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Teoria Geral de Classe de Palavras I – Classe das palavras: Um problema complexo =*A sincronia passa a ser concebida como um estado dinâmico, transitório e controlado por princípios que orientam o curso diacrônico do sistema, princípios estes que vieram se denominar universais da variação. Todas as generalizações descritivas ou prospectivas formuladas na teoria da gramatica sustentam-se sobre as classes de palavras, e não sobre palavras. Boa parte das categorias da gramática são formuladas e denominadas com base nas propriedades funcionais ou distribucionais das classes de palavras, especialmente as doutrinas gramaticais de natureza físico-distribucionalista, nas quais tendem a prevalecer os dados diretamente observáveis na estrutura da sentença. São as classes, também, as responsáveis por promoverem o vinculo entre as palavras e o corpo teórico da gramática, funcionando, desse modo, como a ligação entre o campo do léxico e o campo dos sistemas descritivos da descrição gramatical. Classes capazes de representar e explicar propriedades da complexidade lexical tendem a facilitar o desenvolvimento de sistemas gramaticais capazes de prover representações da língua como sistemas complexos. Mais do que classes, torna-se necessária uma teoria sobre o modo como o sujeito da comunicação pode dispor das palavras segundo suas intenções a cada contexto de enunciação. Essa teoria deve definir procedimentos, princípios de classificação e de sua avaliação, os quais possam explicar, não as palavras propriamente, mas sim as dinâmicas pelas quais as palavras podem ser empregadas na sentença. II – As classes de palavras na doutrina gramatical = A diferença básica entre os estudos de natureza tradicional e os estudos linguísticos contemporâneos é justamente o fato de que estes últimos atribuem à gramática uma existência particular e até certo modo independente do ato de pensar, deixando, portanto, de existir vínculo direto entre os estudos gramaticais e os estudos sobre a epistemologia do pensamento. *- Pode se concluir que a noção originaria de nome é particularmente distinta das noções de substantivo e adjetivo vistas isoladamente. O nome e o verbo não constituem palavras propriamente, mas sim os termos lógicos da operação predicadora, aproximando-se, assim, da noção de sintagma, tal como este passou a ser compreendido após a teoria gerativa no Brasil. i. os tipos de palavras reúnem termos que apresentam propriedades morfológicas afins e concorrem com certo papel no processo de predicação, seja assinalando a substância daquilo sobre o que se pensa, seja assinalando a própria predicação; ii. a distinção semântica entre nomes e verbos (predicandos e predicadores, portanto) é pouco relevante, uma vez que ambos podem igualmente concorrer para a especificação de casos gramaticais. iii. as informações de natureza semântica, especialmente na definição dos tipos de nomes, preenchem o espaço das atuais funções sintáticas, estabelecendo condições de seleção de casos gramaticais adequados em contextos específicos. No século XIX a linguística passa a levar em conta: i. a definição do conjunto de morfemas que não apenas permitiria a caracterização das palavras de uma língua, mas, possivelmente, também se revelaria como prova da existência de uma protolíngua; ii. a relação entre os elementos mórficos da língua e sua organização sintática, levando a crer que a morfologia pudesse revelar a sintaxe ou, enfim, que as próprias palavras fossem condicionadas pela morfologia a terem certo comportamento sintático. p.64
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