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Síntese do tema 3

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A geografia quantitativa jamais chegou a ser um paradigma.
	Em seu livro Milton Santos se dedica em parte a discutir o conceito de verdade e a sua relação com a ciência. Entendemos por meio da leitura que o conceito de verdade não é absoluto, o que possuímos é um consenso de que determinada explicação/teoria é o mais viável naquele momento histórico, para aquele emprego técnico e para aquele conjunto de cientistas. O maior erro que podemos cometer ao refletir sobre a história do pensamento geográfico é estudar um autor e suas considerações sem levar em conta o contexto histórico e a realidade a qual a formulação foi escrita.
	Levando em consideração que a verdade é variável afirmamos que a ciência também é variável, ou seja, a verdade de hoje pode não ser a verdade de amanhã. Cabe ao cientista ter a humildade e sensibilidade para reconhecer e rever suas formulações. Outro erro comum e perigoso a qualquer área do saber é o estabelecimento de dogmas, ou seja, verdades inquestionáveis frente aos novos paradigmas que surgem.
	Seguindo a definição de paradigma, enquanto um modelo ou algo a ser seguido e estudado a partir daquele momento, Milton Santos afirma que a geografia teorética quantitativa, eixo que surge no Brasil em um cenário pós segunda guerra mundial, não representava um novo paradigma. Para o autor em questão a geografia quantitativa não buscou compreender, interpretar e dar solução ao fenômeno analisado. Fazemos ciência no intuito de entender e dar solução a determinado fato.
	Analisemos a seguinte situação: um cientista social se dispõe a estudar a criminalidade do centro de uma grande cidade correlacionando estas informações ao horário ocorrido. Após a coleta dos dados eles são codificados e transportados a um modelo matemático que gerará um mapa (representação espacial de fundamental importância ao geógrafo). O estudo do mapa demonstra a evidente relação entre a criminalidade e o horário, ou seja, quanto mais tarde mais propenso ficamos a esta situação. O geógrafo imbuído das ideias quantitativas constata este fato, analisa superficialmente o porquê da situação, mas não cabe às suas competências gerar soluções ao problema estudado.

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