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O LUDICO NA EDUCACAO INFANTIL-FILOMENA

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38
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO – UEMANET
FILOMENA MAGALHÃES DOS SANTOS
Os Benefícios do Lúdico nas Séries Iniciais:
O Uso do Lúdico em uma escola de Amarante-MA.
Imperatriz
2012
FILOMENA MAGALHÃES DOS SANTOS
OS BENEFÍCIOS DO LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS:
O Uso do Lúdico em uma escola de Amarante-MA.
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia Complementação do Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet  da  Universidade Estadual do Maranhão como requisito básico  para a  elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientadora: Loianne Cristiny Morais de M. Ferreira
Imperatriz
2012
 
  
SANTOS, Filomena Magalhães.
Imperatriz-MA.
SANTOS, Filomena Magalhães .
Os Benefícios do Lúdico na Educação Infantil: O uso do lúdico em uma escola de Amarante-MA./ Filomena Magalhães dos Santos Imperatriz 2012.
Monografia (Curso de Pedagogia, complementação). Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, Imperatriz, 2012.
51 f.:il.
1. Os Benefícios do lúdico nas Séries Iniciais 2. O uso do lúdico em uma escola de Amarante-MA. 
I Titulo. II Autora
CDD __________
FILOMENA MAGALHÃES DOS SANTOS
OS BENEFÍCIOS DO LÚDICO NAS SÉRIES INICIAIS:
O Uso do Lúdico em uma escola de Amarante-MA.
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia Complementação do Núcleo de Tecnologias para Educação - UemaNet  da  Universidade Estadual do Maranhão como requisito básico  para a  elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientadora: Loianne Cristiny Morais de M. Ferreira
 
Aprovado em ____/____/_______
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Profª. Dsc. (Orientadora) Loianne Cristiny Morais de M. Ferreira - UEMA
______________________________________________________
Profª. 
______________________________________________________
Prof. 
 
Primeiramente dedico este trabalho a Deus, que por ter me dado muita força e me iluminado ao longo do caminho; ao meu amado esposo pela compreensão e incentivo nesta importante conquista; à minha família por ser a base de tudo que sou hoje; aos meus queridos filhos razão de tudo em minha vida; a todos que direto ou indiretamente me incentivaram e me ajudaram a prosseguir sempre. 
AGRADECIMENTO
Agradeço em primeiro lugar, a Deus, por ter me guiado e iluminado em cada decisão a ser tomada;
À todos da minha família, que sempre me serviram de base para toda minha vida;
Em especial agradeço ao meu amado esposo por que mesmo suportando a minha ausência, me incentivou a continuar, aos meus filhos, razão de meu viver, a vocês, todo meu amor e cuidado sempre.
A todos que de alguma forma contribuíram para que esse sonho se tornasse real, muito obrigada. 
Brincar com criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los, sentados enfileirados, em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem. 
Drummond
RESUMO
A proposta deste trabalho é analisar as contribuições e a importância do uso do lúdico no trabalho com a alfabetização e educação infantil. Tem-se observado que o lúdico vem conquistando grande relevância para o desenvolvimento da criança e isso tem sido apresentado e confirmado por inúmeros educadores e autores que atestam a sua importância já que proporciona muitas maneiras de levar a criança a aprender de forma motivada e significativa. Pode ser citado neste caso: Piaget (1978), Vygotsky (1984) e Antunes (1998) entre outros que também tem apresentado estudos importantes sobre esta temática. Portanto, este trabalho propõe uma leitura significativa sobre a utilização dos jogos na educação das crianças, em especial na fase da alfabetização e educação infantil. Em seu teor é possível perceber que a inclusão do jogo como recurso no campo educacional tem trazido muitas contribuições para a aprendizagem das crianças. Os resultados evidenciam o jogo, os brinquedos e as brincadeiras, pelo fato dos mesmos fazerem parte do processo de formação do ser humano, e, portanto, não podem ser excluídos como instrumentos didáticos na educação escolar da atualidade, principalmente no período de alfabetização. É importante também enfatizar a necessidade do professor ter competência e preparo para utilizar o jogo, onde o planejamento e a base teórica não podem faltar ao utilizar o lúdico como recurso de ensino e aprendizagem.
Palavras-Chave: Lúdico. Educação. Jogos. Aprendizagem.
ABSTRACT
The purpose of this paper is to analyze the contributions and importance of the recreational use of the work with literacy and education. It has been observed that the play has gained great importance for child development and this has been presented and confirmed by numerous educators and authors who attest to its importance as it provides many ways to take the child to learn so motivated and meaningful. It may be mentioned here: Piaget (1978), Vygotsky (1984) and Ali (1998) among others who have also presented important studies on this topic. Therefore, this paper propose a significant reading on the use of games in the education of children, especially at the stage of literacy and education. In your content you can see that the inclusion of the game as a resource in education has brought many contributions to children's learning. The results show the game, toys and games, because they are part of the process of formation of human beings, and therefore can not be excluded as teaching tools in today's school education, especially during literacy. It is also important to emphasize the need for teacher preparation and have the power to use the game, where planning and the theoretical basis can not miss the playful use as a resource for teaching and learning.
Keywords: Playful. Education. Games. Learning.
SUMÁRIO
 p.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................13
2.1 CONCEITOS DO VOCÁBULO LUDICIDADE.....................................................13
3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR............................................................................15
3.1 A importância do espaço......................................................................................15
3.2 As razões para brincar.........................................................................................17
3.3 O brincar e a escola.............................................................................................18
3.4 O brincar entre pais e filhos..................................................................................21 3.5 Os benefícios do brincar.......................................................................................22
4 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO JOGO...................................................24
5 RESGATANDO A HISTÓRIA DO JOGO NA EDUCAÇÃO...................................27
6 JOGOS E BRINCADEIRAS NA ALFABETIZAÇÃO..............................................32
7 PERSPECTIVAS PSICOLÓGICAS SOBRE O JOGO...........................................37
7.1 Concepções de Jean Piaget.................................................................................37
7.2 Concepções de Vygotsky.....................................................................................40
7.3 Concepções de Antunes......................................................................................41
8 O papel do professor alfabetizador na aplicação do lúdico..............................43 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................45
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................46APÊNDICE A – JOGOS.........................................................................................49
 APÊNDICE B - BRINCADEIRA.............................................................................50
 APÊNDICE C – BRINQUEDO................................................................................51
 ANEXO A – TIPOS DE BRINCADEIRAS...............................................................52
1 INTRODUÇÃO
O processo de educação requer muito cuidado e critério, essencialmente quando se trata de alfabetizar a criança. Essa fase escolar juntamente com a educação infantil ainda merece algumas reflexões, tendo em vista o fato de que os avanços no ensino da leitura e da escrita inseridos no ambiente escolar estão longe de serem considerados excelentes. É fato que se tem caminhado bastante, porém, também é fato que ainda é preciso ir mais longe. Por isso, a alfabetização tem sido alvo de muitas discussões no mundo atual, pois, mesmo apesar do reconhecimento desse direito cidadão e das muitas medidas que vêm sendo tomadas para garanti-lo, ainda existem elevados índices de evasão e repetência escolar.
Ao se pensar na necessidade da adoção de uma postura nova e interdisciplinar para que desta forma se possa entender as causas do não aprendizado da leitura e da escrita, acredita-se que a alfabetização possa ser construída através de atividades que permitam aos alunos comparar e reformular suas hipóteses, além de também desenvolver habilidades e interação social. Uma possibilidade que acredita dar muito certo é o uso das atividades lúdicas como um instrumento ou meio de superação das dificuldades de aprendizagem que possam vir a produzir o fracasso escolar.
Diante desta problemática, este trabalho realiza um levantamento bibliográfico objetivando analisar as contribuições do lúdico para a alfabetização e para alcançar esta meta, a fundamentação teórica deste estudo irá abordar, além dos conceitos de alfabetização, o contexto histórico sobre a utilização do lúdico na educação. Além disso, evidenciam-se as inúmeras contribuições de Piaget (1978), Vygotsky (1984) e Antunes (1998), que muito contribuíram para que os educadores no trabalho com o lúdico na alfabetização pudessem inovar e obter um bom resultado na aprendizagem de seus alunos, portanto, é importante que também se destaque o papel do professor como sendo um dos grandes mediadores e responsáveis para que a utilização do lúdico como instrumento didático seja feito com eficiência e competência pedagógica.
A utilização do tema se justifica diante da necessidade de se observar quais são os resultados obtidos a partir da utilização do lúdico na educação infantil na escola objeto de estudo deste trabalho. Através deste trabalho, procurou-se ainda analisar os materiais cientificamente anteriormente publicados por outros pesquisadores, tendo como método de abordagem o hipotético-dedutivo que de acordo com Silva (2007, p. 146), trata-se de uma pesquisa onde se utiliza o “raciocínio lógico ponderado por hipóteses”.
Para obtenção dos resultados propostos, foram coletados dados por meio de literaturas especializadas que possibilita fazer um levantamento bibliográfico onde o professor, desde que esteja interessado em promover mudanças, poderá encontrar na proposta do Lúdico uma importante metodologia, que contribuirá para diminuir os altos índices de fracasso escolar e evasão que aliás, é uma constante nas escolas. 
Este trabalho faz reflexões sobre a utilização do lúdico na educação infantil e elenca sugestões para reduzir as dificuldades encontradas no processo de ensino aprendizagem. Para tanto, está dividido em oito capítulos, onde o primeiro é composto da fundamentação teórica. Já no segundo capítulo faz-se uma análise das concepções de aprendizagem por meio do lúdico, tão importante para um entendimento de como se dá a construção do conhecimento por parte de nossos alunos mediante as práticas de jogos e brincadeiras.
 O terceiro capítulo aborda a importância do brincar na vida das crianças tendo em vista essas práticas proporcionarem muitas maneiras de levá-las a aprender de forma motivadora, significativa e divertida.
No quarto capítulo citam-se os conceitos e as características do jogo, onde este se torna em um importante instrumento didático. O quinto capítulo procura resgatar a história do jogo e das brincadeiras adotados como práticas para uma boa educação bem como a sua utilização em uma escola de Amarante-MA.
 Por fim nos capítulos sete e oito tratam respectivamente das perspectivas psicológicas sobre o jogo e do papel do professor alfabetizador na aplicação do lúdico. Por fim o capítulo nove traz as considerações finais do trabalho.
 A utilização do tema se justifica diante da necessidade de se observar quais são os resultados obtidos a partir da utilização do lúdico na educação infantil na escola objeto de estudo deste trabalho. Através deste trabalho, procurou-se ainda analisar os materiais cientificamente anteriormente publicados por outros pesquisadores, tendo como método de abordagem o hipotético-dedutivo que de acordo com Silva (2007, p. 146), trata-se de uma pesquisa onde se utiliza o “raciocínio lógico ponderado por hipóteses”.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para a compreensão desse estudo, faz-se necessária uma reflexão a respeito do termo ludicidade, entendida geralmente como um simples fenômeno subjetivo que permite aos sujeitos sentirem-se completo sem esfacelamento da ação, do pensamento e da emoção, ambos resultantes da importância, da liberdade e do empenho dos educadores para realização das atividades pretendidas. Desta forma, a ludicidade pode ser caracterizada como sendo uma atitude necessária aos seres humanos e não inerente a alguma coisa ou pessoa. também é importante ressaltar que as práticas das atividades lúdicas em sala de aula não devem ocorrer por meio de atitudes autoritárias ou rígidas, é importante que seja espontâneas e sua práticas respeitem às diferenças, atitude importante numa sociedade desumana. (Huizinga, 2004, p. 50).
2.1 CONCEITOS DO VOCÁBULO LUDICIDADE
As atividades lúdicas estão em geral ligadas aos jogos, as brincadeiras, as festas, atividades que recebem essa nomenclatura por revelarem o aparecimento do elemento lúdico. É importante saber que a ludicidade não é limitada apenas a essas atividades, uma vez que ela pode contemplar um universo bem maior em diversos momentos da vida dos sujeitos, tanto individualmente como em grupo. (HUIZINGA, 2004, p. 33-34).
Acredita que a ludicidade em si possa ser concebida como "um fenômeno interior, que se revela no exterior, ou seja, implica vontade, motivação, interesse que se exterioriza nas ações humanas, enquanto as atividades lúdicas são maneiras de expressão da ludicidade, por proporcionarem espontaneidade e contentamento. E, para que estas atividades se efetivem, faz-se necessário, entre seus pares, uma relação de confiança e consideração pelo outro, neste caso professor e aluno, a fim do elemento lúdico fazer-se presente. 
Nessa vertente, a ludicidade é respeitável “uma vez que é por meio do respeito ao outro pelo outro que é possível uma confiança dos participantes, bem como uma prática mais criativa, flexível, dinâmica e envolvente entre os sujeitos envolvidos no processo educativo”. (HUIZINGA, 2004, p. 34).
3. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
3.1 A importância do espaço
A urbanização sempre foi um fenômeno bastante comum desde o princípio do século passado e afetou vários países alguns de maneira marcante como foi o caso do Brasil onde houve em pouco tempo uma concentração populacional em muitas cidades, reduzindo assim o espaço e determinando uma nova forma de sua utilização. As casas aceleradamente foram sendo substituídas por condomínios verticais, com menos espaços físicos internos e externos. As áreas privadas, e mesmo as públicas, destinadas ao lazer, foram rapidamente sendo substituídas por espaços produtivos mais lucrativos.
As consequências dessa urbanização pouco planejadae da falta de espaços de lazer também se refletiram nas moradias cujos espaços domiciliares se tornaram inadequados para as crianças brincarem, e como se sabe, é de fundamental importância que sejam oferecidos às crianças espaço de transmissão de cultura para que elas possam brincar e, assim terem oportunidades de criação, pois quando a criança brinca, reinventa cenas do cotidiano que a marcam, construindo sua própria história. 
A criança que consegue permanecer parada, sentada em frente à televisão é a que está mais próxima da civilidade e merece maior crédito. Os adultos e as crianças que brincam juntas de faz-de-conta tendem a ter uma relação mais saudável, amigável e prazerosa. Devido às constantes mudanças na realidade econômica tem-se percebido que a infância vem sofrendo uma perda no seu espaço e gerado o abandono das brincadeiras ao passo que estas são substituídas por outras atividades como: assistir televisão, jogos em computadores ou videogames como forma de preencher o tempo em que ficam em casa sozinhas. Segundo Brougére (1995, p. 50) [...] “a televisão transformou a vida e a cultura da criança bem como as referências de que ela dispõe. A área que mais sofreu com essa influencia, particularmente, foi no que se refere a sua cultura lúdica”. 
Os meios de comunicação, principalmente a TV tem representado um percentual muito grande de tempo na vida das crianças, a rua e os espaços públicos ou coletivos passam a ser pouco frequentados pelas crianças, e esses espaços são de suma importância para se ganhar liberdade e exercer autonomia. O bombardeio que se tem percebido da mídia nos lares torna-se perigoso, no que diz respeito a que tipo de cidadão irá se formar. A sociedade está cada vez mais sem tempo e espaços lúdicos.
De acordo com Carneiro e Dodge (2007), diante dessa situação, é possível destacar quatro espaços que podem ser reconsiderados ou criados como locais onde as crianças possam realizar livremente suas brincadeiras de forma saudável e que lhe permitirá aprender muito: a observação da natureza, o teatro, a brinquedoteca e a escola, onde a observação da natureza é fundamental, pois fornece benefícios provenientes do contato com ela, à variedade de coisas que ela apresenta descoberta das cores, formas, odores, sabores, pode ser relacionado às diferenças existentes entre os seres humanos.
O teatro é importante, pois, permite uma relação direta entre o público e os atores, exige a criatividade para fazer cenário e figurino. Enquanto que a brinquedoteca e a escola por sua vez se constituem em opções bastante atrativas, por disporem de um espaço organizado, que permite a criança a fazer suas escolhas tanto em relação aos objetos quanto a atividades que deseja utilizar. Sobre essa temática é indispensável considerar o pensamento de Freud (apud MEIRA, 2004) que expõe:
Não haveremos de buscar já na criança as primeiras marcas da atividade poética? A ocupação favorita e mais intensa da criança é o jogo. Acaso seja lícito afirmar que toda criança que joga se conduz como um poeta, criando-se um mundo próprio ou, mais exatamente, situando as coisas de seu mundo em uma nova ordem, grata para ele. Seria injusto, neste caso, pensar que não toma a sério este mundo: pelo contrário, toma muito a sério
seu brincar e dedica e ele grandes afetos. A antítese do brincar não é gravidade, senão a realidade. A criança distingue muito bem a realidade do mundo e seu brincar, apesar da carga de afeto com que o satura e gosta de apoiar os objetivos e circunstâncias que imagina em objetos tangíveis e visíveis no mundo real. Este apoio é o que ainda diferencia o “brincar” infantil do “fantasiar”. (FREUD, 1973, p.1344, apud MEIRA, 2004, p. 84).
De acordo com esse pensamento é possível possibilitar à criança um espaço agradável e a oportunidade dela expressar suas idéias, seus movimentos, bem como sua criatividade, além da atenção que ela necessita, permitirá que ela possa se desenvolver plenamente e assim, também ser autora da cultura.
A escola ainda é e sempre será um espaço de produção cultural e, por isso, no decorrer deste trabalho, discute-se as razões e a importância do brincar nesse ambiente, a presença dos pais no brincar do dia a dia e dos benefícios dessa prática nas instituições de ensino. 
3.2 As razões para brincar
Inúmeras são as razões que leva a criança a brincar que são extremamente importante para seu desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e social, pois, é brincando que a criança expressa vontades e desejos construídos ao longo de sua vida, por isso, quanto mais oportunidades a criança tiver de brincar mais fácil será o seu desenvolvimento. Segundo Carneiro e Dodge (2007, pág. 59), [...] “o movimento é, sobretudo para criança pequena, uma forma de expressão e mostra a relação existente entre ação, pensamento e linguagem”. A criança consegue lidar com situações novas e inesperadas, e age de maneira independente, e consegue enxergar e entender o mundo do lado de fora do seu cotidiano.
Atualmente as crianças em especial os meninos, entendem por brincadeira ou brinquedos apenas os jogos eletrônicos, objetos que fazem com que as crianças não se movimentem, deixando-as estáticas, sedentárias e obesas. Em contrapartida, as brincadeiras tradicionais, como, por exemplo, pular corda, elástico, pique alto, entre outras, provocam na criança os movimentem a todo tempo, gastando energia e dando liberdade para criar proporcionando alegria e prazer.
Muitas são as razões para as crianças brincarem, uma vez que os jogos, as brincadeiras e o próprio ato de brincar só faz bem a elas, pois, além de ser um direito da criança, como apresentado na Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, denominada Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescenta no Capítulo II, Art. 16°, Inciso IV, que toda criança tem o direito de brincar, praticar esportes e divertir-se. Nesse caso entende-se que a criança tem o direito de brincar, pois está amparada por lei, e esta é mais uma razão para brincar, além das inúmeras que já citada, brincar favorece a descoberta, a curiosidade, uma vez que auxilia na concentração, na percepção, na observação, e, além disso, as crianças desenvolvem os músculos, absorvem oxigênio, crescem, movimentam-se no espaço, descobrindo o seu próprio corpo. 
O brincar tem um papel fundamental neste processo, nas etapas de desenvolvimento da criança. Na brincadeira, a criança representa o mundo em que está inserida, transformando-o de acordo com as suas fantasias e vontades e com isso solucionando problemas. Os estudos de Cunha (1994) leva a acreditar que, o brincar além de divertir a medida que ensina, também é uma característica primordial na vida das crianças, “porque é bom, é gostoso e dá felicidade”. Além disso, proporciona alegrias e as deixam mais predispostas a ser bondoso, a amar o próximo e a partilhar fraternalmente, a conviver quando necessário em grupo, estes são outros pontos positivos dessa prática.
3.3 O brincar e a escola
O brincar desde há séculos está associado à vida da criança. Porém, somente quando se quebrou o pensamento tradicional de que eram simples brincadeiras foi que elas passaram a ser percebidas, introduzidas e valorizadas no espaço educacional das crianças menores. Posto que no passado, as brincadeiras funcionavam como simples forma de se fugir da realidade ou meio de distração, não lhe sendo conferido o caráter educativo Almeida (2005).
Na atualidade, pais e filhos têm ficado pouco tempo juntos e brincado menos ainda, essa atitude repassa para as escolas a responsabilidade de única fonte transmissora de cultura, por ser também o único lugar onde ainda existem espaços para que as crianças possam brincar e também porque estas dispõem de profissionais de educação com a incumbência de ensinar e resgatar as brincadeiras populares, utilizando também os jogos como algo que faz parte do cotidiano das crianças, sendo usado como uma nova forma de transmitir conhecimento, já que as atividades lúdicas são benéficas ao aprendizado.
De acordo com Almeida (2005, p. 5):
A brincadeira se caracterizapor alguma estruturação e pela utilização de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe maior liberdade de ação para as crianças. (ALMEIDA, 2005, p. 5).
Para Wajskop (2007) a prática da brincadeira na escola poderá promover aspectos diversificados na criança que serão de suma importância para o seu desenvolvimento biopsicossocial, sendo imprescindível para uma formação sólida e completa.
O brincar na vida da criança acontecerá tanto por meio de prática livre como de atividade dirigida, com regras e normas. Já os jogos são excelentes para desenvolver o raciocínio lógico, além, de proporcionar ainda o desenvolvimento físico, motor, social e cognitivo. Atualmente a aplicação desta nova maneira de transmissão de conhecimento tem sido bem mais fácil devido à quantidade de recursos e metodologias disponíveis ao professor.
Segundo Carneiro apud Dodge (2007): 
Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola, é preciso mudar a visão dos estabelecimentos a respeito dessa ação e a maneira como entendem o currículo. Isso demanda uma transformação que necessita de um corpo docente capacitado e adequadamente instruído para refletir e alterar suas práticas. Envolve, para tanto, uma mudança de postura e disposição para muito trabalho. (CARNEIRO apud DODGE, 2007, p. 91).
Em se tratando das práticas lúdicas ligadas as brincadeiras nas escolas tem-se percebido que atualmente os espaços para brincar só são abertos na educação infantil, e mesmo assim nem sempre é aceito de forma natural por muitos pais nem pela sociedade, ambos as vezes leiga sobre o assunto. O que se sabe é que as crianças precisam brincar, porque, brincando aprende a participar das atividades pelo prazer de brincar, sem visar uma recompensa ou temer castigo, mas adquirindo o hábito de estar ocupada, fazendo alguma coisa inteligente e ainda tendo a oportunidade de desenvolver uma mente criativa, experimentando o mundo ao seu redor, além de atribuir um novo sentido para sua vida. Mas, mesmo apesar de proporcionar todos esses benefícios, o brincar, a atividade lúdica, nas escolas de educação infantil quase sempre são muito dirigidos, se tornando menos espontâneo, criativo e prazeroso. Além disso, ainda tem as cobranças dos pais no sentido de obter um trabalho com bastante conteúdo, e na fase da educação infantil, a criança deve ser menos cobrada, ter uma menor pressão dos seus pais em relação à obtenção de um trabalho com conteúdos mais estruturados. 
Muitas vezes a escola não oferece oportunidades, espaços para a prática da brincadeira livre, e quase sempre, impede que aconteça. Seria valoroso que a escola se apropriasse da brincadeira, porque isso traria resultados mais relevantes e adequados às necessidades do mundo de hoje. Apesar da sua importância, a prática da brincadeira na pré-escola ainda tem é vista como simples preparação para a escola, sem valor pedagógico ou como um passatempo. Borba (2007), sobre essa questão afirma enfaticamente que:
A brincadeira é uma palavra estritamente associada à infância e às crianças. Porém, ao menos nas sociedades ocidentais, ainda é considerada irrelevante ou de pouco valor do ponto de vista da educação formal, assumindo frequentemente a significação de oposição ao trabalho, tanto no contexto da escola quanto no cotidiano familiar. (BORBA, 2007, p. 34).
Essa é uma difícil tarefa a ser resolvida, porque nem sempre a instituição de ensino atribui o devido valor ao brincar, o que acontece no máximo é integrar a brincadeira fazendo uma atividade dirigida, e também depende do profissional de educação estar preparado para mudanças e usar isso no seu cotidiano.
Uma questão percebida nas escolas, depois da nova lei que mudou a idade de acesso ao ensino fundamental de sete anos para seis anos, e de acordo com a LDB, art. 32, “o ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública, a partir dos seis anos...”, é de que as crianças chegam mais novas e se deparam com uma grande diferença, um verdadeiro abismo, pois na Educação Infantil eles eram estimulados a brincar e no Ensino Fundamental são reprimidos o tempo todo quando o assunto é esse.
De acordo com Toledo:
A aprendizagem é comprometida, neste sentido, como algo linear e o desenvolvimento infantil constituído por etapas. Assim, até os seis anos ainda é permitido à criança brincar, porém, na Fase I a brincadeira passa a ser vista de forma negativa. (TOLEDO 2008, p. 6).
No discurso de muitos professores é possível ouvir a fala de que a brincadeira atrapalha o aprendizado. E essa afirmação é algo até popular, pois quem já não ouviu a mãe dizer: “menina, que mania feia de fazer tudo na brincadeira”. Os próprios pais estranham o “exagero na quantidade de brincadeiras na educação infantil” chegando às vezes até questionam os porquês desse método ou mesmo a fazerem afirmações do tipo: “Aqui não é escola, é tipo creche. As crianças vêm só para brincar, não fazem trabalhinho de ler e escrever”.
Muitas vezes, o ler e escrever são colocados na frente de outros aprendizados e mesmo que tentando explicar que é preciso desenvolver outras áreas e amadurecê-las para o momento da alfabetização, é possível ouvir alguns pais fazerem o seguinte argumento: “...mas o mundo lá fora não quer saber disso! Ele tem que ler e escrever”. (VIGOTSKI, 1987, p. 35). De acordo com este autor, observa-se que:
O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos. (VIGOTSKI, 1987, p.35).
Em contrapartida aos discursos dos pais de que o aluno só vai aprender se deixar de lado a brincadeira, Vigotski afirma que a brincadeira pode sim proporcionar o aprendizado fazendo com que a criança se relacione com o outro, entenda as relações humanas, seu papel nelas, construindo sua identidade. Muitos querem separar o brincar do aprender e dizem que escola não lugar de brincadeira.
Nessa mesma linha de pensamento Toledo (2008) diz que:
Ao considerar as brincadeiras das crianças como algo que atrapalha a aprendizagem, a escola começa a separar os momentos que são para “aprender” dos que são para “brincar”. Porque esses momentos precisam ser separados? Porque as crianças precisam deixar de brincar para serem transformados no adulto? Porque o adulto não pode brincar? (TOLEDO, 2008, p. 12).
É importante que a criança perceba que o ambiente escolar é uma comunidade onde os mais diferentes tipos de personagens interagem entre si de maneira que haja sempre troca de saberes. Assim, a convivência entre professores, alunos, pais e funcionários proporciona experiências inigualáveis para a vida dessas pessoas.
3.4 O brincar entre pais e filhos
A família é considerada a menor unidade da sociedade, porém, é também considerada a primeira, mais duradoura, estável e caracteriza-se como o menor grupo social que se tem conhecimento. Sendo assim, os pais ou responsáveis devem assumir o papel de mantedores dessa célula da sociedade, provendo sustento e educação, além de transmitir valores culturais.
No entanto, a grande preocupação da maioria dos pais é com relação à educação dos filhos. Eles acham que fornecer uma boa estrutura financeira, a escolha da escola, a moral e os bons exemplos são as mais importantes ferramentas para formar um bom caráter, mas não é apenas com regras que as crianças se tornam pessoas melhores. A aproximação dos pais com os filhos é fundamental para o futuro das crianças. Quando os pais brincam com os filhos, podem ensiná-los a perder medos e a lidar com frustrações. É a melhor forma de ajudá-los a desafiar a vida e a vencer alguns obstáculos. Eles se sentem mais confiantes, poistêm a pessoa amada ao seu lado.
Segundo estudos recentes, 30 minutos por dia já são suficientes para ter uma criança segura, feliz e de bem com a família. Mas será que os pais conseguem dedicar e priorizar 30 minutos para o desenvolvimento adequado dos seus filhos? Em vez de dar o videogame do momento, os pais deveriam presenteá-los com algo melhor: mais tempo para os filhos. Assim, podemos dizer que não é o brinquedo que se torna o mais importante, mas o ato de brincar. O momento que família dedica ao filho, abrindo mão de formalidades, sentando no chão, mudando a voz, fazendo personagens, inventando brincadeiras, trocando de papéis.
As famílias modernas acabaram deixando a brincadeira de lado. Não há tempo. Os pais saem de casa para o trabalho antes de seus filhos acordarem e quando voltam, eles já estão dormindo. A mãe saiu para o mercado de trabalho, sobrou pouco tempo para brincar com suas crianças. Assim, para preencher o espaço deixado por eles, os DVDs, os jogos eletrônicos, até os cursos de idiomas, esportes, etc. são usados para isso.
Os pais deveriam no mínimo conhecer e reconhecer os benefícios que o ato de brincar proporciona às crianças. Assim, além de mudarem suas posturas, valorizariam mais o brincar dessas crianças na escola. É de fundamental importância ressaltar que apesar dos grandes benefícios que o brincar na escola proporciona, nada pode substituir a brincadeira entre pais e filhos, pois os benefícios da troca entre os progenitores e seus descendentes geram confiança e estabilidade para que essas crianças se sintam preparadas para interagir com novas comunidades, a escola, por exemplo.
3.5 Os benefícios do brincar
Em relação aos benefícios do brincar, pode-se dizer que em geral estão diretamente ligados ao desenvolvimento infantil. Tanto o brincar pelo brincar, quanto o brincar dirigido (jogos), faz bem à criança e ao seu desenvolvimento em todos os aspectos.
Como já mencionado anteriormente são inúmeros os benefícios causados pelo brincar, sendo eles alguns aqui citados, deixa as crianças mais felizes e alegres, bem como as diverte, desenvolve habilidades físicas, ensina a respeitar as regras, ajuda na socialização, no aprendizado, na criatividade, na relação com o próximo.
Mas cabe uma observação, é extremamente importante divulgar entre os pais, responsáveis, profissionais da educação, os benefícios que o brincar traz para o desenvolvimento das crianças. Quando as crianças são estimuladas, o reconhecimento dos benefícios tem um valor muito maior. E conforme já foram citados anteriormente, os pais podem exercer um papel importantíssimo no brincar de seus filhos.
Pode ser citado ainda dentre desta proposta Carneiro e Dodge (2007), ao afirmarem que:
Ao estimular as crianças durante a brincadeira, os pais tornam-se mediadores do processo de construção do conhecimento, fazendo com que elas passem de um estágio de desenvolvimento para outro. Também, ao brincar com os pais, as crianças podem se beneficiar de uma sensação de maior segurança e liberdade para exploração, além de se sentirem mais próximas e mais bem compreendidas, o que pode contribuir para o melhor desenvolvimento de sua auto-estima e independência. (CARNEIRO e DODGE, 2007, p. 201).
Quando os pais estimulam a brincadeira já de forma lúdica em casa, a criança não terá problema de assimilação quando fizerem uso de brinquedos com essa finalidade na escola. Portanto, os pais ajudam no processo de aprendizagem dos filhos à medida que praticam brincadeiras lúdicas em casa.
4. CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO JOGO
Ao considera o jogo como sendo um importante instrumento didático também é possível constatar teoricamente a partir desta proposta inúmeras e interessantes considerações a ser observado como, por exemplo, expressões como: jogos, brincadeiras, brinquedo, atividade lúdica e esporte. Na visão de Brotto (2001, p. 12), não existe uma teoria completa do jogo, nem ideias admitidas universalmente, o autor sintetiza os principais campos culturais e científicos onde os jogos são utilizados das mais diversas formas ou combinações a citar:
- Sociológico: influência do contexto social no quais os diferentes grupos de crianças brincam juntos socializando entre si;
- Educacional: a contribuição do jogo para a educação; desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança;
- Psicológico: o jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psiquê, das emoções e da personalidade individuais e coletivas dos indivíduos;
- Antropológico: a maneira como o jogo reflete, em cada sociedade, os costumes e a história das diferenças culturais;
- Folclórico: analisa o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos nele refletidos.
Observando essas concepções é possível compreender que o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço no processo de ensino aprendizagem, devendo segui regras livremente consentidas no meio educacional e cultural do povo, devendo ser obrigatória sua adoção desde que acompanhado de um sentido de forma a promover além do aprendizado, a satisfação e alegria, pois a criança deve aprender de forma alegre e divertida. Nesta perspectiva, Brougére (2004) complementa que:
A palavra "jogos" aplica-se mais às crianças e jovens, exclui qualquer atividade profissional, com interesse e tensão e, por isso, vai além dos jogos competitivos e de regras, podendo contemplar outras atividades de mesma característica como: histórias, dramatizações, canções, danças e outras manifestações artísticas (BROUGÉRE, 2004, p. 16).
É importante perceber que jogo constitui-se numa atividade primária do ser humano. É principalmente na criança que se manifesta de maneira espontânea; aliviando nela a tensão interior e permitindo-lhe a educação do comportamento. Desta forma é possível verifica-se que o jogo auxilia positivamente no desenvolvimento físico, mental, emocional e social do sujeito.
Como forma de referendar a importância do jogo como um dos componentes imprescindíveis da cultura humana, Murcia (2005) ressalta que:
O jogo é um fenômeno antropológico que se deve considerar no estudo do ser humano. É uma constante em todas as civilizações, esteve sempre unido á cultura dos povos, a sua história, ao mágico, ao sagrado, ao amor, a arte, a língua, a literatura, aos costumes, a guerra. O jogo serviu de vínculo entre povos, é um facilitador da comunicação entre os seres humanos. (MURCIA, 2005, p. 9)
Murcia (2005, p. 11), afirma que o jogo deve ser considerado como uma atividade natural de todo ser humano, ressalta também que: “essa palavra está em constante movimento e crescimento, e faz parte de nossa maneira de viver e de pensar; o jogo é sinônimo de conduta humana”. Por isso é bom lembrar que desde muito cedo o jogo na vida da criança ocupa uma fundamental importância, pois quando ela brinca, manipula, explora e manuseia tudo o que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e principalmente sem se sentir coagida por algum adulto a fazer isso, ela começa ai a desenvolver um sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, pelo brincar, passando a dar grande valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante. 
Pinto e Lima (2003), sobre o uso do jogo e brincadeira com crianças faz importante verificação a saber:
As brincadeiras e os jogos são as melhores maneiras de a criança se comunicar e se relacionar com outras crianças. É através das atividades chamadas lúdicas que a criança poderá conviver com os mais diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade interior. Ela irá aos poucos se conhecendo melhor e aceitando a existência dos outros, estabelecendo suas relações sociais. (PINTO e LIMA, 2003, p. 5).
Como bem observa o autor, o jogo estimula tanto o desenvolvimento intelectual da criança como sua relação interpessoal, comportamento indispensável e fundamental para o processo de aprendizagem infantil. Assim sendo, quando as crianças jogamou criam os seus próprios métodos de jogos, terão uma melhor compreensão de como o mundo funciona e de como poderão lidar com ele à sua maneira, respeitando seus limites, podendo impor suas condições e aprender a aceitar a condição das outras crianças. Os jogos, portanto, podem ser afirmações do que está acontecendo, ou representações do que as crianças entendem. No que consiste aos tipos de jogos, é importante destacar que são normais às expressões como: jogo tradicional e jogo popular, como se constata nos estudos de Murcia. 
Na sua visão o autor ainda verifica que os jogos podem ser classificados por diferentes nomenclaturas dependendo da sua origem no meio social e cultural do povo. Contudo, o jogo está inserido em diversos contextos e modalidades, onde conforme o mesmo autor, também se destaca os jogos folclóricos por evidenciarem um leque de manifestações provenientes da realidade sócio-histórica de uma dada sociedade, o que jamais deve ser desconsiderado por fazer parte da historia da criança.
Quanto à utilização do jogo, este pode ser direcionado a uma clientela bem diversificada e com diferentes idades, as pesquisas de Brougère (2004, p. 13) evidenciam que: “O jogo pode ser destinado tanto à criança quanto ao adulto: ele não é restrito a uma faixa etária. 
Conforme a vasta oportunidade de recursos que envolvem o lúdico, não se pode perder de vista o referencial da cultura, que por sua vez, é muito importante, pois retrata a história de um povo e nesse contexto, o jogo se torna em um elo, ligando a historicidade dos antepassados da humanidade que deixaram um legado de modalidades lúdicas que servem como entretenimento e lazer.
	
5. RESGATANDO A HISTÓRIA DO JOGO NA EDUCAÇÃO
Fazendo uma análise da história da educação é possível observar que a aprendizagem por meio da adoção de jogos e brincadeiras foi incentivada por inúmeros teóricos que desde os tempos da Grécia antiga já ressaltavam sobre a importância da atividade lúdica no processo de formação da criança. Embora a utilização de brinquedos e jogos como recurso para o ensino tenha sido empregado somente séculos depois, desde a antiguidade havia quem defendesse a ideia da brincadeira como instrumento de crescimento intelectual da criança. 
Os jogos destinados ao preparo físico aparecem entre os romanos com a finalidade de formar soldados e cidadãos obedientes e devotos. A influência grega traz às escolas romanas uma nova orientação, acrescentando á cultura física à formação estética e espiritual. De acordo com Aranha:
Sob a orientação do pedócriba (instrutor físico), é iniciado em corrida, salto, lançamento de disco, de dardo e em luta, as cinco modalidades do pentatlo, competição famosa de jogos. Aprende assim a fortalecer o corpo e a exercer o domínio sobre si próprio, já que a educação física nuca se reduz à mera destreza corporal, mas vem acompanhada pela orientação moral e estética. (ARANHA, 1996, p. 52):
Na Grécia Antiga os jogos já eram utilizados não apenas como recurso de desenvolvimento corporal da população, mas como uma importante atividade de crescimento moral, auxiliando assim no processo de formação da criança e do jovem.
Kishimoto (2003, p. 40) em seus estudos confirmou que na Idade Média devido a imposição de dogmas pela igreja distanciou-se o desenvolvimento da inteligência e da arte de pensar pela atividade lúdica onde: “Neste clima não houve condições para a expansão dos jogos, considerados delituosos, á semelhança da prostituição e embriaguez.” Assim, nas pesquisas do autor, os jogos neste período foram associados aos jogos de azar, muito utilizado nesta época. Por outro lado, não se constatou nos estudos feitos por Kishimoto a utilização de jogos como uma atividade com fins educacionais, mas apenas como uma brincadeira utilizada pela população sem objetivos pedagógicos.
Somente a partir do século XVIII, foi que se fortaleceram as ideias sobre a importância do lúdico a educação. Segundo Oliveira (2002, p. 64) o educador Comênio (1592-1670) defendia que: “A exploração do mundo através do ato de brincar era vista como uma forma de educação pelos sentidos. Daí sua defesa de uma programação bem elaborada, com bons recursos materiais, racionalização do tempo e do espaço escolar.” Assim sendo entende-se que os jogos eram utilizados para estimular os sentidos e com isto fazer com que as crianças pudessem avançar em seu desenvolvimento cognitivo. 
Também sobre a importância do ato de brincar para o desenvolvimento psíquico do ser humano, Bettelheim afirma que:
“Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo. Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos.” (BETTELHEIM, 1984, p. 105)
Conforme o autor a criança quando brinca cria situações imaginárias através das quais acabam se comportando como se estivesse agindo no mundo do adulto, e, enquanto ela brinca, seu conhecimento sobre o mundo se amplia, uma vez que ela pode fazer de conta e se colocar no lugar do adulto.
Assim, no ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que apresentam ser. Ao brincar a criança recria e repensa os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que está brincando.
Outro importante pesquisador que muito contribuiu para o incentivo do uso dos jogos como modalidade de ensino por meio de atividades lúdicas na educação foi Rousseau (1712-1778), para este autor, esse tipo de atividades chamadas lúdicas deveriam ser aproveitadas no ambiente educacional já que proporcionavam a ideia de liberdade de expressão, utilização da experiência e da emoção como incentivo à aprendizagem.
Quem também utilizou os jogos no campo educacional e obteve bons resultados foi Froebel (1782-1852), além de ter contribuído também com diversos recursos pedagógicos. Com base nesse pressuposto, Kishimoto (1996, p. 42) enfatiza que:
É com Froebel que o jogo é entendido como objeto e ação de brincar, passa a fazer parte da história da educação pré-escolar. Partindo do principio de que, manipulando e brincando com materiais como bola, cubo e cilindro, montando e desmontando cubos a criança estabelece relações matemáticas e adquire noções primárias de Física e Metafísicas. (KISHIMOTO, 1996, p. 42).
Portanto, ao criar muitas formas de se utilizar o jogo como recurso pedagógico Froebel também permitiu a criança à ação do brincar e ao mesmo de adquirir conhecimentos intelectuais importantes no espaço escolares onde diferentes conteúdos disciplinares puderam ser compreendidos.
Maria Montessouri (1879-1952) apesar de ser médica, também se dedicou de forma impressionante ao magistério e ressaltou com muita amplitude a importância significativa da utilização dos brinquedos como instrumento de aprendizagem. Para Oliveira (2002, p. 74), esta educadora contribuiu significativamente com a educação lúdica, além disso, também construiu recursos pedagógicos como, por exemplo: “letras móveis, letras recortadas em cartões lixa, contadores e diversos outros instrumentos sendo que pudesse levar a criança a aprender de forma lúdica e prazerosa.” A proposta de Maria Montessouri era levar em conta a valorização da criança e a adaptação da escola conforme a faixa etária do educando.
Ainda na primeira metade do século XX, destacou-se Celestin Freinet (1896-1966), ele adaptou sua prática pedagógica mediante a diversas atividades manuais e intelectuais que ultrapassavam os limites da sala de aula, dando a criança à oportunidade de viver e realizar novas experiências no meio social livremente. Oliveira (2002, p. 77) ressalta que, “A seu ver, as atividades manuais e intelectuais permitem a formação de uma disciplina pessoal e a criação do trabalho-jogo, que associa atividade e prazer e é por ele encarado como eixo central de uma escola popular.”
Para Freinet (1966), a aquisição do conhecimento é algo fundamental, porém,deve ser garantida de forma livre e significativa, respeitando-se o livre arbítrio da criança bem como os seus limites e seu gosto pela proposta de ensino lúdica, pois, poderá haver alguma criança que não vai conseguir interagir igualmente as demais. Portanto, a estratégias de se usar trabalhos envolvendo jogos deverá sempre procurar criar um clima de confiança, diálogo, respeito, tolerância, compromisso e responsabilidade entre os alunos. De acordo com Paiva (1996), Freinet elaborou sua pedagogia, com técnicas construídas com base na experimentação e documentação, que dão à criança instrumentos para aprofundar seu crescimento e desenvolver sua ação.
Que fez uso de atividades lúdicas foi Decroly (1871-1932), ele fez uso dessa ferramenta como meio de valorizar na sua pedagogia, com relação às atividades lúdicas, procurou transformar os jogos sensoriais e motores em jogos cognitivos, ou de iniciação às atividades intelectuais propriamente ditas onde a ideia-chave era o desenvolvimento da relação nas necessidades da criança, no trabalho e, sobretudo, na reflexão.
Aranha sobre o assunto afirma que:
Segundo Decroly, as unidades de globalização, a que ele chama de centros de interesse, devem ser determinadas de acordo com as necessidades primordiais da criança: alimentação, respiração, asseio, proteção contra as intempéries e os perigos, jogo e trabalho – em toas as atividades, em todas as matérias, devem girar em torno de tais centros. (ARANHA, 1996, p. 145).
Muitas fora as criticas tecidas contra a utilização dos jogos nas escolas, apesar disso, o que se tem percebido é que eles contribuíram e expandiram-se de todas as formas: jogos para aprendizagens das matemáticas, das ciências, português, geografia e história; enfim uma sequência infindável de jogos didáticos.
Assim, ao constatar no passado que o lúdico foi utilizado por importantes educadores, pôde-se verificar que o jogo não esteve presente somente como apenas mais uma atividade pedagógica a ser incluída no planejamento escolar, mas sim como uma ação que mobilizou os profissionais até aqui mencionados, principalmente pelos levados pelos resultados positivos alcançados e também por saberem e acreditarem ser o lúdico um recurso de extrema importância para o desenvolvimento da criança no processo de ensino aprendizagem como diz Freire:
No processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que e capaz de aplicar o aprendido-apreendido a situações existenciais concretas. Pelo contrario, aquele que e "enchido" por outros de conteúdos cuja inteligência não percebe, de conteúdos que contradizem a própria forma de estar em seu mundo, sem que seja desafiado, não aprende. (FREIRE, 2001, p. 21).
Do ponto de vista da necessidade de se considerar os sujeitos que aprendem como agentes culturais; Paulo Freire (2001), deve ser citado como sendo, certamente, o pioneiro a lembrar que o conhecimento tem duas bases em uma determinada cultura e que esta deve ser considerada quando atentarmos para a educação como elemento libertador, isto é, quando ensinarmos para conferir ao homem instrumentos intelectuais para atuar criticamente no meio em que vive.
Quando o professor propõe a seus alunos uma atividade de jogo, está propiciando que aprendam Português, por exemplo, de forma "muito seria", embora a situação seja de "brincadeira". O jogo desperta o interesse dos alunos, favorece a concentração e o envolvimento mental da criança, o desenvolvimento da autonomia, a interação social, a construção de valores morais, a capacidade de enfrentar situações, facilitando o processo de aprendizagem. Paulo Freire (2002) acertadamente afirma que: "Ensinar não é apenas transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender". (FREIRE, 2002, p. 25).
6. JOGOS E BRINCADEIRAS EM UMA ESCOLA DE AMARANTE
Ao se utilizar dos jogos e brincadeiras na alfabetização das crianças é possível alcançar inúmeras situações que possibilitam uma aprendizagem eficaz, segundo mostram às pesquisas de Queiroz (2003). O jogo pode ser extremamente interessante como instrumento pedagógico, pois incentiva a interação e desperta o interesse pelo tema estudado, além de fomentar o prazer e a curiosidade. 
Uma coisa é necessária reconhecer: que o uso dos jogos auxilia e muito na educação integral da criança, pois podem dar conta de uma reflexão sócio-histórica do movimento humano, oportuniza também a criança no seu processo de investigação e problematização das práticas, provenientes das mais variadas manifestações culturais e presentes no seu cotidiano, tematizando-as para melhor compreensão.
Portanto, tem se percebido que as escolas têm consciência da importância de se fazer uso dos jogos e brincadeiras na educação da criança, pois, reconhece que tais ferramentas fornecem informações fundamentais a respeito da criança e de suas emoções, da forma de interagir com seus colegas, seu desempenho físico-motor, seu estágio de desenvolvimento, seu nível linguístico, assim também sua formação moral. Tudo isso acontece de forma divertida e a criança ainda aprende a se relacionar com os colegas e também a descobrir o mundo em sua volta.
A utilização de jogos e textos variados tem se tornado em excelentes recursos para aprendizagem, pois entre outras coisas vieram facilitar a participação, integração e comunicação dos alunos, proporcionando-os meios para compreenderem e expressar-se bem, inclusive na língua padrão, mesmo depois de dominarem diferentes tipos de linguagens e instrumentos textuais lhes apresentados com os jogos, brinquedos e brincadeiras. Neste sentido, o jogo na escola, como comenta Santos:
Com o uso de jogos na escola ganha-se espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem. (SANTOS, 2000, p. 37).
Compreende-se desta assim a necessidade do jogo bem como sua importância para o desenvolvimento intelectual, motor e social da criança, estimulando através do lúdico sua criticidade, criatividade e habilidades sociais. Portanto, quando se utiliza das atividades lúdicas o professor proporciona aos seus alunos a oportunidade de interagir-se por meio da Língua Portuguesa de forma dinâmica, interpretando texto, expressando suas ideias e ou mesmo extrapolando seus conhecimentos para outras áreas.
Os brinquedos educativos não só distraem como também auxiliam no desenvolvimento. Os brinquedos lúdicos (imagem 6 a 8) estimulam a inteligência das crianças.
Entre os brinquedos mais úteis na aprendizagem estão fantoches (imagem 3), fantasias, brinquedos de montar (LEGO) e blocos lógicos (imagem 4). Com as fantasias e fantoches, as crianças soltam a imaginação, colocam tudo o que pensam para fora. Elas vivenciam uma história e entendem bem melhor.
Já os blocos lógicos são indispensáveis na época da alfabetização. Eles têm letras e estão divididos em pedacinhos e estimulará a criança a montar, fazendo os encaixes corretos, desenvolver assim sua percepção e o raciocínio lógico (imagem 5 a 6).
Com os blocos, a criança começa a entender soma e subtração. Nesse sentido, considera-se que determinados objetivos só podem ser conquistados se os conteúdos tiverem um tratamento didático específico, ou seja, se houver uma estreita relação entre o que se ensina com o como ensinar como diz Nunes (2004): 
As atividades lúdicas têm o poder sobre a criança de facilitar tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas intelectuais e morais. Ademais, a ludicidade não influencia apenas as crianças, ela tambémtraz vários benefícios aos adultos e jovens, os quais adoram aprender algo ao mesmo tempo em que se divertem (NUNES, 2004, p. 41).
Entende-se que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, local onde vive ou estuda, não podendo ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita comprovadamente a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Observando a escola objeto de estudo desta pesquisa, foi possível perceber que o uso do lúdico não é algo costumeiro, pois, já não oferece mais a educação infantil, porém, ainda há professores que utilizam, de acordo com a pesquisa, como maneira de estimular o raciocínio principalmente nas disciplinas de matemática e linguagens. No ato da aplicação dos questionários, perguntou-se, por exemplo: Qual é o objetivo dos brinquedos e das brincadeiras nas salas de aulas. Dentre os entrevistados, 80% disseram que é promover o melhoramento do raciocínio logico e interação social da criança. 20% apenas acreditam que os jogos não são bons pois vicia a criança apenas em brincar.
Gráfico 1 - Qual é o objetivo dos brinquedos e das brincadeiras nas salas de aulas.
Fonte: SANTOS, 2012.
O professor deve cuidar para não deixar que o uso dos jogos e das brincadeiras na sala de aula não sejam vistos como simplesmente brinquedos ou brincadeira, mas, mostrar o real sentido de sua aplicação nos momentos das aulas.
Na oportunidade perguntou-se também: Quais são as brincadeiras que as crianças mais gostam? Todos praticamente citaram as mesmas brincadeiras como: musicas com mimicas, pular corda, correr, tabuleiro (imagem 1) pular amarelinha, quebra cabeças, dominós de multiplicação, jogos da memória (imagem 2), pé-de-lata (imagem 5), formar palavras (imagem 8).
Gráfico 2 - Quais são as brincadeiras que as crianças mais gostam? Visão do professor.
Fonte: SANTOS, 2012
Viu-se neste caso a preferencia das brincadeiras elencadas pelas criança, fato que leva a crer que elas levam a serio as brincadeiras aplicadas no momento das aulas não como meras brincadeiras. Quando se questionou aos alunos: Do que você mais gostam de brincar? As respostas foram as seguintes: coelho pra toca, cai no poço, de roda, do cola, de casinha, de aulinha, pular corda, dominó, amarelinha, quebra cabeça, pega-pega. 
Gráfico 3 – Do que você mais gosta de brincar? Visão da criança .
Fonte: SANTOS, 2012
Também perguntou as crianças: Com quem aprendeu essas brincadeiras citadas? Elas responderam em sua maioria com a mãe, a avó e a professora.
Autores como Almeida (2005) e Santos (2000), propõe que o professor ofereça situações desafiadoras que motivem e valorizem os diferentes processos de aprendizagem que podem levar o aluno a diferentes respostas, estimulando a criatividade e a redescoberta. Pois o professor, além de mediador, pode, muitas vezes, exercer o papel de observador, organizador e integrante das atividades lúdicas e devem levar em contas alguns aspectos para possibilitar um melhor desenvolvimento da criança, tais como:
· Providenciar espaços e materiais com os quais possa exercitar sua criatividade e imaginação;
· Permitir a repetição de jogos;
· Relembrar com os alunos as brincadeiras que são comuns na infância e que em várias regiões brasileiras como é o caso de: esconde-esconde, o passar-anel; os jogos de sorte; o pega-pega. Dentre outras.
7. PERSPECTIVAS PSICOLÓGICAS SOBRE O JOGO
Atualmente muitos outros profissionais da área da educação fazem importantes alusões ao uso do lúdico como instrumento educacional que tem dado certo desde que usados adequadamente, profissionais da Psicologia da Educação são os que mais enfocam sobre a utilização do jogo como importante instrumento educacional que obtêm resultados positivos. Dentre os profissionais pode ser citado Piaget, Vygotsky e Antunes, ambos selecionados devido as suas pesquisas terem alcançado grande popularidade no campo educacional e também devido as suas importantes contribuições teóricas. Além disso, contribuem significativamente para com o educador alfabetizador.
7.1 Concepções de Jean Piaget
Jean Piaget através de suas pesquisas apresentou contribuições significativas para a educação escolar, embora acredita-se não ser este seu objetivo principal. Porém, os reflexos de sua teoria auxiliam no entendimento acerca da criança, em idade escolar ou não.
De acordo com o pensamento de Piaget (1998, p. 35), cada atitude de inteligência apresentada pela criança pode ser definido pelo equilíbrio existente entre as tendências da assimilação e acomodação. Onde na assimilação, o individuo neste caso a criança, incorpora eventos, objetos ou situações dentro do pensamento, que constituem as estruturas mentais organizadas. Já na acomodação, as estruturas mentais existentes se reorganizam, incorporando os novos aspectos do ambiente externo. Durante o ato da inteligência, o sujeito adapta-se às exigências do ambiente externo, enquanto ao mesmo tempo, mantém sua estrutura mental intacta. 
O brincar, neste caso, é indicado pela primazia da assimilação sobre a acomodação. Ou seja, o sujeito assimila eventos e objetos ao seu eu e suas estruturas mentais. Quando a criança, devidamente orientada pelos educadores, compreende as regras do jogo (acomodação), ela poderá atingir o segundo estágio, ou seja, adquirir novo conhecimento (assimilação) avançando então em seu processo de aprendizagem por meio da experiência simbólica.
Neste estágio a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras. Assim, ao final terá conseguido atingir uma forma de equilíbrio, isto é, deverá desenvolver recursos pessoais para resolver uma série de situações através de uma inteligência explícita, ou sensório-motora.
Na fase pré-operatória que varia dos 2 aos 6 anos aproximadamente, a criança começa a desenvolver ativamente sua linguagem própria, o que lhe dará possibilidades de, além de se utilizar à inteligência prática decorrente dos esquemas sensoriais-motores formados na fase anterior, inicia aí a capacidade de representar uma coisa por outra, ou seja, formar esquemas simbólicos. O alcance do pensamento irá aumentar, obviamente, mas lenta e gradualmente, e assim a criança continuará bastante egocêntrica e presa às ações. Nesta etapa ela já é capaz de adquirir a noção da existência de regras e começa a jogar com outras crianças jogos de faz de conta, brincadeiras de roda, fantoche etc.
A fase das operações concretas acontece segundo o autor entre os 7 aos 11 anos aproximadamente. Nela pode-se constatar também que a frequência à escola, será marcada por grandes aquisições intelectuais. Observa-se nos estudos de Piaget (1998) que neste período ocorre um declínio do egocentrismo intelectual obtido na fase anterior e um crescente incremento do pensamento lógico formal. A criança terá um conhecimento real, correto e adequado de objetos e situações da realidade externa, e poderá trabalhar com eles de modo lógico. Nesta importante etapa, as crianças aprendem as regras dos jogos e estão prontas pra jogarem em grupos. 
Nesta fase os jogos apresentam regras como, por exemplo: futebol, damas, amarelinha, dominó etc. envolvendo principalmente atividades de cooperação, estratégias e discussões. Já na fase operatório-formal, dos 12 anos em diante, a inteligência da criança apresenta progressos impressionantes e bastante notáveis, pois, começa ai raciocinar logicamente e já é capaz de sentir e pensar sobre os acontecimentos a sua volta. Na adolescência que é o período entre a infância e idade adulta, caracteriza-se pelo desenvolvimento biológico, psicológico e social. Nesta etapa, jogos envolvendo o raciocínio lógico, estratégias e a criticidade tendem a chamar a atenção dos adolescentes.
Ainda neste estágio destaca-se principalmente, a maturação do sistema nervoso e a experiência com objetos concretos, afirma Piaget (1998) que emseus estudos ressalta da interação social como condição necessária para o desenvolvimento intelectual da criança para que ela possa se desenvolver tanto física quanto cognitivamente, para isso, torna-se importante que ela seja incluída em atividades grupais, sendo o jogo neste caso, um instrumento significativo para o seu crescimento.
Nesta ótica, Piaget (1998, p. 37) ao longo de seus estudos dividiu os jogos em três sistemas sucessivos sendo: de exercício, simbólico e de regras de modo que cada etapa corresponde às três fases do desenvolvimento da criança. Observa ainda o autor que o jogo de exercício, que geralmente deverá ser apresentado a criança nos primeiros 18 meses de vida, devendo envolver a repetição das sequências já estabelecidas de ações e manipulações, não com simples propósitos práticos ou instrumentais, mas de forma a proporcionar prazer derivado das mestrias de atividades motoras. 
O 1º tipo de jogo surge por volta de 1 ano de idade, estes exercícios práticos vai aos poucos tornando-se menos numerosos e diminuem em importância; a criança passa a partir dai a fazer repetições, combinações, ações e de manipulações, ela começa a definir metas para si mesmas e os jogos de exercícios são transformados em construções; observa-se que os jogos de exercícios adquirem regras explícitas e, então se transformam em jogos de regras. No 2º caso aparecem os jogos simbólicos que surge no segundo ano de vida da criança com o aparecimento da representação e da linguagem. Segundo Oliveira (1988, p. 47), na teoria piagetiana, a brincadeira de faz de conta é inicialmente uma atividade solitária envolvendo a utilização de símbolos e brincadeiras sociodramáticas, já os símbolos coletivos não aparecem senão no terceiro ano de vida. Nesta fase o faz de conta precoce envolve elementos que variam com o tempo como: comportamento descontextualizado, como dormir, comer; realizações com outros, como dar de comer ou fazer dormir; uso de objetos substitutos, como blocos no lugar de bonecas e combinações sequências imitando ações que desenvolvem o faz de conta.
O 3º e ultimo tipo de jogo que Piaget (1998) examina é o de regra, que marca a passagem do individualismo na atividade individual para a socialização. Este jogo ocorre entre 4 e 7 anos e vai até os 12 anos e continua durante toda a vida do indivíduo podendo ser: esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, etc.
Para este autor, a regra requer a interação de dois indivíduos e sua função é regular e inteirar o grupo social, pois os jogos de regras são classificados em jogos: sensório-motor como o futebol e intelectual como o xadrez. A característica principal deste tipo de jogo é a existência de um conjunto de leis impostas pelo grupo, onde o descumprimento é geralmente penalizado e existe grande competição entre os indivíduos competidores. O jogo de regra exige parceiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social.
7.2 Concepções de Vygotsky
Já Vygotsky (1984) classifica o brincar em três fases. Para o autor logo durante a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, geralmente representado pela mãe com quem tem mais contato, começa então a falar, andar e se movimentar em volta das coisas. Acredita o autor que esta fase possa estender-se até os sete anos. Na segunda fase a característica mais marcante é a imitação onde geralmente a criança copia os modelos dos adultos. Já a terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.
Segundo Vygotsky (1984, p.39), o lúdico influencia grandemente o desenvolvimento da criança. “É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, pensamento, interação e da concentração.” Observa-se com isto que no ato de jogar, o sujeito desenvolve a capacidade imaginativa, possibilitando a construção de relações entre o imaginário pleno e o real. Elegendo a aprendizagem como processo principal do desenvolvimento humano, Vygotsky afirma que:
A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz (VYGOTSKY, 1984, p. 35). 
Ao brincar a criança se interage com o ambiente a partir do qual vai construindo novos significados, utilizando para isto seu próprio potencial intelectual. De acordo com Vygotsky é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. A criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras.
7.3 Concepções de Antunes
Contribuindo para o desenvolvimento das habilidades da criança, Antunes (1998, p. 13) define a inteligência humana como: “uma capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários”. Antunes apud Gartner leva acreditar que:
A inteligência abrange uma série de habilidades onde todos os seres humanos possuem potencialidades, mas por razões genéticas e ambientais os indivíduos diferem enormemente entre si quanto aos seus perfis intelectuais. (GARTNER, 2000, p. 25).
De acordo com este autor fica claro que o jogo é o meio mais eficiente para estimular as inteligências, pois, pro meio dele é permitido que o indivíduo realize tudo que deseja. O autor ainda afirma que, quando se joga, é possível passar a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. A criança pode ser grande, livre, e quando se trata de aceitar as regras ela pode ter seus impulsos controlados.
Quando a criança está brincando dentro de seu espaço, acaba envolvendo-se com a fantasia, estabelece ainda uma ligação entre o inconsciente e o real. Não se deve esquecer que todos os tipos de jogos, utilizados como meio lúdico de se ensinar, precisam ser rigorosamente estudados e analisados para se obter de fato resultados eficientes, pois, quando se usam jogos ocasionais, sem passá-los pela experimentação e pesquisa, eles se tornam ineficazes.
O professor precisa ter muita criatividade, vontade, seriedade, competência e sensibilidade para trabalhar o lúdico. Para Huizinga (APUD ANTUNES, 1998, p. 46), o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro apenas de caráter lúdico é quando:
Provoca aprendizagem significativa, estimula a construção de novo conhecimento e principalmente desperta o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões. (ANTUNES, 1998, p. 46).
Os jogos devem ser utilizados sim como proposta pedagógica, porém, desde que eles tenham condição de possibilitar de forma eficiente ao alcance de um objetivo proposto tanto pelo professor quanto pela escola. De certa forma, a elaboração do programa de inclusão do lúdico no processo de ensino aprendizagem deve ser precedida do conhecimento do tipo dos jogos específicos, e na medida em que estes aparecerem na proposta pedagógica é que devem ser aplicados, sempre com o espírito crítico para mantê-los, alterá-los, substituí-los por outros ao se perceber que ficaram distantes dos objetivos.
8. O PAPEL DO PROFESSOR ALFABETIZADOR NA APLICAÇÃO DO LÚDICO
O profissional envolvido com jogos e brincadeiras no ambiente escolar, de acordo com Negrine (1994, p. 13) deve estar preparado não apenas para atuar como animador, mas também como observador e investigador das relações e acontecimentos que ocorrem na escola. Para uma tarefa desta dimensão social, o indivíduo necessita de uma formaçãosólida, fundamentada em três pilares: “formação teórica, pedagógica e pessoal”.
Segundo Nóvoa (1991), o sentido de formação profissional implica em “entender a aprendizagem numa perspectiva interdisciplinar e como um processo contínuo que requer uma análise cuidadosa desse aprender em suas etapas, evoluções, avanços e concretizações”. Requer também redimensionamento dos conceitos que alicerçam tal possibilidade de busca na compreensão de novas ideias e valores.
A formação lúdica de professores é, hoje, uma preocupação constante para aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional presente, pois da forma como ele se apresenta fica evidente que não condiz com as reais necessidades dos que procuram a escola com o intuito de aprender o saber, para que, de posse dele, tenham condição de reivindicar seus direitos e cumprir seus deveres na sociedade.
O professor é a peça chave desse processo, e deve ser encarado como um elemento essencial e fundamental. Quanto maior e mais rica for sua história de vida profissional, maiores serão as possibilidades de ele desempenhar uma prática educacional consistente e significativa. Desse modo, Nóvoa (1991, p. 34) evidencia:
Não é possível construir um conhecimento pedagógico para além dos professores, isto é, que ignore as dimensões pessoais e profissionais do trabalho docente. Não quer dizer, com isso, que o professor seja o único responsável pelo sucesso ou insucesso do processo educativo. No entanto, é de suma importância sua ação como pessoa e como profissional. (NÓVOA, 1991, p. 34)
Na perspectiva do autor, o jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior espaço dentro das escolas, devendo ainda ser para ser entendido como importante instrumento no processo educacional, na medida em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança. 
Importante ressaltar que os jogos, ao serem utilizados pelo educador no espaço escolar, devem ser devidamente planejados para se alcançar o objetivo desejado. Nesta proposta, Antunes (1998, p. 37) destaca que:
Jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalie qualidade de professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar. (ANTUNES, 1998, p. 37).
Desta forma ao incluir uma atividade lúdica no seu planejamento, o professor deve primeiramente procurar adequar o tipo de jogo ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado, para que desta forma os resultados contemple o esperado e os objetivos propostos sejam alcançados a contento.
Fortuna (2003, p.10), faz considerações muito importantes quando se refere ao trabalho lúdico do professor a autora afirma que: o professor deve ter a preocupação de procurar sempre construir uma relação democrática e respeitosa com as crianças em todas as situações, principalmente no que diz respeito à conservação dos jogos e brinquedos; os jogos devem ser elaborados, junto com as crianças, os combinados e as regras de utilização e manutenção dos materiais, como por exemplo: “quem brincou guarda” ou “no final da brincadeira todos devem guardar “os materiais” e até a localização dos jogos nas estantes”.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos autores foram destacados neste trabalho, ambos comprovando que tanto os jogos quanto as brincadeiras fazem parte do processo de formação do ser humano. Tal evidência justifica as raízes da atividade lúdica e sua consistência no trabalho de alfabetização da criança. Santos (2000). Além disto, durante a elaboração deste trabalho, confirmou-se a necessidade de se obter conhecimentos específicos sobre a aplicação da psicologia da educação no ambiente escolar, já que as necessidades específicas de cada fase da criança, muitas vezes modificam o tipo de jogo a ser aplicado na escola.
A utilização de jogos na educação infantil e alfabetização que em geral vai até o 4º ano quando necessário, quando bem aplicados, tende a melhorar a forma de ensinar e aprender. Assim, o jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior espaço para ser entendido como importante instrumento de alfabetização, na medida em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança.
Com os estudos teóricos, alcançaram-se os objetivos desta pesquisa, pois se obteve inúmeras informações sobre a contribuição do lúdico, não somente no processo de alfabetização da criança, mas na própria formação do ser humano.
Durante todo o período da pesquisa, analisou-se que por meio das brincadeiras as crianças aprendem com mais facilidade, pois, o lúdico é um ingrediente vital para uma infância saudável e uma aprendizagem significativa. Assim, os espaços da educação infantil devem ser alegres, aconchegantes e acolhedores, de forma a apoiar os movimentos e as relações sociais da criança, visto que elas precisam satisfazer e garantir suas necessidades básicas, físicas e emocionais, quanto as de participação social, de troca, de interação e a criação de sua própria identidade.
 É fundamental que o professor utilize brincadeiras como os jogos que funcionam como fonte de desenvolvimento individual e coletivo, tendo como finalidade promover a maturidade integral da criança, de forma significativa e desenvolver suas competências.
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