Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 1 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aula 1: SENSAÇÃO SENSAÇÃO Como formulamos nossas representações do mundo exterior? A sensação é o processo através do qual detectamos a energia física do ambiente e decodificamos essa energia como sinais nervosos. Pela percepção selecionamos, organizamos e interpretamos nossas sensações. Sentimos através dos 5 sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. As falhas na percepção podem ocorrer em qualquer ponto entre a capacitação sensorial e a interpretação perceptiva. ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS Existimos num “mar” de energias (raios X, ondas de rádio, luz ultravioleta e infravermelha, ondas sonoras de frequência muito altas e muito baixas), mas nossos sentidos se abrem por uma fresta, permitindo o conhecimento restrito desse “mar”. Psicofísica é o estudo da maneira como a energia física se relaciona com nossa experiência psicológica. LIMIARES ABSOLUTOS: estimulação mínima necessária para detectar um estímulo específico (luz, som, pressão, gosto, odor). Geralmente mede-se o limiar absoluto pelo registro da estimulação necessária para detecção em 50% das ocasiões. Os limiares absolutos variam dependendo da tarefa, do momento do dia e até mesmo do fato de os participantes fazerem exercícios físicos periódicos. Ex.: pais x choro do bebê; soldado x ruído; vigia x segurança. ESTIMULAÇÃO SUBLIMINAR Suposição americana em 1956 de que as audiências de cinema estivessem sendo influenciadas por mensagens projetadas de maneira imperceptível: “beba coca-cola” e “coma pipoca”. Tempos depois: • imagens eróticas → anúncios de bebidas alcoólicas • mensagens satânicas → músicas de rock (quando as músicas eram ouvidas de trás para frente) • incentivos a emagrecer/parar de fumar → músicas da natureza + frases encobertas Podemos ouvir os estímulos subliminares, mas esses estímulos assimilados sem o nosso conhecimento possuem extraordinário poder sugestivo??? Estudos: 1. Cenas positivas (gatinhos) x negativas (lobisomem) → observar slides de pessoas Participantes deram classificações mais positiva das pessoas quando antecedidas por projeções subliminares de cenas positivas. 2. Rosto risonho X “amarrado” → caracteres chineses Os caracteres chineses pareciam mais agradáveis quando eram antecedidas por projeções subliminares de rostos risonhos. Às vezes sentimos o que não sabemos e não podemos entender, ou seja, podemos processar informações sem termos consciência disso. Porém, os procedimentos subliminares têm pouco ou nenhum efeito para os profissionais de marketing. Estudos demonstraram que o efeito de mensagens subliminares tem efeito placebo, ou seja, o efeito de quem acredita. O LIMIAR RELATIVO, também chamado de diferença mal perceptível, é a diferença mínima que uma pessoa pode detectar entre dois estímulos em 50% das ocasiões. O limiar relativo aumenta com a magnitude do estímulo. Lei de Weber: dois estímulos, independente de sua magnitude, devem diferir por uma proporção constante para que sua diferença seja perceptível. O limiar relativo não é uma quantidade constante, mas sim uma Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 2 proporção relativamente constante do estímulo. A proporção exata do estímulo varia, dependendo do estímulo. Ex.: acrescentar 10g a um peso de 100g (nota-se a diferença) acrescentar 10g a um peso de 1kg (não nota-se a diferença, teria que ser 100g para ser notada) ADAPTAÇÃO SENSORIAL • Nossa sensibilidade decresce a um estímulo inalterado. Ex.: odor constante. • Nossas percepções são organizadas pelos significados que a mente impõe. • Embora reduza nossa sensibilidade, a adaptação sensorial proporciona um benefício importante: permite-nos focalizar a atenção em mudanças informativas no ambiente, sem sermos distraídos pela constante estimulação não informativa de sons, cores, luzes e odores. • Percebemos o mundo não exatamente como ele é, mas como nos é útil percebê-lo. VISÃO Como nosso corpo material forma a experiência visual consciente? Como transformamos partículas de energia de luz em imagens coloridas? ENERGIA DA LUZ O que atinge nossos olhos não é a cor, mas sim pulsações de energia eletromagnética que nosso sistema visual experimenta como cor. O que vemos como luz visível, não passa de uma fatia mínima de todo o espectro de radiação eletromagnética. O comprimento da onda (distância do pico de uma onda ao pico de outra – determina a intensidade da cor) e sua intensidade (amplitude, altura, quantidade de energia da onda – influencia o brilho da cor) são duas características físicas da luz que nos ajudam a determinar nossa experiência sensorial. CAMINHO DA LUZ NO OLHO LUZ → córnea → pupila → íris → cristalino → retina → nervo óptico → córtex visual cerebral A luz entra no olho através da córnea (um protetor transparente), depois passa pela pupila (uma pequena abertura ajustável), é regulado pela íris (músculo colorido que cerca a pupila); por trás da pupila tem o cristalino (uma lente que focaliza os raios para uma imagem numa superfície sensível à luz), passando então para a retina (um tecido de várias camadas no qual a luz entra em foco). A acuidade ou nitidez da visão pode ser afetada por distorções no formato do olho, geralmente no cristalino, que focaliza a imagem do objeto na retina. Na miopia, o globo ocular é mais longo que o natural em relação a seu cristalino, ou a córnea tem uma curva muito acentuada. Os objetos convergem na frente da retina. A percepção de objetos próximos é mais nítida que objetos distantes. Na hipermetropia, o globo ocular é mais curto que o natural em relação a seu cristalino. Os objetos convergem atrás da retina. A percepção de objetos mais distantes é mais nítida que objetos próximos. CAMINHO DA LUZ NA RETINA Partícula de luz → células externas → células receptoras internas (cones e bastonetes) → células bipolares vizinhas → células ganglionares → nervo óptico. Os axônio da rede de células ganglionares convergem como as fibras de uma corda para formarem o nervo óptico. Quase um milhão de mensagens podem ser enviadas pelo nervo óptico ao mesmo tempo por meio de quase um milhão de fibras ganglionares. Onde o nervo óptico deixa o olho, não há células receptoras,o que cria um ponto cego em nossa visão. No cotidiano ele não prejudica a visão, pois os olhos estão em constantes movimentos e um registra o que o outro perde. Os bastões permitem a visão em branco e preto, enquanto os cones permitem que vejamos as cores (no olho humano há quase 130 milhões de bastões e cones). Os bastões, no entanto, parecem sensíveis à pouca claridade, pois vários bastões canalizam a tênue energia da luz mínima para uma única célula bipolar. É por isso que não vemos cores na semi-escuridão. O gato vê melhor no escuro porque possui uma pupila que pode dilatar muito mais que a nossa, além de possuir proporcionalmente mais bastões sensíveis à luz. Por não possuir tantos cones, não podem ver cores tão bem quanto nós. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 3 PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO VISUAL A retina (que é na verdade um pedaço do cérebro que migra para o olho durante o início do desenvolvimento), além de transmitir impulsos elétricos também ajuda a codificar e analisar a informação sensorial. Ex.: terceira camada neuronal no olho da rã → células detectoras de vôo de insetos Mas a sensibilidade que permite às células da retina dispararem mensagens, também pode levá-las a falhar. Ex.: as células do olho também são sensíveis à pressão, então ao esfregarum canto do olho, nota-se uma mancha de luz no lado oposto, pois o cérebro interpreta esse disparo como luz. Para objetos e eventos de importância biológica, o cérebro possui uma “vasta enciclopédia visual”, distribuídas como células que reagem a um estímulo, mas não a outro. Nosso cérebro opera em processamento paralelo (diferente do computador que efetua um processamento serial), o que significa que podemos fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ele divide uma cena visual em subdimensões como cor, profundidade, movimento e forma, trabalhando em cada aspecto simultaneamente. Ou seja, a retina não projeta impulsos elétricos apenas para uma área visual do córtex, mas para várias áreas, onde cada uma das quais se torna ativa em resposta à estimulação da retina. Todo o processo de reconhecimento facial exige o trabalho de 30% do córtex (enquanto a audição necessita de 3% do córtex), além de envolver também o lobo temporal. Por isso, após um AVC, pessoas podem perder alguns aspectos da visão, mas não outros (por exemplo, podem passar a perceber cor, mas não o movimento). VISÃO DA COR Na verdade a cor que pensamos ver, na verdade não são as cores que vemos. Isso porque a cor que pensamos ver são o reflexo dessa onda de comprimento. Ex.: tomate → vemos com vermelho → rejeita/reflete a cor vermelho A cor, como todos os aspectos da visão, não está no objeto, mas sim no nosso cérebro. A retina tem três tipos de receptores de cores, cada um especialmente sensível a uma das três cores: vermelho, verde ou azul. A maioria das pessoas deficientes para cores não é na verdade “cega para cores”, mas sim carecem do funcionamento dos cones sensíveis ao vermelho ou ao verde; sua visão é dicromática ao invés de tricromática, tornando difícil distinguir vermelho e verde (daltonismo, ligado ao cromossomo X, ocorre mais frequentemente em homens). Mas como pessoas com dificuldade de ver o vermelho e o verde ainda podem ver o amarelo? O amarelo parece ser uma cor pura, oposta ao azul, assim como o vermelho é oposto ao verde. Devido à teoria do processo oposto de Hering. Depois de deixar as célula receptoras, a informação visual é analisada em termos de cores opostas: vermelho x verde; azul x amarelo; branco x preto. A percepção das cores e seu processamento ocorre em dois estágios: 1. os cones do vermelho, verde e azul da retina reagem em graus variáveis a diferentes estímulos de cor; 2. os sinais são processados em seguida pelas células do processo oposto no sistema nervoso, a caminho do córtex visual. A constância da cor depende da informação (comprimento da onda recebida pelos cones tricromáticos e transmitida pelas células do processo oposto) mas também do contexto ao redor, pois percebemos o objeto não isoladamente, mas no contexto ambiental. AUDIÇÃO Qual é o processo pelo qual convertemos ondas de pressão em mensagens neuronais, que nosso cérebro interpreta como uma significativa sinfonia de sons? Como os outros sentidos, a audição é bastante adaptável. Ouvimos uma ampla gama de sons, porém somos mais capazes de ouvir sons em frequência da voz humana. Também somos sensíveis a sons fracos, essenciais para a sobrevivência da espécie (caça/caçador). Decibel é a unidade de medida do som. O limiar absoluto para a audição é arbitrariamente definido como zero. Mas como se dá o processo de audição? Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 4 A batida dos dedos na madeira e a energia resultante do estímulo formam ondas sonoras, que são moléculas de ar sendo empurradas, cada uma esbarrando na seguinte. Como analogia, pode-se imagina as ondas resultantes como as ondulações num lago se irradiando do ponto em que uma pedra atirada rompeu a superfície da água. O comprimento da onda (distância do pico de uma onda ao pico de outra – determina a frequência do som) e sua força (amplitude, altura, quantidade de energia da onda – determina sua intensidade) são duas características físicas da luz que nos ajudam a determinar nossa experiência sensorial. A frequência determina o tom: quanto mais longas as ondas (e menos frequência) mais baixo o tom; quanto mais curtas as ondas (e maior frequência) mais alto o tom. CAMINHO DAS ONDAS SONORAS NO OUVIDO ONDAS SONORAS → canal auditivo → tímpano → martelo/bigorna/estribo (ouvido médio) → cóclea (ouvido interno) → córtex auditivo no lobo temporal O ouvido externo canaliza as ondas sonoras através do canal auditivo para o tímpano, uma membrana esticada que vibra com as ondas. O ouvido médio transmite as vibrações do tímpano por meio de um pistom constituído por três ossículos (martelo, bigorna e estribo) para um tubo em formato de caracol no ouvido interno chamado cóclea. As vibrações que chegam, fazem a membrana da cóclea vibrar o líquido que enche o tubo. Este movimento provoca ondulações da membrana basilar, que é revestida de células capilares, assim chamadas por causa de suas pequenas projeções que parecem cabelos. Ao final dessa sequência, a ondulação da membrana basilar dobra essas células capilares, como um vento ondulando um campo de trigo. Por meio dessa sucessão de eventos mecânicos, as ondas sonoras fazem com que o ouvido interno envie mensagens neuronais para o córtex auditivo no lobo temporal. Assim com a disposição dos olhos mos permite o senso de profundidade visual, a disposição dos dois ouvidos nos permite desfrutar a audição estereofônica, tridimensional. Localizamos os sons mais facilmente quando vem dos lados, mas podemos cometer erros quando o som vem direto da frente, de trás, de cima ou de baixo. A estrutura intrincada e delicada do ouvido faz com que ele seja vulnerável a lesões. Problemas com o sistema mecânico que conduz as ondas sonoras para a cóclea causam a surdez de condução. Uma lesão nos receptores das células capilares da cóclea ou dos nervos associados pode causar a surdez nervosa. A única maneira de restaurar a audição entre pessoas com surdez nervosa é uma espécie de ouvido biônico: um implante coclear, que possibilita uma aproximação da audição, não suficiente para compreender frases, mas o bastante para ajudar a leitura dos lábios e ajudar com os sons de alerta. As pessoas que perdem um canal de sensação parecem compensar com um ligeiro aumento das outras capacidades sensoriais. “A surdez é uma desvantagem muito maior de que a cegueira... A cegueira isola as pessoas das coisas; a surdez isola as pessoas das outras pessoas”. TATO Como sentimos o mundo através da pele? O que é e por que sentimos dor? Para os humanos, a visão e a audição são os principais sentidos, pois dependemos deles principalmente para a comunicação. Mas em outros animais a prioridade difere. Sem o tato, o paladar, olfato e o sentido de movimento e posição do corpo, ficaríamos em grande desvantagem e nossa capacidade de apreciar o mundo seria bastante reduzida. Nosso “sentido do tato” é uma mistura de pelo menos 4 sentidos distintos da pele (pressão, calor, frio e dor) que se dão através das diversas terminações nervosas e é essencial para o nosso desenvolvimento. Destacamos a DOR, pois é maneira como o corpo avisa que há alguma coisa errada. As raras pessoas que nascem sem a capacidade de sentir dor podem experimentar grave ferimentos sem serem alertadas pelos sinais de perigo da dor e, em geral, morrem no início da vida adulta. A DOR não é uma propriedade apenas dos sentido, mas também do cérebro, Um exemplo disso é o fato de que, 7 em cada 10 amputados podem sentir dor ou movimento em membros inexistentes. Portanto, para ver, ouvir e sentir, não precisamos de um corpo, mas sim de um cérebro. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 5 No entanto, não há estímulos específicos (como a luz desencadeia a visão) nem receptores específicos (como os bastões e os cones da retina)para dor. Em baixa intensidade, os estímulos que desencadeiam dor também podem causar outras sensações como calor/frio, maciez/aspereza. Quando falamos em DOR CRÔNICA, uma maneira de tratá-la é através de estimulação (massagem, eletricamente ou por acupuntura) com o intuito de criar uma estimulação concorrente que vai bloquear uma parte das mensagens de dor. Ex.: colocar gelo em uma equimose (mancha escura na pele; infiltração de sangue na malha de tecidos do organismo, devido à ruptura de capilares) serve tanto para controlar o inchaço quanto para acionar mensagem de frio, “fechando os portões” do sinal de dor. Esse “portão de dor” também pode ser fechado por uma informação do cérebro e é aí que encontramos algumas surpreendentes influências psicológicas sobre a dor. PALADAR Como transformamos sensações químicas em gostos? Como o tato, o sentido do paladar envolve 4 sensações básicas: doce, azedo, salgado e amargo. Todos os outros gostos são misturas destes. O gosto é uma sensação química. Como o tato, o sentido do paladar envolve 4 sensações básicas: doce, azedo, salgado e amargo. Todos os outros gostos são misturas destes. O gosto é uma sensação química. Dentro das pequenas saliências em cima e nos lados da língua há mais de 200 papilas gustativas. Cada uma contém um poro que absorve as substâncias químicas dos alimentos. Estas moléculas são sentidas por 50 células receptoras de gosto. Os receptores de gosto se reproduzem a cada 1 ou semanas. Contudo, à medida que envelhecemos, o número de papilas gustativas diminui, assim como a sensibilidade para sentir gostos. Para saborear um gosto, normalmente respiramos o aroma pelo nariz. É por isso que não é muito agradável comer quando se está com um forte resfriado. Portanto, o olfato não somente aumenta nossa percepção do gosto mas também a modifica. Isso é chamado de interação sensorial, uma vez que um sentido pode influenciar o outro. Olfato + Gosto = SABOR OLFATO Como transformamos sensações químicas em cheiros? A respiração vem em pares: inalar e exalar (exceto no nascimento e na morte). Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos alguma coisa quando moléculas de uma substância trazidas pelo ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células receptoras no alto de cada cavidade nasal. Nosso senso de olfato é menos impressionante do que a acuidade da visão e da audição, mas não menos necessário, uma vez que também pode ser utilizado para comunicação e navegação (como ocorre com o tubarão e com as mariposas, respectivamente). Odores também possibilitam evocar lembranças e sentimentos (conexão da área límbica). É um mistério como funcional os receptores olfativos, pois um odor não pode ser separado em odores elementares e ainda assim detectamos cerca de 10.000 odores diferentes. Aparentemente alguns odores acionam uma combinação de receptores, cuja atividade é interpretada pelo córtex olfativo. A habilidade de identificar cheiros alcança o auge no início da vida adulta e depois disso há um declínio gradativo. POSIÇÃO E MOVIMENTO DO CORPO A cinestesia é o sentido da posição e movimento do corpo. Também denominada como propriocepção, é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 6 O conjunto das informações nos permitem, por exemplo, desviar a cabeça de um galho, mesmo que não se saiba precisamente a distância segura para se passar, ou mesmo o simples fato de poder tocar os dedos do pé e o calcanhar com os olhos vendados, além de permitir atividades importantes como andar, coordenar os movimentos responsáveis pela fala, segurar e manipular objetos, manter-se em pé ou posicionar-se para realizar alguma atividade. O sentido vestibular monitora a posição e o movimento da cabeça 9e assim consequentemente do corpo também). O labirinto, também conhecido por sistema vestibular, localizado no ouvido interno junto à cóclea, é sensível a alterações angulares da cabeça. As alterações podem ser no sentido vertical (rotação vertical, deslocamento do queixo para cima e para baixo) ou horizontal (rotação horizontal ou lateral, deslocamento do queixo lateralmente ou seja, direita e esquerda). Este sistema também atua na identificação da posição de todo o corpo, permitindo que alguém saiba se está deitado, em pé ou em qualquer outro posicionamento espacial. Perturbações no sentido de equilíbrio podem levar a correções inadequadas, que em casos extremos podem impedir a manutenção da posição vertical, além de causar vertigem e náusea. CURIOSIDADE: Humúnculo de Penfield Desenvolvido na década de 1940, o homúnculo de Peinfield revolucionou o raciocínio clínico da neurologia moderna. Através de um mapeamento do córtex cerebral, foi possível representar diversas regiões do corpo em sua superfície, relacionando-as diretamente com suas funções, tornando assim, a neurosemiologia clínica mais eficiente. O neurocirurgião Wilder Penfield operou pacientes com epilepsia. Já que tinha a sua disposição um cérebro vivo na mesa cirúrgica, ele aproveitou para “bisbilhotar” um pouco. O médico levantou dados a fim de descobrir quais partes do córtex cerebral controlavam quais movimentos corporais voluntários e sentimentos. O que ele descobriu foi uma visão muito distorcida do corpo humano: o homúnculo cortical. O homúnculo cortical representa a importância de várias partes do seu corpo, determinadas pelo seu cérebro. Por exemplo, há pouca necessidade para o cérebro de saber o que está acontecendo nos braços e pernas. Tudo que esses membros precisam fazer é ficar longe do fogo e colocar as mãos e os pés nos lugares certos. As mãos, a língua, os órgãos genitais e as características faciais são extremamente importantes, pois dão às pessoas uma tonelada de informações sensoriais. Como resultado, elas ocupam muito espaço no cérebro. BIBLIOGRAFIA ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002, p. 132-172. MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, cap. 5. SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997, p. 59-70. Caso sugerido: "A MULHER DESENCARNADA”. TURNBULL, C.M. Some observations regarding the experiences and behavior of the BaMbuti Pygmies. American Journal of Psychology, 74, 304- 308, 1961. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 7 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aulas 2: PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO Já dizia Platão há cerca de 2400 anos, que percebemos os objetos por meio dos sentidos, com a mente; para construir o mundo em nossa cabeça, devemos detectar a energia física do ambiente e codificá-la como sinais neurais. Nossos sentidos nos trazem os dados brutos do ambiente; se não interpretássemos essas informações, o mundo seria uma confusão. O olho capta os padrões da luz e da escuridão, mas não “vê” um pássaro voando de galho em galho. O tímpano vibra de maneira particular, mas não “escuta” uma sinfonia. O ato de decifrar padrões que façam sentido em meio a todas as informações sensórias é chamado de percepção. A percepção ocorre no cérebro; utilizando a informação sensorialcomo material bruto, o cérebro gera experiências perceptivas que vão além daquilo que sentimos diretamente. A sensação é o processo através do qual detectamos a energia física do ambiente e decodificamos essa energia como sinais nervosos. Pela percepção selecionamos, organizamos e interpretamos nossas sensações. Sentimos através dos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. A percepção é a decodificação dos sinais neurais recebidos como energia do ambiente; percepção é a interpretação cerebral da energia física transformada em sinais nervosos; é como percebemos e construímos o mundo. A atenção é um processo cognitivo pelo qual selecionamos e focamos estímulos, estabelecendo relação entre eles. As percepções nos chegam a cada momento, uma se desvanecendo enquanto a seguinte aparece. No “Cubo de Necker”, os círculos podem ser organizados em várias imagens diferentes, uma vez que a mente se transfere para frente e para trás, de uma para outra. Você vê círculos com trechos cinzas ou um cubo? Isso ilustra um princípio importante: nossa atenção consciente é seletiva. A atenção é um processo cognitivo pelo qual selecionamos e focamos estímulos, estabelecendo relação entre eles. Pode ser dividida em: • atenção seletiva: capacidade em focar em um estímulo específico em detrimento de outros, • atenção sustentada: capacidade de manter o foco em mesma atividade/estímulo por tempo mais prolongado, • atenção alternada: capacidade de mudar o foco atentivo em diferentes estímulos diferentes, • atenção dividida: capacidade de focar em dois estímulos distintos simultaneamente, processados por vias sensoriais diferentes. Você vê círculos com trechos cinzas ou um cubo? Às vezes o cubo pode dar a impressão de flutuar na frente da página, com os círculos por trás; em outras ocasiões, os círculos podem se tornar buracos nas páginas através dos quais o cubo aparece, como se estivesse flutuando por trás da página. Como a atenção é seletiva, você vê apenas uma interpretação de cada vez. Ilusões perceptivas As ilusões revelam a maneira como normalmente organizamos e interpretamos as nossas sensações. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 8 A ênfase da psicologia nas ilusões visuais reflete a preeminência da visão sobre os demais sentidos. Quando há conflito entre a visão e as outras sensações,a visão em geral domina. Experimento de julgamento de distância de Ross. Para simular julgamentos de distância, a psicóloga Helen Ross (1975) pediu a transeuntes que avaliassem as distâncias de discos brancos que colocou no gramado da faculdade. Os que julgaram a distância no denso nevoeiro da manhã, perceberam os discos mais distantes do que aqueles do que aqueles que fizeram a avaliação com o sol a pino. Organização Perceptiva Psicólogos da gestalt, que estudaram os princípios básicos da percepção, acreditavam que, diante de um conjunto de sensações, o cérebro gera uma experiência perceptiva coerente que é mais do que simplesmente a soma das informações sensoriais disponíveis, e que isso acontece de maneira previsível. O anseio humano de montar aspectos visuais em formas completas envolve o processamento de baixo para cima (botton-up), começando com a análise sensorial no nível da entrada, bem como de cima para baixo (top-down),que usa as experiências e expectativas para interpretar essas sensações. Um aspecto importante da percepção é a distinção de figuras separadamente do fundo diante do qual elas aparecem, característica de todos os nossos sentidos. A figura abaixo é um vaso ou os perfis do Príncipe Philip e da Rainha Elizabeth? Muitas vezes para organizar os estímulos, impor ordem e forma às sensações básicas, a mente segue regras determinadas para agrupamento desses estímulos, como sugerem os psicólogos da Gestalt. Ainda, a idéia do todo percebido difere da mera soma de suas partes. Constância Perceptiva A constância perceptiva diz respeito à tendência de perceber objetos como sendo relativamente estáveis e inalteráveis apesar das alterações das informações sensoriais. Uma vez que constituímos uma percepção estável de um objeto, somos capazes de reconhecê-lo em quase qualquer posição, distância e sob qualquer tipo de iluminação. A memória e a experiência desempenham um papel importante na constância perceptiva. Já a maravilha da percepção do tamanho está na ausência de esforço com que ela ocorre. Com a distância percebida de um objeto e o tamanho da imagem na retina, no mesmo instante e inconscientemente inferimos o tamanho do objeto. Outro exemplo é o estudo de Turnbull sobre os pigmeus MBUT do Zaire (África do Sul). Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 9 Às vezes, a forma real de um objeto é inalterada, mas o objeto parece mudar de forma de acordo com o ângulo de visão. Ex.: uma porta projeta uma crescente imagem trapezoidal em nossas retinas ao se abrir, mas continuamos a percebê-la com retangular. Já a maravilha da percepção do tamanho está na ausência de esforço com que ela ocorre. Com a distância percebida de um objeto e o tamanho da imagem na retina, no mesmo instante e inconscientemente inferimos o tamanho do objeto. Ilusão das garotas que aumentam e diminuem. Esta sala distorcida, projetada por Adelbert Ames, parece ter um formato retangular normal quando vista através de uma pequena abertura com um olho só. A garota no canto próximo parece desproporcionalmente grande porque auxiliamos seu tamanho com base na falsa suposição de que ela está à mesma distância que a garota no campo oposto. O papel branco reflete 90% da luz do sol enquanto o preto 10%. À luz do sol, o papel preto pode refletir 100 vezes mais a luz do que o papel branco em um lugar fechado e ainda assim o papel continua parecendo preto. Isso ilustra a constância de luminosidade, onde percebemos um objeto como tendo luminosidade constante, embora sua iluminação varie. A luminosidade percebida muda com o contexto. Embora os retângulos internos sejam na verdade idênticos, percebemos o direito como mais claro por causa do contraste com o ambiente escuro ao redor. Como o efeito do contexto na percepção de cor, este fenômeno tem grande significado para os pintores e decoradores. De maneira semelhante, quando percebemos objetos que nos são familiares, eles tendem a manter suas cores, não importando a informação que chega a nossos olhos. Quando os objetos não nos são familiares ou não existem as costumeiras pistas de cor, a constância de cor pode ser distorcida. Por exemplo, quando compramos uma roupa em uma loja bem iluminada e depois descobrimos que sob a luz comum ela não é da cor que pensávamos. A constância de luminosidade significa que, embora a quantidade de luz disponível para nossos olhos varie muito no decorrer de um dia, a luminosidade percebida de objetos familiares varia pouco. Percepção de Profundidade Das imagens bidimensionais que alcançam a retina,conseguimos organizar percepções tridimensionais. Ver objetos em três dimensões é chamado de percepção de profundidade e permite-nos avaliar a Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 10 distância a que estão de nós. A um olhar, calculamos a distância de um carro se aproximando ou a altura de um penhasco. Ex.: penhasco visual. Essa habilidade é em parte inata; embora a maturação biológica predisponha nossa cautela para a altura, a experiência a amplia. Penhasco Visual. Eleanor Gibson e Richard Walk Projetaram este penhasco em miniatura, com o precipício coberto de vidro, afim de determinar se bebês engatinhando e animais recém-nascidos podem perceber profundidade. Mesmo quando instados com carinho, os bebês relutam em se aventurarpelo vidro. Como os nossos olhos estão separados, as retinas recebem imagens ligeiramente diferentes. Você pode constatar isso aproximando o dedos diretamente à frente do nariz. A uma distância maior, estendendo o braço, essa disparidade diminui. Os filmes 3D estimulam essa disparidade na retina. A profundidade percebida, de duas imagens ligeiramente diferentes sobrepostas, ocorre na medida em que cada olho focaliza uma imagem e o cérebro integra as duas versões numa única imagem 3D. No caso das imagens 3D, a percepção não está apenas projetando o mundo em nosso cérebro; em vez disso, as sensações são desmontadas em informações fragmentadas que o cérebro torna a montar, criando o seu modelo funcional do mundo exterior. Portanto, o cérebro constrói as percepções. Estamos constantemente calculando a distância entre nós e os outros objetos. A imagem projetada na retina é essencialmente plana ou bidimensional e ainda assim enxergamos o mundo em três dimensões. Pra afazer isso, utilizamos algumas pistas sutis a fim de determinar distância, profundidade e o formato dos objetos. As pistas monoculares dependem das mensagens visuais que um olho é capaz de transmitir sozinho. Uma importante pista monocular que nos oferece informações sobre a posição relativa chama-se interposição. Quanto à distância e profundidade, na perspectiva linear, duas linhas paralelas que se estendem no espaço parecem se juntar em algum ponto no horizonte; Já na perspectiva aérea, os objetos distantes possuem uma aparência pouco clara e contornos mal definidos. Outra pista monocular útil quanto à distância e à profundidade é o gradiente de textura, onde um objeto próximo parece ter uma textura mais grosseira ou detalhada. Tamanho relativo: se consideramos que dois objetos são similares no tamanho, percebemos que o que projeta a menos imagem na retina é o que está mais distante; Claridade relativa: percebemos os objetos mais distantes um tanto indistintos e os objetos mais próximos mais claros e bem definidos; Gradiente de textura: uma mudança gradativa de textura nítida para indistinta, sinaliza uma distância crescente (objetos distantes parecem mais densamente agrupados); Altura relativa: percebemos os objetos mais altos em nosso campo de visão como os mais distantes. A situação se inverte por cima do horizonte, quando percebemos a ave mais alta como mais próxima; Movimento relativo: ao nos movermos, os objetos que estão parados parecem se mover em relação a nós, como pode ser observado em uma viagem; Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 11 Perspectiva linear: linhas paralelas, como trilhos ferroviários, parecem convergir com a distância. Quanto mais a linha converge, maior a distância; Brilho relativo: os objetos mais próximos refletem mais luz para os olhos. Como exemplo, podemos citar a visibilidade no nevoeiro e como sol alto. Já as pistas binoculares exigem o emprego dos dois olhos, o que nos permite fazer julgamentos mais precisos sobre a distância e a profundidade. Isso porque a visão esterocópica, resultado da combinação das duas imagens na retina, faz com que a percepção de distância e profundidade seja mais exata. Uma vez que nossos olhos estão separados por uma distância de cerca de seis centímetros, cada um possui uma visão ligeiramente diferente das coisas, sendo a diferença entre as duas imagens que os olhos recebem é chamada de disparidade retiniana. Quando olhamos para objetos que se encontram relativamente perto de nós, nossos olhos tendem a convergir, se movendo ligeiramente um de encontro ao outro, fornecendo uma pista de distância. Assim como utilizamos pistas monoculares e binoculares para determinar a profundidade e a distância visual, utilizamos pistas monoauriculares (a partir de um só ouvido) e biauriculares (a partir dos dois ouvidos) a fim de localizar as fontes sonoras. Restrição Sensorial de Visão Recuperada Tanto em humanos quanto em animais, um período similar de restrição sensorial não causa danos permanentes se ocorre numa etapa posterior da vida. No entanto, sem estimulação, as células corticais não desenvolvem conexões normais e tanto animais quanto humanos permanecem funcionalmente cegos para alguns estímulos, pois a experiência guia a organização das conexões do cérebro. Dispositivo experimental para os estudos de Blakemore & Cooper. Desde o momento em que seus olhos se abriram e até os 5 meses de idade, os gatinhos eram retirados da escuridão todos os dias para passarem 5 horas sozinhos num cilindro preto e branco de listras, com um chão de vidro transparente. Uma coleira rígida impedia o gatinho de ver qualquer outra coisa, até o próprio corpo. Depois, esses gatinhos tiveram dificuldade para perceber formas horizontais, comparados com outros gatinhos expostos apenas a formas horizontais. Percepção de Movimento A percepção de movimento envolve tanto as informações visuais da retina quanto as mensagens enviadas pelos músculos situados em volta dos olhos quando eles seguem um objeto. O movimento real se refere ao deslocamento físico de um objeto de uma posição para outra. O movimento aparente é uma ilusão que ocorre quando percebemos movimentos em objetos que, na verdade, estão parados. Há um tipo de movimento aparente conhecido como ilusão autocinética, que é a percepção de movimento causada por apenas um objeto estacionário. Outro tipo de ilusão é o movimento estroboscópico, criado por uma rápida série de imagens paradas. Ilusão de movimento também podem ser criadas quando duas luzes estacionárias adjacentes acendem e apagam em rápida sucessão, conhecido como fenômeno phi. O cérebro calcula o movimento baseado em parte na suposição de que objetos que se encolhem estão se afastando, enquanto objetos que aumentam estão se aproximando. Predisposição Perceptiva Como todo mundo sabe, VER É ACREDITAR. O que muitas pessoas também sabem, mas não avaliam plenamente é o fato de que VER TAMBÉM É ACREDITAR. Diante de imagens desfocadas, formamos um palpite preliminar que depois interfere nas percepções posteriores. Depois que formamos uma ideia errada da realidade, temos mais dificuldade em ver a verdade. Nossa predisposição perceptiva pode influencia Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 12 não somente o que vemos, mas também o que ouvimos. É o caso de muitas mensagens ditas subliminares, mas que na verdade são falhas na percepção. EFEITOS DO CONTEXTO NA PREDISPOSIÇÃO PERCEPTIVA Um mesmo estímulo pode acionar percepções radicalmente diferentes, em parte por causa de nossos esquemas diferentes, mas também por causa do contexto imediato. Ex.: transporte de um cadáver dentro das dependências de um hospital → todo coberto → alarmava pacientes e visitantes → rosto descoberto e lenço dobrado de maneira norma, como se o paciente estivesse dormindo → não alarmava Na vida cotidiana, as predisposições perceptivas (sexo X cultura) podem influenciar o contexto. Ex.: sem as indicações óbvias de rosa ou azul, as pessoas ficam sem saber se tratam uma criança recém-nascida por “ele” ou “ela”. Os efeitos das predisposições perceptiva e de contexto demonstram como a experiência nos ajuda a construir a percepção. BIBLIOGRAFIA ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; BEM, D. J.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. Trad.: Daniel Bueno. Porto Alegre: ARTMED, 13ª edição, 2009, p. 173-212. MEYERS, D. G. Introdução à Psicologia Geral. Trad.: A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiros: LTC, 5ª edição, 1999, p. x-y. MORRIS, C. G. & MAISTO, A. A. Introdução à Psicologia. 6a ed. São Paulo: Pearson/Prentice Hall, 2003, p. 104-117. SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 22-37).Caso sugerido: "O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU". SACKS, O. Um antropólogo em Marte – sete histórias paradoxais. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1995. p. 123-164. Caso sugerido: "VER E NÃO VER". Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 13 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aula 3: MEMÓRIA MEMÓRIA A memória é uma das mais complexas funções neuropsicológicas. A memória é qualquer indicação de que a aprendizagem persistiu ao longo do tempo. A memória possibilita ao indivíduo remeter-se a experiências passadas auxiliando na comparação com experiências atuais e projetando-se nas prospecções e programas futuros. Em alguns aspectos, a memória humana é parecida com um sistema de processamento de informações de um computador: exige a entrada da informação no cérebro (codificação), conservação dessa informação (arquivamento), e mais tarde a saída (recuperação). A codificação refere-se ao processamento da informação que será armazenada. Ex.: informações visuais durante a codificação → parece melhorar a memorização exposição ao estresse prévio → parece piorar as memórias dependentes de contexto. A retenção / armazenagem / conservação é o processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registradas e sua reconstrução ao longo de sua utilização e da entrada de novas informações. A recuperação é o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através de associações dependentes do contexto, ativação por semelhança ou por necessidades. Como se explica os processos de memória? Uma das contribuições mais importantes na distinção dos sistemas de memória partiu do clássico “caso HM”. Caso HM H.M. era uma criança normal até que aos 9 anos sofreu uma queda enquanto andava de bicicleta. O forte traumatismo craniano que sofrera deixou como sequela as constantes crises epilépticas, intratáveis com o uso das medicações convencionais. Essas crises pioraram ao longo de tempo, até que 1953 ele foi encaminhado para o neurocirurgião William Beecher Scoville. Após alguns exames, Scoville descobriu que a origem das epilepsias de H.M. era no lobo temporal medial do telencéfalo e sugeriu que esses lobos fossem retirados bilateralmente em uma cirurgia. No dia 1 de setembro de 1953 a cirurgia foi realizada. Na cirurgia foram retirados seus hipocampos, giros parahipocampal, as amígdalas e o córtex entorrinal. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 14 Depois da cirurgia o paciente H.M., que ficou curado da epilepsia, passou a sofrer de graves problemas de memória. Ele lembrava-se de tudo que ocorrera em sua vida até seis meses antes da cirurgia, no entanto ficou incapacitado de guardar novas informações como memória de longa duração. A partir desse fato, os cientistas ficaram curiosos a respeito dos mecanismos de armazenamento de informações no nosso sistema nervoso e resolveram iniciar estudos com o paciente H.M. Esses estudos foram importantes no que diz respeito à localização exata de áreas particulares do cérebro que estão ligadas aos processos específicos da formação da memória. Dessa forma iniciou-se uma série de muitos estudos com o paciente H.M., mais de 100 cientistas o estudaram por mais de 55 anos. Tinha-se então um laboratório vivo, no qual era possível realizar experimentos para testar a formação de memórias. Umas das pessoas que mais realizou testes no paciente H.M, foi a neurocientista Dra. Brenda Milner, que mesmo após anos de acompanhamento precisava se apresentar a cada nova visita ao paciente, pois este já havia esquecido de quem era a neurocientista. CODIFICAÇÃO A codificação refere-se ao processamento da informação que será armazenada. Com pouco ou nenhum esforço, codificamos uma enorme quantidade de informações sobre espaço, tempo e frequência. Algumas só lembramos com esforço e atenção. Ebbinghaus → lista de sílabas sem sentido → repetição (ensaio) • a quantidade lembrada depende do tempo consumido para aprender. • efeito espaçamento: retemos melhor a informação quando o ensaio é distribuído ao longo do tempo. • efeito da posição serial: lembramos o último e o primeiro item se uma sequência melhor que os outros do meio. Processamos a informação de três maneiras: codificando seu significado; visualizando-a; organizando-a. • efeito de auto-referência: lembramos melhor o é pessoalmente significativo; • retrospecção dos momentos agradáveis são lembrados mais positivamente do que avaliamos na ocasião em que ocorreram; • agrupamento em unidades significativas ocorre de forma natural para facilitar recordação; • quando desenvolvemos um conhecimento mais profundo em determinada área, hierarquizamos as informações em conceitos gerais e subdividimos em mais restritos, o que também facilita a recordação; Uma boa memória é útil, mas também o é a capacidade de esquecer. Tal esquecimento pode ser causado por uma falha na codificação. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 15 RETENÇÃO A retenção é o processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registrada, sua reconstrução ao longo de sua utilização e da entrada de novas informações. Memória sensorial é o registro inicial da informação no sistema de memória. A memória icônica ou visual é a capacidade dos olhos registrarem por um instante uma percepção exata de uma cena e podermos recordar de detalhes, mas por apensa alguns segundos. O armazenamento da memória de curto prazo é limitado não apenas na duração, como também na capacidade. Já a capacidade da memória de longo prazo é ilimitada. ARMAZENANDO MEMÓRIAS NO CÉREBRO – SINAPSES Enquanto os psicólogos cognitivos estudam o “software” da memória, os neurocientistas adquirem novas percepções sobre o “hardware” da memória, ou seja, como e onde armazenamos fisicamente as informações no cérebro. As memórias começam como impulsos elétricos que são conduzidos pelos circuitos do cérebro, deixando de certa forma vestígios permanentes. Diante do aumento de atividade num curso específico, as interligações neuronais se formam ou fortalecem. CURIOSIDADES: A passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro (ECT) não prejudicam as memórias antigas depois que ocorreu a potencialização de longo prazo, mas a corrente vai eliminar as experiências mais recentes. Drogas que bloqueiam neurotransmissores também afetam o armazenamento de informações. Ex.: o álcool deteriora a formação de memória por interferir com a atividade mensageira da serotonina. Situações de excitação ou de estresse também afetam a aprendizagem e a retenção. A ausência de emoção significa memórias mais fracas, enquanto experiências emocionais mais fortes tornam memórias mais fortes e confiáveis. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 16 ARMAZENANDO MEMÓRIAS NO CÉREBRO – HIPOCAMPO Estudos sugerem que o hipocampo não seja o “depósito permanente” das memórias, mas sim uma estação intermediária. Como o córtex, o hipocampo é lateralizado e lesões nos lados esquerdo e direito parecem produzir resultados diferentes. Pacientes com lesão no hipocampo E têm dificuldade para lembrar informações verbais. Paciente com lesão no hipocampo D têm dificuldade para recordar projeções visuais e RECUPERAÇÃO A recuperação é o processo de lembrança da informação anteriormentearmazenada. • Efeito de contexto: se estivemos antes numa situação similar (contexto), a atual situação pode estar impregnada de indicadores que inconscientemente recuperam a existência anterior. Ex.: déjá vu – já estive nessa situação antes. • Memória dependente do estado: as coisas que aprendemos em um estado (alegre/triste, sóbrio/embriagado) são muitas vezes mais facilmente recordadas quando nos encontramos outra vez no mesmo estado. • Nossas memórias são um tanto congruentes com o ânimo: parecemos associar bons ou maus momentos com as emoções que os acompanham. • O esquecimento ocorre quando falhamos em codificar a informação e quando as memórias armazenadas declinam. AMNÉSIA Amnésia é a perda de memória que pode ser total ou parcial, constante ou episódica, temporária ou permanente dependendo das causas. Pode ser causada por doenças degenerativas, infecções, neurotoxinas, AVC, traumas, alcoolismo e uso de drogas. Amnésia anterógrada: é a perda de memória para eventos que ocorrem posteriormente ao acontecimento da doença, ou seja, é uma deficiência em formar memórias. Amnésia retrógrada: é a perda da memória a eventos anteriores à doença/trauma. Memória e Processamento de Informação Arquivamos vastas quantidades de informações na memória de longo prazo, ou seja, são as informações que são armazenadas por grandes períodos de tempo ou até mesmo indefinidamente. Por outro lado, podemos recuperar informações para uma memória de curto prazo, que está associada ao tempo de recuperação de uma informação limitada em aproximadamente um minuto. A informação pode ser copiada ou pode ser transferida para a memória de longo prazo antes do término deste período; depois deste tempo, a informação é perdida. SISTEMA DE MEMÓRIA: A memória operacional é um sistema de memória responsável pelo arquivamento temporário da informação e serve para que operações mentais sejam realizadas no decorrer do mesmo. A memória operacional permite que haja uso, gerenciamento e organização da informação, ultrapassando os limites da memória de curto prazo, que exigem um reforçamento da própria informação. A memória operacional permite que seja armazenada uma informação enquanto se realiza uma operação similar ou mesmo outra tarefa cognitiva simultânea. A memória operacional é avaliada pelo teste de Amplitude de Dígitos. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 17 Estruturas dos Sistemas de Memória Memória declarativa ou explícita: refere-se à capacidade armazenamento consciente de experiências prévias (“ o que”). Envolve dois subsistemas: Memória episódica: refere-se ao sistema que permite o resgate de eventos pessoais ou eventos associados a um tempo/lugar específico, tais como o nascimento de um filho, o dia da formatura ou uma viagem realizada. Em geral é amplamente avaliada em testes (Ex.: RAVLT e Figuras de Rey). Memória semântica: é ativada quando lidamos com conceitos atemporais. É usada, por exemplo, ao aprendermos as leis de Newton, que a capital do Brasil é Brasília ou que xingar "é feio". Dessa forma, é nessa modalidade de memória de longo prazo, que são armazenadas as informações relacionadas a conhecimentos gerais, conceitos, significados de palavras, desde que não tenham referência espacial ou temporal específicas. Memória não declarativa ou implícita: é a habilidade para realizar algum ato ou comportamento que originalmente exigiu algum esforço consciente, mas que não requer resgate consciente ou intencional da experiência. Há diversas modalidades ou funções que dependem da memória implícita, tais como: • habilidades e hábitos treinados progressivamente, tais como os desenvolvidos em tarefas como andar de bicicleta, costurar ou jogar bola; • pré-ativação ou priming (tem sido as mais investigadas), relacionado ao funcionamento do córtex cerebral, por exemplo, como observado nas listas de recordação com dicas; • condicionamento clássico, como observado nas respostas emocionais de medo, com ativação da amígdala; • aprendizagem não associativa. Memória Prospectiva Refere-se à capacidade de lembrar-se de executar uma ação planejada para o futuro. Requer que o indivíduo recorde tanto da natureza de um evento futuro, quanto da hora de sua ocorrência (intenção baseada no tempo) ou então lembre de um conteúdo a ser tratado em um evento futuro (intenção baseada no evento). Pacientes com traumatismo cranioencefálico podem desenvolver prejuízos na memória prospectiva. Crianças com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) podem apresentar erros de intenção futura, provavelmente dependente do funcionamento executivo prejudicado no transtorno. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 18 APRIMORANDO SUA A MEMÓRIA Estude repetidamente para aumentar a memória de longo prazo; Passe mais tempo ensaiando ou repensando ativamente na matéria; Faça com que a matéria seja pessoalmente significativa; Para lembrar uma lista de itens estranhos, use artifícios mnemônicos; Reaviva a memória pela ativação dos indicadores de recuperação (efeito de contexto); Recorde os eventos enquanto ainda estão recentes, antes de se deparar com uma possível desinformação; Minimize a interferência (conteúdos que podem interferir um com o outro / estude antes de dormir); Teste seus conhecimentos, tanto para ensaiá-los quanto para determinar o que você ainda não sabe (recordação, reconhecimento, checklist). BIBLIOGRAFIA ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002, p. 288-326. LOFTUS, E. F. Leading questions and the eyewitness report. Cognitive Psychology, 7, 560-572, 1975. . In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 9. SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 38-58. Caso sugerido: "MARINHEIRO PERDIDO". SACKS, O. Um antropólogo em Marte – sete histórias paradoxais. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1995. p. 59-9. Caso sugerido: "O ÚLTIMO HIPPIE”. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 19 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aula 4: CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA A Psicologia inicialmente era definida como a descrição e explicação dos estados de consciência, da vida mental. Com o advento do behaviorismo, a psicologia passa a ser definida como a ciência do comportamento. Por volta de 1960 os conceitos mentais começaram a retomar à psicologia, principalmente devido ao avanço na neurociência . A consciência é a percepção de nós mesmos e do meio ambiente, sendo que tal percepção varia com o foco da atenção. A percepção consciente nos permite exercer um controle voluntário e comunicar nossos estados mentais a outros, mas a consciência é apenas a “ponta do iceberg” do processamento de informações, uma vez que conseguimos processar muitas informações fora da nossa consciência. “(...) os eventos do cérebro são para a consciência o que as notas individuais de uma guitarra são para um acorde; assim como um acorde emerge da interação de diferentes notas, a consciência também emerge da interação de eventos individuais do cérebro”. A percepção consciente de uma pessoa está sempre em mudança. Um estado alterado de consciência ocorre quando há uma mudança no padrão normalde funcionamento mental para um estado que parece diferente à pessoa que experiência a mudança, uma vez que os estados de consciência são pessoais e subjetivos. Os estados alterados de consciência podem variar desde a distração de um devaneio vívido até a confusão e distorção perceptiva causada pela intoxicação por drogas. Devaneios e Fantasias Quase todas as pessoas apresentam devaneios ou fantasias despertos todos os dias. Em comparação com os adultos mais velhos, os jovens adultos passam mais tempo em devaneio e admitem ter mais fantasias sexuais. As horas que consumimos em fantasias podem ser: • uma maneira de escapar da realidade; • um meio de adaptação, nos preparando para eventos futuros, uma vez que nos mantêm conscientes de negócios inacabados e servem como ensaios mentais; • uma substituição do comportamento impulsivo, uma vez que estudos demonstram que pessoas propensas à violência ou drogaditos têm menos fantasias vívidas. Sono e Sonhos O sono é necessário ao ser humano, uma vez que: • ajusta-se à posição ecológica (ancestrais – caça – perigos noturnos) • desempenha um papel importante no processo de crescimento; • ajuda na restauração dos tecidos do corpo; • participa do processo de consolidação da memória. À medida que vai ficando tarde, você começa a bocejar em reação ao reduzido metabolismo cerebral. Bocejar alonga os músculos do pescoço e aumenta o batimento cardíaco, aumentando assim o fluxo de sangue para o cérebro e deixando-o mais alerta. O sono possui fases, sendo que a cada 90 ou 100 minutos passamos por um ciclo de cinco etapas distintas no sono, sendo elas: Estágio 1, Estágio 2, Estágio 3, Estágio 4 e REM, fases essas que podem ser observadas através de um EEG. • Estágio1: com a diminuição do ritmo da respiração, as ondas alfas se tornam mais lentas, podem ocorrer “alucinações” (sem estímulo sensorial – memória); • Estágio 2: relaxamento profundo, claramente adormecido; • Estágio 3: iniciam as ondas delta (longas e lentas); • Estágio 4: pode ocorrer episódios de sonambulismo; • Sono REM: as ondas cerebrais se tornam rápidas e serrilhadas, mais parecidas com as ondas do Estágio 1; o coração acelera, a respiração se torna rápida e irregular, há movimento dos olhos por trás das pálpebras fechadas (+/- a cada 1 minuto); é a fase onde acontecem os sonhos, os órgãos Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 20 genitais se tornam excitados (ereção matinal independente do conteúdo do sonho). É chamado de sono paradoxal, uma vez que embora o córtex motor do cérebro esteja ativo durante o sono REM, a base do cérebro bloqueia suas mensagens, deixando os músculos relaxados; por dentro o corpo está excitado, enquanto por fora parece calmo. A privação do sono em humanos: • suprime as células imunológicas que combatem as infecções viróticas; • deteriora a criatividade e a concentração; • pode causar ligeiros tremores nas mãos, irritabilidade, desempenho mais lento e ocasionais falhas de percepção em tarefas monótonas (acidentes de carro/avião). • Distúrbios do sono: Enurese Noturna (hábito involuntário de urinar durante o sono); Bruxismo Noturno (caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes com força e de forma involuntária); Terror Noturno (manifestações autônomas e comportamentais de medo intenso); Sonambulismo (ocorre quando se dorme e parte motora é despertada repentinamente por um barulho; a pessoa não tem um despertar normal e passa a andar ou falar coisas desconexas); Insônia (dificuldade para iniciar o sono ou para retornar ao caso acorde de madrugada); Hipersonia / Sonolência Excessiva (dificuldade para se manter acordado durante o dia); Narcolepsia (condição neurológica caracterizada por episódios irresistíveis de sono); Síndrome das Pernas Inquietas (sensação de desconforto, irresistível vontade de mexê-las); Apnéia (parada momentânea da respiração). Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 21 Sonhos: • ocorrem durante o sono REM; • teoria dos sonhos de Freud: sonhos como realização de um desejo; • sonhos como processamento de informações: ajudam a peneirar, definir e ajustar nas memória as experiências do dia-a-dia; • teorias fisiológicas; os sonhos derivam do esforço incessante do cérebro para dar sentido aos acesos visuais não relacionados (atividade cerebral), que recebem o tom emocional do sistema límbico; • a função dos sonhos ainda é causa de vigorosos debates,mas todos concordam que precisamos do sono REM. Hipnose • o poder da hipnose não está no hipnotizador, mas sim no hipnotizado; • indução na tentativa de ajudar as pessoas a usarem suas próprias habilidades; • cerca de 95% da população são sugestionáveis; • cerca de 20% da população são altamente hipnotizáveis; • pode contaminar a memória com falsas recordações, aumentar a confiança em falsas lembranças, ou provocar amnésia pós-hipnótica; • pode induzir a desempenhar algo perigoso; • sugestões pós-hipnóticas podem auxiliar no processo de alívio de dores (até analgesia em cirurgias, envolvendo processo de dissociação / atenção seletiva); • a hipnose pode ser um fenômeno devido à influência social e também a um estado de consciência dissociado; • bases neurofisiológicas. Drogas Psicoativas • as drogas psicoativas são substâncias químicas que mudam percepções e ânimos. • o uso contínuo causa tolerância, o que faz com que o sujeito necessite de doses cada vez maiores para experimentar o efeito da droga; • drogas causam dependência tanto física quanto psicológica; • muitas pessoas param espontaneamente de consumir drogas sem tratamento específico; • vício é causado não somente por substâncias químicas externas ao organismo, mas também por comportamentos (compulsões / co-dependância). • Categorias de drogas: • DEPRESSIVAS que acalmam a atividade neuronal e diminuem as funções do corpo; • ESTIMULANTES que excitam temporariamente a atividade neuronal e ativam as funções do corpo; • ALUCINÓGENOS que distorcem as percepções e evocam imagens sensoriais na ausência de imput sensorial. Fatores tanto psicológicos quanto sociais podem levar ao consumo de drogas. DROGAS DEPRESSIVAS ÁLCOOL: • aumenta tanto as tendências nocivas quanto as prestativas; • nível ansiogênico e ansiolítico; • doses pequenas relaxam o sistema nervoso simpático; doses maiores deterioram o desempenho e reduz as inibições; • afeta o julgamento e a memória (processamento de experiências recentes); • seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. BARBITÚRICOS (tranquilizantes): • efeitos semelhantes aos do álcool; • o uso de pílulas para dormir associado ao álcool pode ser letal (efeito depressivo do SN). OPIÁCIOS (ópio e seus derivados como morfina e heroína): • efeitos: dilatação da pupila, respiração lenta, letargia; Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 22 • após o uso e a sensação de prazer, começa ansiedade e angústia por outra dose devido à necessidade do cérebro de doses de neurotransmissores analgésicos. DROGAS ESTIMULANTES • cafeína, nicotina, anfetaminas, cocaína. • aceleram as funções fisiológicas; • após o consumo de drogas como cocaína, há um fluxo de euforia que dura de 15 a 30 minutos, que exaure o suprimento dos neurotransmissores do cérebro (dopamina, serotonina e noradrenalina), ocorre uma depressão agitada assim que passa o efeito da droga. O crack atua mais depressa ainda. • usuários habituais de cocaína podem experimentar distúrbios emocionais, desconfiança, convulsões, parada cardio-respiratória e pode aumentar as reações agressivas;• seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. DROGAS ALUCINÓGENAS LSD (ácido lisérgico) • é quimicamente similar e, portanto, bloqueia as ações do neurotransmissor serotonina; • experimentam um fluxo de imagens fantásticas,com jogo de cores intenso; • a “viagem” varia da euforia ao pânico, passando pelo “desligamento”; • seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. MACONHA • principal agente ativo: THC (delta-9-tetra-hidrocarbinol); • relaxa, desinibe e pode produzir euforia; • prejudica a coordenação motora; • ao contrário do álcool que o organismo elimina em horas, o THC pode levar mais de mês; • doses grandes aceleram a perda de células cerebrais; • há estudos de efeitos positivos do THC em doses controladas no organismo; • seus efeitos dependem de alterações química no cérebro e das expectativas do usuário. BIBLIOGRAFIA ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002, p. 213-253. ASERINSKY, E., & KLEITMAN, N. Regularly occurring periods of eye mobility and concomitant phenomena during sleep. Science, 118, 273-274, 1953. Dement, W. The effect of dream deprivation. Science, 131, 1705-1707, 1960. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. SPANOS, N.P. Hypnotic behavior: A cognitive, social, psychological perspective. Research Communications in Psychology, Psychiatry, and Behavior, 7, 199-213, 1982. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 7. SACKS, O. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. 1ª ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. p. 175-179. Caso sugerido: "O CÃO SOB A PELE". Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 23 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aula 5: MOTIVAÇÃO MOTIVAÇÃO Motivação é uma condição que energiza o comportamento e o orienta para um objetivo. É experienciada na forma de desejo ou necessidade. Conceitos motivacionais: • Teoria do instinto: enfatiza o papel dos fatores internos na motivação (fome, sede), refletindo necessidades fisiológicas; • Teoria de incentivo: enfatizam o papel motivacional dos eventos externos ou objetos de desejo, como: comida, bebida, parceiros sexuais, alvos de ataque, relacionamentos, estima, dinheiro, recompensas do sucesso,... Todos são objetos da motivação. Alguns incentivos são reforçamento primários, capazes de agir como recompensas independente da aprendizagem, enquanto os reforços secundários dependem da aprendizagem. Ainda existem os fatores instintivos que atuam como fatores motivacionais. A motivação tipicamente dirige o comportamento para um determinado incentivo que produz prazer ou alivia um estado desagradável: comida, bebida, sexo, ... A motivação de incentivos de caracteriza pelo afeto, a produção de prazer ou desprazer. O prazer tende a estar associado a estímulos que aumentam nossa capacidade de sobreviver ou a capacidade de sobrevivência de nossa prole. Esta atividade está relacionada ao sistema dopamínico mesolímbico, que parece dispor os indivíduos a querer repetir o evento que causou o aumento procurando e obtendo incentivos conhecidos. A adicção é uma poderosa motivação para algumas pessoas. O desejo por certas drogas pode tornar-se irresistível. Mas só ocorre adicção quando um padrão de comportamento de consumo compulsivo e destrutivo emerge. Algumas drogas são particularmente poderosas em sua capacidade de produzir adicção, devido principalmente a três fatores: 1. A maioria das drogas aditivas super-ativam os sistemas de recompensas no cérebro; 2. As drogas aditivas, se consumidas repetidas vezes, produzem síndromes de abstinência desagradáveis; 3. As drogas aditivas podem produzir mudanças permanentes nos sistemas cerebrais de recompensa que causam desejo mesmo depois de passada a abstinência. A sensibilização neural dura muito mais que a abstinência. Esse pode ser um dos motivos pelo qual um dependente químico recuperado está sujeito a ter recaídas ao uso de drogas. TOLERÂNCIA = necessidade de uma maior quantidade de uma droga para alcançar a mesma euforia ABSTNÊNCIA = se o dependente pára de usar uma droga, a falta de atividade em sistemas de prazer resistentes e a ativação de processos opostos de desprazer podem produzir abstinência. O estado aversivo de abstinência apresenta aos dependentes um outro motivo para voltar a tomar a droga. Grande parte da motivação básica é destinada a nos auxiliar a manter nosso equilíbrio interno, homeostase, um sistema que funciona ativamente para manter um estado constante. Ex.: comportamentos de sobrevivência como temperatura, sede, fome. Mas algumas necessidades têm prioridade sobre outras. A hierarquia de necessidades de Maslow (humanista), também conhecida como pirâmide de Maslow, é uma divisão hierárquica em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada um tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 24 FOME A FOME, assim como outros domínios de nossa experiência, reflete a interação da fisiologia e da aprendizagem. Precisamos comer a fim de manter a homeostase da energia. Os níveis de açúcar no sangue são monitorados pelo hipotálamo no cérebro, que regula a fome e o peso corporal. Mas há mais na fome que o hipotálamo, pois algumas pessoas reagem mais a sugestões externas de comida, enquanto outras sofrem de distúrbios alimentares. EXPERIMENTO: Em 1950 → 36 homens alimentados o suficiente para manter seu peso corporal. Após 6 meses, alimentação oferecida pela metade. Seus corpos começaram a conservar energia, depois aparentavam alienação e apatia. O peso corpóreo caiu depressa até estabilizar em 25% abaixo de peso ideal. Os homens se tornaram obcecados por comida, foram perdendo o interesse por sexo e atividades sociais. (o que reforça a idéia de Maslow sobre hierarquia de necessidades). A aprendizagem é uma parte importante da interação entre os sinais fisiológicos de fome e os estímulos de incentivos de comer. A fome é o que sentimos quando não estamos sentindo saciedade. FOME: contrações musculares no estômago + mudanças químicas + interpretação cérebro Os carboidratos ajudam a aumentar o nível de serotonina, um neurotransmissor que tem efeito “calmante”. Por isso quando nos sentimos tensos ou tristes preferimos doces e massas. O monitoramento da química do organismo é de responsabilidade do cérebro, que interpreta sinais enviados pelos órgãos (estômago, intestino e fígado), mais precisamente os controles da fome se encontram no hipotálamo. Cérebro → detecta principalmente a glicose Fígado → mede mais acuradamente os diversos tipos de nutrientes utilizados pelo Na verdade, há dois centros hipotalâmicos distintos que ajudam a controlar o ato de comer. Experimentos na década de 60, sugeriram que a atividade nos lados do hipotálamo conhecidos como hipotálamos laterais, causavam a fome. Quando essa área era estimulada por corrente elétrica o animal começava a comer e quando destruída não manifestava interesse por comida. Enquanto que atividade na metade inferior do hipotálamo, conhecida como hipotálamo ventromedial, deprime a fome. O animal pára de comer quando essa área é estimulada e com sua destruição,come mais. Apesar das variações diárias em nossa alimentação, nosso organismo mostra-se competente em regular nosso peso, fazendo-o por meio do controle do consumo de alimento e dispêndio de energia, ajustando também o ritmo metabólico. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 25 Nossas preferências por gostos doces ou salgados são genéticas e universais, enquanto outros gostos são condicionados (doenças proporcionam oportunidades para adquirir aversões alimentares). A cultura também afeta o paladar. Como os “cães de Pavlov” as pessoas aprendem a salivar na expectativa de alimentos atraentes. Algumas pessoas são mais reativas a alimentos atraentes (são mais influenciadas por fatores externos que internos). Quando essa comida é abundante, tais pessoas tendem a engordar mais. Essas pessoas tendem a produzir mais insulina quando expostas a estímulos visuais e olfativos de comida, em situação de fome. DISTÚRBIOS ALIMENTARES Obesidade O desvio mais comum da regulação homeostática, ao menos para humanos, é a obesidade. Aproximadamente 25% dos americanos são obesos, uma condição muitas vezes definida como estar 30% ou mais acima do peso adequado. A obesidade é uma importante ameaça à saúde, pois contribui para uma maior incidência de diabetes, HAS e doenças cardíacas. A obesidade provavelmente não é um distúrbio único, mas uma variedade de distúrbios que tem a gordura como seu principal sintoma. Como causa inclui: fatores genéticos; alto consumo de calorias; resistência insulínica. As dietas nem sempre são eficientes pois a perda efetiva de peso deve envolver uma mudança permanente de hábitos alimentares. Anorexia A anorexia nervosa é caracterizada pela perda de peso extrema auto-imposta de pelos 15% do peso mínimo do indivíduo. Alguns anoréxicos chegam a pesar menos que 50% de seu peso normal. Apesar da extrema perda de peso e dos problemas resultantes, o anoréxico típico nega que exista um problema, se recusa a adquirir peso, pois ainda assim se acha gordo. A anorexia é relativamente rara; sua incidência nos Estados Unidos é de cerca de 1% da população geral. Os fatores sociais e os padrões de beleza desempenham um importante papel na anorexia e na bulimia. Também, certas vulnerabilidades biológicas podem aumentar a tendência de desenvolver transtornos alimentares. Há a hipótese de que a anorexia seja causada por disfunções do hipotálamo, parte do cérebro que ajuda a regular a alimentação. Bulimia A bulimia se caracteriza por episódios recorrentes de ingestão exagerada de alimentos (rápido consumo de uma grande quantidade de comida em um período distinto de tempo), seguida por tentativas de purgar o excesso por meio de vômitos ou laxantes. Devido à purgação após a ingestão de alimentos, o peso de uma pessoa bulímica pode permanecer relativamente normal, o que permite aos bulímicos manter seu distúrbio alimentar oculto. Os fatores sociais e os padrões de beleza desempenham um importante papel na anorexia e na bulimia. Também, certas vulnerabilidades biológicas podem aumentar a tendência de desenvolver transtornos alimentares. Em pessoas bulímicas, pode haver uma deficiência de serotonina, um neurotransmissor que desempenha um papel tanto na regulação do humor quanto no apetite. MOTIVAÇÃO SEXUAL O sexo é um motivo social e tipicamente envolve outra pessoa, ao passo que os motivos de sobrevivência envolvem apensa o indivíduo. Além disso, o sexo não envolve um déficit interno que precise ser regulado e remediado para que o organismo sobreviva, não servindo portanto a uma regulação homeostática. O prazer que sentimos ao comer é o método inventivo da natureza para garantir a nutrição do corpo; o prazer do sexo é a maneira de nossos genes se preservarem e expandirem. Para ter experiências socias e sexuais gratificantes quando adultos, a maioria das pessoas precisa desenvolver uma identidade de gênero apropriada, mediante a qual os homens passam a ver a si mesmos como homens e as mulheres passam a ver a si mesmas como mulheres. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 26 Evidentemente os hormônios pré-natais e o ambiente são ambos determinantes importantes da identidade de gênero e normalmente operam em harmonia. Quando entram em choque, como ocorre em alguns indivíduos, a maioria dos especialistas acredita que o ambiente irá predominar. Mas esta é uma área controversa e a opinião dos especialistas pode mudar à medida que mais dados forem reunidos. A sexualidade adulta ocorre com as mudanças nos sistemas hormonais que ocorrem na puberdade, a qual geralmente inicia entre as idades de 11 e 14 anos. Apesar da contribuição hormonal, os principais determinantes do desejo sexual nos homens parecem ser fatores emocionais. Nas mulheres, o desejo e a excitação sexual parecem ser muito mais influenciados por fatores sociais e emocionais. Assim como a causa mais comum de pouco desejo em casais que procuram terapia conjugal é o conflito conjugal. Em suma, o grau de controle hormonal sobre o comportamento sexual é menor em humanos do que nos outros animais. O ambiente também influencia a sexualidade adulta; a experiência também afeta o aspecto interpessoal do sexo; a cultura também influencia a expressão do desejo sexual. Diferenças sexuais: estudos de heterossexuais demonstraram que homens e mulheres jovens diferem em suas atitudes em relação ao sexo: • as mulheres são mais propensas do que os homens a ver o sexo como parte de um relacionamento amoroso; • as mulheres reagem mais vigorosamente à perspectiva de infidelidade emocional; • os homens reagem mais vigorosamente à perspectiva de infidelidade sexual. A orientação sexual de um indivíduo é o grau em que ele sente atração sexual por pessoas do sexo oposto e/ou do mesmo sexo. A maioria dos cientistas comportamentais conceitualizam a orientação sexual como um continuum, que vai da exclusiva heterossexualidade, passando pela bissexualidade, até a exclusiva homossexualidade. Em geral, os sentimentos homossexuais e não os comportamentos homossexuais são os antecedentes de uma orientação homossexual na idade adulta. BIBLIOGRAFIA ATKINSON, R. L.; ATKINSON, R. C.; SMITH, E. E.; NOLEN-HOEKSEMA, S. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13ª ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002, p. 370-409. MASTERS, W.H., & JOHNSON, V.E. Human sexual response. Boston: Little, Brown, 1966. In: HOCK, R.R. Forty Studies that Changed Psychology, 5thed., New Jersey: Pearson Prentice Hall, 1998. MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006, Cap. 12. Processos Psicológicos Básicos - PPB (profª Marina Ceres) - aulas Página 27 CURSO: Psicologia – campus São José do Rio Pardo SÉRIE: 1º e 2º Semestres (2018-2) DISCIPLINA: Processos Psicológicos Básicos (PPB) DOCENTE: Marina Ceres Silva Pena Cardoso Aula 6: EMOÇÃO 6 EMOÇÕES BÁSICAS: FELICIDADE, MEDO, RAIVA, TRISTEZA, NOJO, SURPRESA. EMOÇÃO Nossos sentimentos mais básicos incluem não apenas motivos como fome e sexo, mas também emoções como alegria e raiva. Emoções e motivos estão intimamente relacionados. As emoções podem ativar e dirigir o comportamento da mesma maneira que os motivos básicos o fazem. Elas também podem acompanhar o comportamento motivado: o sexo, por exemplo, não é apensa um motivo poderoso, mas também uma fonte potencial de alegria. Apesar de suas semelhanças, é preciso distinguir motivos de emoções. EMOÇÕES MOTIVOS São desencadeadas do exterior, são despertadas por eventos externos; São ativados do interior; As reações emocionais são dirigidas aos eventos externos; São despertados por eventos internos (ex.: homeostase) e são naturalmente dirigidos a determinados objetos do ambiente
Compartilhar