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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 02
PROFESSOR AGAPITO MACHADO JÚNIOR
1. O PROCEDIMENTO
Sabendo que o Estado (juiz) juntamente com as partes, auxiliares e interessados deverão praticar uma série de atos para que ao final seja resolvido o conflito e se for o caso seja dada a tutela jurisdicional do direito do autor, é necessário que o Estado regule a forma como isso se dará. 
Ou seja, o Estado regulará em norma a forma como será o processo: a sequência dos atos; o momento em que serão praticados; quem os praticará; prazos; etc. - é o procedimento. 
O procedimento é, pois, a maneira de ser do processo descrita pelo legislador (é o processo em tese).
“O processo não é o procedimento, mas o resultado da soma de diversos fatores, um dos quais é exatamente o procedimento (e os outros são o contraditório e a relação jurídica processual)”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.151).
Rito é palavra usada como sinônimo de procedimento, mas também pode indicar o ritmo ou tempo do procedimento, ou seja, se o conjunto de atos é mais extenso (comum) ou mais enxuto (sumário e sumaríssimo).
A depender do tipo de tutela jurisdicional pretendida caberá ao legislador regular de forma distinta a sequência, a forma e o prazo dos atos, daí se falar em tipos distintos de procedimento.
O CPC de 1973 falava então em: procedimento comum e especial.
Os procedimentos especiais eram previstos no Livro IV do CPC de 1973 e também em leis especiais fora dele. 
O procedimento comum era adotado como regra, salvo quando a lei dissesse o contrário – art.271 do CPC de 1973. 
Contudo, no âmbito do procedimento comum havia 02 (dois) tipos de procedimentos, isso considerando o fator tempo e concentração dos atos processuais: o ordinário e o sumário (art.272 do CPC/73), sendo este último adotado somente nas hipóteses previstas em lei (art.275 do CPC/73).
O procedimento ordinário era adotado também de forma subsidiária quando não houvesse previsão legal no procedimento sumário e no procedimento especial (art.272, §2º, do CPC/1973).
O novo CPC de 2015 terminou eliminando o procedimento comum sumário (de pouca serventia na prática, pois restou um tanto esvaziado pelo rito sumaríssimo dos juizados especiais) e alguns ritos especiais, inclusive o rito das ações cautelares, acabando com o processo cautelar, já que agora a medida cautelar poderá ser obtida dentro do processo em que a tutela principal é pretendida.
Assim, segundo o Novo CPC só há procedimento comum (quase idêntico ao procedimento ordinário do antigo código) e especial, conforme se vê do art.318 do Novo CPC.
Ressalve-se que nos processos pendentes em que não houve ainda sentença até a vigência do Novo Código, deve-se seguir aplicando o rito sumário e procedimento especial, conforme se lê de seu §1º do art.1046.
Os procedimentos especiais regulados em outras leis fora do CPC serão por elas regulados, aplicando-se-lhes o Novo CPC apenas supletivamente - §2º do art.1.046 do CPC de 2015.
2. DA DEMANDA.
“E a demanda vem a ser, precisamente, este pedido que a parte formula ao Estado, por meio do juiz, para que este lhe preste tutela jurisdicional”. (DA SILVA, Ovídio Batista. Curso de Processo Civili, Volume I. 7ª edição. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2005, p.211).
O direito de ação deflagra-se através da demanda (Princípio da Demanda), que traduz o pedido da tutela jurisdicional, rompendo a inércia da jurisdição (art.2º e 262 do CPC/73) e atual art.2º do CPC/2015.
2.1. DA PETIÇÃO INICIAL.
2.1.1. Conceito.
- É o ato processual que consubstancia a demanda. 
- Em regra, é peça escrita, podendo ser verbalizada e reduzida a termo.
- Pode se dar por meio eletrônico (Lei nº 11.419/2006).
- Uso obrigatório do vernáculo – art.156 do CPC/73 e art.192 do CPC/2015.
“A demanda é um ato jurídico solene, realizado através de um instrumento chamado petição inicial” (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.330).
2.1.2. Requisitos da petição inicial – art.319 e 320 do CPC-2015
Dada a solenidade do ato jurídico, a lei impõe requisitos para sua validade.
Requisitos Intrínsecos – dizem respeito à forma (corpo) da petição inicial e nela estão contidos (antigo art.282 do CPC/73) - art.319 do Novo CPC.
Art. 319.  A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
Devem ser observados pelo autor os critérios de competência a fim de que sua petição seja destinada ao juízo (órgão jurisdicional) apto a processar e julgar a causa (juiz natural).
Obs1. Se for vara única, dirige-se a petição ao juízo a ela correspondente. Agora se forem vários juízos competentes ao mesmo tempo, não se indicará a vara (far-se-á menção genérica do juízo), devendo-se adotar a regra da distribuição.
Obs2. Se o autor indicar o órgão incompetente para a demanda, tal situação não ensejará o indeferimento da inicial, mas a remessa dos autos ao juízo competente (pelo menos como regra) - §3º do art.64 do NCPC.
Obs3: O nome da ação é requisito da petição inicial? Não. Isso não consta do rol do art.319 do CPC, não podendo o magistrado exigir na inicial.
“Há, nesta linha, de se asseverar que o nome que se dá à ação na petição inicial não a caracteriza. Por exemplo, tendo o autor deixado claro que pretendia a indenização estimada no pedido, pouco importa que tenha dado à ação o nome “ordinária de cobrança”, em nada ficando afetada sua pretensão”. (ALVIM, Arruda. 9ª edição. Manual de Direito Processual Civil, Volume 02. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p.202).
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
Devem ser identificadas dentro do possível as partes da relação processual (um dos elementos da ação), sem comprometer, contudo, o direito de ação.
No CPC de 1973 não se exigiam o CPF, CNPJ ou RG das partes, sendo estas exigências criadas por normas de Tribunais a fim de evitar casos de homônimos.
Ocorre que, apesar de serem oportunas as exigências, não podiam os tribunais limitar o protocolo judicial com tais exigências, pois, ferem a CF/88 formal (compete à União mediante lei regular matéria processual – art.22, I) e materialmente, pois desproporcional a medida, infirmando o acesso à justiça.
“É, porém, inconstitucional a exigência feita por mais de um tribunal através de ato administrativo, de exigir a indicação dos números do CPF e da carteira de identidade do demandante (pessoa natural), ou do CPNJ (quando se tratar de pessoa jurídica), para que se distribua uma petição inicial. Há, aí, uma inconstitucionalidade formal, já que os requisitos da petição inicial, matéria processual, só podem ser estabelecidos por lei federal. Há, além disso, uma flagrante inconstitucionalidade material, já que cria desarrazoados obstáculos ao acesso à justiça”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.331).
Agora com o Novo CPC, tal exigência, pelo menos o CPF ou CNPJ passa a ser requisito da petição inicial, estando superado qualquer vício formal.
 De toda sorte, a qualificação das partes não pode ser exigida a “ferro e fogo” de forma a frustrar o acesso à justiça, tendo o ovo CPC tratado se resolver a situação, seja possibilitando que o autor peça ao juiz providencias no sentido a obter determinado dado do réu ou, dada a natureza da situação, que a falta de tal dado não venha a causar o indeferimento da inicial. Eis os dispositivos do Novo CPC:
Art.319 § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias à sua obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeitoda falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
A jurisprudência já endossava essa interpretação mais flexível:
PROCESSUAL. EMBARGOS A EXECUÇÃO DE DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA. MULTA IMPOSTA PELO CREA/ES. INDICAÇÃO DO CPF DO EXECUTADO. AUSÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE. 1) No que tange à questão da indicação do CPF do réu, de fato, a individualização das partes é necessária na petição inicial, entre outras coisas, para que a sentença possa obrigar pessoas certas. Mas quando não for possível, a menção da qualificação completa das partes pode se mostrar suficiente que se as individue. É o que comumente ocorre, por exemplo, em ações possessórias, em que nem sempre é viável a perfeita qualificação dos réus. Sendo possível a individuação, ainda que incompleta a qualificação, o requisito estará preenchido. 2) Com efeito, o art. 282 do Código Processual Civil elenca, numerusclausus, quais os requisitos da petição inicial, sendo vedado ao magistrado criar exigências que extrapolam aquela norma, dificultando o acesso à prestação jurisdicional. O art. 6º da Lei nº 6.830/80 também não exige tal informação (TRF 2a Região, AC 315091, DJ 10/10/03). 3) Dou provimento ao recurso.
(AC 200150010037160, Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND, TRF2 - OITAVA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::23/07/2007 - Página::215.)
REINTEGRAÇÃO DE POSSE - IMÓVEL DE AUTARQUIA OCUPADO -PESSOAS NÃO IDENTIFICADAS - INVASÃO. A exigência de que a petição inicial indique o nome e a qualificação de cada um dos réus sofre exceções, uma das quais é a hipótese dos autos: réus incertos e desconhecidos, que invadiram terreno da UFRJ, e que, pelas características da ocupação, não serão amigavelmente individualizados. Aplicação do disposto no artigo 231, inciso I, do CPC, que prevê a citação por edital. Reconhecimento de óbice real à identificação, pela Apelante, uma a uma, das pessoas que ocuparam o imóvel, cuja área total é superior a 140 mil metros quadrados. Erronia da sentença que indeferiu a inicial, à conta da ausência da identificação. Apelação provida.
(AC 200251010079562, Desembargador Federal GUILHERME COUTO, TRF2 - QUINTA TURMA ESPECIALIZADA, 23/03/2006)
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
Deve-se indicar a causa de pedir (Teoria da Substanciação), não sendo obrigatório indicar os fundamentos legais (o juiz conhece o direito – iuranovitcuria). É outro elemento da ação.
“É correto dizer que o autor deve afirmar um fato e apresentar o seu nexo com um efeito jurídico. O autor em outras palavras, narra o fato que constitui o direito por ele afirmado”. (MARINONI, Luiz Guilherme & ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. 7ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.74).
IV - o pedido com as suas especificações;
É elemento da ação. É o objeto da causa ou o mérito propriamente dito.
“É o veículo da pretensão manifestada pelo autor”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.332).
V - o valor da causa;
O valor da causa é o conteúdo econômico da pretensão autoral no instante em que a demanda é apresentada em juízo, sendo ainda requisito da petição inicial. 
Ainda que não exista um conteúdo econômico à causa, deverá ser indicado um valor desde que não seja ridículo.
O Novo CPC cuida do assunto nos artigos 291 ao 293. 
“Os arts.259 e 260 do CPC encarregam-se de estabelecer critérios para que sejam fixados os valores de algumas causas. Na ausência de critérios legais para que seja fixado o valor da causa, o autor deve proceder por estimativa. O valor da causa sempre deve retratar o estado de fato e de direito que existe no momento da apresentação da petição inicial. Isto significa que qualquer alteração posterior à propositura da ação, que possa repercutir no valor atribuído à causa, não deve ser tomada em conta”. (MARINONI, Luiz Guilherme & ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. 7ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.89).
O valor da causa serve de: a) base de cálculo para taxa judiciária, para multa por litigância de má-fé, entre outras; b) servia para definição do procedimento (ordinário ou sumário); c) definição de competência (Ex. juizados especiais).
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
O ideal seria o autor indicar na inicial cada prova que pretende vir a produzir durante o processo, relacionando a pertinência dela ao fato narrado.
Obs. Apesar disso tem-se aceitado o chamado protesto genérico por provas: “Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admissíveis”.
“É certo, porém, que tal comportamento acabou por gerar o costume de muitos magistrados de, após o encerramento da fase postulatória do procedimento, determinar às partes que especifiquem as provas que pretendem produzir, o que certamente se tornaria desnecessário (ao menos na maioria das vezes) se as partes tivessem no momento oportuno, especificado as provas com que pretendem demonstrara verdade de suas alegações”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.338).
PROCESSUAL CIVIL - PROVA - MOMENTO DE PRODUÇÃO - AUTOR - PETIÇÃO INICIAL E ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS - PRECLUSÃO. - O requerimento de provas divide-se em duas fases: na primeira, vale o protesto genérico para futura especificação probatória (CPC, Art. 282, VI); na segunda, após a eventual contestação, o Juiz chama à especificação das provas, que será guiada pelos pontos controvertidos na defesa (CPC, Art. 324). - O silêncio da parte, em responder ao despacho de especificação de provas faz precluir do direito à produção probatória, implicando desistência do pedido genérico formulado na inicial.
(RESP 200100712659, HUMBERTO GOMES DE BARROS, STJ - TERCEIRA TURMA, 20/03/2006)
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO. EXTINÇÃO PROCESSO. CARÊNCIA DE AÇÃO SEM OITAVA DE TESTEMUNHAS. I - Não pode o juiz extinguir a ação em que se pleiteia aposentadoria mediante reconhecimento de tempo de serviço, por carência, sem permitir a produção de prova testemunhal cujo pedido genérico da petição inicial foi reiterado no momento processual próprio, quando o juiz determinou a especificação de provas. II - Sentença que se anula, para que, após a coleta de prova oral, seja julgado o mérito.
(AC 9301181053, JUIZ ANTÔNIO SÁVIO O. CHAVES (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, 21/02/2000)
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
Esta é uma das principais invocações do CPC de 2015.
Agora haverá em regra, logo após o deferimento da petição inicial, uma audiência de conciliação/mediação, numa tentativa de encerramento da discussão logo no início através da autocomposição – art.334 do CPC/2015.
Quando o autor expressa sua vontade em não querer a tal audiência e o réu da mesma forma a expressa, restará esta prejudicada - §§4º e 5º do art.334 do CPC/2015.
Tem-se entendido que ante a omissão do autor em não indicar a opção pela audiência, prevalece que ele optou pela realização da mesma, não se cogitando assim defeito na petição inicial.
Obs1: E O REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO DO RÉU?
Consoante o CPC de 1973, constava como requisito da petição inicial o pedido de citação do réu, o que não veio na redação do art.319 do CPC de 2015.
A despeito disso, entende-se que agora a citação é ato da secretaria da vara, sendo decorrente do fato de o autor mover pretensão contra o réu, indicando sua qualificação e endereço.
Todavia, não pode o magistrado determinar de ofício a citação da parte que não foi objeto de menção na petição inicial do autor (só ele move pretensão em face do réu, não podendo o juiz substituí-lo quantoa isso). 
Inclusive o autor, além de pagar as custas para diligência (citação), deverá indicar corretamente o endereço do réu.
Obs2.: É também considerado pela doutrina como requisito intrínseco da petição inicial o art.106 , I, do CPC de 2015 (antigo art.39, I, do CPC de 1973). Veja que ensejará indeferimento da inicial (art.330, IV, o não atendimento ao art.106 do NCPC.
Art. 106.  Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
§ 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos.
“Não é inepta a petição inicial que, na parte atinente à qualificação das partes, reporta-se ao instrumento de mandato, que contém a referida qualificação. O mesmo se diga, quanto à existência do art.39, I, do CPC, se o endereço do advogado já constar do instrumento de mandato”. (ALVIM, Arruda. 9ª edição. Manual de Direito Processual Civil, Volume 02. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p.224).
b) Requisitos Extrínsecos: documentos que acompanham a petição inicial, mas estão fora de seu corpo – art.320 do CPC de 2015 (antigo art.283 do CPC-1973)
Art.320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Obs. Quais são os documentos indispensáveis?
São aqueles sem os quais o processo será extinto sem resolução de mérito (Ex: procuração, atos constitutivos da pessoa jurídica, etc).
Art. 287 do Novo CPC.  A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico.
Parágrafo único.  Dispensa-se a juntada da procuração:
I - no caso previsto no art. 104;
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em lei
Não é considerado documento indispensável ao ajuizamento da ação aquele utilizado para comprovação da pretensão em si, ou seja, se o autor não comprovar o dano na ação indenizatória, por exemplo, o processo não será extinto sem resolução de mérito, mas, provavelmente não verá o mérito julgado a seu favor (improcedência do pedido).
2.2. O PEDIDO.
Tal como fora visto, o pedido é requisito intrínseco à petição inicial, cabendo aqui uma atenção especial para compreender como o mesmo deve ser formulado pela parte.
De início, convém lembrar que o pedido, as partes e a causa de pedir são os elementos identificadores da ação.
O pedido pode ser classificado em mediato e imediato. 
Pedido Imediato – provimento jurisdicional ou pretensão de direito processual.
Pedido mediato – bem da vida ou a pretensão de direito material.
2.2.1. Requisitos do pedido.
O CPC de 1973 já dizia em seu artigo 286 que o pedido devia ser certo ou determinado, sugerindo que poderia ter um ou outra característica. A doutrina veio logo esclarecer que a partícula “ou” deveria ser substituída pela “e” no sentido a entender que deveria ter ambas as características.
Agora o NCPC resolveu este pequeno equívoco legislativo tratando das duas características inclusive em artigos distintos.
Conforme art.322 do NCPC o pedido deve ser CERTO, ou seja, deve ser explicitado especificadamente pelo autor.
O julgador não pode deduzir o que o autor pretende com a demanda a não ser que o mesmo esclareça o que procura.
Há, contudo, pedidos implícitos, ou seja, mesmo sem a parte pedir a lei obriga o julgador a avaliar e a deferir se for o caso.
Súmula 254 do STF. INCLUEM-SE OS JUROS MORATÓRIOS NA LIQUIDAÇÃO, EMBORA OMISSO O PEDIDO INICIAL OU A CONDENAÇÃO
Exemplos: juros, correção monetária e verbas de sucumbência (§1º do art.322 do NCPC). Outro exemplo também seria o art.323 do NCPC, cuja doutrina abaixo esclarece:
 “Quer-se, com isto, evitar a necessidade de propositura de uma nova demanda a cada vencimento de prestação se é única a relação jurídica obrigacional”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.336).
De toda sorte, o novo CPC trouxe dispositivo que determina que o magistrado interprete o pedido considerando o conjunto da postulação e o princípio da boa-fé - §2º do art.322. 
O pedido também deve ser DETERMINADO, ou seja, deve ser dimensionado pelo gênero e quantidade pelo autor (art.324 do NCPC). 
Obs1. Pedido genérico é parcialmente determinado, pois não dimensiona o pedido, sendo viável futura liquidação da sentença.
Entende-se que apenas o pedido mediato é que poderá ser parcialmente determinado (genérico), nestes casos excepcionados pelo §1º do art.324 do NCPC, pois o pedido imediato sempre será certo e determinado.
2.2.2. Da Cumulação dos Pedidos ou da cumulação objetiva (Araken de Assis, Cumulação de Ações, São Paulo: Revista dos Tribunais, 1989, p.20):
I - Cumulação em sentido estrito ou própria: é quando o autor apresenta na petição inicial mais de um pedido intencionando todos eles.
Pode se dar de duas formas: a) simples (pedidos independentes entre si) e b) sucessiva (análise do segundo pedido só se dará se o primeiro for deferido – há dependência lógica do segundo pedido em relação ao primeiro). 
O art.327 do NCPC regula o assunto, esclarecendo ainda que não há necessidade de os pedidos formulado cumulativamente sejam conexos entre si.
Estipula, porém, o §1º do art.327 do NCPC certo limites à cumulação dos pedidos:
a) a compatibilidade entre os pedidos, pois não se admite a petição “suicida”, em que um pedido anula o outro, o que enseja inclusive hipótese de inépcia da inicial, com indeferimento da mesma e extinção do feito sem resolução do mérito (art.330, I c/c §1º, IV, do art.330 do NCPC).
b) que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo.
Aqui, considerando que há um só processo e que o órgão judiciário não é competente para conhecer de um deles, deverá indeferir em parte a petição inicial (por inépcia), deferindo, contudo, a parte do pedido que lhe diz respeito, tudo na forma da Súmula 170 do STJ.
c) seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
Aqui, o problema pode ocorrer quando para cada pedido há um tipo de procedimento distinto, seja: comum ou especial; especial e especial (distinto). 
Neste caso somente não será possível a cumulação se for inviável o autor deduzir ambos no procedimento comum, conforme §2º doart.327 do NCPC.
II – Cumulação em sentido amplo ou imprópria: o autor apresenta mais de um pedido na petição inicial, apenas um dos pedidos poderá ser ao final deferido (o autor só quer um dos pedidos).
Pode ser eventual ou subsidiária (o pedido posterior só será apreciado se o primeiro for improcedente – art.326 “caput” do NCPC). Há preferência entre os pedidos.
Há ainda a chamada cumulação alternativa de pedidos (tanto faz deferir um ou outro pedido, não há preferências – parágrafo único do art.326 do NCPC).
A cumulação em sentido amplo alternativa não se confunde com o pedido alternativo previsto no art.325 do NCPC, em que não há cumulação de demanda, há um só pedido que poderá ser implementado pelo devedor por mais de uma forma de acordo com o direito material (obrigação alternativa).
SE a obrigação é alternativa, mas a escolha competir ao autor, não se fala em pedido alternativo, devendo o autor indicar na petição inicial qual seu pedido (certo e determinado).
3. DOS ATOS PROCESSUAIS INICIAIS: PROTOCOLO, REGISTRO, DISTRIBUIÇÃO E AUTUAÇÃO. 
O advogado, representando o seu cliente, dá entrada na petiçãoinicial no PROTOCOLO do Fórum (setor administrativo), sendo documentada na própria petição ou em outro documento a hora, o dia e o lugar em que se deu entrada na peça processual, e lá, no setor administrativo atribui-se um número de REGISTRO (que depois será o número do processo).
Art. 284.  Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz.
Quando há mais de um órgão igualmente competente para processar e julgar a causa é necessário que haja um critério apto de escolher um deles, eis a DISTRIBUIÇÃO.
A distribuição como regra é ordinária, sendo aleatória e equitativa, traduzindo-se em um verdadeiro sorteio informatizado, que poderá ser objeto de controle pelas partes e interessados, evitando-se assim a burla ao Princípio do Juiz Natural.
Art. 285.  A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade.
Parágrafo único.  A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.
Art. 286.  Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3o, ao juízo prevento.
Parágrafo único.  Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.
Art. 288.  O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou compensará a falta de distribuição.
Art. 289.  A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.
Art. 290.  Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 (quinze) dias.
A AUTUAÇÃO ocorre na secretaria da vara (Diretor de Secretaria).
É basicamente a documentação física ou virtual dos atos do processo. Os autos podem ser físicos ou virtuais. Em sendo o processo físico, caberá à secretaria, por seu diretor, rubricar e numerar as folhas dos autos.
4. DA CONCLUSÃO AO JUIZ PARA DESPACHO/DECISÃO INICIAL:
Os autos do processo seguem encaminhados (para conclusão) ao exame do julgador pela primeira vez, devendo ele verificar se os requisitos da inicial (art.319 e 320 do NCPC) estão presentes para adotar alguma das seguintes soluções:
EMENDA (art.321 do NCPC) – verificando que falta algum requisito à petição inicial e sendo ele sanável, o juiz antes de citar o réu deverá intimar o autor para corrigir o defeito em 15 dias, devendo indicar o que deverá ser sanado.
INDEFERIMENTO (art.330 do NCPC) – quando falta algum requisito essencial à petição e não é possível sanar o problema. O processo é extinto por sentença, sem resolução de mérito (art.485, I, do NCPC).
DEFERIMENTO COM IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO – aqui o juiz não só defere a petição inicial como de logo julga o mérito da causa sem sequer proceder à citação do réu–sendo a forma mais antecipada de julgamento de mérito (art.332 do NCPC).
O julgamento antecipado não prejudica o réu (ainda não citado), ao contrário, o beneficia (improcedência do pedido do autor), daí não se falar em violação ao contraditório e ampla defesa.
De toda sorte, o réu participará do processo se o autor resolver apelar desta sentença de mérito, sendo citado para apresentar contrarrazões ao apelo.
Se não houver apelação do autor, o réu será simplesmente intimado da sentença transitada em julgado, sem necessidade de ser citado.
Corresponde ao antigo julgamento prima facie do artigo 285-A do CPC de 1973, acrescido da hipótese de conhecimento de ofício da prescrição ou decadência (art.295, IV c/c 269, IV, do CPC de 1973).
DEFERIMENTO – aqui o juiz defere a petição inicial, mas ainda não tem como julgar o mérito da causa, devendo seguir rito comum, adotando, no caso, as seguintes providências:
a) designar data para realização de audiência de conciliação ou mediação, em até 30 dias, devendo intimar as partes sobre isto.
b) determinar a citação do réu com pelo menos 20 dias de antecedência da data designada para audiência mencionada.
Obs. Depois de deferida a petição inicial, não poderá o juiz indeferi-la, podendo, contudo, extinguir o feito sem resolução do mérito, por outro motivo.
5. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO (art.334 e parágrafos).
O NCPC segue a tendência moderna de tentar ao máximo meios alternativos de solução dos conflitos sociais, o que diminuiria a demanda no âmbito da jurisdição, em plena economia nos gastos e no tempo do processo.
Não é à toa que o §1º do art.3º do NCPC prevê a arbitragem como meio alternativo de solução dos conflitos e nos §§2º e 3º do mesmo artigo resta previsto que o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos, devendo os sujeitos do processo estimularem a conciliação, a mediação e outro método de solução consensual. 
A regra, pois, é a busca da solução consensual dos conflitos apresentados ao Poder Judiciário (autocomposição judicial), em que as próprias partes resolvem o conflito, ainda que tenham para isso a intervenção de terceiro apto a influenciar ou a ajudar nesta solução.
A propósito, o NCPC, em seu art.165 e parágrafos, resolveu fazer a distinção entre mediação e conciliação, sendo que em ambos os casos, há um terceiro que ajuda de alguma forma as partes a chegarem à solução consensual do conflito.
Na mediação já há uma relação jurídica prévia travada entre as partes, a sugerir que o debate é pré-existente ao processo judicial, servindo o mediador mais como um interlocutor entre elas.
Já no caso da conciliação, não há vínculo jurídico anterior entre as partes, de forma que o conflito é recente, podendo o conciliador sugerir soluções e ajudar as partes a construírem uma solução para o problema.
Nessa linha ideológica, antes de o réu se defender e logo após o deferimento da petição inicial, a regra é a realização de audiência de mediação ou conciliação, exatamente para se tentar eliminar o conflito no início do processo, adotando a sistemática parecida com a já consagrada no procedimento dos juizados especiais e na justiça do trabalho.
Veja que o CPC de 1973 tinha em seu art.331 a chamada audiência preliminar somente após a resposta do réu e depois das providências preliminares, o que indicava que a tentativa de acordo não ocorria no início do processo.
Tal como visto, uma vez deferida a petição inicial e não sendo o caso de julgar liminarmente improcedente o pedido do autor, o juiz designará audiência de mediação ou de conciliação em até 30 dias, devendo determinar a citação em até 20 dias antes da data desta audiência.
A audiência pode ser realizada por meio eletrônico.
Sobre a audiência o autor será intimado na pessoa de seu advogado.
As partes podem estar acompanhadas por seus advogados, sendo que, a despeito da redação legal, podem comparecer à audiência sem advogados, já que o ato de fazer acordo não é postulatório (não depende do advogado).
Se a parte não comparecer à audiência e não justificar a ausência, praticará ato atentatório à dignidade da justiça, sofrendo punição por isto (multa), o que sugere que agora é dever da parte comparecer à audiência de conciliação ou mediação, não sendo dever, contudo, fazer acordo.
Pode, contudo, a parte dar na procuração os poderes especiais ao advogado para que o mesmo a represente em audiência e possa em nome realizar acordo (autocomposição).
Se houver acordo na audiência, o juiz o homologará por sentença, encerrando o processo com resolução de mérito (art.487, III, do NCPC).
Importante notar que a regra é a realização da audiência, mas ela NÃO será realizada quando:a) ambas as partes manifestarem desinteresse pela autocomposição.
O autor demonstrará expressamente o desinteresse no acordo já na petição inicial, sendo um de seus requisitos (tal como visto antes). 
Contudo, se o autor nada disser sobre isto na petição inicial, não será o caso de intimá-lo a emendar a inicial ou não será o caso de indeferimento da mesma, devendo o julgador interpretar que o seu silencio é igual a concordância com a realização da tal audiência.
Já o réu deverá manifestar expresso desinteresse em até 10 dias antes da data da realização da audiência e não o fazendo, haverá a audiência.
Somente com as duas vontades expressas em sentido contrário à realização da audiência é que ela não será realizada.
Se houver litisconsórcio, no caso de ser unitário, só a petição de desinteresse assinada por todos eles será capaz de frustrar a realização da audiência.
Neste caso, o prazo da defesa para o réu iniciará na data em que ele protocolar a sua petição expressando o desinteresse na audiência.
b) quando não se admitir a autocomposição.
Neste caso, por força de lei, o direito ou interesse litigioso é indisponível, de forma que a parte não tem disponibilidade para realizar acordo.
Portanto, aqui, uma vez deferida a petição inicial, o juiz determina logo a citação réu, não designando audiência.
6. DA RESPOSTA DO RÉU.
Deferida a petição inicial o juiz avalia se é o caso de realizar ou não a audiência de conciliação ou mediação.
Em não sendo designada a audiência de conciliação ou mediação o réu é logo citado, ou, acaso seja designada a audiência o réu já será citado antes dela ocorrer (20 dias antes).
Como o réu já foi citado para se defender, inicia-se agora a fase da resposta do réu.
A resposta do réu aqui é usada indicando o comportamento que será adotado pelo réu após tomar formal conhecimento da demanda dirigida contra ele pelo autor. 
UMA VEZ CITADO VALIDAMENTE, PODERÁ O RÉU:
6.1. RECONHECER A PRETENSÃO AUTORAL – ART.487, III, DO CPC.
É técnica de autocomposição onde o réu com ato inequívoco no todo ou em parte cede em sua resistência, devendo o juiz homologar a vontade das partes por sentença e extinguir o processo com resolução de mérito.
É mais amplo que o efeito da revelia (que presume verdadeiros os fatos afirmados pelo autor), pois, além disso, entende verídicos os efeitos jurídicos pelos fatos gerados, importando em resolução de mérito. 
6.2. TRANSACIONAR.
É autocomposição onde cada parte cede um pouco em seu interesse (há concessões mútuas). 
Pode ser extrajudicial ou judicial, neste último caso importará em resolução de mérito, por homologação do acordo via sentença.
6.3. FICAR INERTE, NÃO CONTESTANDO – DANDO-SE A REVELIA.
O réu não tem o dever jurídico de se defender, sendo verdadeiro ônus processual.
A revelia é a ausência de contestação, sendo uma situação fática (contumácia do réu), o que poderá ensejar os seguintes efeitos:
I - Presunção da veracidade dos fatos afirmados pelo autor (verdade formal - presunção relativa – art.344 do NCPC. 
É na contestação que o réu irá refutar os fatos afirmados na petição inicial pelo autor, tornando-os controvertidos, cabendo ao juiz determinar então a produção de provas dos mesmos para julgar a causa.
Quando o réu não contesta, todos os fatos afirmado pelo autor na petição inicial não rebatidos (contraditados) passam a ser considerados incontroversos, sendo, em princípio, desnecessária a produção de provas, restando assim presumidos como se verdade fossem.
Apesar disso, essa presunção é relativa, e o próprio juiz, a partir dos documentos dos autos ou mesmo diante da situação, pode entender que os fatos não são verossímeis, afastando esta presunção ou efeito (art.345, IV do NCPC).
Obs. Do mandado citatório ou da correspondência de citação deve fazer constar a advertência deste efeito, sob pena de não ser adotado.
II – O julgamento antecipado da lide – art.355, II, do NCPC.
Se o juiz adotar a presunção da veracidade dos fatos afirmados na petição inicial pelo autor, não haverá necessidade de produção de provas, de forma que poderá de logo julgar o mérito da causa, antecipadamente.
Aqui o julgamento de mérito poderá ser a favor ou contra o réu, pois apesar de os fatos serem presumidos verdadeiros, nem sempre os efeitos jurídicos pretendidos pelo autor ocorrerão.
III – Os prazos contra o revel, se não tiver procurador nos autos, correrão a partir da publicação do ato decisório no órgão oficial.
Considerando que o réu, além de não contestar, não constituiu advogado para representa-lo em juízo, a lei entende o seu completo descaso com o processo, de forma que não será intimado dos despachos, e quanto às decisões judiciais, estas serão publicadas apenas no órgão oficial, correndo desde então os prazos judiciais.
SE o réu tivesse advogado constituído nos autos, ainda que fosse revel, ele seria intimado de todos os atos processuais (despachos e decisões) através na pessoa de seu advogado, via publicação no órgão oficial ou por meio eletrônico.
Todavia, é certo que o réu poderá vir a participar normalmente do processo e ser intimados de todos os atos, bastando constituir advogado que o represente.
Agora, neste caso, receberá o processo no estado em que se encontra, não podendo requerer a repetição de ato já praticado:
Súmula 231 do STF: “O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno”.
Agora, mesmo sendo revel, a lei NÃO PERMITIU QUE OS EFEITOS REFERIDOS ocorressem em algumas hipóteses relacionadas no art. 345 do NCPC:
a) se o fato é comum aos réus (litisconsortes) e um deles contestou refutando este fato, a defesa aproveita aos demais.
b) se o direito ou interesse é indisponível, não seria aceitável que a ausência de defesa do réu pudesse importar em admitir o fato que constitui o tal direito em proveito do autor. Nesse sentido, tem-se, a exemplo, os interesses defendidos pela Fazenda Pública quando em juízo:
TRIBUTÁRIO, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – FAZENDA PÚBLICA – DIREITOS INDISPONÍVEIS – INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA – ART. 320, INCISO II, DO CPC – IPTU – LANÇAMENTO – ATO ADMINISTRATIVO – PRESUNÇÃO DE VERACIDADE – MODIFICAÇÃO POR LAUDO TÉCNICO UNILATERAL – IMPOSSIBILIDADE – PROVA INEQUÍVOCA.
1. Não se aplicam os efeitos da revelia contra a Fazenda Pública uma vez que indisponíveis os interesses em jogo.
2. O ato administrativo goza da presunção de legalidade que, para ser afastada, requer a produção de prova inequívoca cujo valor probatório não pode ter sido produzido unilateralmente - pelo interessado.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1137177/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2010, DJe 02/03/2010). Grifei.
c) falta de documento que é da substância do ato a ser provado.
Ex: o casamento só se comprova mediante certidão, logo, a falta de defesa do cônjuge réu numa ação de divórcio não presume a existência do casamento se o autor não tiver juntado a certidão respectiva.
d) fato não verossímel ou em contradição com a prova dos autos. 
6.4. APRESENTAR DEFESA.
Aqui, em vez de fazer acordo ou de ficar inerte, o réu resolve resistir a pretensão autoral, podendo fazê-lo através de instrumentos diferentes.
O réu detém, portanto, o direito constitucional de reação ou de exceção ou de defesa que é uma espécie de direito de ação com sinal trocado (ou um contradireito em relação ao autor), o que lhe permite exercer o direito de resistência à pretensão autoral inclusive de forma a alcançar ao final uma decisão de mérito nesse sentido.
A palavra EXCEÇÃO pode ser usada em sentidos distintos: 
a) como defesa em sentido amplo (podendo o termo ser usado para designar qualquer meio ou técnica de defesa); 
b) como técnica específica de defesa a formar um incidente processual (ou exceção procedimental) em autos apartados ao processo principal, para, por exemplo, impugnar a suspeição e o impedimento do juiz, sendoque no CPC de 1973 havia ainda as exceções procedimentais de: incompetência relativa; de impugnação ao valor da causa e de impugnação ao pedido de justiça gratuita (estas hoje estão inseridas dentro da própria contestação, não gerando mais procedimento incidental em autos apartados).
c) como matéria de defesa que tem que ser alegada pela parte na primeira oportunidade sob pena de preclusão (perda da oportunidade de praticar ato processual).
Aqui o termo exceção e usado como oposto ao termo objeção que indica as defesas que podem ser alegadas a qualquer tempo e podem ser examinadas de ofício pelo juiz.
Em tese, existem vários meios de defesa na relação processual: contestação, exceção (suspeição e impedimento), reconvenção, embargos do devedor, ação declaratória incidental, impugnação ao valor da causa, etc.
6.4.1. CLASSIFICAÇÃO DAS DEFESAS.
De acordo com a doutrina as defesas podem ser classificadas da seguinte forma:
A) Defesas Processuais ou de Admissibilidade: 
São aquelas que afetam a relação processual que pode vir a ser sustada ou extinta (pressupostos processuais e condições da ação).
Busca-se, pois, impedir ou dificultar o exame da relação de direito material (o mérito).
Elas podem ainda ser: dilatórias (postergam a análise do mérito. Ex. exceções) e peremptórias (provocam a extinção do feito sem análise do mérito).
B) Defesas Materiais: busca-se terminar a discussão infirmando a pretensão autoral com resolução do mérito. 
Podem ser: indiretas (alega-se fato novo modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor) e diretas (negando os fatos constitutivos do direito do autor ou negando os efeitos jurídicos dos mesmos).
A defesa direta de mérito não amplia ou agrega fato novo ao que consta da petição inicial, daí não caber réplica para o autor, já a defesa de mérito indireta agrega fato novo não mencionado na petição inicial, daí ensejar a réplica em favor do autor.
6.4.2. TERMO INICIAL E PRAZO DA DEFESA.
Apesar de o art.335 do NCPC falar da contestação, o prazo da defesa como um todo será de 15 (quinze) dias (tal como era no CPC de 1973) contados a partir da data:
I – da audiência de conciliação ou mediação ou da última sessão da mesma, independentemente de a parte comparecer ou, comparecendo, não haver autocomposição.
Aqui parte-se da premissa de que haverá a audiência (que é a regra geral), tendo o juiz designado data para tanto.
Note-se que diferentemente do rito dos Juizados Especiais ou mesmo do processo do Trabalho, acaso seja frustrado o acordo, não é necessário que o réu apresente já na própria audiência da sua peça de defesa (sob pena de preclusão), podendo fazê-lo posteriormente, certo de que o prazo só iniciará a partir de tal evento.
Se tiver acordo, o juiz homologa por sentença e extingue o processo com resolução de mérito, não se cogitando defesa do réu.
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou mediação apresentado pelo réu, quando houve a hipótese do art.334, §4º, I, do NCPC.
Aqui a audiência em tese é viável, mas o autor já informou na petição inicial que não tem interesse em acordo, e o réu, em até 10 dias antes da data da realização da audiência já designada deverá informar o seu desinteresse também em acordo, o que frustrará a audiência.
Neste caso, em havendo o desinteresse expresso do autor e agora do réu, a audiência já designada não se realizará, não se podendo contar o prazo a partir dela, portanto, o prazo se iniciará da data do protocolo da petição do réu informando o seu desinteresse no acordo. 
Interessante notar que no caso de litisconsórcio passivo (art.334, §6º do NCPC) o prazo da defesa será considerado individualmente para cada réu, a partir do protocolo da respectiva petição de desinteresse.
III – prevista no art.231, de acordo com o modo com que foi feita a citação, nos demais casos.
Aqui se aplica à hipótese em que o magistrado não designou sequer data de audiência porque pela natureza da causa já se sabe que não caberá autocomposição, assim, em vez de designar data de audiência e citar o réu, apenas adotasse esta última providência.
A depender de como foi feita a citação (se pelos correios, se por oficial de justiça, se eletrônica, etc.), deve-se observar como termo inicial o que for indicado no art.231 do NCPC, o qual se parece bastante com o artigo 241 do CPC de 1973.
Neste último caso, quando há litisconsórcio passivo, percebe-se que o termo inicial para defesa geralmente corre a partir do último ato praticado em relação à citação do último réu (§1º do art.231 do NCPC), de forma que o prazo da defesa passa a ser comum a todos os réus, iniciando no mesmo momento.
Por consequência, acaso o autor venha a desistir da ação em relação a réu ainda não citado na forma do art.231, deve-se aplicar a regra do §2º do art.335 do NCPC, que diz que o prazo comum de defesa a todos réus iniciará da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
Obs: Persiste no NCPC alguns prazos especiais (todos em dobro e para qualquer ato processual) relacionados a algumas pessoas ou entidades tais como: Ministério Público (art.180); Advocacia Pública (art.183) e Defensoria Pública (art.186) e ainda no caso de litisconsortes com advogados de escritórios diferentes (art.229).
6.4.3. DA CONTESTAÇÃO.
6.4.3.1. Conceito.
É a peça de defesa por excelência, aquela que comporta a maior quantidade de matérias de resistência à pretensão autoral.
Em regra, é peça escrita, podendo também ser verbal e reduzida a termo (nos Juizados Especiais).
Adotará os requisitos da petição inicial compatíveis com a situação de defesa, por exemplo, não se pede a citação, nem se deve atribuir valor à causa.
“A petição da contestação deve, à semelhança do que ocorre com a petição inicial - e por sua natural similaridade com essa peça -, obedecer no que for cabível aos requisitos traçados pelo art.282 do CPC”. (MARINONI, Luiz Guilherme & ARENHART, Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. 7ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p.136).
“Relativamente à contestação, impõe-se-lhe a disciplina de obediência a certos requisitos, ou seja, os dos incs. III e VI do art.282 (arts. 300 e 396)”. (ALVIM, Arruda. 9ª edição. Manual de Direito Processual Civil, Volume 02. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p.202).
6.4.3.2. Do Princípio da Eventualidade ou da Concentração – art.336 do NCPC.
Segundo o referido princípio caberá ao réu alegar na peça de defesa (contestação) toda a matéria de defesa (exceções) que o mesmo tiver em tese possibilidade de fazê-lo, sob pena de não mais poder alegar posteriormente.
Assim, concentra-se naquele momento ou evento, todas as ferramentas de defesas que o réu pode usar contra o autor.
Note-se que algumas alegações de defesa são aparentemente incoerentes com outras, mas tal suposta contradição é superada na lógica da concentração da contestação, não configurando litigância de má-fé ou comportamento contraditório (exemplo: alega-se carência de ação para não examinar o mérito e logo a seguir na mesma peça pede o a improcedência do pedido do autor, o que é julgamento d emérito).
Deve-se ter em mente que o réu alega cada defesa na contestação, mas já conta com o risco de a mesma não vingar, devendo alegar a seguir a próxima defesa de forma sucessiva a esgotar todas as defesas em tese viáveis ao caso.
“Toda a matéria de defesa deve ser alegada na contestação, tanto as matérias de fato como as de direito. Deve ser observado, aqui, o princípio da eventualidade. (...) Tal princípio significa que todas as alegações da parte devem ser produzidas de uma só vez, na primeira oportunidade que ela tenha para se manifestar, ainda que contraditórias entre si”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.344).
Em verdade, há matérias que mesmo não alegadas por ocasião da contestação ainda poderão ser ventiladas depois (algumas delas são objeções), são elasprevistas no art.342 do NCPC:
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
6.4.3.3. Das questões preliminares ou prévias ao mérito – art.337 do NCPC.
Tal como se viu, há defesas processuais que adiam ou impedem a análise do mérito e, portanto, por uma ordem lógica, devem ser suscitadas na contestação antes do mérito. 
No art.337 do NCPC vê-se, portanto, algumas defesas processuais dilatórias e peremptórias:
I – inexistência ou nulidade da citação.
É matéria que pode ser alegada a qualquer tempo (objeção), sendo ainda defesa processuais dilatória. 
Aqui se prevê a alegação de nulidade no bojo da contestação, de forma que o juiz poderia, caso acolhesse a alegação, reabrir o prazo da defesa, sem, contudo, determinar nova citação.
II – incompetência absoluta e relativa.
É defesa processual dilatória (salvo nos Juizados Especiais em que o processo será extinto).
O CPC de 1973 previa que a incompetência relativa tinha que ser alegada fora da contestação, através de peça autônoma (exceção procedimental).
Agora tanto a incompetência absoluta como a relativa deverão ser alegadas no bojo da contestação – art.64 c/c art.340 do NCPC. 
A incompetência absoluta é objeção (pode ser alegada e conhecida em qualquer tempo e grau de jurisdição - §1º do art.64), a incompetência relativa é exceção, cabendo ao réu alegar na primeira ocasião que tiver para falar nos autos, sob pena de prorrogação da competência (art.65 do NCPC).
O órgão julgador deverá enfrentar logo a alegação de incompetência e acaso venha a colher a alegação deverá declinar a competência e remeter os autos ao juízo competente, cabendo a este, se for o caso, rever eventual decisão judicial já proferida pelo órgão incompetente (§§3º e 4º do art.64 do NCPC).
Caso o réu seja domiciliado em outro foro distinto de onde a demanda foi ajuizada, poderá apresentar a contestação com a alegação de incompetência (absoluta ou relativa) no juízo deprecado, devendo este comunicar imediatamente o juízo deprecante para sustar o processo (até porque há audiência de conciliação e mediação já designada) e decidir sobre sua competência. 
Depois de julgada a alegação de incompetência, o juízo competente designará nova data para realização da audiência de conciliação ou de mediação (§§ 1º ao 4º do art.340 do NCPC). 
Esta é, portanto, uma hipótese em que a contestação será apresentada antes mesmo da realização da audiência de conciliação /mediação, tudo a fim de evitar que juízo incompetente venha a realizar a audiência.
Interessante notar que a incompetência afeta o órgão julgador e não a pessoa do magistrado, diferentemente da exceção de impedimento e de suspeição.
III – incorreção do valor da causa.
O CPC de 1973 previa a impugnação ao valor da causa em peça fora da contestação, sendo que o NCPC agora traz para dentro da contestação tal alegação que deverá ser feita nos moldes do art.293 do NCPC.
É defesa processual dilatória.
Obs: Há preclusão para parte caso não alegue na contestação? E para julgador?
IV – inépcia da inicial.
Veja que o réu poderá alegar a inépcia da petição inicial, de forma a provocar a extinção do processo sem resolução de mérito (defesa processual em regra peremptória), mas isso não importará o indeferimento da petição inicial, pois em sendo citado o réu é sinal que o juiz já deferiu a petição inicial. 
É defesa processual que poderá ensejar a extinção do processo (peremptória), sendo objeção.
V – perempção; VI – litispendência e VII coisa julgada.
São três defesas processuais peremptórias e objeções que podem ser alegadas e conhecidas de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição.
Ocorrem quando há ação repetida e idêntica à anterior (§1º e 2º do art.337 do NCPC), sendo litispendência quando a demanda anterior ainda está pendente de julgamento final (§ 3º do art.337 do NCPC) e coisa julgada quando a demanda anterior tem decisão de mérito já transitada em julgado (§ 4º do art.337 do NCPC).
A perempção está prevista no §3º do art.486 do NCPC, sendo uma sanção processual, vedando o exercício do direito de ação.
VIII – conexão.
É defesa processual dilatória, importando na reunião de processos que correm em juízos distintos.
Há conexão ou continência na forma dos artigos 54 ao 58 do NCPC.
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização.
É defesa processual dilatória (se a parte corrigir o defeito) ou peremptória (se a parte não corrigir no prazo o defeito). É objeção.
X – convenção de arbitragem.
Acaso as partes tenham firmado convenção de arbitragem (compromisso arbitral e cláusula compromissória) e uma delas ajuíze demanda na Justiça, terá a parte contrária a chance de alegar a e provar a existência da tal convenção, sob pena de renunciar a arbitragem e aceitar a jurisdição, não podendo mais alegar a convenção posteriormente.
É defesa processual peremptória (provoca a extinção do processo), mas deve ser alegada na primeira oportunidade pelo réu, não podendo ser conhecida de ofício pelo juiz - §5º e 6º do art.337 do NCPC. 
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual.
Acolhendo a doutrina de Liebman por ele atualizada as condições da ação seriam apenas duas: interesse de agir e legitimidade para causa, sendo a possibilidade do pedido um aspecto inerente ao interesse de agir.
Portanto, a ausência das condições da ação é defesa processual peremptória, pois provoca a extinção do feito sem resolução de mérito, sendo ainda objeção que pode ser alegada e conhecida de ofício a qualquer tempo e grau de jurisdição.
Apesar disso, agora o NCPC contempla uma situação parecida com a nomeação à autoria constante do CPC de 1973. 
Os art.338 e 339 do NCPC preveem que quando o réu alegue sua ilegitimidade passiva o autor seja intimado para em 15 dias para, querendo, aditar a petição inicial e alterar o pólo passivo da demanda, seja para excluir o réu antigo (desistência da ação em relação a ele - opção que importará em pagar ao réu excluído as despesas da sucumbência) e incluir o novo réu em seu lugar (sucessão de partes), ou ainda, para incluir o novo réu ao lado do antigo, formando-se um litisconsórcio passivo.
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar.
Cuida de defesa processual que a depender da postura da parte autora poderá importará em mero atraso ou extinção do feito sem resolução de mérito. É objeção.
Ex: pagar depósito de 5 % do valor da causa na ação rescisória.
XIII – indevida concessão do benefício de justiça gratuito.
É matéria que no CPC de 1973 era alegada fora da contestação e agora resta inserida na mesma peça pelo NCPC. 
Em princípio, é matéria que sofre preclusão, não podendo ser alegada posteriormente, salvo se afetar competência absoluta, como se dá no caso dos Juizados Especiais Federais.
6.4.3.4. Princípio da Impugnação Especificada dos Fatos:
O art.341 do NCPC traz o Princípio da Impugnação Especificada dos fatos que estabelece o ônus do réu em rebater cada fato constitutivo do direito do autor, sob pena de o mesmo restar presumido como verdadeiro.
Com isso evita-se que o réu faça uma negativa geral dos fatos ou da tese do autor sem rebater cada aspecto precisamente.
“Conseqüência do ônus da impugnação especificada dos fatos é a inadmissibilidade da “contestação por negação geral”, aquela em que o réu se limita a afirmar que todas as alegações do autor são inverídicas, ou que sua pretensão é improcedente”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.345). 
Note-se que diferentemente da revelia em que não há contestação (havendo o efeito da presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor na petição inicial),aqui há contestação, mas o fato não refutado será presumido verdadeiro. Na revelia o efeito de veracidade é total e por isso permite o julgamento antecipado da lide, o que normalmente não ocorre no caso de o réu contestar, mas não impugnar fato específico.
Tal qual ocorre no efeito da revelia a presunção sobre a veracidade do fato alegado pelo autor não é absoluta, inclusive com as ressalvas do próprio artigo:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fatos constantes da petição inicial,presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo, ao curador especial.
O parágrafo único do art.341 dispensou alguns sujeitos do processo do ônus da impugnação especificada, podendo o mesmo fazer defesa por negativa geral, o que decorre de o representante da parte não ter tido prévio contato com a mesma de forma a conhecer profundamente os fatos que deram causa à pretensão autoral.
Apesar disso, beneficiou-se de tal vantagem o defensor público, o que nem sempre reflete o real relacionamento com o cliente, já que é possível que o defensor tenha tido prévio conhecimento dos fatos.
O representante do Ministério Público que segundo o CPC de 1973 tinha a prerrogativa da defesa por negativa geral agora não mais o tem, conforme o NCPC.
Apesar de não haver previsão de tal prerrogativa em favor do advogado público, o que leva a parte da doutrina entender que o mesmo deve rejeitar fato por fato a tese autoral (não podendo fazer defesa com negativa geral), há doutrina entendendo que aqui vale a mesma lógica da inaplicabilidade do efeito da presunção tal como se dá na revelia contra a Fazenda Pública (interesse indisponível e insuscetível de confissão), até porque o ato administrativo presume legítimo e verdadeiro.
6.4.4. DA RECONVENÇÃO – art.343 do NCPC.
Conceito e procedimento.
Quando o réu se defende ele poderá limitar-se a pedir ao juiz a rejeição da tese e da pretensão autoral, o que fará pela via da contestação, passando a ter direito a sentença de mérito que reconheça a inexistência de direito do autor.
Contudo, pode o réu (reconvinte) querer promover pretensão própria em face do autor (reconvindo) que não se limite rejeitar a tese autoral (pois para isso bastaria a contestação), pedindo tutela jurisdicional cognitiva (declaratória, constitutiva ou condenatória), daí a oportunidade de ajuizar ação em face do autor (contra-ataque), aproveitando-se da mesma relação processual já formada.
A reconvenção é, portanto, verdadeira ação incidental do réu na qual move pretensão contra o autor, a qual correrá na mesma relação processual, evitando-se assim os gastos e as contradições de duas ações autônomas (dois processos).
O CPC de 1973 exigia que a reconvenção fosse ofertada pelo réu sempre em peça autônoma (petição inicial a ser distribuída por dependência à demanda inicial), de forma que se também fosse contestar o réu apresentaria duas peças processuais distintas.
O NCPC agora prevê que, acaso o réu venha a contestar e a reconvir, deverá fazê-lo em única peça: a contestação.
Caso venha somente a reconvir, não contestando a pretensão autoral, deverá fazê-lo em peça própria (verdadeira petição inicial).
A reconvenção apesar de estar na mesma relação processual que a ação originária não é acessória dela, sendo independentes, de forma que uma das ações pode vir a ser julgada e extinta em primeiro lugar, devendo, contudo, o processo seguir adiante para sentença. Caso ambas cheguem ao fim serão julgadas na mesma sentença.
Importante aqui registrar que a reconvenção amplia o objeto da demanda, pois o juiz iria julgar uma lide e agora deverá julgar duas lides conexas ao mesmo tempo, aproveitando-se da mesma relação processual. 
Exatamente por isso, a reconvenção demandará mais tempo de exame pelo juiz, daí não ser compatível com procedimentos mais céleres, tais como dos Juizados Especiais, rito das possessórias, antigo rito sumário do CPC de 1973, etc. 
Apesar disso, nesses procedimentos mais céleres caberá algo parecido com a reconvenção, é o chamado pedido contraposto que é pretensão do réu contra o autor feita no bojo da contestação, mas não traduz ação incidental, sendo mero pedido incidental.
A diferença entre reconvenção e o pedido contraposto é que aquela é ação incidental e tem objeto mais amplo (pode envolver qualquer tutela cognitiva), este é mero pedido incidental e tem objeto limitado por lei. Aquela pode sobreviver independentemente de contestação (é ação autônoma), este só ocorrerá se o réu contestar.
Uma vez proposta a reconvenção pelo réu, o autor será intimado para em 15 dias se defender, podendo apresentar qualquer defesa viável, até mesmo nova reconvenção.
“Entretanto, apesar de se tratar de intimação e não de citação, esta circunstância só diz respeito a aspectos da forma de se levar a efeito o ato de comunicação, pois que o os efeitos produzidos pela “intimação” ao reconvindo são, em princípio, os elencados no art.219, que se refere especificamente à citação”. (ALVIM, Arruda. 9ª edição. Manual de Direito Processual Civil, Volume 02. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p.278).
Depois da defesa do autor, o processo segue adiante com as pretensões e as defesas de ambas as partes, seguindo o rito comum até a sentença.
Das partes da reconvenção.
O CPC de 1973 não permitia a ampliação dos sujeitos da relação processual quando o réu ingressava com a reconvenção, de forma que o réu só podia litigar na reconvenção contra o autor, o qual não podia ter a qualidade sequer de substituto processual, eis a doutrina referente:
“Assim é que, por esta regra, a reconvenção só pode ser oferecida pelo réu em face do autor se estes ocuparem, na demanda reconvencional, a mesma qualidade jurídica que ostentam na demanda principal”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.355).
O NCPC permite que a reconvenção traga terceiro estranho à relação processual, formando assim litisconsórcio seja ativo (facultativo), seja passivo (necessário ou facultativo), desde que mantidas as partes da ação originária - §§ 3º e 4º do art.343 do NCPC.
Aliás poderá a reconvenção agora ser movida em face do substituto processual, afirmando que a demanda diz respeito ao substituído, coisa que não se permitia no CPC de 1973 - §5º do art.343 do NCPC.
6.4.5. ARGUIÇÃO DE IMPEDIMENTO E DE SUSPEIÇÃO.
O NCPC não adota mais a expressão exceção (procedimental ou ritual) para alegação de impedimento ou suspeição, sendo usada a expressão argüição de impedimento ou suspeição.
Enquanto a incompetência diz respeito ao órgão julgador, o impedimento ou a suspeição se refere à pessoa do julgador, reconhecida a incompetência o processo é deslocado para o órgão competente, enquanto o impedimento ou a suspeição não desloca o processo para outro órgão, mas afasta a pessoa do magistrado do processo.
A imparcialidade do julgador é requisito processual de validade, portanto, o ato do juiz parcial, suspeito ou impedido, é ato que pode ser invalidado – art.146, §7º, do NCPC.
As hipóteses de impedimento estão previstas no art.144 do NCPC, havendo presunção absoluta da parcialidade do julgador. É vicio que pode ser alegado a qualquer tempo e grau de jurisdição, podendo ser reconhecido de ofício pelo juiz, cabendo inclusive ação rescisória.
Entre elas estão, basicamente as hipóteses antes previstas no CPC de 1973, com algumas novidades:
a) no inciso III, acrescentou além do advogado, a figura do defensor público e membro do MP, estendendo ainda o grau de parentesco de 2º para 3º grau.
Fica mantida aorientação que tal impedimento só ocorrerá se o advogado, defensor ou membro do MP já atuava no processo antes de o juiz atuar.
Acrescentou-se ainda regra que prevê o impedimento ainda que o advogado não tenha procuração nos autos, bastando que integre o mesmo escritório de advocacia do advogado postulante (escritório do advogado parente do juiz).
b) no inciso VII, há novidade, quando for parte instituição de ensino da qual o juiz mantenha contrato de trabalho ou de prestação de serviço.
c) no inciso VIII, outra novidade, quando for parte cliente do escritório do parente do julgador, mesmo que patrocinado por outro advogado de outro escritório.
d) no inciso IX, mais uma novidade, quando juiz tiver movido ação, em outro processo, contra a parte ou advogado que atua no processo que está em seu poder.
Já as hipóteses de suspeição (art.145 do NCPC) indicam uma parcialidade mais branda, mas que poderá ensejar também invalidade do ato processual. Apesar de o julgador pode se reconhecer suspeito, a parte tem um prazo preclusivo para alegar a suspeição, não cabendo ação rescisória.
Algumas novidades:
a) o juiz pode se declarar suspeito por motivo de foro íntimo, sem precisar indicar o motivo.
b) há suspeição quando a amizade íntima ou inimizade (não mais usa o termo capital) se der com a parte ou com o advogado (antes só se referia à parte).
Tanto a parte autora como ré pode alegar, no prazo de 15 dias a partir do conhecimento do fato gerador do impedimento ou da suspeição, podendo o juiz se reconhecer como tal (inclusive de ofício), encaminhando os autos ao seu substituto legal. 
Em não aceitando a alegação, deverá determinar a autuação em apartado e apresentar sua defesa, remetendo o incidente ao tribunal.
O procedimento de arguição é incidental e se dá em autos apartados (até porque subirá ao tribunal), sendo causa de suspensão do processo (art.313, III, do NCPC).
O incidente, que pode ser formulado por qualquer das partes do processo, no prazo de 15 dias a partir do fato gerador do impedimento ou suspeição, quando gerado, é da competência do tribunal, sendo registrado, passando por distribuição, e ficando em poder de relator, o qual deverá os efeitos em que recebe o incidente, sendo novidade (antes o efeito suspensivo do processo era imediato, com a simples alegação).
Até que seja declarado o efeito com que o relator recebe o incidente ou já declarada a suspensão do processo, a tutela de urgência será requerida ao juiz substituto.
Ao final, o tribunal decidirá e acaso acolha a alegação deverá fixar o momento a partir do qual o juiz atuou com parcialidade, decretando a invalidade dos atos processuais, condenando o julgador em custas processuais, remetendo os autos ao juiz substituto.
7.0. DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES.
Após a resposta do réu, normalmente finda a fase postulatória e passa-se à fase notadamente saneadora e de organização de instrução.
Na verdade, o saneamento e a instrução vêm sendo adotadas desde o início do processo, mas nesta fase se intensificam.
A depender da situação, após a resposta do réu, poderá o juiz adotar ou não (pode julgar logo processo) as seguintes providências preliminares.
Obs1. Importante lembrar que após o saneamento não poderá mais o autor aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, ainda que o réu concorde com isso (art.329, II, do NCPC).
Obs2. O CPC de 1973 previa, como providência preliminar, a possibilidade de ajuizamento de ação declaratória incidental (art.325), o que foi suprimido no NCPC, prezando pela duração razoável do processo.
A ação declaratória incidental consistia na pretensão de obter uma sentença declarando a existência ou não de certa relação jurídica ou de fato a qual se dava incidentalmente a uma ação já ajuizada. Formava-se um processo com duas ações.
Tal situação ocorria quando se tornava controvertida a situação de fato ou de direito que fosse prejudicial da questão principal (mérito), sendo que, a questão prejudicial em si não fazia coisa julgada, sendo mero fundamento da decisão. 
Assim, quando o réu ou o autor quisessem, a fim de garantir que no mesmo processo fosse resolvida de vez a discussão da questão prejudicial, podiam apresentar a ação declaratória incidental, fazendo a decisão coisa julgada sobre isto.
No caso, após a defesa, a questão se tornava controvertida, o que habilitava o juiz a intimar o autor sobre a possibilidade de ajuizar a ação declaratória incidental.
Para o réu, o prazo para ajuizar a ação declaratória incidental era o mesmo da contestação. Para o autor o prazo era de 10 dias, conforme o art.325 do CPC de 1973. 
7.1. INTIMAR O AUTOR PARA ESPECIFICAR PROVAS – art.348 do NCPC.
Note-se que aqui, a despeito de ter havido a revelia (ausência de defesa do réu), não ocorreu o efeito da revelia, ou seja, os fatos afirmados pelo autor em sua petição inicial não são presumidos verdadeiros, razão pelo que o juiz o intimará a especificar prova dos mesmos.
O prazo para o autor especificar as provas não foi indicado pela lei, mas se pode adotar o prazo geral de 05 dias (art.218, §3º, do NCPC).
Obs: Se tivesse ocorrido o efeito da revelia, seria o caso de serem presumidos os fatos alegados pelo autor, devendo, conforme o estado do processo, haver o julgamento antecipado do mérito.
7.2. OUVIR O AUTOR SOBRE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR – ART.350 e 351 do NCPC.
Se com a defesa o réu, apesar de não refutar os fatos constitutivos da pretensão do autor terminar por alegar fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (defesa indireta de mérito), este deverá ser ouvido, no prazo de 15 dias (antes era de 10 dias) sobre isto, pois surge algo novo não tratado pelo autor na inicial, o qual em nome do contraditório e da ampla defesa deverá se pronunciar.
Obs. É o que se costuma chamar de réplica, apesar de não haver este nome constando do CPC.
Obs2. Se na réplica o autor juntar documentos novos, deverá o juiz intimar o réu a se pronunciar sobre eles, §1º, do art.437 do NCPC.
Obs3. Se na contestação o réu se limitar a alegar defesa direta, não caberia réplica, pois não há fato novo.
 7.3. OUVIR O AUTOR QUANDO O RÉU ALEGAR ALGUMA MATÉRIA PRELIMINAR AO MÉRITO (ART.301) – 327.
Idêntica à situação anterior, sendo distinta apenas a matéria alegada pelo réu que será uma questão prévia ao mérito. 
Aqui novamente se dará a réplica, pois o autor em nome do contraditório e da ampla defesa deverá se pronunciar sobre tais aspectos novos vindos com a defesa do réu.
7.4. SANEAR EVENTUAIS VÍCIOS – ART.352 DO NCPC.
Caso haja algum vício sanável não resolvido com emenda ou aditamento da inicial, ou mesmo oriundo da resposta do réu, deverá o juiz intimar a parte para saná-lo em até 30 dias.
7.5. OUTRAS POSSIBILIDADES.
Além das providências preliminares previstas no capítulo respectivo, pode o julgador adotar o seguinte:
a) se houver revelia, decorrente de citação ficta, deverá nomear curador especial ao réu – art.72, II, do NCPC.
b) intimar o autor para apresentar defesa da reconvenção proposta pelo réu.
c) intimar terceiros diante da denunciação da lide ou da nomeação ao processo.
d) decidir sobre alegação de incompetência.
8.0. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO.
Cumpridas ou não as providências preliminares, o juiz poderá proferir o julgamento conforme o estado do processo.
A depender da situação pode ocorrer:
8.1. EXTINÇÃO DO PROCESSO – art.354 do NCPC.
Dá-se nos casos de decisão sem resolução do mérito (art.485) e nos casos em que ocorre resolução de mérito (art.487, II ao V). 
Veja que na resolução do mérito não se incluiu o art.487, I, pois somente nesta hipótese o juiz realmente resolve o conflito (mérito), pois nas demais hipóteses, as próprias partes resolvem o conflito (o juiz só homologa) ou ocorre a decisão por decadência ou prescrição (aqui o juiz também não diz quem tem razão – ou seja – é julgamento do mérito por equiparação).Obs: A decisão aqui indicada pode ser extinguindo o processo, no que será atacada por apelação (é sentença), acaso seja adotada a decisão nestes casos, mas sem extinguir o processo (“extinção parcial”) será decisão interlocutória impugnada por agravo de instrumento – parágrafo único do art.354 e 356 do NCPC. 
8.2. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO – ART.355 DO NCPC.
É técnica de abreviamento do procedimento.
Em não havendo encerrado o processo com base no art.485 e 487, do II ao V, do NCPC, poderá o juiz julgar o mérito – art.487, I, do NCPC, fazendo isso de forma antecipada ou após fase instrutória.
O mérito será julgado de forma antecipada na hipótese de improcedência preliminar (sem participação inicial do réu) ou após a resposta do réu, mas antes da audiência de instrução (art.355), neste último caso poderá o julgamento ser de procedência ou improcedência do pedido.
Aqui o juiz julga o mérito (art.487, I), após a fase de resposta do réu, só que o faz imediatamente, pois não há mais dúvida quanto à matéria fática (a cognição é exauriente), sendo desnecessária a audiência de instrução ou a produção de provas posteriores. 
Ocorre quando a questão a ser tratada, ou seja, a matéria fática restar incontroversa ou a parte fática já estiver suficientemente provada nos autos (dispensando novas provas), ou ainda, quando ocorrer o efeito da revelia (ou seja, ocorrer a presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor).
Obs. É possível o julgamento antecipado parcial – art.356 do NCPC, sendo decisão interlocutória de mérito exauriente, impugnável por agravo de instrumento, que fará coisa julgada, não podendo ser revogada ou modificada pelo juiz, diferentemente do que acontecia no caso da técnica do §6º do art.273 do NCPC (antecipação de tutela) que era tutela provisória e precisava ser confirmada, podendo ainda ser revogada.
9.0. DECISÃO DE SANEAMENTO DO PROCESSO – ART.357.
Após as providências preliminares, e acaso o processo não tenha sido ENCERRADO prematuramente, o juiz fará o saneamento a fim preparar o julgamento de mérito.
Após a fase de resposta do reú (ainda na Fase Postulatória) e adotadas, se for o caso, as providências preliminares, se não for o caso de extinção do processo na forma do art.485 e 487 do II ao V ou de julgamento antecipado da lide (art.355 do CPC), o juiz adotará decisão de saneamento e de organização da instrução processual.
Obs: Não há mais audiência preliminar nesta fase, certo de que pelo NCPC passou para fase anterior à resposta do réu.
Obs2. O §3º, do art.357 do NCPC, prevê audiência de saneamento e organização feitos em cooperação com as partes, o que valoriza a cooperação.
Inicialmente chamado de Despacho Saneador é verdadeira decisão interlocutória adotada pelo julgador para sanear o processo e organizar a futura instrução. 
NA DECISÃO O JULGADOR DEVERÁ:
a) Decidir as questões processuais pendentes (saneamento);
Apesar de o juiz sanear o processo desde o início (com a análise da inicial) e depois com as providências preliminares, esse é o momento previsto em lei para declarar o saneamento, certo de que é proveitoso o julgador considerar superadas as pendências antes da audiência de instrução e da sentença. 
As matérias de ordem pública poderão ser examinadas depois do despacho saneador.
“O saneamento do processo é, em verdade, uma decisão interlocutória que nada saneia, mas tão-somente declara saneado o processo, ou seja, o declara livre de quaisquer vícios que possam impedir seu regular prosseguimento”. (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil, volume 01, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.378).
b) Delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; 
Os pontos incontroversos ou suficientemente comprovados não demandam mais provas, sendo desnecessária audiência de instrução.
Havendo ponto controvertido haverá necessidade de produção de prova, devendo ser verificado se o ponto envolve fato constitutivo do direito do autor (ônus da prova é do autor – art.333, I) ou é fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor (ônus da prova é do réu – art.333, II). 
Nesta decisão, portanto, decidir-se-á se haverá inversão do ônus da prova.
Serão determinadas as provas a serem produzidas (juízo de admissibilidade). 
Exatamente porque os pontos controvertidos foram fixados, poderá o julgador avaliar a pertinência das provas já requeridas pelas partes e a necessidade de prova a serem determinadas pelo juízo, momento em que o julgador irá deferir ou indeferir a produção de provas.
c) Designará a audiência de instrução e julgamento.
Havendo necessidade de produção de prova, no caso a prova oral, a mesma será colhida em audiência de instrução e julgamento. 
Não havendo necessidade de prova oral, não se cogita audiência de instrução e julgamento. Ex: prova pericial. 
A despeito de se falar em uma fase de instrução no processo, em verdade, os atos probatórios não se concentram exclusivamente nesta fase, podendo ocorrer durante toda a tramitação do processo.
“Todavia, é na etapa que vai da decisão de saneamento (oral, no caso de conciliação frustrada em audiência preliminar: art.331, § 2º, na redação dada pela Lei nº 8.952; cf. supra, §6º, nº I, 1) até a audiência de instrução e julgamento que normalmente se realizam, em sua maioria, os atos de produção de prova. Daí reservar-se a essa, feitas as ressalvas cabíveis, a denominação de fase instrutória, porque nela é que principalmente se procede à atividade de instrução”. (MOREIRA, José Carlos Barbosa. O Novo Processo Civil Brasileiro. 25ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p.54).
10.0. DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO –art.367 e 368.
Como se viu, em sendo necessária a produção de prova oral e tendo esta sido deferida na decisão de saneamento e organização da instrução, far-se-á necessária audiência de instrução e de julgamento. 
Obviamente, em não sendo necessária produção de prova oral ou de esclarecimentos do perito ou assistente técnico, não será designada audiência de instrução. 
10.1. CONCEITO.
A audiência é considerada um ato processual complexo, isso porque é composta por vários atos processuais praticados por várias pessoas distintas, podendo se dar em mais de uma sessão, devendo ser registrada em ata (documentada).
A audiência envolve:
a) tentativa de autocomposição – juiz mediador ou conciliador
b) produção de provas – juiz investigador.
c) debates finais.
d) decisão final.
A audiência é a via que possibilita o juiz colher a prova oral, ou seja, depoimentos: das partes, das testemunhas e do perito.
Deverá o julgador exercer o poder de polícia na audiência – juiz gestor – art. 360.
10.2. ETAPAS DA AUDIÊNCIA.
Abertura: ato em que o juiz declara iniciada a sessão, determinando ao servidor sejam apregoadas as partes, os advogados e demais pessoas que dela devam participar – art.358.
O pregão (convocação para sala de audiência) pelo NCPC é mais amplo e se refere a todas as pessoas que venham a participar da audiência, não mais se limitando às partes e aos procuradores.
Tentativa de autocomposição – art.359.
Antes de colher a prova o juiz tentará conciliação, sendo esta a segunda vez que o CPC a prevê como fase definida no processo, apesar de a qualquer tempo ela ser viável.
Não é obrigatória a presença do advogado para conciliar (ato não postulatório). 
Se a parte se ausentar, estará prejudicado o acordo, salvo se o advogado tiver poderes especiais para autocomposição. 
Se a parte faltar a audiência, mesmo não justificando, não pratica ato atentatório à dignidade da justiça.
Produção das provas orais, conforme ordem do art.361.
Caso não haja acordo, o juiz passará à colheita da prova oral, sendo que o sistema presidencial de audiência não é mais adotado (todas as perguntas eram feitas e intermediadas pelo juiz), podendo as perguntas serem feitas diretamente pelos advogados

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