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Resumo Processo Penal Jurisdição e Competência

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RESUMO 
Jurisdição 
e Competência 
Direito Processual Penal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Índice 
Jurisdição e Competência ................................................................................................................................. 4 
Jurisdição ....................................................................................................................................................... 4 
Princípios ....................................................................................................................................................... 4 
Investidura ..................................................................................................................................................... 4 
Indelegabilidade ............................................................................................................................................ 5 
Juiz Natural .................................................................................................................................................... 5 
Inafastabilidade ou Indeclinabilidade............................................................................................................ 5 
Inevitabilidade ou Irrecusabilidade ............................................................................................................... 5 
Improrrogabilidade ou Aderência ................................................................................................................. 5 
Correlação ou Relatividade ........................................................................................................................... 5 
Devido Processo Legal ................................................................................................................................... 6 
Características da Jurisdição .............................................................................................................................. 6 
Inércia ............................................................................................................................................................ 6 
Substitutividade ............................................................................................................................................. 6 
Atuação do Direito ......................................................................................................................................... 6 
Imutabilidade ................................................................................................................................................. 6 
Competência ...................................................................................................................................................... 7 
Competência em razão da matéria ............................................................................................................... 7 
Competência em razão da pessoa ................................................................................................................. 7 
Competência em razão do lugar .................................................................................................................... 7 
Competência funcional .................................................................................................................................. 7 
Determinação do juízo competente .................................................................................................................. 8 
Competência em razão da matéria ............................................................................................................... 8 
Competência em razão da pessoa (por prerrogativa de função ou foro privilegiado) ............................... 10 
Competência em razão do lugar (ratione loci) ............................................................................................ 14 
Lugar da infração ......................................................................................................................................... 14 
Lugar do domicílio ou residência do réu ..................................................................................................... 18 
Crimes praticados no exterior ..................................................................................................................... 18 
Conexão ........................................................................................................................................................... 18 
Conexão Intersubjetiva ................................................................................................................................ 19 
Conexão Intersubjetiva por simultaneidade ............................................................................................... 19 
Conexão Intersubjetiva concursal ............................................................................................................... 19 
Conexão Intersubjetiva por reciprocidade .................................................................................................. 19 
 
3 
 
Conexão Objetiva ........................................................................................................................................ 20 
Teleológica ................................................................................................................................................... 20 
Consequencial ............................................................................................................................................. 20 
Conexão Probatória ou Instrumental .......................................................................................................... 20 
Continência ...................................................................................................................................................... 21 
Continência por cumulação subjetiva ......................................................................................................... 21 
Continência por cumulação objetiva ........................................................................................................... 21 
Foro prevalente ........................................................................................................................................... 21 
Separação de processos .................................................................................................................................. 22 
Separação obrigatória ................................................................................................................................. 22 
Separação facultativa .................................................................................................................................. 22 
 
 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
4 
 
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Ju
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ão
Investidura
Indelegabilidade
Juiz Natural
Inafastabilidade ou 
Indeclinabilidade 
Inevitabilidade ou 
Irrecusabilidade
Improrrogabilidade 
ou Aderência
Correlação ou 
relatividade
Devido Processo 
Legal
Jurisdição e Competência 
Jurisdição 
 
O termo “jurisdição” tem origem no latim juris dictio e significa dizer o direito. A jurisdição é 
exercida pelo poder judiciário, um poder-dever do Estado de aplicação ao caso concreto. 
 
Princípios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Investidura 
Significa que somente as autoridades com investidura dada por lei podemexercer o poder de 
jurisdição. 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Indelegabilidade 
Regra: Um órgão jurisdicional não pode delegar sua função a outro órgão, ainda que este 
também seja um órgão jurisdicional. É importante ressaltar a existência de exceções, como, 
por exemplo, a carta rogatória e a carta precatória. 
 
Juiz Natural 
 
 
 
 
 
O princípio do Juiz Natural é materializado pelos dois dispositivos supracitados. 
Dessa forma, não existe a possibilidade de alguém ser processado e sentenciado por 
autoridade que não seja a competente. Além disso, também não pode existir juízo ou tribunal 
de exceção. 
 
Inafastabilidade ou Indeclinabilidade 
 
 
 
De acordo com o princípio em questão, nem a lei nem o juiz possuem a capacidade de excluir 
de sua apreciação a lesão ou ameaça a um direito. 
 
Inevitabilidade ou Irrecusabilidade 
O caráter das partes é de submissão à decisão do magistrado, de forma que estas não podem 
deixar de cumprir o que foi determinado pelo Juiz. A jurisdição se impõe independentemente 
da vontade das partes. 
 
Improrrogabilidade ou Aderência 
A lei delimita o exercício da função jurisdicional pelo Juiz. Tal regra é válida para o aspecto 
territorial e para o material. 
 
Correlação ou Relatividade 
Trata da relação entre a sentença e o pedido, de modo que o julgamento seja adequado. 
Artigo 5º, XXXVII, CF - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
Artigo 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
 
Artigo 5º, XXXLV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça 
a direito; 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Características
Inércia Substitutividade
Atuação do 
Direito
Imutabilidade
Devido Processo Legal 
 
 
 
Conforme o dispositivo supracitado é direito do cidadão que o processo se 
desenrole por todas as suas etapas, o que evidencia o devido processo legal. 
 
 
Características da Jurisdição 
 
 
 
 
 
 
 
Inércia 
Para que o órgão jurisdicional inicie sua atuação é necessária a provocação pela parte. Dessa 
forma, não compete ao Juiz iniciar uma ação penal. 
 
Substitutividade 
O Estado substitui a vontade dos particulares através do Juiz. Sendo assim, não se admite a 
autotutela no âmbito processual penal. 
 
Atuação do Direito 
A finalidade do Direito no caso concreto é a paz social. 
 
Imutabilidade 
As decisões transitadas em julgado são definitivas, ou seja, imutáveis. Entretanto, a 
imutabilidade não é aplicada às sentenças condenatórias definitivas, visto que existe a 
possibilidade de impugnação das mesmas por meio da revisão criminal em casos específicos. 
Artigo 5º, LIV, CF - LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
; 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Competência
Em razão da 
matéria
Em razão da 
pessoa
Em razão do 
lugar
Funcional
Competência 
 
Para Eduardo Espínola Filho, “a competência vem a ser a porção de capacidade jurisdicional 
que a organização judiciária atribui a cada órgão jurisdicional, a cada juiz”. (Código de 
Processo Penal anotado, cit., v. 2, p. 51). 
 
 
 
 
 
 
Competência em razão da matéria 
A natureza da infração penal é o critério levado em consideração para definir a competência. 
Por exemplo: um crime militar deverá ser julgado pela Justiça Militar. 
Competência em razão da pessoa 
De acordo com Fernando Capez, é a competência de acordo com a qualidade das pessoas 
incriminadas. 
Competência em razão do lugar 
De acordo com Fernando Capez, é a competência de acordo com o local em que foi praticado 
ou consumou-se o crime. 
Competência funcional 
A função que cada órgão jurisdicional pode vir a exercer em um processo é levada em 
consideração. Subdivide-se em competência funcional por fase do processo, por objeto do 
juízo e por grau de jurisdição. 
A competência funcional por fase do processo é caracterizada pela divisão de competências 
entre os órgãos julgadores. Admite-se que atos de um processo sejam julgados por mais de 
um órgão apesar da regra ser no sentido de que apenas um juiz praticará todos os atos do 
processo. 
A competência funcional por objeto do juízo é materializada pela repartição de atribuições 
de acordo com as especificidades de cada questão. 
A competência funcional por grau de jurisdição considera a hierarquia de acordo com a 
legislação. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Determinação do juízo competente 
 
A determinação do juízo competente é uma tarefa difícil. Entretanto, ao longo do tempo 
foram consolidados determinados critérios para que esta tarefa seja mais objetiva. 
Levar em consideração fatores como justiça competente, foro por prerrogativa de função e 
competência do juízo auxiliam no raciocínio da determinação do juízo competente. 
 
 
Competência em razão da matéria 
Importa verificar se o julgamento compete à jurisdição comum ou especial (subdividida em 
eleitoral, militar e política). 
A Constituição estabelece as seguintes jurisdições especializadas: 
Justiça Eleitoral: para o julgamento de infrações penais dessa natureza (artigos 118 a 121). 
Justiça Militar: para processar e julgar os crimes militares definidos em lei (artigo 124). 
Justiça Estadual (comum): possui caráter residual, ou seja, quando a Justiça comum Federal 
ou a Justiça Especial estão fora do processo. Concentra grande parte das questões penais. 
Justiça Federal (comum): está disciplinada pelo artigo 109, CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou 
residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo 
internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da 
União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a 
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o 
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro,a execução de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver 
domicílio a outra parte. 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que 
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à 
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados 
ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, 
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa 
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas 
pela justiça estadual. 
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal 
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, 
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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É necessário elucidar a questão da contravenção penal, visto que já foi tema de questão do 
Exame da Ordem e possui entendimento consolidado em Súmula do STJ. 
 
 
 
 
 
Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVI Exame/2015 
Juan da Silva foi autor de uma contravenção penal, em detrimento dos interesses da Caixa 
Econômica Federal, empresa pública. Praticou, ainda, outra contravenção em conexão, dessa 
vez em detrimento dos bens do Banco do Brasil, sociedade de economia mista. 
 Dessa forma, para julgá-lo será competente 
 a) a Justiça Estadual, pelas duas infrações. 
 b) a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em detrimento da Caixa Econômica 
Federal, e Justiça Estadual, no caso da infração em detrimento do Banco do Brasil. 
 c) a Justiça Federal, pelas duas infrações. 
 d) a Justiça Federal, no caso de contravenção praticada em detrimento do Banco do Brasil, e 
Justiça Estadual pela infração em detrimento da Caixa Econômica Federal. 
 
Gabarito: A 
 
Competência em razão da pessoa (por prerrogativa de função ou foro 
privilegiado) 
Alguns doutrinadores fazem distinção entre as expressões “foro privilegiado” (privilégio para 
determinadas pessoas) e “foro por prerrogativa de função” (foro especial fixado como 
garantia inerente ao exercício de uma função), entendendo que somente este último não 
viola o princípio da isonomia: “Não se deve confundir foro pela prerrogativa de função com 
foro privilegiado. Aquele é homenagem à função...; a competência por prerrogativa de função 
não sugere foro privilegiado. O que a Constituição vedava e veda (implicitamente) é o foro 
para conde, barão ou duque, para Jafé, Café ou Mafé...” (Tourinho Filho, Processo penal, cit., 
v. 2, p. 122-3). 
Súmula 38, STJ - Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o 
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Competência em razão da matéria do STF: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cumpre ressaltar que pela Lei Federal 10.683/03, o AGU, o presidente do BACEN, o Chefe 
da Casa Civil, e o Controlador Geral da União são equiparados a Ministros do Estado. Sendo 
assim, na hipótese de infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade serão 
julgados pelo STF. 
 
Competência em razão da matéria do STJ: 
O artigo 105 da CF trata dos crimes comuns 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além disso, o STJ processa e julga os Desembargadores dos Tribunais de Justiça e do TJDFT, 
membros dos seguintes órgãos: TJ, TJDFT, TRE, TRF, TSM, TRT, Conselhos e, por fim, 
membros do MPU que oficiem perante os Tribunais. 
 
Art. 102, CF - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros 
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de 
caráter permanente; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos 
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do 
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, 
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os 
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público 
da União que oficiem perante tribunais; 
(...) 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/III Exame/2010 
Tendo como referência a competência ratione personae, assinale a alternativa correta. 
 a) Caio, vereador de um determinado município, pratica um crime comum previsto na parte 
especial do Código Penal. Será, pois, julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce 
suas funções, uma vez que goza do foro por prerrogativa de função. 
 b) Tício, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por prerrogativa de função, 
será julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas atividades. 
 c) Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime comum. Por uma questão de 
competência originária decorrente da prerrogativa de função, será julgado pelo Superior 
Tribunal de Justiça. 
 d) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser julgado pelo Tribunal de 
Justiça do respectivo Estado. Segundo entendimento do STF, a situação não se alteraria se o 
crime praticado por Terêncio fosse um crime eleitoral. 
 
 
Gabarito: C 
 
Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/VI Exame/2011 
A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória encaminhada pelo Ministério das Relações 
Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com o fim de verificar a possível ocorrência 
de crime de lavagem de dinheiro do empresário brasileiro Z. A quem compete a execução da 
Carta Rogatória? 
 a) Aos Juízes Federais. 
 b) Ao Superior Tribunal de Justiça. 
 c) Aos Juízes Estaduais. 
 d) Ao Supremo Tribunal Federal. 
 
 
 
Gabarito: A 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Competência em razão da matéria do TRF: 
Está materializada no artigo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
Competência em razão da matéria do TJ: 
O artigo 96 da CF trata dos crimes comuns e de responsabilidade:O prefeito é um caso especial, tendo em vista que, caso cometa um crime comum, será 
julgado pelo TJ. Entretanto, caso pratique um crime eleitoral será julgado pelo TRE e na 
hipótese de um crime federal, TRF. O mesmo se aplica ao Deputado Estadual. 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, é imprescindível o conhecimento da Súmula 702 do STF, visto que já caiu no 
Exame da Ordem. 
 
 
 
 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça 
do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério 
Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, 
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, 
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 
 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício 
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do 
respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça 
SÚMULA 702, STF - A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se 
aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência 
originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/VI Exame/2011 
A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função aos prefeitos de 
todos os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de 
Justiça”. José, Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da 
prática de corrupção ativa em face de um policial rodoviário federal. 
Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de José é 
 a) a Justiça Estadual de 1ª Instância. 
 b) o Tribunal de Justiça. 
 c) o Tribunal Regional Federal. 
 d) a Justiça Federal de 1ª Instância. 
 
 
Gabarito: C 
 
Competência em razão do lugar (ratione loci) 
A competência em razão do lugar utiliza como critério o local que o crime foi praticado. Três 
vertentes serão levadas em consideração: o lugar da infração, o lugar do domicílio ou 
residência do réu e a possibilidade do crime ter sido praticado no exterior. 
 
Lugar da infração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
 § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, 
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o 
último ato de execução. 
 § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou 
devia produzir seu resultado. 
 § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou 
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
15 
 
Via de regra, a competência será a do local de consumação da infração penal. Dessa forma, o 
ordenamento jurídico brasileiro adota a Teoria do Resultado. 
Cumpre ressaltar que na hipótese de tentativa, a competência será do local em que o último 
ato de execução foi praticado. 
O parágrafo 1º do artigo supracitado versa sobre a possibilidade do início da execução ter 
acontecido em território nacional e a consumação da infração ter sido fora deste. Sendo 
assim, a competência é determinada pelo lugar em que tiver sido praticado o último ato de 
execução no território nacional. 
O parágrafo 2º é o oposto do parágrafo 1º, ou seja, o último ato de execução do crime é 
praticado fora do Brasil, porém a consumação (ainda que parcial) ocorre dentro do território 
nacional ou teria aqui ocorrido. Neste caso, será competente o juízo brasileiro onde parte do 
resultado se produziu ou deveria ter se produzido. 
Na possibilidade de imprecisão acerca do limite territorial ou em questões incertas sobre 
divisas, a competência é firmada pela prevenção, isto é, o juízo a tomar conhecimento do 
caso em primeiro lugar (ainda que não se tenha iniciado a ação) será competente conforme o 
artigo 83, CPP. 
 
 
 
 
 
É importante destacar o caso do “falso sequestro” que já caiu no Exame da Ordem. O 
entendimento jurisprudencial do STJ é no sentido de que o crime de extorsão é formal e 
consuma-se no local em que a violência ou a grave ameaça é exercida com o intuito de 
constranger alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa (STJ - CONFLITO DE 
COMPETENCIA : CC 129275 RJ 2013/0251411-1). 
Outra questão importante que já foi tema da prova é a da prerrogativa por função 
(magistratura na questão) diante da competência em razão do lugar. O entendimento do STF 
(RECURSO EXTRAORDINÁRIO : RE 549560 CE) é no sentido de que: 
I. A vitaliciedade é garantia inerente ao exercício do cargo pelos magistrados e tem como 
objetivo prover a jurisdição de independência e imparcialidade. 
II. –Exercem a jurisdição, tão-somente, os magistrados na atividade, não se estendendo aos 
inativos o foro especial por prerrogativa de função. 
III. – A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para 
processamento e julgamento de eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição. 
 
 Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de 
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
16 
 
Por fim, outro tema relevante para o Exame da Ordem é a Súmula 200 do STJ que aborda o 
tema do passaporte falso. 
 
 
 
 
 
Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVIII Exame/2015 
Estando preso e cumprindo pena na cidade de Campos, interior do estado do Rio de Janeiro, 
Paulo efetua ligação telefônica para a casa de Maria, localizada na cidade de Niterói, no 
mesmo Estado, anunciando o falso sequestro do filho desta e exigindo o depósito da quantia 
de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser efetuado em conta bancária na cidade do Rio de Janeiro. 
Maria, atemorizada, efetua a transferência do respectivo valor, no mesmo dia, de sua conta-
corrente de uma agência bancária situada em São Gonçalo. 
Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opção que indica o juízo 
competente para o julgamento. 
 a) Vara Criminal de Campos. 
 b) Vara Criminal de Niterói. 
 c) Vara Criminal de São Gonçalo. 
 d) Vara Criminal do Rio de Janeiro. 
 
Gabarito: B 
 
Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII Exame/2015 
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal de Justiça de 
Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e passou a morar em 
Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou uma discussão com seu vizinho e 
acabou por ser autor de um crime de lesão corporal seguida de morte, consumado na cidade 
em que reside. 
Oferecidaa denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, 
será competente para julgar Ricardo: 
 a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 
Súmula 200, STJ - O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de 
uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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 b) uma das Varas Criminais de Florianópolis. 
 c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
 d) o Tribunal do Júri de Florianópolis. 
 
Gabarito: B 
 
 
Como o assunto foi cobrado no Exame da OAB: 
FGV - OAB UNI NAC/OAB/VIII Exame/2012 
Paulo reside na cidade “Y” e lá resolveu falsificar seu passaporte. Após a falsificação, pegou 
sua moto e viajou até a cidade “Z”, com o intuito de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade 
“W” e pela cidade “K”, onde foi parado pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial 
usando o documento falsificado e este, percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. 
O Parquet denunciou Paulo pela prática do crime de uso de documento falso. 
 Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para julgamento. 
 a) Justiça Estadual da cidade “Y”. 
 b) Justiça Federal da cidade “K”. 
 c) Justiça Federal da cidade “Y”. 
 d) Justiça Estadual da cidade “K”. 
 
 
Gabarito: B 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
18 
 
Lugar do domicílio ou residência do réu 
 
 
 
 
 
 
 
O lugar do domicílio ou residência do réu é critério usado subsidiariamente ao critério do 
lugar da infração, conforme o caput do artigo acima. 
Importa destacar o artigo 73 do CPP que trata dos casos exclusivos de ação privada. Nesta 
situação, o critério de definição de competência pelo lugar como domicílio do réu não será 
subsidiário. Será opcional ao autor da ação escolher entre o lugar da infração e o domicílio do 
réu nos casos de ação penal pública de iniciativa privada. 
 
 
 
 
 
Crimes praticados no exterior 
 
 
 
 
 
Na hipótese de crimes praticados no exterior, quando houver interesse brasileiro na causa, 
aplica-se o disposto no artigo acima. 
 
Conexão 
A conexão é uma situação que gera modificação de competência e está disciplinada pelo 
artigo 76 do CPP. Trata da união de processos para que o julgador possa analisar melhor o 
caso concreto, evitando decisões conflitantes entre si. 
 
Art. 72, CPP - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-
á pelo domicílio ou residência do réu. 
 § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela 
prevenção. 
 § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
 
Art. 73, CPP - Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro 
de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 Art. 88, CPP - No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será 
competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este 
nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conexão Intersubjetiva 
A conexão intersubjetiva é materializada no inciso I do artigo supracitado. Ocorre a 
pluralidade de agentes criminosos e de infrações penais interligadas. Possui 3 subdivisões 
que serão abordadas a seguir: 
 
Conexão Intersubjetiva por simultaneidade 
A conexão intersubjetiva por simultaneidade é materializada na primeira parte do inciso I do 
artigo supracitado. Na lição de Fernando Capez, é quando duas ou mais infrações são 
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem que exista liame subjetivo 
entre elas, ou seja, sem que estejam atuando em concurso de agentes. É o caso da autoria 
colateral. 
 
Conexão Intersubjetiva concursal 
A conexão intersubjetiva concursal é materializada na segunda parte do inciso I do artigo 
supracitado. Na lição de Fernando Capez, é quando duas ou mais infrações são praticadas 
por várias pessoas em concurso, embora diversos o tempo e o lugar. Nesse caso, os agentes 
estão unidos pela identidade de propósitos, resultando os crimes de um acerto de vontades 
visando ao mesmo fim. Ao contrário da primeira hipótese, não há reunião ocasional, mas um 
vínculo subjetivo unido todos os agentes. 
 
Conexão Intersubjetiva por reciprocidade 
A conexão intersubjetiva por reciprocidade é materializada na parte final do inciso I do artigo 
supracitado. Na lição de Fernando Capez, é quando duas ou mais infrações são praticadas 
por várias pessoas, umas contra as outras. É o caso das lesões corporais recíprocas, em que 
dois grupos rivais bem identificados se agridem. Os fatos são conexos e devem ser reunidos 
em um mesmo processo. 
 
Art. 76, CPP - A competência será determinada pela conexão: 
 I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo 
tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso 
o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
 II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as 
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; 
 III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
20 
 
C
o
n
ex
ão
Intersubjetiva
Art. 76, I
Por simultaneidade
Concursal
Por reciprocidade
Objetiva
Art. 76, II
Teleológica
Consequencial
Probatória ou Instrumental
Art. 76, III
Conexão Objetiva 
 
A conexão objetiva trata da hipótese de uma infração ter como objetivo facilitar ou ocultar 
outra infração. Pode ser teleológica ou consequencial, como será detalhado a seguir: 
Teleológica 
De acordo com Fernando Capez, acontece quando uma infração é praticada para facilitar a 
execução de outra. 
Consequencial 
De acordo com Fernando Capez, acontece quando uma infração é praticada para ocultar, 
garantir vantagem ou impunidade a outra infração. 
 
Conexão Probatória ou Instrumental 
 
Na lição de Fernando Capez, acontece quando a prova de uma infração influir na outra. A 
questão, aqui, é de exclusiva conveniência da instrução criminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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Continência 
 
 
 
 
 
 
Segundo Fernando Capez, na continência não é possível a cisão em processos diferentes, 
porque uma causa está contida na outra. A continência é classificada em: 
Continência por cumulação subjetiva 
Materializada no inciso I do artigo acima, isto é, quando duas ou mais pessoas forem 
acusadas pela mesma infração. 
Continência por cumulação objetiva 
Materializada no inciso II do artigo acima. Na lição de Fernando Capez, ocorre nas hipóteses 
de concurso formal (CP, art. 70), aberratio ictus (CP, art. 73) e aberratio delicti (CP, art. 74): 
aqui, existe pluralidade de infrações, mas unidade de condutas. 
Foro prevalente 
Uma vez que a conexão ou a continência são estabelecidas, é necessário definir qual o foro 
competente, isto é, em qual foro os processos serão reunidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 77, CPP - A competência será determinada pela continência quando: 
 I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesmainfração; 
 II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, 
segunda parte, e 54 do Código Penal. 
 
 Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as 
seguintes regras 
 I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá 
a competência do júri 
 Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
 a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
 b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
 c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos. 
 III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; 
 IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
 
Direito Processual Penal – Jurisdição e Competência 
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As regras sobre a prevalência do foro encontram-se no dispositivo acima. 
 
Separação de processos 
A separação de processos pode subsistir a conexão e a continência. Pode ser obrigatória 
(artigo 79, CPP) ou facultativa (artigo 80, CPP). 
 
Separação obrigatória 
Disciplinada pelo artigo 79, CPP. Acontece em 3 hipóteses, a saber: concurso entre jurisdição 
comum e militar, entre jurisdição comum e juízo de menores e em caso de doença mental 
superveniente de um dos acusados. Nesses três casos, os processos sempre serão separados. 
A leitura do artigo mencionado é imprescindível para o entendimento da matéria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Separação facultativa 
Disciplinada pelo artigo 80, CPP. Acontece em 3 hipóteses, a saber: quando as infrações 
penais forem praticadas em circunstância de tempo e lugar diferentes, quando houver 
número excessivo de acusados e quando surgir outro motivo relevante. Nesses casos, o juízo 
competente poderá optar em separar os processos, de acordo com o que for mais 
conveniente. 
 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
 I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
 II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
 § 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, 
sobrevier o caso previsto no art. 152. 
 § 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que 
não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

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