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Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 1 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aula 1: SENSAÇÃO 
 
 
SENSAÇÃO 
Como formulamos nossas representações do mundo exterior? 
A sensação é o processo através do qual detectamos a energia física do ambiente e decodificamos essa 
energia como sinais nervosos. Pela percepção selecionamos, organizamos e interpretamos nossas 
sensações. 
Sentimos através dos 5 sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. 
As falhas na percepção podem ocorrer em qualquer ponto entre a capacitação sensorial e a interpretação 
perceptiva. 
 
ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS 
Existimos num “mar” de energias (raios X, ondas de rádio, luz ultravioleta e infravermelha, ondas sonoras 
de frequência muito altas e muito baixas), mas nossos sentidos se abrem por uma fresta, permitindo o 
conhecimento restrito desse “mar”. Psicofísica é o estudo da maneira como a energia física se relaciona 
com nossa experiência psicológica. 
LIMIARES ABSOLUTOS: estimulação mínima necessária para detectar um estímulo específico (luz, som, 
pressão, gosto, odor). Geralmente mede-se o limiar absoluto pelo registro da estimulação necessária para 
detecção em 50% das ocasiões. 
Os limiares absolutos variam dependendo da tarefa, do momento do dia e até mesmo do fato de os 
participantes fazerem exercícios físicos periódicos. 
Ex.: pais x choro do bebê; soldado x ruído; vigia x segurança. 
 
ESTIMULAÇÃO SUBLIMINAR 
Suposição americana em 1956 de que as audiências de cinema estivessem sendo influenciadas por 
mensagens projetadas de maneira imperceptível: 
“beba coca-cola” e “coma pipoca”. 
Tempos depois: 
• imagens eróticas → anúncios de bebidas alcoólicas 
• mensagens satânicas → músicas de rock (quando as músicas eram ouvidas de trás para frente) 
• incentivos a emagrecer/parar de fumar → músicas da natureza + frases encobertas 
Podemos ouvir os estímulos subliminares, mas esses estímulos assimilados sem o nosso conhecimento 
possuem extraordinário poder sugestivo??? 
 
Estudos: 
1. Cenas positivas (gatinhos) x negativas (lobisomem) → observar slides de pessoas 
Participantes deram classificações mais positiva das pessoas quando antecedidas por projeções 
subliminares de cenas positivas. 
2. Rosto risonho X “amarrado” → caracteres chineses 
Os caracteres chineses pareciam mais agradáveis quando eram antecedidas por projeções subliminares 
de rostos risonhos. 
 
Às vezes sentimos o que não sabemos e não podemos entender, ou seja, podemos processar 
informações sem termos consciência disso. 
Porém, os procedimentos subliminares têm pouco ou nenhum efeito para os profissionais de marketing. 
Estudos demonstraram que o efeito de mensagens subliminares tem efeito placebo, ou seja, o efeito de 
quem acredita. 
 
O LIMIAR RELATIVO, também chamado de diferença mal perceptível, é a diferença mínima que uma 
pessoa pode detectar entre dois estímulos em 50% das ocasiões. 
O limiar relativo aumenta com a magnitude do estímulo. 
Lei de Weber: dois estímulos, independente de sua magnitude, devem diferir por uma proporção constante 
para que sua diferença seja perceptível. O limiar relativo não é uma quantidade constante, mas sim uma 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 2 
 
proporção relativamente constante do estímulo. A proporção exata do estímulo varia, dependendo do 
estímulo. 
Ex.: acrescentar 10g a um peso de 100g (nota-se a diferença) 
 acrescentar 10g a um peso de 1kg (não nota-se a diferença, teria que ser 100g para ser notada) 
 
ADAPTAÇÃO SENSORIAL 
• Nossa sensibilidade decresce a um estímulo inalterado. Ex.: odor constante. 
• Nossas percepções são organizadas pelos significados que a mente impõe. 
• Embora reduza nossa sensibilidade, a adaptação sensorial proporciona um benefício importante: 
permite-nos focalizar a atenção em mudanças informativas no ambiente, sem sermos distraídos 
pela constante estimulação não informativa de sons, cores, luzes e odores. 
• Percebemos o mundo não exatamente como ele é, mas como nos é útil percebê-lo. 
 
VISÃO 
Como nosso corpo material forma a experiência visual consciente? 
Como transformamos partículas de energia de luz em imagens coloridas? 
 
ENERGIA DA LUZ 
O que atinge nossos olhos não é a cor, mas sim pulsações de energia eletromagnética que nosso sistema 
visual experimenta como cor. O que vemos como luz visível, não passa de uma fatia mínima de todo o 
espectro de radiação eletromagnética. 
O comprimento da onda (distância do pico de uma onda ao pico de outra – determina a intensidade da 
cor) e sua intensidade (amplitude, altura, quantidade de energia da onda – influencia o brilho da cor) são 
duas características físicas da luz que nos ajudam a determinar nossa experiência sensorial. 
 
CAMINHO DA LUZ NO OLHO 
LUZ → córnea → pupila → íris → cristalino → retina → nervo óptico → córtex visual cerebral 
A luz entra no olho através da córnea (um protetor transparente), depois passa pela pupila (uma pequena 
abertura ajustável), é regulado pela íris (músculo colorido que cerca a pupila); por trás da pupila tem o 
cristalino (uma lente que focaliza os raios para uma imagem numa superfície sensível à luz), passando 
então para a retina (um tecido de várias camadas no qual a luz entra em foco). 
 
A acuidade ou nitidez da visão pode ser afetada por distorções no formato do olho, geralmente no 
cristalino, que focaliza a imagem do objeto na retina. 
Na miopia, o globo ocular é mais longo que o natural em relação a seu cristalino, ou a córnea tem uma 
curva muito acentuada. Os objetos convergem na frente da retina. A percepção de objetos próximos é 
mais nítida que objetos distantes. 
Na hipermetropia, o globo ocular é mais curto que o natural em relação a seu cristalino. Os objetos 
convergem atrás da retina. A percepção de objetos mais distantes é mais nítida que objetos próximos. 
 
CAMINHO DA LUZ NA RETINA 
Partícula de luz → células externas → células receptoras internas (cones e bastonetes) → células 
bipolares vizinhas → células ganglionares → nervo óptico. 
Os axônio da rede de células ganglionares convergem como as fibras de uma corda para formarem o 
nervo óptico. Quase um milhão de mensagens podem ser enviadas pelo nervo óptico ao mesmo tempo 
por meio de quase um milhão de fibras ganglionares. Onde o nervo óptico deixa o olho, não há células 
receptoras,o que cria um ponto cego em nossa visão. No cotidiano ele não prejudica a visão, pois os olhos 
estão em constantes movimentos e um registra o que o outro perde. 
 
Os bastões permitem a visão em branco e preto, enquanto os cones permitem que vejamos as cores (no 
olho humano há quase 130 milhões de bastões e cones). 
Os bastões, no entanto, parecem sensíveis à pouca claridade, pois vários bastões canalizam a tênue 
energia da luz mínima para uma única célula bipolar. É por isso que não vemos cores na semi-escuridão. 
O gato vê melhor no escuro porque possui uma pupila que pode dilatar muito mais que a nossa, além de 
possuir proporcionalmente mais bastões sensíveis à luz. Por não possuir tantos cones, não podem ver 
cores tão bem quanto nós. 
 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 3 
 
PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO VISUAL 
A retina (que é na verdade um pedaço do cérebro que migra para o olho durante o início do 
desenvolvimento), além de transmitir impulsos elétricos também ajuda a codificar e analisar a informação 
sensorial. 
Ex.: terceira camada neuronal no olho da rã → células detectoras de vôo de insetos 
Mas a sensibilidade que permite às células da retina dispararem mensagens, também pode levá-las a 
falhar. 
Ex.: as células do olho também são sensíveis à pressão, então ao esfregarum canto do olho, nota-se uma 
mancha de luz no lado oposto, pois o cérebro interpreta esse disparo como luz. 
 
Para objetos e eventos de importância biológica, o cérebro possui uma “vasta enciclopédia visual”, 
distribuídas como células que reagem a um estímulo, mas não a outro. 
Nosso cérebro opera em processamento paralelo (diferente do computador que efetua um processamento 
serial), o que significa que podemos fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ele divide uma cena visual em 
subdimensões como cor, profundidade, movimento e forma, trabalhando em cada aspecto 
simultaneamente. 
Ou seja, a retina não projeta impulsos elétricos apenas para uma área visual do córtex, mas para várias 
áreas, onde cada uma das quais se torna ativa em resposta à estimulação da retina. 
Todo o processo de reconhecimento facial exige o trabalho de 30% do córtex (enquanto a audição 
necessita de 3% do córtex), além de envolver também o lobo temporal. 
Por isso, após um AVC, pessoas podem perder alguns aspectos da visão, mas não outros (por exemplo, 
podem passar a perceber cor, mas não o movimento). 
 
VISÃO DA COR 
Na verdade a cor que pensamos ver, na verdade não são as cores que vemos. Isso porque a cor que 
pensamos ver são o reflexo dessa onda de comprimento. 
Ex.: tomate → vemos com vermelho → rejeita/reflete a cor vermelho 
A cor, como todos os aspectos da visão, não está no objeto, mas sim no nosso cérebro. 
A retina tem três tipos de receptores de cores, cada um especialmente sensível a uma das três cores: 
vermelho, verde ou azul. 
A maioria das pessoas deficientes para cores não é na verdade “cega para cores”, mas sim carecem do 
funcionamento dos cones sensíveis ao vermelho ou ao verde; sua visão é dicromática ao invés de 
tricromática, tornando difícil distinguir vermelho e verde (daltonismo, ligado ao cromossomo X, ocorre mais 
frequentemente em homens). 
 
Mas como pessoas com dificuldade de ver o vermelho e o verde ainda podem ver o amarelo? O amarelo 
parece ser uma cor pura, oposta ao azul, assim como o vermelho é oposto ao verde. 
Devido à teoria do processo oposto de Hering. Depois de deixar as célula receptoras, a informação visual 
é analisada em termos de cores opostas: vermelho x verde; azul x amarelo; branco x preto. 
A percepção das cores e seu processamento ocorre em dois estágios: 
1. os cones do vermelho, verde e azul da retina reagem em graus variáveis a diferentes estímulos de cor; 
2. os sinais são processados em seguida pelas células do processo oposto no sistema nervoso, a 
caminho do córtex visual. 
A constância da cor depende da informação (comprimento da onda recebida pelos cones tricromáticos e 
transmitida pelas células do processo oposto) mas também do contexto ao redor, pois percebemos o 
objeto não isoladamente, mas no contexto ambiental. 
 
AUDIÇÃO 
Qual é o processo pelo qual convertemos ondas de pressão em mensagens neuronais, que nosso cérebro 
interpreta como uma significativa sinfonia de sons? 
Como os outros sentidos, a audição é bastante adaptável. 
Ouvimos uma ampla gama de sons, porém somos mais capazes de ouvir sons em frequência da voz 
humana. Também somos sensíveis a sons fracos, essenciais para a sobrevivência da espécie 
(caça/caçador). 
Decibel é a unidade de medida do som. 
O limiar absoluto para a audição é arbitrariamente definido como zero. 
 
Mas como se dá o processo de audição? 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 4 
 
A batida dos dedos na madeira e a energia resultante do estímulo formam ondas sonoras, que são 
moléculas de ar sendo empurradas, cada uma esbarrando na seguinte. Como analogia, pode-se imagina 
as ondas resultantes como as ondulações num lago se irradiando do ponto em que uma pedra atirada 
rompeu a superfície da água. 
O comprimento da onda (distância do pico de uma onda ao pico de outra – determina a frequência do 
som) e sua força (amplitude, altura, quantidade de energia da onda – determina sua intensidade) são duas 
características físicas da luz que nos ajudam a determinar nossa experiência sensorial. 
A frequência determina o tom: quanto mais longas as ondas (e menos frequência) mais baixo o tom; 
quanto mais curtas as ondas (e maior frequência) mais alto o tom. 
 
 
CAMINHO DAS ONDAS SONORAS NO OUVIDO 
ONDAS SONORAS → canal auditivo → tímpano → martelo/bigorna/estribo (ouvido médio) → cóclea 
(ouvido interno) → córtex auditivo no lobo temporal 
 
O ouvido externo canaliza as ondas sonoras através do canal auditivo para o tímpano, uma membrana 
esticada que vibra com as ondas. O ouvido médio transmite as vibrações do tímpano por meio de um 
pistom constituído por três ossículos (martelo, bigorna e estribo) para um tubo em formato de caracol no 
ouvido interno chamado cóclea. As vibrações que chegam, fazem a membrana da cóclea vibrar o líquido 
que enche o tubo. Este movimento provoca ondulações da membrana basilar, que é revestida de células 
capilares, assim chamadas por causa de suas pequenas projeções que parecem cabelos. Ao final dessa 
sequência, a ondulação da membrana basilar dobra essas células capilares, como um vento ondulando 
um campo de trigo. Por meio dessa sucessão de eventos mecânicos, as ondas sonoras fazem com que o 
ouvido interno envie mensagens neuronais para o córtex auditivo no lobo temporal. 
 
Assim com a disposição dos olhos mos permite o senso de profundidade visual, a disposição dos dois 
ouvidos nos permite desfrutar a audição estereofônica, tridimensional. Localizamos os sons mais 
facilmente quando vem dos lados, mas podemos cometer erros quando o som vem direto da frente, de 
trás, de cima ou de baixo. 
A estrutura intrincada e delicada do ouvido faz com que ele seja vulnerável a lesões. Problemas com o 
sistema mecânico que conduz as ondas sonoras para a cóclea causam a surdez de condução. Uma lesão 
nos receptores das células capilares da cóclea ou dos nervos associados pode causar a surdez nervosa. 
 
A única maneira de restaurar a audição entre pessoas com surdez nervosa é uma espécie de ouvido 
biônico: um implante coclear, que possibilita uma aproximação da audição, não suficiente para 
compreender frases, mas o bastante para ajudar a leitura dos lábios e ajudar com os sons de alerta. 
As pessoas que perdem um canal de sensação parecem compensar com um ligeiro aumento das outras 
capacidades sensoriais. 
“A surdez é uma desvantagem muito maior de que a cegueira... A cegueira isola as pessoas das coisas; a 
surdez isola as pessoas das outras pessoas”. 
 
TATO 
Como sentimos o mundo através da pele? O que é e por que sentimos dor? 
Para os humanos, a visão e a audição são os principais sentidos, pois dependemos deles principalmente 
para a comunicação. Mas em outros animais a prioridade difere. Sem o tato, o paladar, olfato e o sentido 
de movimento e posição do corpo, ficaríamos em grande desvantagem e nossa capacidade de apreciar o 
mundo seria bastante reduzida. 
Nosso “sentido do tato” é uma mistura de pelo menos 4 sentidos distintos da pele (pressão, calor, frio e 
dor) que se dão através das diversas terminações nervosas e é essencial para o nosso desenvolvimento. 
 
Destacamos a DOR, pois é maneira como o corpo avisa que há alguma coisa errada. As raras pessoas 
que nascem sem a capacidade de sentir dor podem experimentar grave ferimentos sem serem alertadas 
pelos sinais de perigo da dor e, em geral, morrem no início da vida adulta. 
A DOR não é uma propriedade apenas dos sentido, mas também do cérebro, Um exemplo disso é o fato 
de que, 7 em cada 10 amputados podem sentir dor ou movimento em membros inexistentes. Portanto, 
para ver, ouvir e sentir, não precisamos de um corpo, mas sim de um cérebro. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 5 
 
No entanto, não há estímulos específicos (como a luz desencadeia a visão) nem receptores específicos 
(como os bastões e os cones da retina)para dor. Em baixa intensidade, os estímulos que desencadeiam 
dor também podem causar outras sensações como calor/frio, maciez/aspereza. 
 
Quando falamos em DOR CRÔNICA, uma maneira de tratá-la é através de estimulação (massagem, 
eletricamente ou por acupuntura) com o intuito de criar uma estimulação concorrente que vai bloquear 
uma parte das mensagens de dor. 
Ex.: colocar gelo em uma equimose (mancha escura na pele; infiltração de sangue na malha de tecidos do 
organismo, devido à ruptura de capilares) serve tanto para controlar o inchaço quanto para acionar 
mensagem de frio, “fechando os portões” do sinal de dor. 
Esse “portão de dor” também pode ser fechado por uma informação do cérebro e é aí que encontramos 
algumas surpreendentes influências psicológicas sobre a dor. 
 
PALADAR 
Como transformamos sensações químicas em gostos? 
 
Como o tato, o sentido do paladar envolve 4 sensações básicas: doce, azedo, salgado e amargo. Todos 
os outros gostos são misturas destes. O gosto é uma sensação química. 
 
Como o tato, o sentido do paladar envolve 4 sensações básicas: doce, azedo, salgado e amargo. Todos 
os outros gostos são misturas destes. 
O gosto é uma sensação química. Dentro das pequenas saliências em cima e nos lados da língua há mais 
de 200 papilas gustativas. Cada uma contém um poro que absorve as substâncias químicas dos 
alimentos. Estas moléculas são sentidas por 50 células receptoras de gosto. 
 
Os receptores de gosto se reproduzem a cada 1 ou semanas. Contudo, à medida que envelhecemos, o 
número de papilas gustativas diminui, assim como a sensibilidade para sentir gostos. 
 
Para saborear um gosto, normalmente respiramos o aroma pelo nariz. 
É por isso que não é muito agradável comer quando se está com um forte resfriado. 
Portanto, o olfato não somente aumenta nossa percepção do gosto mas também a modifica. Isso é 
chamado de interação sensorial, uma vez que um sentido pode influenciar o outro. 
Olfato + Gosto = SABOR 
 
OLFATO 
Como transformamos sensações químicas em cheiros? 
A respiração vem em pares: inalar e exalar (exceto no nascimento e na morte). 
Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos alguma coisa quando moléculas de uma 
substância trazidas pelo ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células receptoras no 
alto de cada cavidade nasal. 
Nosso senso de olfato é menos impressionante do que a acuidade da visão e da audição, mas não menos 
necessário, uma vez que também pode ser utilizado para comunicação e navegação (como ocorre com o 
tubarão e com as mariposas, respectivamente). 
Odores também possibilitam evocar lembranças e sentimentos (conexão da área límbica). 
 
É um mistério como funcional os receptores olfativos, pois um odor não pode ser separado em odores 
elementares e ainda assim detectamos cerca de 10.000 odores diferentes. Aparentemente alguns odores 
acionam uma combinação de receptores, cuja atividade é interpretada pelo córtex olfativo. 
A habilidade de identificar cheiros alcança o auge no início da vida adulta e depois disso há um declínio 
gradativo. 
 
POSIÇÃO E MOVIMENTO DO CORPO 
A cinestesia é o sentido da posição e movimento do corpo. 
Também denominada como propriocepção, é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer 
a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de 
cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite 
a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 6 
 
O conjunto das informações nos permitem, por exemplo, desviar a cabeça de um galho, mesmo que não 
se saiba precisamente a distância segura para se passar, ou mesmo o simples fato de poder tocar os 
dedos do pé e o calcanhar com os olhos vendados, além de permitir atividades importantes como andar, 
coordenar os movimentos responsáveis pela fala, segurar e manipular objetos, manter-se em pé ou 
posicionar-se para realizar alguma atividade. 
 
O sentido vestibular monitora a posição e o movimento da cabeça 9e assim consequentemente do corpo 
também). 
O labirinto, também conhecido por sistema vestibular, localizado no ouvido interno junto à cóclea, é 
sensível a alterações angulares da cabeça. As alterações podem ser no sentido vertical (rotação vertical, 
deslocamento do queixo para cima e para baixo) ou horizontal (rotação horizontal ou lateral, deslocamento 
do queixo lateralmente ou seja, direita e esquerda). Este sistema também atua na identificação da posição 
de todo o corpo, permitindo que alguém saiba se está deitado, em pé ou em qualquer outro 
posicionamento espacial. Perturbações no sentido de equilíbrio podem levar a correções inadequadas, 
que em casos extremos podem impedir a manutenção da posição vertical, além de causar vertigem e 
náusea. 
 
 
CURIOSIDADE: Humúnculo de Penfield 
 
Desenvolvido na década de 1940, o homúnculo de Peinfield revolucionou o raciocínio clínico da 
neurologia moderna. Através de um mapeamento do córtex cerebral, foi possível representar diversas 
regiões do corpo em sua superfície, relacionando-as diretamente com suas funções, tornando assim, a 
neurosemiologia clínica mais eficiente. 
 
O neurocirurgião Wilder Penfield operou pacientes com epilepsia. Já que tinha a sua disposição um 
cérebro vivo na mesa cirúrgica, ele aproveitou para “bisbilhotar” um pouco. O médico levantou dados a fim 
de descobrir quais partes do córtex cerebral controlavam quais movimentos corporais voluntários e 
sentimentos. O que ele descobriu foi uma visão muito distorcida do corpo humano: o homúnculo cortical. 
O homúnculo cortical representa a importância de várias partes do seu corpo, determinadas pelo seu 
cérebro. Por exemplo, há pouca necessidade para o cérebro de saber o que está acontecendo nos braços 
e pernas. Tudo que esses membros precisam fazer é ficar longe do fogo e colocar as mãos e os pés nos 
lugares certos. As mãos, a língua, os órgãos genitais e as características faciais são extremamente 
importantes, pois dão às pessoas uma tonelada de informações sensoriais. Como resultado, elas ocupam 
muito espaço no cérebro. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: 
ARTMED, 2002, p. 132-172. 
 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, cap. 5. 
 
SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997, p. 59-70. Caso sugerido: "A 
MULHER DESENCARNADA”. 
 
TURNBULL, C.M. Some observations regarding the experiences and behavior of the BaMbuti Pygmies. American Journal of Psychology, 74, 304-
308, 1961. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 7 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aulas 2: PERCEPÇÃO 
 
 
PERCEPÇÃO 
 
Já dizia Platão há cerca de 2400 anos, que percebemos os objetos por meio dos sentidos, com a mente; 
para construir o mundo em nossa cabeça, devemos detectar a energia física do ambiente e codificá-la 
como sinais neurais. 
Nossos sentidos nos trazem os dados brutos do ambiente; se não interpretássemos essas informações, o 
mundo seria uma confusão. O olho capta os padrões da luz e da escuridão, mas não “vê” um pássaro 
voando de galho em galho. O tímpano vibra de maneira particular, mas não “escuta” uma sinfonia. 
O ato de decifrar padrões que façam sentido em meio a todas as informações sensórias é chamado de 
percepção. A percepção ocorre no cérebro; utilizando a informação sensorialcomo material bruto, o 
cérebro gera experiências perceptivas que vão além daquilo que sentimos diretamente. 
 
A sensação é o processo através do qual detectamos a energia física do ambiente e decodificamos essa 
energia como sinais nervosos. Pela percepção selecionamos, organizamos e interpretamos nossas 
sensações. Sentimos através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. A percepção é a 
decodificação dos sinais neurais recebidos como energia do ambiente; percepção é a interpretação 
cerebral da energia física transformada em sinais nervosos; é como percebemos e construímos o mundo. 
A atenção é um processo cognitivo pelo qual selecionamos e focamos estímulos, estabelecendo relação 
entre eles. 
 
As percepções nos chegam a cada momento, uma se desvanecendo enquanto a seguinte aparece. 
No “Cubo de Necker”, os círculos podem ser organizados em várias imagens diferentes, uma vez que a 
mente se transfere para frente e para trás, de uma para outra. 
Você vê círculos com trechos cinzas ou um cubo? 
Isso ilustra um princípio importante: nossa atenção consciente é seletiva. 
 
 
A atenção é um processo cognitivo pelo qual selecionamos e focamos estímulos, estabelecendo relação 
entre eles. 
Pode ser dividida em: 
• atenção seletiva: capacidade em focar em um estímulo específico em detrimento de outros, 
• atenção sustentada: capacidade de manter o foco em mesma atividade/estímulo por tempo mais 
prolongado, 
• atenção alternada: capacidade de mudar o foco atentivo em diferentes estímulos diferentes, 
• atenção dividida: capacidade de focar em dois estímulos distintos simultaneamente, processados 
por vias sensoriais diferentes. 
 
Você vê círculos com trechos cinzas ou um cubo? 
Às vezes o cubo pode dar a impressão de flutuar na frente da página, com os círculos por trás; em outras 
ocasiões, os círculos podem se tornar buracos nas páginas através dos quais o cubo aparece, como se 
estivesse flutuando por trás da página. 
Como a atenção é seletiva, você vê apenas uma interpretação de cada vez. 
 
Ilusões perceptivas 
As ilusões revelam a maneira como normalmente organizamos e interpretamos as nossas sensações. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 8 
 
A ênfase da psicologia nas ilusões visuais reflete a preeminência da visão sobre os demais sentidos. 
Quando há conflito entre a visão e as outras sensações,a visão em geral domina. 
 
Experimento de julgamento de distância de Ross. 
 
Para simular julgamentos de distância, a psicóloga Helen Ross (1975) pediu a transeuntes que avaliassem 
as distâncias de discos brancos que colocou no gramado da faculdade. Os que julgaram a distância no 
denso nevoeiro da manhã, perceberam os discos mais distantes do que aqueles do que aqueles que 
fizeram a avaliação com o sol a pino. 
 
Organização Perceptiva 
Psicólogos da gestalt, que estudaram os princípios básicos da percepção, acreditavam que, diante de um 
conjunto de sensações, o cérebro gera uma experiência perceptiva coerente que é mais do que 
simplesmente a soma das informações sensoriais disponíveis, e que isso acontece de maneira previsível. 
O anseio humano de montar aspectos visuais em formas completas envolve o processamento de baixo 
para cima (botton-up), começando com a análise sensorial no nível da entrada, bem como de cima para 
baixo (top-down),que usa as experiências e expectativas para interpretar essas sensações. 
Um aspecto importante da percepção é a distinção de figuras separadamente do fundo diante do qual elas 
aparecem, característica de todos os nossos sentidos. 
A figura abaixo é um vaso ou os perfis do Príncipe Philip e da Rainha Elizabeth? 
 
Muitas vezes para organizar os estímulos, impor ordem e forma às sensações básicas, a mente segue 
regras determinadas para agrupamento desses estímulos, como sugerem os psicólogos da Gestalt. 
Ainda, a idéia do todo percebido difere da mera soma de suas partes. 
 
 
Constância Perceptiva 
A constância perceptiva diz respeito à tendência de perceber objetos como sendo relativamente estáveis e 
inalteráveis apesar das alterações das informações sensoriais. Uma vez que constituímos uma percepção 
estável de um objeto, somos capazes de reconhecê-lo em quase qualquer posição, distância e sob 
qualquer tipo de iluminação. A memória e a experiência desempenham um papel importante na constância 
perceptiva. 
Já a maravilha da percepção do tamanho está na ausência de esforço com que ela ocorre. Com a 
distância percebida de um objeto e o tamanho da imagem na retina, no mesmo instante e 
inconscientemente inferimos o tamanho do objeto. Outro exemplo é o estudo de Turnbull sobre os 
pigmeus MBUT do Zaire (África do Sul). 
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Às vezes, a forma real de um objeto é inalterada, mas o objeto parece mudar de forma de acordo com o 
ângulo de visão. Ex.: uma porta projeta uma crescente imagem trapezoidal em nossas retinas ao se abrir, 
mas continuamos a percebê-la com retangular. 
 
 
Já a maravilha da percepção do tamanho está na ausência de esforço com que ela ocorre. Com a 
distância percebida de um objeto e o tamanho da imagem na retina, no mesmo instante e 
inconscientemente inferimos o tamanho do objeto. 
 
Ilusão das garotas que aumentam e diminuem. 
Esta sala distorcida, projetada por Adelbert Ames, parece ter um formato retangular normal quando vista 
através de uma pequena abertura com um olho só. A garota no canto próximo parece 
desproporcionalmente grande porque auxiliamos seu tamanho com base na falsa suposição de que ela 
está à mesma distância que a garota no campo oposto. 
 
O papel branco reflete 90% da luz do sol enquanto o preto 10%. À luz do sol, o papel preto pode refletir 
100 vezes mais a luz do que o papel branco em um lugar fechado e ainda assim o papel continua 
parecendo preto. 
Isso ilustra a constância de luminosidade, onde percebemos um objeto como tendo luminosidade 
constante, embora sua iluminação varie. A luminosidade percebida muda com o contexto. 
 
Embora os retângulos internos sejam na verdade idênticos, percebemos o direito como mais claro por 
causa do contraste com o ambiente escuro ao redor. Como o efeito do contexto na percepção de cor, este 
fenômeno tem grande significado para os pintores e decoradores. 
 
De maneira semelhante, quando percebemos objetos que nos são familiares, eles tendem a manter suas 
cores, não importando a informação que chega a nossos olhos. Quando os objetos não nos são familiares 
ou não existem as costumeiras pistas de cor, a constância de cor pode ser distorcida. Por exemplo, 
quando compramos uma roupa em uma loja bem iluminada e depois descobrimos que sob a luz comum 
ela não é da cor que pensávamos. 
A constância de luminosidade significa que, embora a quantidade de luz disponível para nossos olhos 
varie muito no decorrer de um dia, a luminosidade percebida de objetos familiares varia pouco. 
 
 
Percepção de Profundidade 
Das imagens bidimensionais que alcançam a retina,conseguimos organizar percepções tridimensionais. 
Ver objetos em três dimensões é chamado de percepção de profundidade e permite-nos avaliar a 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 10 
 
distância a que estão de nós. A um olhar, calculamos a distância de um carro se aproximando ou a altura 
de um penhasco. Ex.: penhasco visual. 
Essa habilidade é em parte inata; embora a maturação biológica predisponha nossa cautela para a altura, 
a experiência a amplia. 
 
Penhasco Visual. 
Eleanor Gibson e Richard Walk Projetaram este penhasco em miniatura, com o precipício coberto de 
vidro, afim de determinar se bebês engatinhando e animais recém-nascidos podem perceber 
profundidade. Mesmo quando instados com carinho, os bebês relutam em se aventurarpelo vidro. 
 
Como os nossos olhos estão separados, as retinas recebem imagens ligeiramente diferentes. Você pode 
constatar isso aproximando o dedos diretamente à frente do nariz. A uma distância maior, estendendo o 
braço, essa disparidade diminui. 
 
Os filmes 3D estimulam essa disparidade na retina. A profundidade percebida, de duas imagens 
ligeiramente diferentes sobrepostas, ocorre na medida em que cada olho focaliza uma imagem e o 
cérebro integra as duas versões numa única imagem 3D. 
 
No caso das imagens 3D, a percepção não está apenas projetando o mundo em nosso cérebro; em vez 
disso, as sensações são desmontadas em informações fragmentadas que o cérebro torna a montar, 
criando o seu modelo funcional do mundo exterior. Portanto, o cérebro constrói as percepções. 
 
Estamos constantemente calculando a distância entre nós e os outros objetos. A imagem projetada na 
retina é essencialmente plana ou bidimensional e ainda assim enxergamos o mundo em três dimensões. 
Pra afazer isso, utilizamos algumas pistas sutis a fim de determinar distância, profundidade e o formato 
dos objetos. 
 
As pistas monoculares dependem das mensagens visuais que um olho é capaz de transmitir sozinho. 
Uma importante pista monocular que nos oferece informações sobre a posição relativa chama-se 
interposição. Quanto à distância e profundidade, na perspectiva linear, duas linhas paralelas que se 
estendem no espaço parecem se juntar em algum ponto no horizonte; Já na perspectiva aérea, os objetos 
distantes possuem uma aparência pouco clara e contornos mal definidos. Outra pista monocular útil 
quanto à distância e à profundidade é o gradiente de textura, onde um objeto próximo parece ter uma 
textura mais grosseira ou detalhada. 
 
Tamanho relativo: se consideramos que dois objetos são similares no tamanho, percebemos que o que 
projeta a menos imagem na retina é o que está mais distante; 
Claridade relativa: percebemos os objetos mais distantes um tanto indistintos e os objetos mais próximos 
mais claros e bem definidos; 
Gradiente de textura: uma mudança gradativa de textura nítida para indistinta, sinaliza uma distância 
crescente (objetos distantes parecem mais densamente agrupados); 
Altura relativa: percebemos os objetos mais altos em nosso campo de visão como os mais distantes. A 
situação se inverte por cima do horizonte, quando percebemos a ave mais alta como mais próxima; 
Movimento relativo: ao nos movermos, os objetos que estão parados parecem se mover em relação a 
nós, como pode ser observado em uma viagem; 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 11 
 
Perspectiva linear: linhas paralelas, como trilhos ferroviários, parecem convergir com a distância. Quanto 
mais a linha converge, maior a distância; 
Brilho relativo: os objetos mais próximos refletem mais luz para os olhos. Como exemplo, podemos citar 
a visibilidade no nevoeiro e como sol alto. 
 
Já as pistas binoculares exigem o emprego dos dois olhos, o que nos permite fazer julgamentos mais 
precisos sobre a distância e a profundidade. Isso porque a visão esterocópica, resultado da combinação 
das duas imagens na retina, faz com que a percepção de distância e profundidade seja mais exata. Uma 
vez que nossos olhos estão separados por uma distância de cerca de seis centímetros, cada um possui 
uma visão ligeiramente diferente das coisas, sendo a diferença entre as duas imagens que os olhos 
recebem é chamada de disparidade retiniana. Quando olhamos para objetos que se encontram 
relativamente perto de nós, nossos olhos tendem a convergir, se movendo ligeiramente um de encontro ao 
outro, fornecendo uma pista de distância. 
Assim como utilizamos pistas monoculares e binoculares para determinar a profundidade e a distância 
visual, utilizamos pistas monoauriculares (a partir de um só ouvido) e biauriculares (a partir dos dois 
ouvidos) a fim de localizar as fontes sonoras. 
 
Restrição Sensorial de Visão Recuperada 
Tanto em humanos quanto em animais, um período similar de restrição sensorial não causa danos 
permanentes se ocorre numa etapa posterior da vida. 
No entanto, sem estimulação, as células corticais não desenvolvem conexões normais e tanto animais 
quanto humanos permanecem funcionalmente cegos para alguns estímulos, pois a experiência guia a 
organização das conexões do cérebro. 
 
Dispositivo experimental para os estudos de Blakemore & Cooper. 
Desde o momento em que seus olhos se abriram e até os 5 meses de idade, os gatinhos eram retirados 
da escuridão todos os dias para passarem 5 horas sozinhos num cilindro preto e branco de listras, com 
um chão de vidro transparente. Uma coleira rígida impedia o gatinho de ver qualquer outra coisa, até o 
próprio corpo. Depois, esses gatinhos tiveram dificuldade para perceber formas horizontais, comparados 
com outros gatinhos expostos apenas a formas horizontais. 
 
Percepção de Movimento 
A percepção de movimento envolve tanto as informações visuais da retina quanto as mensagens enviadas 
pelos músculos situados em volta dos olhos quando eles seguem um objeto. 
O movimento real se refere ao deslocamento físico de um objeto de uma posição para outra. O 
movimento aparente é uma ilusão que ocorre quando percebemos movimentos em objetos que, na 
verdade, estão parados. Há um tipo de movimento aparente conhecido como ilusão autocinética, que é a 
percepção de movimento causada por apenas um objeto estacionário. Outro tipo de ilusão é o movimento 
estroboscópico, criado por uma rápida série de imagens paradas. Ilusão de movimento também podem 
ser criadas quando duas luzes estacionárias adjacentes acendem e apagam em rápida sucessão, 
conhecido como fenômeno phi. 
O cérebro calcula o movimento baseado em parte na suposição de que objetos que se encolhem estão se 
afastando, enquanto objetos que aumentam estão se aproximando. 
 
Predisposição Perceptiva 
Como todo mundo sabe, VER É ACREDITAR. O que muitas pessoas também sabem, mas não avaliam 
plenamente é o fato de que VER TAMBÉM É ACREDITAR. Diante de imagens desfocadas, formamos um 
palpite preliminar que depois interfere nas percepções posteriores. Depois que formamos uma ideia errada 
da realidade, temos mais dificuldade em ver a verdade. Nossa predisposição perceptiva pode influencia 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 12 
 
não somente o que vemos, mas também o que ouvimos. É o caso de muitas mensagens ditas 
subliminares, mas que na verdade são falhas na percepção. 
 
 
EFEITOS DO CONTEXTO NA PREDISPOSIÇÃO PERCEPTIVA 
Um mesmo estímulo pode acionar percepções radicalmente diferentes, em parte por causa de nossos 
esquemas diferentes, mas também por causa do contexto imediato. 
Ex.: transporte de um cadáver dentro das dependências de um hospital 
 → todo coberto → alarmava pacientes e visitantes 
 → rosto descoberto e lenço dobrado de maneira norma, como se o paciente estivesse dormindo → 
não alarmava 
Na vida cotidiana, as predisposições perceptivas (sexo X cultura) podem influenciar o contexto. Ex.: sem 
as indicações óbvias de rosa ou azul, as pessoas ficam sem saber se tratam uma criança recém-nascida 
por “ele” ou “ela”. 
Os efeitos das predisposições perceptiva e de contexto demonstram como a experiência nos ajuda a 
construir a percepção. 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; BEM, D. J.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. Trad.: Daniel 
Bueno. Porto Alegre: ARTMED, 13ª edição, 2009, p. 173-212. 
 
MEYERS, D. G. Introdução à Psicologia Geral. Trad.: A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiros: LTC, 5ª edição, 1999, p. x-y. 
 
MORRIS, C. G. & MAISTO, A. A. Introdução à Psicologia. 6a ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2003, p. 104-117. 
 
SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 22-37).Caso sugerido: "O 
HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU". 
 
SACKS, O. Um antropólogo em Marte – sete histórias paradoxais. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1995. p. 123-164. Caso sugerido: 
"VER E NÃO VER". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 13 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aula 3: MEMÓRIA 
 
 
MEMÓRIA 
A memória é uma das mais complexas funções neuropsicológicas. 
A memória é qualquer indicação de que a aprendizagem persistiu ao longo do tempo. 
A memória possibilita ao indivíduo remeter-se a experiências passadas auxiliando na comparação com 
experiências atuais e projetando-se nas prospecções e programas futuros. 
Em alguns aspectos, a memória humana é parecida com um sistema de processamento de informações 
de um computador: 
 exige a entrada da informação no cérebro (codificação), 
 conservação dessa informação (arquivamento), 
 e mais tarde a saída (recuperação). 
A codificação refere-se ao processamento da informação que será armazenada. 
Ex.: informações visuais durante a codificação → parece melhorar a memorização 
 exposição ao estresse prévio → parece piorar as memórias dependentes de contexto. 
A retenção / armazenagem / conservação é o processo que envolve o fortalecimento das representações 
enquanto estão sendo registradas e sua reconstrução ao longo de sua utilização e da entrada de novas 
informações. 
A recuperação é o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode 
utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através 
de associações dependentes do contexto, ativação por semelhança ou por necessidades. 
Como se explica os processos de memória? 
Uma das contribuições mais importantes na distinção dos sistemas de memória partiu do clássico “caso 
HM”. 
 
Caso HM 
H.M. era uma criança normal até que aos 9 anos sofreu uma queda enquanto andava de bicicleta. O forte 
traumatismo craniano que sofrera deixou como sequela as constantes crises epilépticas, intratáveis com o 
uso das medicações convencionais. Essas crises pioraram ao longo de tempo, até que 1953 ele foi 
encaminhado para o neurocirurgião William Beecher Scoville. 
Após alguns exames, Scoville descobriu que a origem das epilepsias de H.M. era no lobo temporal medial 
do telencéfalo e sugeriu que esses lobos fossem retirados bilateralmente em uma cirurgia. No dia 1 de 
setembro de 1953 a cirurgia foi realizada. Na cirurgia foram retirados seus hipocampos, giros 
parahipocampal, as amígdalas e o córtex entorrinal. 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 14 
 
 
 
Depois da cirurgia o paciente H.M., que ficou curado da epilepsia, passou a sofrer de graves problemas de 
memória. Ele lembrava-se de tudo que ocorrera em sua vida até seis meses antes da cirurgia, no entanto 
ficou incapacitado de guardar novas informações como memória de longa duração. 
A partir desse fato, os cientistas ficaram curiosos a respeito dos mecanismos de armazenamento de 
informações no nosso sistema nervoso e resolveram iniciar estudos com o paciente H.M. Esses estudos 
foram importantes no que diz respeito à localização exata de áreas particulares do cérebro que estão 
ligadas aos processos específicos da formação da memória. 
Dessa forma iniciou-se uma série de muitos estudos com o paciente H.M., mais de 100 cientistas o 
estudaram por mais de 55 anos. Tinha-se então um laboratório vivo, no qual era possível realizar 
experimentos para testar a formação de memórias. 
Umas das pessoas que mais realizou testes no paciente H.M, foi a neurocientista Dra. Brenda Milner, que 
mesmo após anos de acompanhamento precisava se apresentar a cada nova visita ao paciente, pois este 
já havia esquecido de quem era a neurocientista. 
 
CODIFICAÇÃO 
A codificação refere-se ao processamento da informação que será armazenada. Com pouco ou nenhum 
esforço, codificamos uma enorme quantidade de informações sobre espaço, tempo e frequência. Algumas 
só lembramos com esforço e atenção. 
Ebbinghaus → lista de sílabas sem sentido → repetição (ensaio) 
• a quantidade lembrada depende do tempo consumido para aprender. 
• efeito espaçamento: retemos melhor a informação quando o ensaio é distribuído ao longo do 
tempo. 
• efeito da posição serial: lembramos o último e o primeiro item se uma sequência melhor que os 
outros do meio. 
Processamos a informação de três maneiras: codificando seu significado; visualizando-a; organizando-a. 
• efeito de auto-referência: lembramos melhor o é pessoalmente significativo; 
• retrospecção dos momentos agradáveis são lembrados mais positivamente do que avaliamos na 
ocasião em que ocorreram; 
• agrupamento em unidades significativas ocorre de forma natural para facilitar recordação; 
• quando desenvolvemos um conhecimento mais profundo em determinada área, hierarquizamos as 
informações em conceitos gerais e subdividimos em mais restritos, o que também facilita a 
recordação; 
Uma boa memória é útil, mas também o é a capacidade de esquecer. Tal esquecimento pode ser causado 
por uma falha na codificação. 
 
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RETENÇÃO 
A retenção é o processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo 
registrada, sua reconstrução ao longo de sua utilização e da entrada de novas informações. 
Memória sensorial é o registro inicial da informação no sistema de memória. 
 
 
A memória icônica ou visual é a capacidade dos olhos registrarem por um instante uma percepção exata 
de uma cena e podermos recordar de detalhes, mas por apensa alguns segundos. 
O armazenamento da memória de curto prazo é limitado não apenas na duração, como também na 
capacidade. 
Já a capacidade da memória de longo prazo é ilimitada. 
 
 
ARMAZENANDO MEMÓRIAS NO CÉREBRO – SINAPSES 
Enquanto os psicólogos cognitivos estudam o “software” da memória, os neurocientistas adquirem novas 
percepções sobre o “hardware” da memória, ou seja, como e onde armazenamos fisicamente as 
informações no cérebro. 
As memórias começam como impulsos elétricos que são conduzidos pelos circuitos do cérebro, deixando 
de certa forma vestígios permanentes. Diante do aumento de atividade num curso específico, as 
interligações neuronais se formam ou fortalecem. 
 
CURIOSIDADES: 
A passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro (ECT) não prejudicam as memórias antigas depois que 
ocorreu a potencialização de longo prazo, mas a corrente vai eliminar as experiências mais recentes. 
 
Drogas que bloqueiam neurotransmissores também afetam o armazenamento de informações. Ex.: o 
álcool deteriora a formação de memória por interferir com a atividade mensageira da serotonina. 
 
Situações de excitação ou de estresse também afetam a aprendizagem e a retenção. A ausência de 
emoção significa memórias mais fracas, enquanto experiências emocionais mais fortes tornam memórias 
mais fortes e confiáveis. 
 
 
 
 
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ARMAZENANDO MEMÓRIAS NO CÉREBRO – HIPOCAMPO 
Estudos sugerem que o hipocampo não seja o “depósito permanente” das memórias, mas sim uma 
estação intermediária. Como o córtex, o hipocampo é lateralizado e lesões nos lados esquerdo e direito 
parecem produzir resultados diferentes. 
Pacientes com lesão no hipocampo E têm dificuldade para lembrar informações verbais. 
Paciente com lesão no hipocampo D têm dificuldade para recordar projeções visuais e 
 
 
RECUPERAÇÃO 
A recuperação é o processo de lembrança da informação anteriormentearmazenada. 
• Efeito de contexto: se estivemos antes numa situação similar (contexto), a atual situação pode 
estar impregnada de indicadores que inconscientemente recuperam a existência anterior. Ex.: déjá 
vu – já estive nessa situação antes. 
• Memória dependente do estado: as coisas que aprendemos em um estado (alegre/triste, 
sóbrio/embriagado) são muitas vezes mais facilmente recordadas quando nos encontramos outra 
vez no mesmo estado. 
• Nossas memórias são um tanto congruentes com o ânimo: parecemos associar bons ou maus 
momentos com as emoções que os acompanham. 
• O esquecimento ocorre quando falhamos em codificar a informação e quando as memórias 
armazenadas declinam. 
 
 
AMNÉSIA 
Amnésia é a perda de memória que pode ser total ou parcial, constante ou episódica, temporária ou 
permanente dependendo das causas. 
Pode ser causada por doenças degenerativas, infecções, neurotoxinas, AVC, traumas, alcoolismo e uso 
de drogas. 
Amnésia anterógrada: é a perda de memória para eventos que ocorrem posteriormente ao 
acontecimento da doença, ou seja, é uma deficiência em formar memórias. 
Amnésia retrógrada: é a perda da memória a eventos anteriores à doença/trauma. 
 
Memória e Processamento de Informação 
Arquivamos vastas quantidades de informações na memória de longo prazo, ou seja, são as 
informações que são armazenadas por grandes períodos de tempo ou até mesmo indefinidamente. 
Por outro lado, podemos recuperar informações para uma memória de curto prazo, que está associada 
ao tempo de recuperação de uma informação limitada em aproximadamente um minuto. A informação 
pode ser copiada ou pode ser transferida para a memória de longo prazo antes do término deste período; 
depois deste tempo, a informação é perdida. 
 
SISTEMA DE MEMÓRIA: 
 
 
A memória operacional é um sistema de memória responsável pelo arquivamento temporário da 
informação e serve para que operações mentais sejam realizadas no decorrer do mesmo. 
A memória operacional permite que haja uso, gerenciamento e organização da informação, ultrapassando 
os limites da memória de curto prazo, que exigem um reforçamento da própria informação. 
A memória operacional permite que seja armazenada uma informação enquanto se realiza uma operação 
similar ou mesmo outra tarefa cognitiva simultânea. 
A memória operacional é avaliada pelo teste de Amplitude de Dígitos. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 17 
 
 
Estruturas dos Sistemas de Memória 
 
 
Memória declarativa ou explícita: refere-se à capacidade armazenamento consciente de experiências 
prévias (“ o que”). Envolve dois subsistemas: 
Memória episódica: refere-se ao sistema que permite o resgate de eventos pessoais ou eventos 
associados a um tempo/lugar específico, tais como o nascimento de um filho, o dia da formatura ou uma 
viagem realizada. Em geral é amplamente avaliada em testes (Ex.: RAVLT e Figuras de Rey). 
Memória semântica: é ativada quando lidamos com conceitos atemporais. É usada, por exemplo, ao 
aprendermos as leis de Newton, que a capital do Brasil é Brasília ou que xingar "é feio". Dessa forma, é 
nessa modalidade de memória de longo prazo, que são armazenadas as informações relacionadas a 
conhecimentos gerais, conceitos, significados de palavras, desde que não tenham referência espacial ou 
temporal específicas. 
 
Memória não declarativa ou implícita: é a habilidade para realizar algum ato ou comportamento que 
originalmente exigiu algum esforço consciente, mas que não requer resgate consciente ou intencional da 
experiência. Há diversas modalidades ou funções que dependem da memória implícita, tais como: 
• habilidades e hábitos treinados progressivamente, tais como os desenvolvidos em tarefas como 
andar de bicicleta, costurar ou jogar bola; 
• pré-ativação ou priming (tem sido as mais investigadas), relacionado ao funcionamento do córtex 
cerebral, por exemplo, como observado nas listas de recordação com dicas; 
• condicionamento clássico, como observado nas respostas emocionais de medo, com ativação da 
amígdala; 
• aprendizagem não associativa. 
 
Memória Prospectiva 
Refere-se à capacidade de lembrar-se de executar uma ação planejada para o futuro. 
Requer que o indivíduo recorde tanto da natureza de um evento futuro, quanto da hora de sua ocorrência 
(intenção baseada no tempo) ou então lembre de um conteúdo a ser tratado em um evento futuro 
(intenção baseada no evento). 
Pacientes com traumatismo cranioencefálico podem desenvolver prejuízos na memória prospectiva. 
Crianças com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) podem apresentar erros de 
intenção futura, provavelmente dependente do funcionamento executivo prejudicado no transtorno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 18 
 
APRIMORANDO SUA A MEMÓRIA 
 Estude repetidamente para aumentar a memória de longo prazo; 
 Passe mais tempo ensaiando ou repensando ativamente na matéria; 
 Faça com que a matéria seja pessoalmente significativa; 
 Para lembrar uma lista de itens estranhos, use artifícios mnemônicos; 
 Reaviva a memória pela ativação dos indicadores de recuperação (efeito de contexto); 
 Recorde os eventos enquanto ainda estão recentes, antes de se deparar com uma possível 
desinformação; 
 Minimize a interferência (conteúdos que podem interferir um com o outro / estude antes de 
dormir); 
 Teste seus conhecimentos, tanto para ensaiá-los quanto para determinar o que você ainda não 
sabe (recordação, reconhecimento, checklist). 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: 
ARTMED, 2002, p. 288-326. 
 
LOFTUS, E. F. Leading questions and the eyewitness report. Cognitive Psychology, 7, 560-572, 1975. . In: HOCK, R.R. Forty Studies that 
Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. 
 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 9. 
 
SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 38-58. Caso sugerido: 
"MARINHEIRO PERDIDO". 
 
SACKS, O. Um antropólogo em Marte – sete histórias paradoxais. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1995. p. 59-9. Caso sugerido: "O 
ÚLTIMO HIPPIE”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 19 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aula 4: CONSCIÊNCIA 
 
 
CONSCIÊNCIA 
A Psicologia inicialmente era definida como a descrição e explicação dos estados de consciência, da vida 
mental. Com o advento do behaviorismo, a psicologia passa a ser definida como a ciência do 
comportamento. Por volta de 1960 os conceitos mentais começaram a retomar à psicologia, 
principalmente devido ao avanço na neurociência . 
A consciência é a percepção de nós mesmos e do meio ambiente, sendo que tal percepção varia com o 
foco da atenção. 
A percepção consciente nos permite exercer um controle voluntário e comunicar nossos estados mentais 
a outros, mas a consciência é apenas a “ponta do iceberg” do processamento de informações, uma vez 
que conseguimos processar muitas informações fora da nossa consciência. 
“(...) os eventos do cérebro são para a consciência o que as notas individuais de uma guitarra são para um 
acorde; assim como um acorde emerge da interação de diferentes notas, a consciência também emerge 
da interação de eventos individuais do cérebro”. 
A percepção consciente de uma pessoa está sempre em mudança. 
Um estado alterado de consciência ocorre quando há uma mudança no padrão normalde funcionamento 
mental para um estado que parece diferente à pessoa que experiência a mudança, uma vez que os 
estados de consciência são pessoais e subjetivos. 
Os estados alterados de consciência podem variar desde a distração de um devaneio vívido até a 
confusão e distorção perceptiva causada pela intoxicação por drogas. 
 
Devaneios e Fantasias 
Quase todas as pessoas apresentam devaneios ou fantasias despertos todos os dias. 
Em comparação com os adultos mais velhos, os jovens adultos passam mais tempo em devaneio e 
admitem ter mais fantasias sexuais. 
As horas que consumimos em fantasias podem ser: 
• uma maneira de escapar da realidade; 
• um meio de adaptação, nos preparando para eventos futuros, uma vez que nos mantêm 
conscientes de negócios inacabados e servem como ensaios mentais; 
• uma substituição do comportamento impulsivo, uma vez que estudos demonstram que pessoas 
propensas à violência ou drogaditos têm menos fantasias vívidas. 
 
Sono e Sonhos 
O sono é necessário ao ser humano, uma vez que: 
• ajusta-se à posição ecológica (ancestrais – caça – perigos noturnos) 
• desempenha um papel importante no processo de crescimento; 
• ajuda na restauração dos tecidos do corpo; 
• participa do processo de consolidação da memória. 
À medida que vai ficando tarde, você começa a bocejar em reação ao reduzido metabolismo cerebral. 
Bocejar alonga os músculos do pescoço e aumenta o batimento cardíaco, aumentando assim o fluxo de 
sangue para o cérebro e deixando-o mais alerta. 
O sono possui fases, sendo que a cada 90 ou 100 minutos passamos por um ciclo de cinco etapas 
distintas no sono, sendo elas: Estágio 1, Estágio 2, Estágio 3, Estágio 4 e REM, fases essas que podem 
ser observadas através de um EEG. 
• Estágio1: com a diminuição do ritmo da respiração, as ondas alfas se tornam mais lentas, podem 
ocorrer “alucinações” (sem estímulo sensorial – memória); 
• Estágio 2: relaxamento profundo, claramente adormecido; 
• Estágio 3: iniciam as ondas delta (longas e lentas); 
• Estágio 4: pode ocorrer episódios de sonambulismo; 
• Sono REM: as ondas cerebrais se tornam rápidas e serrilhadas, mais parecidas com as ondas do 
Estágio 1; o coração acelera, a respiração se torna rápida e irregular, há movimento dos olhos por 
trás das pálpebras fechadas (+/- a cada 1 minuto); é a fase onde acontecem os sonhos, os órgãos 
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genitais se tornam excitados (ereção matinal independente do conteúdo do sonho). É chamado de 
sono paradoxal, uma vez que embora o córtex motor do cérebro esteja ativo durante o sono REM, 
a base do cérebro bloqueia suas mensagens, deixando os músculos relaxados; por dentro o corpo 
está excitado, enquanto por fora parece calmo. 
 
 
 
 
 
A privação do sono em humanos: 
• suprime as células imunológicas que combatem as infecções viróticas; 
• deteriora a criatividade e a concentração; 
• pode causar ligeiros tremores nas mãos, irritabilidade, desempenho mais lento e ocasionais falhas 
de percepção em tarefas monótonas (acidentes de carro/avião). 
• 
Distúrbios do sono: 
 Enurese Noturna (hábito involuntário de urinar durante o sono); 
 Bruxismo Noturno (caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes com força e de forma 
involuntária); 
 Terror Noturno (manifestações autônomas e comportamentais de medo intenso); 
 Sonambulismo (ocorre quando se dorme e parte motora é despertada repentinamente por um 
barulho; a pessoa não tem um despertar normal e passa a andar ou falar coisas desconexas); 
 Insônia (dificuldade para iniciar o sono ou para retornar ao caso acorde de madrugada); 
 Hipersonia / Sonolência Excessiva (dificuldade para se manter acordado durante o dia); 
 Narcolepsia (condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono); 
 Síndrome das Pernas Inquietas (sensação de desconforto, irresistível vontade de mexê-las); 
 Apnéia (parada momentânea da respiração). 
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Sonhos: 
• ocorrem durante o sono REM; 
• teoria dos sonhos de Freud: sonhos como realização de um desejo; 
• sonhos como processamento de informações: ajudam a peneirar, definir e ajustar nas memória as 
experiências do dia-a-dia; 
• teorias fisiológicas; os sonhos derivam do esforço incessante do cérebro para dar sentido aos 
acesos visuais não relacionados (atividade cerebral), que recebem o tom emocional do sistema 
límbico; 
• a função dos sonhos ainda é causa de vigorosos debates,mas todos concordam que precisamos 
do sono REM. 
 
Hipnose 
• o poder da hipnose não está no hipnotizador, mas sim no hipnotizado; 
• indução na tentativa de ajudar as pessoas a usarem suas próprias habilidades; 
• cerca de 95% da população são sugestionáveis; 
• cerca de 20% da população são altamente hipnotizáveis; 
• pode contaminar a memória com falsas recordações, aumentar a confiança em falsas lembranças, 
ou provocar amnésia pós-hipnótica; 
• pode induzir a desempenhar algo perigoso; 
• sugestões pós-hipnóticas podem auxiliar no processo de alívio de dores (até analgesia em 
cirurgias, envolvendo processo de dissociação / atenção seletiva); 
• a hipnose pode ser um fenômeno devido à influência social e também a um estado de consciência 
dissociado; 
• bases neurofisiológicas. 
 
Drogas Psicoativas 
• as drogas psicoativas são substâncias químicas que mudam percepções e ânimos. 
• o uso contínuo causa tolerância, o que faz com que o sujeito necessite de doses cada vez maiores 
para experimentar o efeito da droga; 
• drogas causam dependência tanto física quanto psicológica; 
• muitas pessoas param espontaneamente de consumir drogas sem tratamento específico; 
• vício é causado não somente por substâncias químicas externas ao organismo, mas também por 
comportamentos (compulsões / co-dependância). 
• 
Categorias de drogas: 
• DEPRESSIVAS que acalmam a atividade neuronal e diminuem as funções do corpo; 
• ESTIMULANTES que excitam temporariamente a atividade neuronal e ativam as funções do 
corpo; 
• ALUCINÓGENOS que distorcem as percepções e evocam imagens sensoriais na ausência de 
imput sensorial. 
 
Fatores tanto psicológicos quanto sociais podem levar ao consumo de drogas. 
 
DROGAS DEPRESSIVAS 
ÁLCOOL: 
• aumenta tanto as tendências nocivas quanto as prestativas; 
• nível ansiogênico e ansiolítico; 
• doses pequenas relaxam o sistema nervoso simpático; doses maiores deterioram o desempenho 
e reduz as inibições; 
• afeta o julgamento e a memória (processamento de experiências recentes); 
• seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. 
BARBITÚRICOS (tranquilizantes): 
• efeitos semelhantes aos do álcool; 
• o uso de pílulas para dormir associado ao álcool pode ser letal (efeito depressivo do SN). 
OPIÁCIOS (ópio e seus derivados como morfina e heroína): 
• efeitos: dilatação da pupila, respiração lenta, letargia; 
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• após o uso e a sensação de prazer, começa ansiedade e angústia por outra dose devido à 
necessidade do cérebro de doses de neurotransmissores analgésicos. 
 
DROGAS ESTIMULANTES 
• cafeína, nicotina, anfetaminas, cocaína. 
• aceleram as funções fisiológicas; 
• após o consumo de drogas como cocaína, há um fluxo de euforia que dura de 15 a 30 minutos, 
que exaure o suprimento dos neurotransmissores do cérebro (dopamina, serotonina e 
noradrenalina), ocorre uma depressão agitada assim que passa o efeito da droga. O crack atua 
mais depressa ainda. 
• usuários habituais de cocaína podem experimentar distúrbios emocionais, desconfiança, 
convulsões, parada cardio-respiratória e pode aumentar as reações agressivas;• seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. 
 
DROGAS ALUCINÓGENAS 
LSD (ácido lisérgico) 
• é quimicamente similar e, portanto, bloqueia as ações do neurotransmissor serotonina; 
• experimentam um fluxo de imagens fantásticas,com jogo de cores intenso; 
• a “viagem” varia da euforia ao pânico, passando pelo “desligamento”; 
• seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. 
MACONHA 
• principal agente ativo: THC (delta-9-tetra-hidrocarbinol); 
• relaxa, desinibe e pode produzir euforia; 
• prejudica a coordenação motora; 
• ao contrário do álcool que o organismo elimina em horas, o THC pode levar mais de mês; 
• doses grandes aceleram a perda de células cerebrais; 
• há estudos de efeitos positivos do THC em doses controladas no organismo; 
• seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: 
ARTMED, 2002, p. 213-253. 
 
ASERINSKY, E., & KLEITMAN, N. Regularly occurring periods of eye mobility and concomitant phenomena during sleep. Science, 118, 273-274, 
1953. Dement, W. The effect of dream deprivation. Science, 131, 1705-1707, 1960. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 
5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. 
 
SPANOS, N.P. Hypnotic behavior: A cognitive, social, psychological perspective. Research Communications in Psychology, Psychiatry, and 
Behavior, 7, 199-213, 1982. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. 
 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 7. 
 
SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 175-179. Caso sugerido: 
"O CÃO SOB A PELE". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aula 5: MOTIVAÇÃO 
 
 
MOTIVAÇÃO 
 
Motivação é uma condição que energiza o comportamento e o orienta para um objetivo. É experienciada 
na forma de desejo ou necessidade. 
 
Conceitos motivacionais: 
• Teoria do instinto: enfatiza o papel dos fatores internos na motivação (fome, sede), refletindo 
necessidades fisiológicas; 
• Teoria de incentivo: enfatizam o papel motivacional dos eventos externos ou objetos de desejo, 
como: comida, bebida, parceiros sexuais, alvos de ataque, relacionamentos, estima, dinheiro, 
recompensas do sucesso,... Todos são objetos da motivação. 
Alguns incentivos são reforçamento primários, capazes de agir como recompensas independente da 
aprendizagem, enquanto os reforços secundários dependem da aprendizagem. Ainda existem os fatores 
instintivos que atuam como fatores motivacionais. 
 
A motivação tipicamente dirige o comportamento para um determinado incentivo que produz prazer ou 
alivia um estado desagradável: comida, bebida, sexo, ... 
 
A motivação de incentivos de caracteriza pelo afeto, a produção de prazer ou desprazer. O prazer tende 
a estar associado a estímulos que aumentam nossa capacidade de sobreviver ou a capacidade de 
sobrevivência de nossa prole. 
Esta atividade está relacionada ao sistema dopamínico mesolímbico, que parece dispor os indivíduos a 
querer repetir o evento que causou o aumento procurando e obtendo incentivos conhecidos. 
 
A adicção é uma poderosa motivação para algumas pessoas. O desejo por certas drogas pode tornar-se 
irresistível. Mas só ocorre adicção quando um padrão de comportamento de consumo compulsivo e 
destrutivo emerge. 
Algumas drogas são particularmente poderosas em sua capacidade de produzir adicção, devido 
principalmente a três fatores: 
1. A maioria das drogas aditivas super-ativam os sistemas de recompensas no cérebro; 
2. As drogas aditivas, se consumidas repetidas vezes, produzem síndromes de abstinência 
desagradáveis; 
3. As drogas aditivas podem produzir mudanças permanentes nos sistemas cerebrais de recompensa 
que causam desejo mesmo depois de passada a abstinência. A sensibilização neural dura muito 
mais que a abstinência. Esse pode ser um dos motivos pelo qual um dependente químico 
recuperado está sujeito a ter recaídas ao uso de drogas. 
TOLERÂNCIA = necessidade de uma maior quantidade de uma droga para alcançar a mesma euforia 
ABSTNÊNCIA = se o dependente pára de usar uma droga, a falta de atividade em sistemas de prazer 
resistentes e a ativação de processos opostos de desprazer podem produzir abstinência. O estado 
aversivo de abstinência apresenta aos dependentes um outro motivo para voltar a tomar a droga. 
 
Grande parte da motivação básica é destinada a nos auxiliar a manter nosso equilíbrio interno, 
homeostase, um sistema que funciona ativamente para manter um estado constante. Ex.: 
comportamentos de sobrevivência como temperatura, sede, fome. 
Mas algumas necessidades têm prioridade sobre outras. 
A hierarquia de necessidades de Maslow (humanista), também conhecida como pirâmide de Maslow, é 
uma divisão hierárquica em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das 
necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a 
sua auto-realização. 
 
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FOME 
 
A FOME, assim como outros domínios de nossa experiência, reflete a interação da fisiologia e da 
aprendizagem. Precisamos comer a fim de manter a homeostase da energia. Os níveis de açúcar no 
sangue são monitorados pelo hipotálamo no cérebro, que regula a fome e o peso corporal. 
Mas há mais na fome que o hipotálamo, pois algumas pessoas reagem mais a sugestões externas de 
comida, enquanto outras sofrem de distúrbios alimentares. 
 
EXPERIMENTO: 
Em 1950 → 36 homens alimentados o suficiente para manter seu peso corporal. 
Após 6 meses, alimentação oferecida pela metade. 
Seus corpos começaram a conservar energia, depois aparentavam alienação e apatia. O peso corpóreo 
caiu depressa até estabilizar em 25% abaixo de peso ideal. Os homens se tornaram obcecados por 
comida, foram perdendo o interesse por sexo e atividades sociais. (o que reforça a idéia de Maslow sobre 
hierarquia de necessidades). 
 
A aprendizagem é uma parte importante da interação entre os sinais fisiológicos de fome e os estímulos 
de incentivos de comer. 
A fome é o que sentimos quando não estamos sentindo saciedade. 
FOME: contrações musculares no estômago + mudanças químicas + interpretação cérebro 
Os carboidratos ajudam a aumentar o nível de serotonina, um neurotransmissor que tem efeito “calmante”. 
Por isso quando nos sentimos tensos ou tristes preferimos doces e massas. 
O monitoramento da química do organismo é de responsabilidade do cérebro, que interpreta sinais 
enviados pelos órgãos (estômago, intestino e fígado), mais precisamente os controles da fome se 
encontram no hipotálamo. 
Cérebro → detecta principalmente a glicose 
Fígado → mede mais acuradamente os diversos tipos de nutrientes utilizados pelo 
 
Na verdade, há dois centros hipotalâmicos distintos que ajudam a controlar o ato de comer. 
Experimentos na década de 60, sugeriram que a atividade nos lados do hipotálamo conhecidos como 
hipotálamos laterais, causavam a fome. Quando essa área era estimulada por corrente elétrica o animal 
começava a comer e quando destruída não manifestava interesse por comida. 
Enquanto que atividade na metade inferior do hipotálamo, conhecida como hipotálamo ventromedial, 
deprime a fome. O animal pára de comer quando essa área é estimulada e com sua destruição,come 
mais. 
Apesar das variações diárias em nossa alimentação, nosso organismo mostra-se competente em regular 
nosso peso, fazendo-o por meio do controle do consumo de alimento e dispêndio de energia, ajustando 
também o ritmo metabólico. 
 
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Nossas preferências por gostos doces ou salgados são genéticas e universais, enquanto outros gostos 
são condicionados (doenças proporcionam oportunidades para adquirir aversões alimentares). A cultura 
também afeta o paladar. 
Como os “cães de Pavlov” as pessoas aprendem a salivar na expectativa de alimentos atraentes. Algumas 
pessoas são mais reativas a alimentos atraentes (são mais influenciadas por fatores externos que 
internos). 
Quando essa comida é abundante, tais pessoas tendem a engordar mais. 
Essas pessoas tendem a produzir mais insulina quando expostas a estímulos visuais e olfativos de 
comida, em situação de fome. 
 
DISTÚRBIOS ALIMENTARES 
 
Obesidade 
O desvio mais comum da regulação homeostática, ao menos para humanos, é a obesidade. 
Aproximadamente 25% dos americanos são obesos, uma condição muitas vezes definida como estar 30% 
ou mais acima do peso adequado. 
A obesidade é uma importante ameaça à saúde, pois contribui para uma maior incidência de diabetes, 
HAS e doenças cardíacas. 
A obesidade provavelmente não é um distúrbio único, mas uma variedade de distúrbios que tem a gordura 
como seu principal sintoma. Como causa inclui: fatores genéticos; alto consumo de calorias; resistência 
insulínica. 
As dietas nem sempre são eficientes pois a perda efetiva de peso deve envolver uma mudança 
permanente de hábitos alimentares. 
 
Anorexia 
A anorexia nervosa é caracterizada pela perda de peso extrema auto-imposta de pelos 15% do peso 
mínimo do indivíduo. Alguns anoréxicos chegam a pesar menos que 50% de seu peso normal. 
Apesar da extrema perda de peso e dos problemas resultantes, o anoréxico típico nega que exista um 
problema, se recusa a adquirir peso, pois ainda assim se acha gordo. 
A anorexia é relativamente rara; sua incidência nos Estados Unidos é de cerca de 1% da população geral. 
Os fatores sociais e os padrões de beleza desempenham um importante papel na anorexia e na bulimia. 
Também, certas vulnerabilidades biológicas podem aumentar a tendência de desenvolver transtornos 
alimentares. Há a hipótese de que a anorexia seja causada por disfunções do hipotálamo, parte do 
cérebro que ajuda a regular a alimentação. 
 
Bulimia 
A bulimia se caracteriza por episódios recorrentes de ingestão exagerada de alimentos (rápido consumo 
de uma grande quantidade de comida em um período distinto de tempo), seguida por tentativas de purgar 
o excesso por meio de vômitos ou laxantes. 
Devido à purgação após a ingestão de alimentos, o peso de uma pessoa bulímica pode permanecer 
relativamente normal, o que permite aos bulímicos manter seu distúrbio alimentar oculto. 
Os fatores sociais e os padrões de beleza desempenham um importante papel na anorexia e na bulimia. 
Também, certas vulnerabilidades biológicas podem aumentar a tendência de desenvolver transtornos 
alimentares. Em pessoas bulímicas, pode haver uma deficiência de serotonina, um neurotransmissor que 
desempenha um papel tanto na regulação do humor quanto no apetite. 
 
 
MOTIVAÇÃO SEXUAL 
 
O sexo é um motivo social e tipicamente envolve outra pessoa, ao passo que os motivos de sobrevivência 
envolvem apensa o indivíduo. Além disso, o sexo não envolve um déficit interno que precise ser regulado 
e remediado para que o organismo sobreviva, não servindo portanto a uma regulação homeostática. 
O prazer que sentimos ao comer é o método inventivo da natureza para garantir a nutrição do corpo; o 
prazer do sexo é a maneira de nossos genes se preservarem e expandirem. 
 
Para ter experiências socias e sexuais gratificantes quando adultos, a maioria das pessoas precisa 
desenvolver uma identidade de gênero apropriada, mediante a qual os homens passam a ver a si 
mesmos como homens e as mulheres passam a ver a si mesmas como mulheres. 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 26 
 
Evidentemente os hormônios pré-natais e o ambiente são ambos determinantes importantes da identidade 
de gênero e normalmente operam em harmonia. Quando entram em choque, como ocorre em alguns 
indivíduos, a maioria dos especialistas acredita que o ambiente irá predominar. Mas esta é uma área 
controversa e a opinião dos especialistas pode mudar à medida que mais dados forem reunidos. 
 
A sexualidade adulta ocorre com as mudanças nos sistemas hormonais que ocorrem na puberdade, a 
qual geralmente inicia entre as idades de 11 e 14 anos. Apesar da contribuição hormonal, os principais 
determinantes do desejo sexual nos homens parecem ser fatores emocionais. Nas mulheres, o desejo e a 
excitação sexual parecem ser muito mais influenciados por fatores sociais e emocionais. Assim como a 
causa mais comum de pouco desejo em casais que procuram terapia conjugal é o conflito conjugal. 
Em suma, o grau de controle hormonal sobre o comportamento sexual é menor em humanos do que nos 
outros animais. 
O ambiente também influencia a sexualidade adulta; a experiência também afeta o aspecto interpessoal 
do sexo; a cultura também influencia a expressão do desejo sexual. 
Diferenças sexuais: estudos de heterossexuais demonstraram que homens e mulheres jovens diferem em 
suas atitudes em relação ao sexo: 
• as mulheres são mais propensas do que os homens a ver o sexo como parte de um 
relacionamento amoroso; 
• as mulheres reagem mais vigorosamente à perspectiva de infidelidade emocional; 
• os homens reagem mais vigorosamente à perspectiva de infidelidade sexual. 
 
A orientação sexual de um indivíduo é o grau em que ele sente atração sexual por pessoas do sexo 
oposto e/ou do mesmo sexo. A maioria dos cientistas comportamentais conceitualizam a orientação 
sexual como um continuum, que vai da exclusiva heterossexualidade, passando pela bissexualidade, até 
a exclusiva homossexualidade. 
Em geral, os sentimentos homossexuais e não os comportamentos homossexuais são os antecedentes de 
uma orientação homossexual na idade adulta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: 
ARTMED, 2002, p. 370-409. 
 
MASTERS, W.H., & JOHNSON, V.E. Human sexual response. Boston: Little, Brown, 1966. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed 
Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. 
 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 27 
 
 
CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo 
SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) 
DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) 
DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso 
Aula 6: EMOÇÃO 
 
6 EMOÇÕES BÁSICAS: FELICIDADE, MEDO, RAIVA, TRISTEZA, NOJO, SURPRESA. 
 
 
 
EMOÇÃO 
Nossos sentimentos mais básicos incluem não apenas motivos como fome e sexo, mas também emoções 
como alegria e raiva. 
Emoções e motivos estão intimamente relacionados. 
As emoções podem ativar e dirigir o comportamento da mesma maneira que os motivos básicos o fazem. 
Elas também podem acompanhar o comportamento motivado: o sexo, por exemplo, não é apensa um 
motivo poderoso, mas também uma fonte potencial de alegria. 
Apesar de suas semelhanças, é preciso distinguir motivos de emoções. 
 
EMOÇÕES MOTIVOS 
São desencadeadas do exterior, são 
despertadas por eventos externos; 
São ativados do interior; 
As reações emocionais são dirigidas aos 
eventos externos; 
São despertados por eventos internos (ex.: 
homeostase) e são naturalmente dirigidos a 
determinados objetos do ambiente

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