá restituição total ou parcial do tributo (repetição de indébito), por meio da ação de repetição de indébito, que pode ser proposta até 5 anos a contar do recolhimento a mais ou da decisão (judicial ou administrativa) que anular a exigência fiscal (art. 168 do CTN). 
Hipóteses: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face de legislação tributária aplicável; erro no sujeito passivo ou qualquer outra informação e conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, revogação, anulação ou rescisão de decisão condenatória.
3-Compensação: desde que exista lei autorizando e regulando a medida, é modalidade indireta de extinção do crédito tributário, por meio do confronto entre créditos e débitos do Fisco e do contribuinte art. 170 e SS do CTN.
Requisitos: mesmas partes; créditos líquidos, existência de lei autorizadora, tributos que não estejam sub judice.
4- Transação: acordo celebrado entre o Fisco e o contribuinte, fazendo desaparecer a obrigação tributária mediante concessões recíproca (art. 171 do CTN).
Exemplo: Lei seja publicada autorizando que o Estado conceda desconto de 80% das multas moratórias aplicadas contra os contribuintes que desistissem das ações judiciais contestatórias dos créditos relativos a determinado tributo e procedessem ao respectivo pagamento no prazo de 30 dias contados da desistência.
A concessão do Estado seria o valor de 80% das multas, de forma que esta seria a parcela do crédito extinta pela transação. O montante restante seria extinto pelo pagamento, hipótese extintiva já estudada.
5 – Remissão: é medida de política fiscal, e não gera direito adquirido, significa perdoar, ao passo que remição significa pagamento. 
Somente a lei propriamente dita, prolatada pela pessoa política responsável pelo tributo, pode perdoar o débito tributário, levando-se me conta:
-a situação econômica do contribuinte;
-o erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo;
-a diminuta importância do crédito tributário;
-considerações de equidade e peculiares a determinada região do território do ente tributante. 
6 – Conversão de depósito em renda: após decisão judicial ou administrativa definitiva em favor do contribuinte, o depósito integral é convertido em renda em favor da fazenda pública.
7 – Pagamento antecipado e homologação posterior: nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a extinção do crédito não se verifica com o pagamento, mas com a soma deste com homologação do lançamento (art. 150, §4º CTN).
8 – Consignação em pagamento: o depósito judicial autorizado no início da ação consignatória não configura extinção do crédito, mas a sua suspensão. Causas para a consignação: recusa de recebimento do tributo, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou penalidade, ou ainda cumprimento da obrigação acessória; subordinação do recebimento a exigência ilegal; bitributação.
Se julgada procedente a ação, o pagamento é considerado realizado, e a importância consignada é convertida em renda; se julgada improcedente, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora e penalidades cabíveis (art. 164, §2º CTN).
10-Decisão administrativa irreformável: decisão administrativa final e irrecorrível em favor do contribuinte, quando provocada a administração pública pelo aquele, para verificar a correção ou legalidade do tributo apurado. Se concluem pela irregularidade ou ilegalidade do lançamento, a consequência é a extinção do crédito. 
11-Decisão judicial passada em julgado: decisão que não cabe recurso, reconhecendo a invalidade do tributo ou da ação fiscal, em favor do sujeito passivo.
12 – Dação em pagamento em bens imóveis: ocorre quando, na forma da lei, o contribuinte faz a entrega de bens imóveis ao fisco.
13-Decadência e prescrição: arts. 173 e 174 CTN. 
Antes do lançamento pode ocorrer a decadência; após o lançamento, pode ocorrer a prescrição.
Pagamento de débito prescrito - não gera direito à repetição, pois o direito à percepção do tributo persiste; 
Pagamento de tributo lançado após o prazo decadencial - faz jus à repetição, pois o direito de lançar já não mais existia.
 
a) decadência: ocorre quando o Fisco não apura, por intermédio do lançamento, depois de nascida a obrigação, o crédito tributário. Faz perecer um direito pelo seu não-exercício.
Art. 173 CTN: atinge tributos lançados de ofício ou por declaração.
Art. 150, §4º CTN: atinge tributos lançados por homologação.
Tributos- Lançamento por Homologação
1ª Situação: casos de lançamento por homologação, COM pagamento do tributo
Recomenda-se, neste caso, a aplicação exclusiva do art. 150, §§ 1º e 4º,CTN. Trata-se da hipótese típica e clássica de aplicação do comando. O prazo é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador.
2ª Situação casos de lançamento por homologação, SEM pagamento do tributo
Neste caso, em que o lançamento é por homologação, porém não se tem antecipação de pagamento
Art. 173, I do CTN
b) prescrição: art. 174 CTN.
Ocorre quando a Fazenda, tendo o crédito devidamente lançado e não pago, não realiza a cobrança judicial no prazo fixado em lei, é a perda do direito de promoção da ação de execução fiscal (5 anos a contar da constituição definitiva do crédito tributário).
Sabbag- “a constituição definitiva do crédito tributário ocorrerá após o prazo cabível de 30 dias, a contar da intimação do lançamento, ou seja, no 31º dia após a notificação de lançamento.” 
Ou
“a data da notificação da decisãoadministrativa final, mantendo total ou parcialmente o tributo exigido.”
Tributo Lançado por Homologação
Caso Prático: o contribuinte, devendo declarar 100, declara, com fidelidade, este valor e recolhe a quantia de 100
Nesse caso ocorrerá a homologação tácita ou expressa, extinguindo definitivamente o crédito tributário
Caso Prático: o contribuinte, devendo declarar 100, nada declara e nada paga. 
Aqui, não há que se falar em prescrição, pois não houve constituição do crédito, devendo sê-la por meio do lançamento. Assim, só se fala, neste caso, em decadência. 
E quando não há pagamento correspondente ao valor corretamente declarado?
O STF e o STJ têm entendido, que a constituição definitiva do crédito tributário, para fins de prescrição, ocorrerá no momento da entrega da declaração.
Causas suspensivas da fluência do prazo prescricional (art. 151 CTN, arts. 2º, §3º, e 40 da Lei 6830/80): são hipóteses que suspendem a exigibilidade do crédito tributário já definitivamente constituído (moratória, recurso administrativo, liminar ou antecipação de tutela, depósito integral do montante tributário, parcelamento). O Fisco fica impedido de exigir o cumprimento da obrigação tributária.
Para a execução da dívida, deve o Fisco:
 inscrever no livro próprio a dívida do contribuinte inadimplente;
extrair certidão de dívida ativa; 
ajuizar a execução fiscal.
Causas interruptivas do lapso prescricional (art. 174, parágrafo único do CTN): despacho do juiz que ordena a citação pessoal do devedor; protesto judicial; qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; qualquer ato inequívoco que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.