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Costa, S.M.F. da 
 
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A RENOVAÇÃO DO PÓS-GUERRA: A NEW 
GEOGRAPHY 
 
! A Geografia não podia escapar às enormes transformações 
ocorridas em todos os domínios científicos, após a segunda 
guerra mundial. 
 
! AO FINAL DA II GUERRA: mundo dividido, grande inovação 
tecnológica, EUA surgem como a grande potência econômica, o 
eixo de discussão científica se vira para os EUA, 
 
! Ciências Humanas => revolução e não evolução!!!! 
 
! Razões par as mudanças: 1) os próprios suportes do trabalho 
científico progrediram muito; 2) as necessidades dos usuários 
mudaram; 3) o objeto da atividade científica se modificou. 
 
! Os instrumentos de trabalho colocados à disposição do 
pesquisador conheceram um desenvolvimento notável. Houve 
um extraordinário progresso da automação, o que dotou a 
pesquisa de meios que permitiriam uma definição mais exata 
das realidades; 
 
! Um tal conjunto de circunstâncias levou a atividade científica 
a buscar direções alternativas e a Geografia não escapou à 
tendência; 
 
! New Geography (Nova Geografia) => “que se queria 
caracterizar por ser não apenas diferente mas também em 
oposição e até mesmo em contradição com a Geografia 
Tradicional”; 
 
Costa, S.M.F. da 
 
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! Sylvie Rimbert: “As tentativas dos inovadores se orientaram, 
então, para quatro principais objetivos: busca de objetividade 
– análise fatorial; ganho de tempo na compilação, na análise, 
nas correlações, daí o recurso à informática; simulação de 
prováveis evoluções em função das hipóteses – importância da 
probabilidade; apelo a outras disciplinas experientes no 
tratamento de múltiplas variáves”; 
 
! OS caminhos, assim abertos, tiveram mais ou menos 
seguidores, dependendo do país, que buscaram alinhar-se 
naquilo que se chamava de “novos paradigmas” apoiando-se 
sobre métodos novos; 
 
! Se a Geografia Tradicional se fazia sob a influência das 
escolas nacionais (locais), a partir dos anos 50 e 60 ela se 
encontra diante de uma escola metodológica que tentava 
sobrepor-se aos exclusivismos locais e buscava se difundir por 
meio de congressos, colóquios, intercâmbios, cobrindo uma 
área geográfica que desconhecia os limites nacionais. 
 
! Sob esse aspecto, a Geografia reproduzia a tendência da 
economia e da política, que se mundializavam a uma escala que 
antes não era possível imaginar; 
 
! A mesma batalha que a Geografia havia conhecido durante a 
grande crise histórica da qual ela emergiu com pretensões 
científicas no final do século XIX travou-se de novo, 
guardadas as devidas proporções. 
 
! A tendência quantitativa, fria e pragmática, teve como seu 
contrapeso uma vocação mais especulativa e mais social. Essa 
escola social tinha um peso forte na França (Maximiliem 
Sorre, Pierre George e outros); 
Costa, S.M.F. da 
 
3 
 
! Pensando em combater a “New Geography”, a Geografia 
Tradicional terminou por ajudá-la, matando as possibilidades 
de uma renovação de origem endógena. 
 
! A Chamada “nova geografia” se manifestou sobretudo através 
da quantificação. Mas utilizou como instrumentos os modelos, 
a teoria geral dos sistemas, a tese da difusão de inovações, as 
noções de percepção e de comportamento; 
 
 
A GEOGRAFIA QUANTITATIVA 
 
! Ian Burton escrevia, em 1963, que a revolução quantitativa 
havia feito de nossa disciplina uma ciência respeitável; 
 
! A procura de uma linguagem matemática em Geografia era o 
resultado de uma procura de cientificismo que a Geografia já 
havia tentado, sob outras roupagens e em outros momentos; 
 
“O uso de técnicas estatísticas, se corretamente utilizadas, 
permite uma maior precisão (...) os problemas práticos e 
metodológicos da geografia são de tal natureza que a utilização 
das técnicas estatísticas é adequada para exercer uma forte 
atração” (Wrigley, 1965). 
 
! Os métodos matemáticos são considerados como os mais 
precisos, os mais gerais e os mais dotados de um valor de 
precisão. Tudo isso seria obtido por uma combinação na qual as 
análises de sistema e os modelos e o uso de estatísticas 
seriam uma peça fundamental; 
 
Costa, S.M.F. da 
 
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! É justamente para chegar à apreensão e à definição de 
multivariáveis que se aplicariam ao estudo do espaço métodos 
como a análise de sistemas e a construção de modelos; 
 
! Seria a Geografia Quantitativa um paradigma ou um método? 
 
! A geografia quantitativa seria apenas uma metodologia ou um 
processo empregado para a realização do paradigma com o 
apoio de uma ou várias abordagens teóricas; 
 
! A quantificação representa apenas um instrumento ou, no 
máximo, o instrumento. Seria melhor chamar a atenção sobre 
os aspectos mais teóricos ou conceituais, quer dizer, sobre os 
próprios paradigmas. O continua fundamental é a construção 
teórica. 
 
! O maior pecado, entretanto, dessa Geografia foi que ela 
desconheceu totalmente a existência do tempo e suas 
qualidades essenciais. A aplicação corrente das matemáticas à 
Geografia permitiu (e permite) trabalhar com estágios 
sucessivos da evolução espacial mas foi incapaz de dizer 
alguma coisa sobre o que se encontra entre um estágio e 
outro. 
 
! Em outras palavras, trabalha-se com resultados mas os 
processos são omitidos!!!!!!!!!! 
 
 
 
 
 
 
 
Costa, S.M.F. da 
 
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! “O espaço que a Geografia matemática pretende reproduzir 
não é o espaço das sociedades em movimento e sim a 
fotografia de alguns de seus momentos. Ora, as fotografias 
permitem apenas uma descrição e a simples descrição não 
pode jamais ser confundida com a explicação. SOMENTE 
ESTA PODE PRETENDER SER ELEVADA NO NÍVEL DO 
TRABALHO CIENTÍFICO” (Santos, 1978). 
 
 
 
EXEMPLO: 
1953 
 
 1962 1997 
 
 
 
0
5
10
15
20
25
1953 - 1962 1962 - 1973 1973 - 1985 1985 - 1973
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