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Fundamentos de Geografia – S M F Costa 1 A GEOGRAFIA NEOPOSITIVISTA/QUANTITATIVA ! No caminhar da evolução do pensamento geográfico chegamos num ponto em que velhas idéias são retomadas e trabalhadas com nova roupagem. Falamos da teoria positivista que ressurge aliada à matemática, caracterizando a nova Geografia. ! Encontramos em Capel (1981) alguma considerações sobre este momento. Segundo este autor, tal concepção da Geografia desponta na década de 1950, sendo marcada pela obra de Fred K. Schaefer (Exceptionalism in Geography) que atacava diretamente o núcleo da concepção regional- historicista, bem como pela obra de William Bunge (Theoretical Geography), em 1962. Nascido em Berlin (1904), Shaefer, de formação estatística, política e filosófica, dedica-se à docência em Geografia na Universidade de Iwoa, USA, onde conduz a influência quantitativa dentro da Geografia, a qual até a década de 1970 já estaria espalhada pelo mundo. Fundamentos de Geografia – S M F Costa 2 ! A nova Geografia, ou Geografia teorética, se caracterizou principalmente pelo traço positivista no que se refere à busca de explicações científicas e à formulação de leis, aceitando uma profunda unidade entre as ciências e a possibilidade de transferência de teoria de um campo para o outro. Nesta ótica, só a matemática poderia ser legítima como instrumento de conhecimento, abrindo também a possibilidade de aplicação de lei nas ciência sociais. ! A descrição regional que até então estava sendo usada eliminava, segundo Shaefer, o conteúdo científico da Geografia tornando-se necessário a integração científica da Geografia à outras ciência por meio da formulação de leis gerais. Shaefer rejeita o conceito de região em pauta propondo um resgate do determinismo de Ratzel. Tratava-se da busca de uma teoria que, segundo Bunge, citado por Capel (1981), era o coração da ciência. ! Ainda segundo Bunge, as característica da teoria deviam ter: clareza, simplicidade, generalidade e exatidão, o que se conseguiria fundamentalmente com a utilização de princípios matemáticos. Fundamentos de Geografia – S M F Costa 3 ! A observação e o trabalho empírico aparecem agora no final do método e não no início, como ocorria nos métodos indutivos dominantes. ! A Geografia quantitativa tomou como base a idéia de que a transferência de teoria e conhecimentos de um campo para o outro só se torna possível através de uma linguagem única, qual seja a matemática. Portanto, se a matemática é a linguagem das ciências em geral deve ser também a da Geografia. Faz-se uso para tanto de técnica estatística para garantir a exatidão e confiabilidade dos resultados. ! A revolução crítica, ocorrida na década de cinqüenta, surge como uma reação ao caráter essencialmente descritivo da Geografia, influenciada basicamente pela Geografia francesa. As ciências, em geral, passavam por um processo de mudança em suas bases epistemológicas na busca de acabar com a incerteza e indeterminações presentes. O retorno ao racionalismo se dá através de um positivismo crítico, ou neopositivismo. A precisão metodológica aparece em reação à intuição e ao indeterminismo. Era a tentativa de “fazer da Fundamentos de Geografia – S M F Costa 4 Geografia moderna uma disciplina rigorosa e científica” (Gomes, 1996, p.229). ! Temos, assim, os principais pontos que caracterizaram a passagem de uma Geografia clássica para uma moderna, substituindo o comportamento tradicional, defasado e antiquado pela exatidão conseguida através da revolução quantitativa, substituindo a singularidade pela generalidade.
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