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Livro didatico publico Educacao FisicaFundamental

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L788 Livro didático público: educação física. / Jeimison de Araújo 
Macieira, Fernando José de Paula Cunha, Lauro Pires 
Xavier Neto, organizadores. - João Pessoa: Editora 
Universitária da UFPB, 2012. 
 95p.: il. 
 ISBN: 978.85.7745.856-1 
 1.Educação Física – Ensino Fundamental. 2.Jogos. 3.Jogos 
Cooperativos. 4.Esportes. 5.Dança. 6. Ginástica Escolar. 
I.Macieira, Jeimison de Araújo. II.Cunha, Fernando José de 
Paula. III.Xavier Neto, Lauro Pires. 
 
 
UFPB/BC CDU: 796 
 
 
O LIVRO DIDÁTICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DA REDE 
PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA/PB 
CELI NELZA ZULKE TAFFAREL (Professora Ora. Titular Pesquisadora do 
CNPq 10- GRUPO LEPEL/FACE/UFBA) 
CLAUDIO LIRA SANTOS JUNIOR (PROFESSOR Dr. Adjunto FACED/UFBA 
Departamento 111 Coordenação Grupo LEPEL FACED/UFBA) 
Algo de novo há no rugir das tempestades. A Educação Física não 
é mais a mesma. Isto é evidente em três dados que nos são apre-
sentados no Livro Didático Público de Educação Física para o 
Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de João Pessoa, 
Paraíba. 
1°) Ele é fruto dos cursos de formação continuada em exercício, 
desenvolvidos no município nos anos de 2008, 2009 e 2010, e minis-
trado por um grupo de professores, a maioria vinculada ao Labo-
ratório de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esporte e Lazer 
da Paraíba (LEPELPB), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e 
de outras instituições de ensino superior, portanto, é uma decisão 
assumida coletivamente. Assumida publicamente. 
 
 
11 
2°) Ele continua uma iniciativa desenvolvida no Brasil que encontra ressonância 
em outros Estados e que coloca a Educação Física na posição de locomotora de 
mudanças na organização do trabalho pedagógico na escola. Os exemplos nos vêm 
do Paraná, Pernambuco, Bahia, entre outros estados do Brasil. Nestes Estados a 
Educação Física é considerada componente curricular, com conteúdos bem defini-
dos, elaborados a partir do conhecimento clássico acumulado historicamente, que 
permite nos tornarmos seres humanos pelo acesso a este conhecimento. É conside-
rada componente curricular relevante pelas decisões dos professores envolvidos na 
definição de objetivos e avaliações bem claras para a educação física escolar, consi-
derando a função social da escola e do objeto do currículo que é elevar o pensa-
mento teórico dos estudantes sobre a cultura corporal. Tem, portanto, objeto de 
estudo - a cultura corporal - e suas diretrizes curriculares bem construídas em pro-
cessos participativos, onde professores, gestores, estudantes, pais e comunidade 
efetivamente tem a oportunidade de disputar os rumos que deve ter a formação 
humana, a escolarização, o currículo e a organização do trabalho pedagógico, ou 
seja, os rumos da educação física na escola com seu objeto de estudo que é a cultura 
corporal. A definição deste objeto não se dá de maneira aleatória, mas, sim, fruto de 
estudos e análises de proposições hoje colocadas de forma sistematizada na 
educação física brasileira e que defendem como objeto: o movimento humano, a ati-
vidade física e a saúde; a motricidade humana, a cultura corporal de movimento. 
Por que a cultura corporal como objeto? Porque o que entra na escola como com-
ponente curricular é a produção social da humanidade acumulado historicamente 
nas relações de produção da vida. Portanto, a Educação Física trata na escola do que 
a humanidade acumulou nas suas relações de produção e reprodução da vida que lhe 
dão sentido e significado histórico. Ninguém nasce nadando jogando, dançando, pra-
ticando ginástica, lutas, malabarismos etc. Apendemos tudo isto com seus sentidos 
e significados nas relações de produção da vida, como elementos da cultura que nos 
permitirão constatar o que existe, explicar o real, ampliar nossos conhecimentos, 
nos instrumentalizar, analisar, sintetizar e criar elementos novos da cultura corporal. 
Esta é a função social da escola e o objeto de seu currículo, enquanto programa de 
vida, elevar a capacidade teórica dos estudantes no campo da cultura corporal. Isto 
não significa separar a teoria da prática, muito pelo contrário. Significa dar conse-
qüência pragmática a premissas teóricas. 
É isto que a Rede Pública de João Pessoa intenta realizar apresentando o trata 
com os conteúdos específicos da Educação Física organizados em conteúdos relacio-
nados aos jogos, ginástica, dança e esportes. Cada Caderno Didático traz em si pro-
posições e não "receita de bolo" de como tratar o conhecimento historicamente 
acumulado, com seus sentidos e significados, nas aulas de educação física. 
3°) Apresenta em cada caderno um conteúdo especifico com seus métodos, 
organizados de acordo com a história de cada conteúdo, destacando o que é essen-
cial ao estudante aprender na escola que são as dimensões históricas, pedagógicas e 
técnicas de cada conteúdos. Seguem-se assim, os conteúdos da dança, jogos, 
esporte, ginástica entre outros para serem tratados em ciclos de ensino que pressu-
põe constatar dados da realidade, constatar capacidades de ação, sistematizá-los, 
ampliá-los, aprofundá-los garantindo que as crianças, jovens e adultos, que ingressa-
rem na Rede Municipal de Ensino de João Pessoa dominarão conteúdos fundamen-
tais para compreender, explicar, intervir e construir através de uma pratica 
socialmente consequente o campo da cultura corporal, objeto do currículo escolar. 
Apresenta ainda uma sistematização rigorosa de objetivos-avaliação, conteú-
dos-método, tempos e espaços, aprendizagens e relações fundamentais para inte-
gralizar um currículo. Isto significa que todos - pais, professores, gestores, 
comunidade em geral -, podem compreender, acompanhar e avaliar o que uma 
criança, um jovem ou um adulto vai aprender quando ingressar na Rede Pública 
Municipal de João Pessoa. Fundamentalmente, a própria criança, jovem ou adulto, 
terá consciência dos rumos de sua própria formação. Esta apresentação significa 
que está sendo levantada uma hipótese de trabalho sobre a formação humana, 
visível, comparável, medível, questionável. E isto é novo na Educação Física brasi-
leira. Até a década dos anos oitenta estava expresso em Lei, que cabia a Educação 
Física desenvolver a aptidão física, as valências físicas - força, velocidade, resistên-
cia, etc. Isto tudo era compatível com uma dada fase de um dado modo de produção 
da vida, o modo de produção capitalista. Este modo de produção continua o mesmo, 
não alterou sua base - subsunção do trabalho ao capital, o trabalho assalariado, a 
propriedade privada dos meios de produção, a super-exploração da natureza que 
culmina em sua destruição -, no entanto, ele está em transição para outro modo de 
produção da vida. E as diretrizes curriculares da Rede Publica Municipal de João 
Pessoa procuram acompanhar este processo histórico, o processo de transição. 
As evidencias desta transição aparecem em todos os setores da sociedade e 
também nas diretrizes curriculares da Educação Física para a Rede Pública do Estado 
da Paraíba. No setor primário da agricultura com a agricultura ecologicamente 
correta, a agricultura familiar, pelo fim do latifúndio e da propriedade privada da 
terra. No setor secundário da economia com a sociedade que busca equilibrar a sua 
sustentabilidade, mantendo a vida de todos sem destruir o planeta, com a economia 
que busca superar a super-exploração do trabalho assalariado. No setor terciário de 
serviços e quaternário da economia, superando o setor financeiro especulativo, que 
com sua ganância por lucros incomensuráveis destrói a classe trabalhadora, seus 
direitos e conquistas e as nações, destruindo a si mesmo, de formairracional, 
buscando manter taxas de lucro. Ou seja, a Educação Física está sintonizada com 
uma transição visível, comparável e medível, reconhecendo que tem uma 
111 
 
 
IV 
transição mais geral que está em processo e que a ela corresponde uma proposta 
concreta da Educação Física que é sustentada por uma dada teoria sobre projeto 
histórico, teoria do conhecimento, de teoria educacional, teoria pedagógica e 
metodologia do ensino. Teoria pedagógica histórico-critica e metodologia do ensino 
critico superadora a educação física, aqui exposta nas propostas concretas de trato 
com o conhecimento da cultura corporal nas aulas de educação física. Este processo 
partiu da prática real, problematizou a prática da Educação Física na Escola, instru-
mentalizou os professores em processos de formação continuada, possibilitou a 
catarse, o que significa projetar uma outra organização do trabalho pedagógico para 
orientar a prática em um patamar mais elevado de conscientização desta prática. 
Isto foi o que a equipe que elaborou as referências curriculares e os CADERNOS 
DIDÁTICOS conseguiu construir no Município de João Pessoa, Paraíba. 
Este é, enfim, o grande exemplo dos Cadernos Didáticos da Educação Física do 
Município de João Pessoa, Paraíba. 
Os professores que irão dar consequência programática, ou seja, transformar 
estas referências em programas de vidas para os estudantes tem a responsabilidade 
de não separarem as premissas teóricas das programáticas em seus programas de 
ensino, enquanto programas de vida de crianças, jovens e adultos. 
Os professores da Rede Municipal de João Pessoa devem se sentir orgulhosos 
porque estão contribuindo com a transição, no seu tempo, apesar do fardo histórico 
que o capitalismo nos impõe - péssimas condições objetivas de trabalhos, salários 
aviltados, carreira rebaixada, previdência, assistência e saúde privatizada, trabalhos 
na educação privatizado, terceirizado - para outro patamar qualitativo da prática 
social na educação. Ou seja, para a prática pedagógica nas escolas. 
Por fim, reconhecemos que isso é resultado de um processo, processo que levou 
em conta a pratica social - a realidade objetiva da educação física na escola -, a 
necessidade de problematizar a educação física na escola e sua função social -, 
necessidade de instrumentalizar os professores, em cursos constantes de capacita-
ção-, de possibilitar a catarse, a explicitação de uma nova objetivação, de novas pro-
postas e, por fim, o retorna a prática social em um outro patamar qualitativo, mais 
elevado, da organização do trabalho pedagógico da Educação Física Escolar. 
Enfim, a tempestade da desvalorização do magistério, da escola e da educação 
física, haveremos de atravessá-las, com nosso trabalho pedagógico e com nossa 
atuação política, como atravessamos as tempestades e as guerras. Atravessá-las 
como uma quilha rompe as ondas do mar. 
Parabéns a todos pela belíssima iniciativa. Continue firme. A luta pelos rumos da 
Educação Física não é uma tarefa fácil. Está reservada aos trabalhadores que com ela 
se identificam e contribuem para a transição de uma sociedade capitalista rumo a 
uma sociedade para além do capital. 
AVANTE! 
Celi Zulke Taffarel e Claudio de Lira Santos Júnior 
V 
APRESENTAÇÃO 
O LIVRO DIDÁTICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DE ENSINO 
DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA/PB 
Jorge Fernando Hermida (LEPELPB/UFPB) 
É com grande satisfação que socializamos aos professores, 
estudantes e comunidade educacional em geral o Livro Didático 
Público de Educação Física para o Ensino Fundamental da Prefeitura 
Municipal de João Pessoa (PB). Ele é fruto dos cursos de formação 
continuada em exercício, desenvolvidos no município nos anos de 
2008, 2009 e 2010, e ministrado por um grupo de professores, a 
maioria vinculada ao Laboratório de Estudos e Pesquisas em 
Educação Física, Esporte e Lazer da Paraíba (LEPELPB), da 
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e de outras instituições de 
ensino superior. 
 
 
VI 
Neste período, as formações continuadas foram concretizadas 
através de licitação pública, realizadas pela Secretaria de Educação 
do Município de João Pessoa. Ter ganhado a licitação colocou os 
professores formadores diante um grande desafio. Se, por um lado 
isso foi motivo de orgulho, por outro, éramos cientes de que 
assumíamos a tarefa de planejar e executar um processo de 
aprofundamento teórico e prático de conhecimentos e saberes 
escolares da Educação Física Escolar, a partir da perspectiva 
pedagógica crítico-superadora, elaborada pelo Coletivo de Autores 
em 1992. 
O livro tem, no meu entender, um mérito inicial que não é 
pequeno, e que deve ser reconhecido de imediato. Embora a 
existência de um Livro Didático seja algo óbvio para outras disciplinas 
constituintes do currículo escolar no Ensino Fundamental, se percebe 
que o assunto é inédito na Educação Física de boa parte do Brasil, e 
em especial na Educação Física escolar paraibana. Foi no Estado do 
Paraná (PR), onde se concretizou pela primeira vez uma ação 
educacional desta natureza. Os professores da rede se organizaram 
para estudar e produzir seu livro didático. A iniciativa, concretizada 
pelo Estado, envolveu no processo de elaboração todos os 
professores da área. Essa experiência educacional foi analisada pelos 
professores formadores e serviu de modelo a ser seguido, pois, na 
opinião dos professores formadores, não temos como planejar e 
executar uma proposta pedagógica municipal sem levar em 
consideração os interesses e saberes dos sujeitos históricos 
envolvidos no ato de educar, ou seja, os próprios professores de 
Educação Física da rede municipal de ensino. O processo de 
elaboração e planejamento considerou também as características da 
sociedade paraibana, com múltiplas facetas que são, ao mesmo 
tempo, contraditórias, com determinações de natureza política, 
econômica, cultural e social. 
VII 
A proposta aqui apresentada foge da clássica máxima que define 
à Educação Física como uma disciplina essencialmente prática, 
desprovida de fundamentos sociais e culturais e que, por esses 
motivos, ela não precisa tratar de conteúdos teóricos. Tudo pelo 
contrário. Neste livro, as atividades da Educação Física escolar são 
desenvolvidas numa perspectiva teórica e metodológica diferente, 
que tem como categorias centrais o ensino, a práxis educacional, a 
interdisciplinaridade e a cultura corporal. 
Na perspectiva teórica e metodológica, escolhida para orientar a 
proposta, a perspectiva histórica e crítica, reconhecem-se os limites 
da escola, mas também suas contradições, limitações e 
possibilidades. Estas têm a ver com a sua função específica: o ensino. 
Entende-se por ensino um processo consciente, deliberado, 
sistemático, através do qual se procura dotar aos homens " ... dos 
conhecimentos e habilidades referentes à experiência acumulada e 
generalizada da sociedade, por meio das relações pedagógicas 
historicamente determinadas" (SAVIAN I, N., 1994, p. 74 ). É através do 
ensino que a escola cumpre com sua função social, isto é, transmitir 
conhecimentos e exercer um papel ativo na construção da realidade 
social. Eis aqui a função política da escola: " ... socializar o 
conhecimento sistematizado, tornando-se um instrumento às classes 
populares nas aquisição de conhecimentos e habilidades para a luta 
contra as desigualdades e para a participação no processo de 
transformação social" (SILVA, 1988, p. 14 ). 
O entendimento do que é o ensino e a função social da escola nos 
conduz até a segunda categoria central: a práxis educacional. Do 
ponto de vista metodológico, a práxis educacional é o processo de 
socialização do saber escolar no qual a teoria e a prática se cruzam, se 
aproximam, ao ponto de chegar a ser duas faces de uma mesma 
moeda. 
 
 
VIII 
Os processosde transmissão, assimilação e apropriação de 
conteúdos que acontece no ensino devem relacionar teoria e prática 
e reconhecer que, mesmo sendo aparentemente contrários (a teoria 
e a prática), um contém ao outro dialeticamente. Por exemplo, na 
maioria das vezes a vivência de uma boa aula de Educação Física 
facilita o processo de apreensão e compreensão de conhecimentos 
teóricos. Assim como também uma boa aula teórica de Educação 
Física permite que na prática o conteúdo seja vivenciado de maneira 
significativa. 
Na práxis educacional, um esforço de elaboração teórica deve, 
necessariamente, partir da prática e voltar-se para ela. Este tipo de 
esforço contribui significativamente para a compreensão crítica da 
realidade. Neste processo, a mediação do professor na sala de aula 
ocupa um lugar central. A práxis educacional permite que o conteúdo 
seja, de fato, valorizado e adequadamente trabalhado, para que a 
educação possa cumprir com sua função social: dotar às massas 
populares dos instrumentos necessários a uma efetiva participação 
social (SAVIANI, N., 1994). 
A práxis educacional é fundamental para o desenvolvimento do 
trabalho pedagógico do professor numa perspectiva interdisciplinar. 
Entende-se por interdisciplinaridade a passagem de um saber 
setorizado a um conhecimento integrado. Para a professora Nereide 
Saviani, 
A necessidade e importância da interdisciplinaridade se impõem, de um 
lado, como forma de compreender e modificar o mundo e, de outro lado, por 
exigência interna das ciências que buscam o restabelecimento da unidade perdida 
do Saber (1994, p. 70) 
IX 
Trabalhar os conteúdos da Educação Física interdisciplinarmente 
permite aos professores superar visões fragmentadas do saber, que 
colocam barreiras entre as disciplinas que fazem parte do currículo 
escolar, além de modificar hábitos estabelecidos e favorecer o enga-
jamento pessoal. A interdisciplinaridade permite que o professor 
aceite os limites do próprio saber para passar a acolher contribuições 
de outras áreas. Ela também facilita a prática dialógica e enriquece os 
textos, dotando-os de mais qualidade. 
Finalmente temos a última das categorias centrais: a cultura cor-
poral. A perspectiva teórica e metodológica adotada para a elabora-
ção e construção dos textos foi a perspectiva da cultura corporal, 
Por entendermos ser a cultura corporal a abordagem central na compreensão 
do cotidiano escolar, a qual contempla em seu arcabouço epistemológico uma 
teoria capaz de compreender as contradições da atual forma de organização social, 
a saber, o capitalismo e, por responder cientificamente aos anseios da classe traba-
lhadora, entendemos essa abordagem como sendo a que propiciará essa unidade 
metodológica no trato com o conhecimento da Educação Física (RELATÓRIO DE ATI-
VIDADES 2010 ). 
Conforme comentamos no início deste texto, o Livro Didático Públi-
co de Educação Física para o Ensino Fundamental da Prefeitura Muni-
cipal de João Pessoa é fruto das formações continuadas realizadas em 
anos anteriores. A formação realizada em 2008 concentrou seu conte-
údo na apresentação das diversas possibilidades de atuação pedagó-
gica que existem nos dias de hoje para fundamentar à Educação Física 
escolar no Brasil. Os professores da rede municipal de ensino tiveram 
a oportunidade de conhecer ou de voltar a estudar as diversas pro-
postas pedagógicas que surgiram no final da década de 1980. Foi 
nesse período histórico que começaram a emergir novas formas de 
conceber a Educação Física que, com o passar do tempo, concretiza-
ram originais e inovadoras propostas pedagógicas. 
 
 
X 
Na época, a Educação Física começava a superar antigos 
paradigmas dominantes, apenas respaldados na aptidão física, na 
biologia e no rendimento. Vários autores chamaram esses 
pensamentos emergentes de 11discursos pedagógicos inovadores" 
(Paulo Betti, 1991), de 11tendência histórico e crítica" (CASTELANI 
FILHO, 1988), de 11Educação Física progressista" (GUIRALDELLI, 1988) 
e de 11 Educação Física revolucionária" (BRACHT, 1992). 
Dentre as propostas surgidas, foram objeto de estudo na 
formação continuada de 2008 as seguintes: a proposta de Educação 
Física numa abordagem desenvolvimentista, de Go Tani et elii ( 1988); a 
proposta de Educação de Corpo Inteiro, de João Batista Freire ( 1989 ); 
a proposta Crítica e Superadora, elaborada pelo Coletivo de Autores 
(1992), e a proposta Crítico-Emancipadora, do professor Elenor Kunz 
(1994). Foi nesse ano que surgiu a ideia de que os professores do 
município elaborassem sua própria proposta de ensino e a 
publicassem na forma de Livro Didático. 
Na segunda versão da formação continuada de professores em 
exercício, que aconteceu entre os meses de junho e dezembro de 
2009, os professores formadores tiveram o grande desafio de criar 
uma unidade metodológica que tratasse do conhecimento referente 
à área da Educação Física, procurando entender a organização do 
conhecimento pedagógico sobre a perspectiva da cultura corporal. 
Essa tarefa inicial foi essencial para realizarmos um aprofundamento 
teórico e prático dos conhecimentos ministrados e trabalhados na 
formação continuada, realizada no ano de 2008, em que se procurou 
entender o processo de sistematização do conhecimento, a partir das 
abordagens de ensino supracitadas. 
XI 
Tendo como conteúdos a concepção de currículo ampliado, os 
saberes referentes à cultura corporal e por fim a avaliação do 
processo ensino aprendizagem, as atividades planejadas conduziram 
ao entendimento de que a perspectiva da cultura corporal contempla 
uma teoria crítica da realidade social capaz de compreender as 
contradições da sociedade brasileira, que propicia a tão desejada 
unidade metodológica no trato com o conhecimento da Educação 
Física. 
A construção do livro didático de Educação Física continuou 
nesse ano. A nobre tarefa gerou um marco divisório na Educação 
Física do município, pois os professores da rede foram os principais 
protagonistas no processo de construção da proposta, focando a 
produção na realidade escolar das escolas públicas paraibanas. 
Para a terceira versão da formação continuada, realizada em 2010, foi 
elaborada uma metodologia de trabalho centrada em encontros 
semanais, nos quais os professores formadores agiriam como 
11facilitadores dos espaços de discussão" no processo de construção 
e sistematização de conhecimentos para a redação de textos para a 
versão final do Livro Didático. Também foram propiciados espaços de 
trocas de experiências e valorização dos saberes que existiam e era 
propriedade dos professores da rede. Para que essas trocas 
acontecessem, foram organizados seminários durante os momentos 
de formação, em particular na parte final. Conforme foi redigido no 
Relatório Final de Atividades 2010 encaminhado às autoridades do 
Município, 
Nesse sentido, esperamos ter construído um espaço privilegiado onde o 
professor da rede não fosse apenas um receptor do processo de construção do 
conhecimento, mas sujeito de sua própria historia a partir de análises críticas das 
contradições cotidianas no contexto escolar (RELATÓRIO DE ATIVIDADES, 2010). 
 
 
XII 
Os conteúdos ministrados nas formações continuadas nos anos 
de 2008 e 2009 e o acúmulo teórico e prático serviram para que os 
professores pudessem elaborar seus textos, materializando, desta 
forma, o Livro Didático. A tarefa não foi fácil, e tampouco esteve 
isenta de dificuldades. Mas temos a destacar que os professores da 
rede municipal de ensino de João Pessoa e os professores formadores 
da formação continuada conseguiram o trunfo de redigir seu texto em 
menos de três anos. Se, por um lado, isto serve para demonstrar a 
qualidade dos profissionais que atuam no município na nossa área, 
por outro, somos cientes de que o texto ora apresentado mantém seu 
caráter deinacabado, pois ele é produto das circunstâncias que 
caracterizaram seu processo de produção. Acreditamos que isso não 
seja um problema, pois abre a possibilidade de que num futuro 
próximo outros colegas realizarem aprofundamentos, que sem 
dúvidas serão incorporados nas futuras edições do Livro Didático. 
Os conteúdos foram organizados na forma de capítulos, 
adequando sua linguagem para que ela fosse acessível para 
estudantes matriculados no setor de ensino Fundamental 11. No final 
de contas, excetuando este texto introdutório, dirigido aos 
professores, o livro tem como público alvo às crianças que estão 
matriculadas do 5° ao 9° ano do Ensino Fundamental. 
Cabe destacar o papel dos professores da rede municipal de 
ensino, pois eles foram protagonistas na produção e sistematização 
dos textos, tendo como ponto de partida a realidade escolar e 
educacional que caracterizava o ensino da Educação Física no 
Município de João Pessoa. As problemáticas, os desafios, 
necessidades, possibilidades e principalmente as limitações 
estruturais e materiais e as dificuldades de ordem pedagógica 
serviram de alicerce para a construção de um texto que está em 
consonância com a realidade educacional que caracteriza os 
processos de ensino e aprendizagem da Educação Física não só na 
cidade de João Pessoa, mas também do Estado da Paraíba. 
XIII 
Estamos cientes que o grande desafio começa agora, pois a 
elaboração e sistematização de conteúdos é uma das tantas tarefas 
que caracterizam a práxis educacional nos nossos dias. A tarefa mais 
pontual daqui em diante seja a transposição do saber escolar para 
nossos estudantes, valendo-se, claro, de procedimentos 
metodológicos que permitam que esse saber da Educação Física 
possa ser assimilado pelas amplas camadas de filhos da classe 
trabalhadora que frequentam os sistemas públicos de ensino. 
Nos últimos anos, muito tem se discutido e escrito a respeito 
da necessidade de recuperação da qualidade de ensino na Educação 
Física, situada no plano da revalorização do conteúdo, que muitas 
vezes era negligenciado aos filhos das classes trabalhadoras. 
Sabemos das dificuldades que caracterizam a nossa área. Por 
exemplo, no livro "Educação Física: conhecimento e saber escolar" 
pode-se ler que: 
Apesar de existir no Brasil nos dias de hoje diversas propostas pedagógicas 
que fundamentam de maneira teórica, metodológica e prática a presença da 
Educação Física nas escolas brasileiras, na realidade educacional concreta as coisas 
são diferentes. A improvisação, o desconhecimento das possibilidades de atuação 
pedagógica possíveis, a falta de conteúdo e o faz de conta caracterizam o cotidiano 
da grande maioria das aulas de Educação Física que são ministradas nas escolas de 
Educação Infantil e do Ensino Fundamental e Médio (HERMIDA, 2009, p. 10) 
 
 
XIV 
Esperamos que com a publicação do Livro Didático essa realidade 
supracitada não faça mais parte dos tempos e espaços escolares nas 
aulas de Educação Física. Até porque depois de três anos de formação 
continuada planejada desde perspectivas críticas da educação e da 
Educação Física, manter esse modelo ancorado na 11 improvisação" e 
no 11descomprometimento" político do professor, seria um sério 
desserviço da escola às camadas populares, dado seu caráter 
fatalmente ideológico. Para exemplificar a questão debatida neste 
parágrafo, vamos valer-nos das ideias da professora Nereide Saviani 
sobre o assunto: 
Nesse sentido, enuncio que atuar de acordo com os interesses populares passa 
por garantir que o conteúdo seja de fato valorizado e adequadamente trabalhado, 
a fim de que a educação cumpra a função técnico-política que lhe cabe: a de 
realmente dotar as massas populares dos instrumentos necessários a uma efetiva 
participação social (SAVIANI, N, 1994, p.18). 
Na dialética do processo pedagógico, vai ser necessário tomar 
algumas iniciativas de natureza pedagógica e didática, que tenham 
como principal objetivo estabelecer a relação conteúdo/método na 
organização do saber escolar e sua tradução nos currículos e 
programas das disciplinas escolares. O conteúdo e o método devem 
ser compreendidos como sendo dois pólos que constituem uma 
unidade didática e dialética, que permita a implantação de um 
processo pedagógico numa perspectiva emancipatória. 
XV 
Tendo com premissa a importância da educação escolar para propiciar às 
massas populares instrumentos de efetiva participação social, e considerando o 
domínio do acervo de conhecimentos e técnicas acumuladas pela humanidade como 
um dos mais importantes desses instrumentos, compartilho a visão dos que 
atribuem à escola o duplo papel de servir como fonte de informação e de organizar 
a atividade cognoscitiva dos alunos - dentre outras funções (SAVIANI, N, 1994, 
p.18). 
Fica claro que o saber sistematizado, objetivo, sozinho não 
garante nada, assim como a existência da escola sozinha não basta. É 
necessário viabilizar as condições de sua transmissão e assimilação. 
Assim que aconteça o processo de apropriação dos saberes pelas 
crianças, de modo que elas passem gradativamente do seu 
não-domínio a seu domínio absoluto, estaremos contribuindo para a 
formação de seres críticos, criativos, auto-determinados e 
organizados politicamente. É desse tipo de estudantes-trabalhadores 
que nosso cotidiano social precisa para superar as históricas 
contradições que caracterizam as sociedades que, como a brasileira, 
está dividida em classes. 
/) 
J 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1 – O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS ................................. 1 
Sugestão de debate ........................................................................... 5 
Jogar e/ou brincar? Vamos entender! ............................................. 6 
De acordo com o dicionário o que significa? ................................. 8 
Atividade (Proposta de Seminário) mãos na massa! ..................... 9 
Atividade ............................................................................................ 9 
Pesquisa ............................................................................................. 10 
Atividade ............................................................................................ 10 
Quem era Jó? Por que ele tinha escravos? O que é caxangá? .... 11 
Proposta de atividade ....................................................................... 11 
Os jogos eletrônicos e os jogos populares .................................... 12 
Atividade ............................................................................................ 16 
Atividade ............................................................................................ 17 
Curiosidade/você sabia que...? ........................................................ 18 
Pesquisa ............................................................................................. 18 
Mais Pesquisas .................................................................................. 19 
Atividade ............................................................................................ 19 
Jogos cooperativos: Uma possibilidade para todos ...................... 20 
Você conhece? .................................................................................. 20 
Você imagina como surgiu? ............................................................. 20 
Atividade ............................................................................................ 21 
Atividades .......................................................................................... 22 
Atividade ............................................................................................ 24 
Leitura e discussão ........................................................................... 25 
Referências bibliográficas ................................................................26 
CAPÍTULO 2 – ESPORTE: A PROSA E A POESIA NO FUTEBOL .......... 27 
Pesquisa ............................................................................................. 28 
Debate ................................................................................................. 32 
Atividade ............................................................................................ 33 
Complemento ..................................................................................... 33 
Curiosidades ...................................................................................... 33 
Na marca do pênalti .......................................................................... 35 
 
Vamos ver um filme ........................................................................... 35 
Textos complementares ................................................................... 37 
Sobre a copa de 2010 ........................................................................ 37 
Este domingo poderia ter sido diferente ......................................... 37 
Referências bibliográficas ................................................................ 40 
ESPORTE: FUTEBOL SEM IMPEDIMENTO ..................................... 41 
O futebol ............................................................................................. 42 
O futebol feminino ............................................................................. 43 
Um pouco da história ........................................................................ 44 
O futebol feminino na Paraíba .......................................................... 44 
Jornada dupla .................................................................................... 45 
Sobre as Marias ................................................................................. 46 
Lei Maria da Penha ............................................................................ 47 
Atividade em grupo ........................................................................... 48 
Atividade ............................................................................................ 49 
Atividade ............................................................................................ 49 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 50 
Atividade ............................................................................................ 50 
Atividade ............................................................................................ 51 
Leitura ................................................................................................. 52 
Questões para o debate .................................................................... 54 
Debate ................................................................................................. 54 
E o futebol paraibano? ...................................................................... 55 
Pesquisa ............................................................................................. 55 
Um pouco da historia do futebol paraibano ................................... 55 
Atividade ............................................................................................ 57 
Referências bibliográficas ................................................................ 58 
CAPÍTULO 3 – UMA VIAGEM PELO MUNDO CHAMADO DANÇA .......... 59 
O ontem e o hoje: Origem de tudo e estilos de dança ................... 62 
Curiosidade ........................................................................................ 62 
Você sabia? ........................................................................................ 63 
Atividade – Vamos ao debate ........................................................... 63 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 63 
 
Danças Populares: Compreendendo as nossas raízes ................. 64 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 66 
O Balé ................................................................................................. 67 
Curiosidades ...................................................................................... 68 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 68 
Dança Moderna .................................................................................. 69 
Atividade ............................................................................................ 70 
Dança Contemporânea ..................................................................... 70 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 71 
Dança de Rua/Danças Urbanas ........................................................ 72 
Curiosidades ...................................................................................... 73 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 73 
Quem pode dançar? Meninos ou meninas: Questões de Gênero 74 
Você sabia? ........................................................................................ 74 
Atividade ............................................................................................ 75 
Atividade ............................................................................................ 75 
Funções da Dança ............................................................................. 76 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 77 
Dança da moda: Moda da dança ...................................................... 77 
Atividade de pesquisa ....................................................................... 78 
Curiosidade ........................................................................................ 78 
Esperando novas viagens ................................................................ 78 
Referências bibliográficas ............................................................... 79 
CAPÍTULO 4 – A PRÁTICA CORPORAL DA GINÁSTICA ESCOLAR ..... 81 
Um pouco de história da ginástica .................................................. 83 
Atividade ............................................................................................ 84 
Curiosidades ...................................................................................... 85 
Pesquisa ............................................................................................. 85 
As escolas de ginástica: Saúde, disciplina e civismo ................... 86 
Pesquisa ............................................................................................. 88 
Atividade ............................................................................................ 88 
Curiosidades ...................................................................................... 89 
Você sabia? ........................................................................................ 90 
 
A chegada da ginástica no Brasil .................................................... 90 
Sugestão de debate ........................................................................... 91 
Pesquisa ............................................................................................. 91 
Você sabia? ........................................................................................ 91 
Sistematizando o conhecimento até aqui ....................................... 91 
Texto de apoio ................................................................................... 92 
Atividade ............................................................................................ 94 
Perguntas para pesquisas escolares .............................................. 94 
Referências bibliográficas ................................................................95 
 
 
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OOO JJJooogggooo eee ssseeeuuusss sssiiigggnnnooosss sssoooccciiiaaaiiisss 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
EDUCAÇÃO
 
CCCaaapppííítttuuulllooo 111::: 
OOO JJJooogggooo eee ssseeeuuusss sssiiigggnnnooosss sssoooccciiiaaaiiisss 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Rosalândia Nascimento Pessoa 
Escola Municipal Santa Emília de Rodat 
 
Francisca Dasminele Gomes Feitosa 
Escola Tharcilla Barbosa da Franca 
 
Adeilton dos Santos Gonzaga 
Escola Euclides da Cunha 
 
Francisco Alberione Teixeira Torres 
Escola Seráfico da Nóbrega 
 
Júlia Elisa Albuquerque de Almeida 
Escola Tharcilla Barbosa da Franca 
 
Anne Caroline Lima de Melo 
Escola Ana Cristina Rolim Machado 
 
Carlos Alberto Antunes ‘NACO” 
Escola João Monteiro da Franca 
 
Marco Antônio de Oliveira Vilarin 
Escola Zumbi dos Palmares 
 
Noêmia Rodrigues do Oriente 
Escola Ana Cristina Rolim Machado 
 
Valéria Simonethe de Melo Albuquerque 
Escola Dr. José Novais 
 
Cristiane Maria Paolin 
Escola Anita Trigueiro do Valle 
 
Jeimison de Araújo Macieira 
Universidade Federal da Paraíba - UFPB 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
Olá pessoal! Nós somos uma turma de estudantes, assim como vocês, e 
queremos convidá-los a embarcar em uma viagem cheia de conhecimentos, 
atividades e desafios. Desafios para os quais buscaremos respostas juntos, de 
forma coletiva e organizada. Temos aqui um conhecimento que historicamente 
vem sendo produzido por toda a humanidade: o JOGO! Vocês sabem o que é 
jogo? Quais formas de jogo vocês conhecem? De onde vem o jogo? Como ele 
nasce? Será que jogar é o mesmo que brincar? 
 
Então vamos lá! O conteúdo que a partir de agora traremos para vocês 
faz parte da história da humanidade e tem demonstrado ser um importante 
elemento da cultura de diversos povos e comunidades do nosso planeta. A 
origem do jogo, não se sabe ao certo; porém verificam-se nas paredes de 
cavernas antiquíssimas desenhos que remontam atividades de jogos, 
reiterando, portanto, o caráter lúdico empregado pelos povos mais antigos a 
essa atividade, o jogo. Nesse sentido, o jogo configura-se como “uma invenção 
do homem, um ato em que sua intencionalidade e curiosidade resultam num 
processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente” 
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 65-66). De acordo com Huizinga (2007, p. 
6), 
 
Encontramos o jogo na cultura, como um elemento dado 
existente antes da própria cultura, acompanhando-a e 
marcando-a desde as mais diferentes origens até a fase de 
civilização em que agora nos encontramos. Em toda parte 
encontramos presente o jogo, como uma qualidade de ação 
bem determinada e distinta da vida comum. 
 
Jogo é toda atividade praticada de forma descontraída, natural, divertida, 
prazerosa e espontânea, e cujas regras são construídas de acordo com seus 
costumes, cultura, vontade e meio social em que seus praticantes estão 
inseridos. 
 
O jogo é um conteúdo fundamental nas aulas de Educação Física. 
Muitos jogos são conhecidos por vocês; outros são novidades. No jogo, todos 
participam, interagem, se divertem e, o mais interessante, aprendem. Esta 
talvez seja a principal característica do jogo: a aprendizagem através da 
ludicidade. Por intermédio dos jogos, aprendemos e desenvolvemos muito a 
cognição. Além disso, devemos considerar a alegria e o prazer que sentimos 
ao jogar com nossos colegas, bem como entender o desafio que cada jogo 
tem. O jogo é jogado, mas também é vivido. No jogo são colocados e 
explorados elementos que caracterizam as atividades humanas e suas 
expressões histórico-culturais. Cada jogo tem um significado importante e 
admite variações de acordo com cada região do território nacional, bem como 
com cada participante (criança ou não) aprende com ele. Cascudo (2003, p. 
145) afirma que: 
 
O jogo ensina-lhes as primeiras normas da vida, acomoda-o 
na sociedade, revela-lhes os princípios do homem, sacode-lhe 
os músculos, desenvolve-lhe o sistema nervoso, acentua-lhe a 
decisão, a rapidez do conhecimento, põe-lhe ao alcance do 
direito do comando, da improvisação, da criação mental. 
 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
Nas palavras de Bregolato, em seu livro A Cultura Corporal do Jogo (2007), 
 
O Jogo é um fenômeno constituído de atividades lúdicas – 
brincadeiras – que envolvem pessoas e animais, que por sua 
vez podem, nessas atividades, interagir com objetos e com a 
natureza. Sendo o jogo o provocador dessa relação entre as 
pessoas e delas com o meio ambiente, ele torna-se uma fonte 
de conhecimento. Conhecimento que está presente em vários 
processos. Enfim, o jogo está incluído como um todo na vida 
do ser humano como parte integrante da existência. 
 
O jogo, portanto, contém elementos lúdicos e atua de forma decisiva na 
formação humana de seus praticantes. Tendo o jogo uma função 
fundamentalmente lúdica, jogar necessariamente implica ser espontâneo, ser 
criativo, ser construtor do próprio conhecimento. Dessa forma, quando a 
criança joga “ela opera com os significados de suas ações, o que a faz 
desenvolver sua vontade e ao mesmo tempo tornar-se consciente de suas 
escolhas e decisões” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 66). 
 
Nas aulas de educação física, o jogo é abordado como conteúdo 
estruturante de conhecimento, pois são desenvolvidos o caráter coletivo, os 
valores, a consciência social, o pensamento sobre a ação e as relações 
sociais, atuando, assim, de forma decisiva no trabalho das possibilidades 
corporais e, também, do elemento perceptivo. 
 
Outro fator que faz do jogo um importante conteúdo das aulas de 
educação física é a “liberdade” que os alunos têm para recriar a prática 
cotidiana das atividades. Em outras palavras, jogar a amarelinha, o elástico, a 
barra-bandeira e outros jogos do nosso cotidiano não necessariamente 
significa jogar da mesma maneira todos os dias. O jogo e suas regras podem, 
devem e em sua maioria vão ser modificados ou recriados todas as vezes que 
seus praticantes acharem que devem fazê-lo. 
 
 Portanto, seria importante que o(a) professor(a) selecionasse jogos 
cujos conteúdos impliquem: 
 
1. A possibilidade do conhecimento de si mesmo; 
2. O conhecimento dos objetos/materiais de jogos; 
3. As relações espaçotemporais e, especialmente, as relações com as outras 
pessoas; 
4. A inter-relação do pensamento sobre uma ação com a imagem e a conceituação 
verbal dela; 
5. A vida de trabalho do homem, da própria comunidade, das diversas regiões do 
país, de outros países 
6. A auto-organização, a autoavaliação e a avaliação coletiva das próprias 
atividades; 
7. A elaboração de brinquedos, tanto para jogar em grupo como para jogar sozinho. 
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 67-68) 
 
É papel da escola garantir espaços para atividades lúdicas que venham 
dar aos alunos oportunidades de, com essa vivência, ampliar seus 
conhecimentos e poder opinar/escolher o que jogar e brincar. Com efeito, as 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
crianças de hoje não brincam ou jogam nas ruas como faziam antigamente, 
pois os pais, por medo da violência e, por conseguinte, por motivo de 
segurança, muitas vezes privam seus filhos dos conhecimentos e vivências 
proporcionados por alguns jogos e brincadeiras. 
 
Então, pessoal, feitas as primeiras interpretações sobre o conteúdo 
JOGO, agora vamos buscar entender como esse mundo cheio de ludicidade 
pode nos levar a lugares nunca dantes visitados. Vamos, através das 
atividades sugeridas, conhecer melhor o mundo em que vivemos. Mundo esse 
repleto de contradições para serem desvendadas. Para isso não estaremos a 
sós, pois contamoscom nossos colegas de sala e de escola, além, é claro, do 
nosso querido(a) professor(a). 
 
 
SUGESTÃO DE DEBATE 
 
Como o jogo é um dos 
conteúdos estruturantes das aulas 
de educação física, ele deve ser 
selecionado para o conjunto dos 
temas referentes ao plano de ensino. 
Dessa forma, devemos tratá-lo 
pedagogicamente, não apenas para 
possibilitar o acesso a esse 
conteúdo, que vem sendo criado e 
reconstruído historicamente, mas 
também oportunizar o trabalho com 
esse importante conteúdo no que diz 
respeito aos elementos sociais, 
políticos, econômicos e culturais que o permeiam. É importante ressaltar que 
todas as características inerentes a esse conteúdo – criatividade, processo 
histórico de construção, transmissão de conhecimentos de pai para filho, 
diferentes modos de jogar nos diversos estados brasileiros, etc. – são 
imprescindíveis para a formação humana dos alunos. 
 
Como sugestão de atividade, crie um momento onde a sala possa ser 
dividida em dois grandes grupos, sendo que um grupo defenderá a importância 
do conteúdo JOGO para as aulas de Educação Física, enquanto o outro 
defenderá que esse conteúdo não é importante para as aulas. 
 
 
DICAS IMPORTANTES 
 
ƒ O(a) professor(a) deve trazer para os alunos uma seleção de informações 
sobre o conteúdo, retiradas, por exemplo, de sites, revistas, livros, filmes e 
jornais; 
ƒ Cada professor(a) pode escolher o período em que esta atividade 
acontecerá, ou seja, no início ou final do capítulo; 
ƒ Procure adequar o conteúdo às possibilidades sociocognoscitivas de cada 
turma. Surgindo qualquer dúvida, recorra ao livro Coletivo de Autores, 
páginas 30 a 34. 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
JOGAR E/OU BRINCAR? VAMOS ENTENDER! 
 
 
Olá meus amigos, depois de entender um pouco sobre o jogo e sua íntima 
relação com a nossa vida social, vamos, a partir de agora, procurar melhorar 
nosso entendimento sobre o que seria jogar e/ou brincar? Será que podemos 
pensar nessas duas ações separadamente, ou uma depende da outra? Jogar e 
brincar tem o mesmo significado? 
 
O jogar e o brincar são inerentes à vida de qualquer ser humano. Todos 
nós já nos deparamos com situações que envolveram jogos e/ou brincadeiras, 
não só na infância, mas em todas as fases de nossas vidas. Segundo Huizinga 
(2007, p.4), “no jogo existe alguma coisa ‘em jogo’ que transcende as 
necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação”. Quem nunca 
soltou pipa, brincou de casinha, escolinha, pião, baleado, dominó, dama, barra-
bandeira, dono da rua, enfim, todos esses jogos/brincadeiras que são bem 
íntimos à nossa realidade? 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Os atos de brincar e jogar são indispensáveis à vida social e sempre 
estiveram presentes em qualquer povo, desde os mais remotos tempos. 
Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a 
socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um adulto 
capaz de enfrentar desafios e de participar da construção de um mundo mais 
igual, tanto do ponto de vista econômico quanto político, social e cultural. 
 
O jogo e a brincadeira são atividades que envolvem a ludicidade. Bruhns 
(1993), citado por Fensterseifer (2008, p. 270), 
 
(...) concebe a atividade lúdica como prática social real das 
relações sociais, como produto coletivo da vida humana, 
podendo se manifestar no jogo, no brinquedo e na brincadeira, 
desde que possua características como desinteresse, 
seriedade, prazer, organização, espontaneidade. 
 
 
O jogo, nas suas diversas formas, 
auxilia no processo ensino-
aprendizagem da capacidade 
imaginativa, na possibilidade de 
interpretação, na tomada de decisão, na 
criatividade, no levantamento de 
hipóteses, na obtenção e organização 
de dados e na aplicação dos fatos e dos 
princípios a novas situações, as quais, 
por sua vez, acontecem quando 
jogamos, quando obedecemos a regras, 
quando vivenciamos conflitos numa 
situação real, etc. Através do brincar e 
do jogar, o aluno forma conceitos (os 
quais estão inseridos em nossa 
sociedade), seleciona ideias, estabelece 
relações lógicas, integra percepções, faz 
estimativas compatíveis com suas 
possibilidades e, o que é mais 
importante, se sociabiliza. 
 
O jogo é uma atividade rica e de grande efeito que corresponde às 
atividades lúdicas, intelectuais e afetivas. É uma atividade que estimula a vida 
social à medida que representa os diferentes papéis assumidos na sociedade, 
desde as relações de poder (empregado x patrão, pai/mãe x filho, professor x 
aluno) até as estruturas de ações comunitárias (nas diferentes profissões, na 
igreja, no círculo de amigos). No campo social, os jogos permitem que o 
trabalho em grupo se estruture e que os alunos estabeleçam relações de 
trocas, que aprendam a esperar sua vez, que se acostumem a lidar com 
regras, conscientizando-se de que podem ganhar, perder ou simplesmente 
jogar. Luise Weisse (1992, p. 65) afirma que “através do brinquedo, a criança 
inicia sua integração social, aprende a conviver com os outros, a situar-se 
frente ao mundo que a cerca. Ela se exercita brincando.” 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Segundo Piaget (1967), “o jogo não pode ser visto apenas como 
divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o 
aprendizado [grifo nosso] cognitivo, afetivo, social e moral.” Em outras palavras, 
através do jogo se processa a construção do conhecimento. 
 
Os alunos, desde pequenos, estruturam seu espaço e seu tempo, 
desenvolvem a noção de causalidade, chegando à interpretação e, finalmente, à 
sistematização. Além disso, os alunos ficam mais motivados para usar a 
inteligência, pois querem entender melhor o jogo. Dessa forma, esforçam-se 
para superar problemas, agindo nos planos cognitivo, afetivo, social e cultural, 
sendo estes problemas referentes a cada faixa etária. Por fim, estando mais 
motivados, os alunos ficam mais atentos durante o jogo. 
 
“Nos domínios da psicologia, da dinâmica fisiológica, da memória, 
inteligência, raciocínio, vontade, virtudes de honra, disciplina, lealdade e 
obediência às regras, a brincadeira é o processo iniciador da criança” 
(CASCUDO, 2003, p. 145). Brincar não é perda de tempo nem é simplesmente 
uma forma de preencher o tempo. A criança que não tem oportunidade de 
brincar sente-se deslocada. A brincadeira possibilita o aprendizado integral da 
criança, já que, ao brincar, ela se envolve afetivamente, opera mentalmente e 
convive socialmente. Tudo isso ocorre de maneira envolvente, de modo que a 
criança despende energia, imagina, constrói normas e cria alternativas para 
resolver imprevistos que surgem no ato de brincar. 
 
O jogo e a brincadeira, portanto, mesmo podendo ser definidos 
separadamente, agem em conjunto, pois as atividades de jogar e brincar 
propriamente ditas não se separam. Além disso, os conceitos devem moldar-se 
à realidade social sem perder sua essência, e conectar-se com a totalidade dos 
fatos presentes no cotidiano. 
 
 
De acordo com o dicionário, o que significa? 
 
- Jogar: do latim “jocare”: entregar-se ao ou tomar parte no jogo de; executar 
as diversas combinações de um jogo; aventurar-se ou arriscar-se ao jogo; 
perder no jogo; dizer ou fazer brincadeira; harmonizar-se. 
 
- Brincar: “de brinco+ar”; divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de 
criança; recrear-se; distrair-se; saltar; pular; dançar, (...) (Dicionário da Língua 
Portuguesa – Aurélio, 1986) 
 
Pois bem! Agora que temos um entendimento melhor sobre o que é 
brincar e/ou jogar, que tal realizarmos algumas atividades? Vamos entrar no 
mundo das brincadeiras e conhecer a importância desse conteúdo para as 
aulas de educação física.CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
ATIVIDADE (Proposta de Seminário) mãos na massa! 
 
Divida a turma em grupos para a realização de um seminário. Os 
grupos irão criar um jogo (com nome, regras, materiais a serem utilizados, 
número de participantes, etc.). Cada grupo deverá apresentar o jogo que 
sistematizou. A apresentação poderá conter uma parte teórica (de explicação 
do jogo, mostrando seu sentido, seu significado, sua forma de jogar e, 
principalmente, sua relação com a sociedade e com o meio em que estão 
inseridos) e uma parte prática (de demonstração do jogo). Enquanto um grupo 
faz a apresentação, o outro deverá estar atento à atividade. 
 
 
ATIVIDADE 
 
Observe o quadro a seguir: 
 
 
Brincando (Domínio público). Pintado por Cândido Portinari, sem data. 
 
O quadro vem justamente nos mostrar elementos da cultura brasileira. 
Leva-nos para o passado, quando as cidades ainda não eram tão apertadas e 
cheias de carros por todos os lados. O desenho mostra crianças brincando de 
jogos infantis, como a cabra-cega, a gangorra, a carniça, a bola de gude e a 
pipa. Todos esses jogos e brincadeiras fazem parte de nossas vidas, de nosso 
processo histórico de formação. De acordo com Cascudo (2003, p.147), 
 
Há brinquedos de 10.000 anos. E alguns mais antigos. O pião 
rodador, puxado a cordel, strombos grego, turbo romano, são 
encontrados nos túmulos mais velhos de Micenas, na quinta e 
nona Tróia, e continuam presentes, vistos em qualquer local, 
na mesma função que lhe davam escravos númidas e 
gladiadores, crianças de Atenas e de Roma, há mais de 
cinqüenta séculos. 
 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
Vamos agora fazer uma viagem para o passado e descobrir um pouco 
mais sobre os jogos populares que fizeram e fazem parte da nossa história e 
da de nossos pais. 
 
 
Pesquisa 
 
Faça uma pesquisa com seus pais, tios, vizinhos, etc. (de preferência 
pessoas mais velhas) sobre os jogos que eles brincavam quando eram 
crianças. Pergunte-lhes sobre as regras, as maneiras de jogar e em que época 
(quantos anos atrás) eles jogavam. Relacione os jogos com o momento 
histórico, político e cultural vivido no Brasil e descubra como era a relação entre 
os entrevistados seus pais, principalmente no que se refere a características 
como respeito, obediência, palmatória, ditadura, censura, etc. 
 
 
ATIVIDADE 
 
 
Escravos de Jó 
Enquanto manifestação espontânea da cultura popular, as brincadeiras 
tradicionais têm a função de 
perpetuar a cultura infantil e 
desenvolver formas de 
convivência social.Considerada 
como parte da cultura popular, 
essa tradicional brincadeira 
“Escravos de Jó” guarda a 
produção de um povo em certo 
período histórico. Essa cultura 
não oficial, desenvolvida 
sobretudo pela oralidade, não 
fica cristalizada; está sempre em 
transformação, incorporando 
criações anônimas das gerações 
que vão se sucedendo. Por ser elemento folclórico, essa brincadeira infantil 
assume características de anonimato, tradicionalidade, transmissão oral, 
conservação, mudança e universalidade. 
 
“Escravos de Jó 
Jogavam caxangá 
Escravos de Jó 
Jogavam caxangá 
Tira, bota 
Deixa o Zambelê ficar 
Guerreiros são guerreiros 
Fazem zigue-zigue-zá 
Guerreiros são guerreiros 
Fazem zigue-zigue-zá”. 
(Domínio público) 
 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Quem era Jó? Por que ele tinha escravos? O que é caxangá?1 
 
Jó é um personagem do Antigo Testamento. Segundo o livro, 
Deus apostou com o Diabo que, mesmo perdendo os filhos e a riqueza, Jó não 
perderia a fé. E Deus ganhou a aposta. Daí a expressão "paciência de Jó". 
 
Daí para frente é só mistério. Nada indica que Jó tivesse escravos. O 
mais provável é que a cultura negra tenha se apropriado de sua figura para 
simbolizar o homem rico da cantiga de roda. Os escravos que faziam o “zigue-
zigue-zá” seriam os fujões que corriam em zigue-zague para despistar os 
capitães do mato. 
 
O significado de caxangá é ainda mais obscuro. Segundo o Dicionário 
Tupi–Guarani – Português, de Francisco da Silveira Bueno, caxangá vem de 
‘caá-çanga’, que significa mata extensa. Para o Dicionário do Folclore 
Brasileiro, é um adereço usado pelas mulheres alagoanas. A palavra também 
já foi associada aos saquinhos utilizados no contrabando de sementes para as 
senzalas2. 
 
Tudo indica que, de boca em boca, o significado da palavra ou até 
mesmo a composição dos versos tenham sido muito modificados. Isso também 
explicaria as variações regionais da cantiga. Afinal, deixamos o Zambelê ou o 
Zé Pereira ficar? 
 
 
PROPOSTA DE ATIVIDADE 
 
De acordo com o texto acima, tente elaborar uma atividade por meio 
da qual os alunos possam conhecer esse jogo (observe os ciclos de 
escolarização) presentes no livro Coletivo de Autores e adéque a atividade de 
acordo com os critérios da seleção de conteúdo). Antes de começar a aula, 
pergunte aos alunos se eles conhecem e/ou já jogaram "Escravos de Jó"? 
Como eram (são) as regras do jogo praticado/conhecido por eles? Durante a 
prática propriamente dita, problematize com os alunos a possibilidade de 
organizar o jogo de diferentes maneiras, de acordo com o que foi discutido na 
primeira parte da aula. No momento final da aula, momento de avaliação do 
que foi feito, faça uma discussão sobre: 1) o(s) significado(s) encontrado(s) no 
jogo (observe os diferentes significados para cada aluno); 2) as diferenças 
observadas nas práticas executadas (observe as diferenças na música e na 
forma); 3) as principais habilidades físicas, motoras, cognitivas e sociais 
exercitadas. 
 
LEMBRETE: As atividades não são receitas, mas, sim, sugestões de 
possibilidades de aulas. Procure adequar os conteúdos ao cotidiano 
dos alunos e fazer novas relações com esse cotidiano. É sempre bom exercitar 
a criatividade e cognição! Mãos à obra. 
 
 
1 Texto de Anna Virgínia Balousser (Revista Superinteressante, setembro, 2008) 
2 Esta informação é de total responsabilidade da autora. 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
OS JOGOS ELETRÔNICOS E OS JOGOS POPULARES 
 
 
 
Oba! Vamos jogar video game! Mas espera aí! Será que jogar video game é 
um conteúdo das aulas de educação física? Podemos utilizá-lo para aprender 
sobre nossa história? Se jogarmos video game deixaremos de lado os jogos 
populares? 
 
Calma amiguinhos, vamos responder devagar! Em primeiro lugar, os 
conteúdos que fazem parte da disciplina de educação física são: dança, 
esporte, ginástica, lutas, mímicas, jogos, entre outros! Hum... se os jogos 
fazem parte da educação física, podemos trabalhar com o video game? 
Podemos, sim, mas temos que saber tratar esse conteúdo antes de trazê-lo 
para nossa aula. E como fazer isso? 
 
Vamos lá!.Temos, antes de tudo, que estabelecer alguns critérios. dentre 
os quais selecionamos os seguintes: “relevância social” (verificar se esse 
conteúdo tem relação com a realidade social dos alunos); 
“contemporaneidade do conteúdo” (garantir aos alunos o que existe de mais 
avançado no mundo contemporâneo); “adequação às possibilidades 
sociocognoscitivas dos alunos” (adequar o jogo à capacidade cognitiva e à 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
prática social do aluno); “provisoriedade do conteúdo” (romper com a ideia 
de terminalidade e retraçar o conteúdo desde sua gênese para que o aluno 
perceba-se enquanto sujeito histórico) (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 31-
33). 
 
Feito isso, vamos ao conteúdo! O video game é um jogo adaptado para 
TV e PC (computador). Esse jogo tomou maiores proporções na década de 90, 
mas sua criação e história datam de algumas décadasanteriores. Em 1949, o 
engenheiro Ralph Baer foi incumbido de criar a melhor televisão do mundo, o 
que para a época era uma grande revolução tecnológica. Ele pensava em criar 
uma TV interativa, com jogos; mas a ideia não se proliferou. Alguns anos 
depois, mais precisamente em 1972, Baer, ao questionar se havia algo mais 
interessante do que ficar mudando de canal com o controle remoto, teve a ideia 
de desenvolver um jogo que seria conectado à TV. Ele apresentou sua ideia 
para um amigo que era engenheiro e, então, surgiu o primeiro jogo, que foi 
chamado Pong. “A Magnavox resolveu comprar o projeto de Baer, da Sanders 
Associates, e começou a desenvolver o console Odyssey, o primeiro video 
game para ser conectado à TV. Em contrapartida, nessa época a Atari foi 
acusada por Baer de plagiar o Odyssey” (WIKIPÉDIA, citado por FEITOZA, 
2007, p. 15). 
 
A humanidade está diariamente construindo sua história e, através da 
ciência e da tecnologia, modificando a forma de perceber a realidade. Nesse 
sentido, os video games têm se mostrado um importante meio pelo qual as 
crianças, os jovens e os adultos apreendem o sentido e o significado do meio 
social e da vida. Os video games, cada vez mais reais, copiam jogos que 
fazem parte dos nossos signos sociais – como o futebol, a dama, o xadrez, o 
bilhar, entre outros – atribuindo-lhes novos sentidos. 
 
Com a ciência e a tecnologia mais avançadas, temos a possibilidade de 
acessar o conhecimento de forma mais rápida e direta. Para perceber isso é só 
ir até a esquina mais próxima e entrar nas famosas LAN HOUSES (que são 
casas de computadores conectados à internet). Lá temos a oportunidade de 
conhecer o mundo virtualmente. Todo esse conhecimento é muito importante. 
Mas atenção: ter acesso ao conhecimento de forma virtual não significa dizer 
que agora não precisamos mais de escola, de livros e de professores, pois 
todos esses elementos são responsáveis por tratar esse conhecimento e dar 
sentido e significado a eles. A partir dos jogos eletrônicos, podemos perceber 
que nossa história está sendo construída e reconstruída. Isso pode ser 
percebido nos diferentes jogos, nas diferentes tecnologias (equipamentos, 
suportes, etc.), nas formas de jogar (individual ou coletiva) e no modo como 
construímos nossas regras de convivência com nossos amigos e família. 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Os jogos populares são aqueles que estão na memória de todos e que 
ainda podemos ver nas ruas, nas praças, nos parques e nas aulas de 
educação física. Materializam-se na amarelinha, no pega-pega, no pique-
esconde, no vivo-morto, na barra-bandeira, no baleado e inúmeras outras 
brincadeiras. Contudo, parece que esses jogos estão sendo deixados de lado 
por causa dos jogos eletrônicos. De fato, brinquedos mais tecnológicos vêm 
fazendo com que as crianças não precisem mais sair de casa para brincar nem 
precisem de outras crianças para se divertir. Dessa forma, elas acabam 
preferindo os jogos eletrônicos. O fato de os jogos populares serem, em grande 
parte, passados de geração a geração agrava ainda mais essa situação. 
 
Os pais que são submetidos a jornadas de trabalho massacrantes para 
garantir o sustento de sua família, sendo, portanto, obrigados a ficar longe de 
casa por várias horas, geralmente não conseguem ensinar a seus filhos as 
brincadeiras que no passado lhes foram ensinadas por seus pais. Além disso, 
com o aumento significativo das grandes cidades (repletas de prédios e carros 
por todos os lados), os pais se veem na obrigação de proteger seus filhos de 
um meio cada vez mais perigoso e acabam deixando de lhes ensinar os jogos 
populares. Nesse sentido, a escola e principalmente a educação física têm um 
papel fundamental ao possibilitar o acesso a esse conteúdo – “apresentando 
(identificando), sistematizando (adquirindo a consciência), ampliando 
(reorganizando as referências conceituais) e aprofundando (refletindo e dando 
um salto qualitativo) o conhecimento do aluno sobre tais jogos”. (COLETIVO 
DE AUTORES, 1992, p. 35) 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Agora chegamos a nossa terceira pergunta: se jogarmos video game 
deixaremos de lado os jogos populares? 
 
De forma alguma! Temos um conhecimento que vem sendo 
historicamente sistematizado pela humanidade, que são os jogos eletrônicos, e 
também um conhecimento que faz parte da história, que são os jogos 
populares. Portanto, ambos têm uma importância significativa na nossa vida 
social e devem ser selecionados para as nossas aulas de educação física. 
Além disso, ambos fazem parte de uma série de elementos que constituem a 
nossa cultura corporal. Sendo assim, vamos buscar entender o jogo, vamos 
relacioná-lo com o momento social, econômico e cultural do nosso país e do 
mundo, vamos recriá-lo a partir de nossas experiências concretas, vamos 
coletivamente e de forma organizada acessar mais essa possibilidade de 
entender o mundo ao qual estamos expostos. 
Mãos na massa! E joguem à vontade! 
 
 
SE LIGA AÍ... 
 
Se você é um daqueles fanáticos por jogos eletrônicos, fique de olho nas 
seguintes observações: 
 
ƒ Jogos violentos podem incentivar o comportamento agressivo; 
ƒ Os jogos eletrônicos fazem com que a pessoa deixe de ser mero 
espectador da violência, pois são projetados para que se participe dela; 
ƒ Para os mais impressionáveis, pode ficar difícil distinguir a realidade da 
fantasia; 
ƒ Como um vício, os games podem levar o jogador a negligenciar 
obrigações e relacionamentos importantes; 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
ƒ Os jogos podem tomar o tempo que a criança deveria gastar em outras 
atividades importantes, como estudar, interagir com os outros e 
participar de brincadeiras que estimulam a criatividade; 
ƒ Olhar muito tempo para uma tela pode causar fadiga visual; 
ƒ Falta de exercício, um possível resultado de se jogar muito video game, 
pode causar obesidade, problemas posturais e lesões por esforço 
repetitivo (LER); 
ƒ Os jogos eletrônicos podem consumir seu tempo e seu dinheiro. 
 
 
ATIVIDADE 
 
Leia os textos abaixo e em seguida reflita sobre a mensagem transmitida 
por eles: 
 
Texto 01 
A Bola (Luis Fernando Veríssimo) 
Fonte: www.olhoscriticos.com.br 
 
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que 
sentira ao ganhar a primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de 
couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola. 
 
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os 
garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar 
o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa. 
 
– Como é que liga? – perguntou. 
– Como, como é que liga? Não se liga. 
 
O garoto procurou dentro do papel de embrulho. 
 
– Não tem manual de instrução? 
 
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os 
tempos são decididamente outros. 
 
– Não precisa manual de instrução. 
– O que é que ela faz? 
– Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela. 
– O quê? 
– Controla, chuta... 
– Ah, então é uma bola? 
– Claro que é uma bola! 
– Uma bola, bola?. Uma bola mesmo? 
– Você pensou que fosse o quê? 
– Nada, não. 
 
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o 
encontrou na frente da TV, com a bola nova do lado, manejando os controles 
de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de monstrinhos 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
disputavam a posse de uma bola em forma de bip eletrônico na tela ao mesmo 
tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha 
coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O paipegou a 
bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito 
do pé, como antigamente, e chamou o garoto. 
 
– Filho... Olha! 
 
O garoto disse "Legal", mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou 
a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do 
couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa 
idéia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar! 
 
Texto 02 
Fonte: www.watchtower.org 
 
Um dos vídeo games mais vendido em todo o mundo, segundo a revista 
Newsweek, foi o Grand Theft Auto 3. O objetivo do jogo, cujo título significa “O 
Grande Ladrão de Carros 3”, é progredir em uma organização criminosa. Para 
isso, é preciso envolver-se em vários crimes, como prostituição e assassinato. 
“Cada ato tem conseqüências”, explica a Newsweek. Se o jogador mata um 
pedestre usando um carro roubado, a polícia vem atrás dele. Se dá um tiro 
num policial, o FBI entra no caso. Se ele matar um agente do FBI, os militares 
vão tentar acabar com ele. O jogo foi projetado para maiores de 17 anos, mas 
sabe-se de lojas que o vendem para jovens de menos idade. Até crianças de 
12 anos dizem que gostariam de jogá-lo. 
 
Texto 03 
Fonte: www.watchtower.org 
 
Rick Dyer, presidente da empresa Virtual Image Productions, diz: “Não 
são mais apenas jogos, são instrumentos de aprendizado. Estamos mostrando 
às crianças — da maneira mais inacreditável — a sensação que se pode ter ao 
puxar um gatilho (...). O que elas não aprendem são as conseqüências na vida 
real.” 
 
 
ATIVIDADE 
 
A partir da leitura dos textos acima procure responder às seguintes 
perguntas: Existe alguma relação entre os textos? Que relação você faria entre 
a popularização dos jogos de rua e dos jogos eletrônicos? Qual a intenção dos 
criadores dos jogos eletrônicos Em que momento social surgiram os jogos 
eletrônicos? Há algum perigo para os jogadores destes jogos? Eles têm 
consciência do perigo que correm? Há alguma relação entre os jogos 
eletrônicos e a educação física? 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURIOSIDADE / VOCÊ SABIA QUE...? 
 
No Brasil, o Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e 
Qualificação (Dejus) é responsável por analisar e classificar os jogos 
eletrônicos. As Portarias ministeriais 899 e 1035 de 2001 dão suporte legal às 
classificações. Elas estabeleceram, entre outras coisas, as seguintes faixas de 
classificação: 
 
I. – livre; 
II. – inadequado para menores de 12 anos; 
III. – inadequado para menores de 14 anos; 
IV. – inadequado para menores de 16 anos; 
V. – inadequado para menores de 18 anos. 
 
Entre os critérios utilizados pelos analistas para a classificação indicativa 
de jogos eletrônicos está a avaliação das situações que envolvem sexo, drogas 
e violência. 
 
 
PESQUISA 
 
Elabore uma pesquisa sobre a 
origem dos jogos eletrônicos, os 
conhecidos vídeo games. Descubra 
como surgiu essa atividade e quando 
os alunos passam a trocar os jogos 
populares pelos jogos eletrônicos. 
Tente problematizar a pesquisa, 
perguntando sobre os preços de video 
games e se todos têm acesso a esses 
aparelhos. A charge ao lado mostra 
dois garotos jogando vídeo game. Eles 
estão jogando um jogo bem 
interessante! É o jogo eletrônico da vida 
real, onde eles reproduzem os signos 
sociais produzidos pela sociedade. Na charge, eles brincam com um episódio 
recente da nossa história: o mensalão. Pergunte aos estudantes se eles 
lembram desse episódio ou se eles acham que isso tem algo a ver com a 
Educação Física. 
 
IMPORTANTE 
 
Durante a elaboração da pesquisa, o(a) professor(a) deve estar atento a 
todos os questionamentos possíveis acerca dos dados da realidade dos 
estudantes. Assim, eles poderão identificar as contradições (ricos x pobres; 
escola pública x escola particular; favela x condomínio de luxo; entre outras) 
presentes na nossa sociedade e, principalmente, nas aulas de Educação 
Física. 
 
 
 
Fonte: www.panoramablogmario.blogger.com.br 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
MAIS PESQUISAS 
 
1. Quais jogos populares existem? Divida a turma em grupos de dois ou 
até quatro estudantes e proponha para cada grupo pesquisar com 
familiares, amigos, internet, livros, jornais e revistas sobre a diversidade 
dos jogos populares, de onde vieram e quais objetivos estão presentes 
na realização de cada jogo. Cada grupo deverá explicar para a sala 
como jogar os jogos pesquisados, além de falar um pouco do histórico 
desses jogos. 
 
2. Maneiras diferentes de jogar o mesmo jogo. Por exemplo, faça grupos 
de dois estudantes para pesquisarem formas diferentes de jogar a barra-
bandeira. 
 
 
ATIVIDADE 
 
O dia das crianças é sempre 
lembrado entre professores e 
professoras da escola. Nesse dia, é 
comum vermos apresentações de 
grupos de danças folclóricas, de 
teatro, de capoeira, entre outros. Na 
Educação Física, percebemos a 
realização de um dia inteiro de 
atividades esportivas, que sempre 
copiam o modelo propagandeado pela 
mídia (TV, jornais, revistas, etc.). 
Contudo, como já foi dito no nosso 
texto, “a Educação Física é muito mais 
do que uma prática solta e sem 
relação com nossa vida cotidiana. É preciso lembrar que o jogo satisfaz a 
necessidade das crianças, especialmente a necessidade de ação” (COLETIVO 
DE AUTORES, 1992, p. 66). Portanto, como proposta de atividade para o dia 
das crianças, que tal organizarmos um festival de jogos populares? Aqueles 
jogos que praticamos na rua e os levamos para o ambiente escolar. Estamos 
falando da amarelinha, do pula-corda, do sete-pecados, do seu rei mandou 
dizer, do esconde-esconde, do elástico, da barra-bandeira, do dono da rua, 
entre outros. 
 
Os professores irão a partir de agora dividir as turmas da escola em 
quatro grandes grupos de estudantes. Esses grupos devem ter cores distintas 
que possibilitem a todos distinguir os grupos. A cada grupo será atribuída uma 
personalidade da história (Exemplo: Ariano Suassuna – grupo verde). Para os 
professores das turmas, a organização do festival distribuirá um material 
referente ao histórico de vida de cada personalidade. Esse material deverá ser 
estudado pelas turmas, pelo menos uma semana antes do dia do festival. 
 
A atividade proposta será uma corrida de aventura durante a qual cada 
grupo passará por estações e, em cada uma delas, terá que realizar um jogo 
popular e ainda responder a uma pergunta sobre a história da personalidade 
Foto: Rosalândia Pessoa – 
Escola Municipal Santa Emília de Rodat. 
 
CAPÍTULO 1: O JOGO E SEUS SIGNOS SOCIAIS 
 
 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
referente à sua cor. O número de estações, a pontuação das tarefas e os jogos 
populares devem ser decididos pela comissão organizadora. A premiação pode 
ser feita pelos próprios estudantes que construiriam as medalhas com material 
alternativo. No final do festival sugere-se uma grande confraternização entre 
todo o corpo escolar. 
 
 
DICAS 
 
x Seria muito importante incluir nessa atividade todo o corpo docente e de 
funcionários da escola; 
x Tente não obedecer à faixa etária nem à seriação, para problematizar 
melhor a atividade; 
x Tenha cuidado com a distribuição dos grupos para não criar um grupo 
muito forte; 
x A personalidade pode ser da própria escola, da Paraíba, do Nordeste ou 
do Brasil; 
x A comissão organizadora pode ser composta por representantes dos 
professores, da direção e dos estudantes. 
 
 
JOGOS COOPERATIVOS: UMA POSSIBILIDADE PARA TODOS 
 
Você conhece? 
 
Jogos Cooperativos são jogos em que os participantes “jogam uns com 
os outros, ao invés de uns contra os outros” (DEACOVE, citado por BROTTO, 
2001, p.54). Em outras palavras, considera-se o outro como um parceiro e não

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