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Espectrometria é o estudo da interação da energia com a matéria. 
Quando a energia é aplicada à matéria, ela pode ser absorvida, 
emitida, transmitida ou ainda provocar uma variação química. 
Informações detalhadas sobre a estrutura molecular podem ser 
obtidas através da interpretação dos resultados dessa interação da 
energia com as moléculas. 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR (RMN) 
A espectrometria por RMN é um tipo de espectrometria por absorção. 
Sob condições apropriadas em um campo magnético uma amostra 
pode absorver radiação na região de frequência de rádio (rf) em 
frequências orientadas pelas características da amostra. 
 Propriedades magnéticas do núcleo 
Todo núcleo carrega consigo uma carga. Em alguns núcleos, como no 
¹H e ¹³C, essa carga “gira” em torno do eixo nuclear, gerando um 
dipolo magnético, e esse giro é denominado momento angular 
intrínseco (P) – o “spin”. Esse dipolo criado é expresso em termos de 
momento nuclear magnético (u). 
 
Na ausência de um campo magnético, não existem diferenças entre 
os estados de “spin”, mas quando expostos a um campo magnético 
estático (B0) os “spins” se alinham contra e a favor do campo, um 
fenômeno denominado polarização. 
 
 
 
 
 
 Como funciona a máquina de RMN 
A amostra do composto desconhecido é dissolvida em um solvente 
adequado e colocada em um campo magnético muito forte. A 
amostra é irradiada com um curto pulso de radiofrequência, o que 
causa distúrbio no equilíbrio dos dois níveis de energia: alguns 
núcleos absorvem energia e são promovidos a um nível mais alto de 
energia. Detecta-se a energia emitida quando o núcleo volta para o 
estado de energia mais baixo, com o auxilio de um radio receptor. 
Em programas computacionais, os resultados são mostrados na 
forma de intensidade (ou numero de absorções) e frequência. 
 
 
 Diferenças entre RMN de ¹H e RMN de ¹³C 
- ¹H é o principal isótopo de hidrogênio, enquanto que ¹³C é apenas 
um isótopo minoritário. 
- A RMN de ¹H é quantitativa: a área do pico fornece o número de 
núcleos de hidrogênio, enquanto que na RMN de ¹³C pode-se obter 
picos fracos ou fortes para o mesmo número de núcleos de ¹³C. 
- Os prótons interagem magneticamente (acoplam) para relevar a 
conectividade da estrutura, enquanto que acoplamentos entre 
núcleos de ¹³C é mais raro de se observar. 
- A RMN de ¹H fornece uma indicação mais clara do tipo de grupo 
para cada sinal observado do que ¹³C. 
 
 
 Informações do RMN de ¹H 
1. Deslocamento químico () 
É a posição de um sinal ao longo do eixo x de um espectro de RMN, e 
depende do ambiente magnético local do núcleo que produz o sinal, 
que por sua vez, é influenciado pela densidade eletrônica e outros 
fatores. 
A diminuição da densidade eletrônica ao redor de um átomo 
desblinda o átomo e faz com que o sinal apareça em campos mais 
baixos (maior ppm, para a esquerda) no espectro de RMN. A 
densidade eletrônica relativamente alta em torno de um átomo blinda 
o átomo e faz com que o sinal apareça em um campo mais alto 
(menor ppm, para a direita) no espectro de RMN. 
O  aumenta quanto mais eletronegativo for o substituinte: quanto 
maior a eletronegatividade do substituinte, mais ele desprotege o 
próton, e assim, maior é o deslocamento químico desses prótons. 
O deslocamento químico de cada sinal fornece informações sobre o 
ambiente estrutural do núcleo que reproduz aquele sinal. 
Na medição, utiliza-se uma escala delta (), em unidades de partes 
por milhão (ppm). 
 
A escala delta é a razão entre o deslocamento para campo baixo a 
partir do TMS (Hz) e a frequência total do instrumento (Hz). 
 
 
 
 
 
 
 
2. Integração da área do sinal 
A área sob cada sinal em um espectro de RMN de ¹H é proporcional 
ao número de átomos de hidrogênio que possuem aquele sinal. 
3. Desdobramento do sinal (Acoplamento) 
É uma característica que fornece informações muito úteis sobre a 
estrutura de um composto. Informa sobre a vizinhança do hidrogênio. 
O acoplamento é causado pelo efeito magnético dos átomos de H 
não-equivalentes que estão afastados por 2 ou 3 ligações dos 
hidrogênios que produzem o sinal, e o resultado é um sinal com 
múltiplos picos. 
O número de picos em um sinal de RMN de ¹H de acoplamento vicinal 
é igual a n+1. 
Constante de acoplamento (J): distância entre os sinais em um 
multipleto. 
 
 
COPIAR PIRAMIDE DO CLAYDEN PAG.285 
 
 RMN de ¹³C 
- O fato de o ¹³C produzir um sinal de RMN tem importância profunda 
para a análise de compostos orgânicos, mas, por outro, o principal 
isótopo do carbono, o ¹²C, com abundância natural de 
aproximadamente 99%, não pode produzir sinais de RMN. Desta 
forma, os espectros de RMN de ¹³C são normalmente menos 
complexos e mais fáceis de se interpretar do que os espectros de 
RMN de ¹H. 
- Na maior parte, o espectro é composto de simpletos, pois não há 
acoplamentos. Isso significa que cada átomo de carbono único em 
uma molécula orgânica produz apenas um pico de RMN de ¹³C. 
 
- Deslocamento químico: Segue-se o mesmo raciocínio de RMN para 
¹H. 
- Átomos de carbono que estão ligados a outros átomos de C e H são 
relativamente blindados do campo magnético pela densidade de 
elétrons ao redor deles, e como consequência, os átomos de C deste 
tipo produzem picos em campo alto. Por outro lado, átomos de C que 
contêm grupos eletronegativos são desblindados do campo magnético 
pelos efeitos retiradores de elétrons desses grupos, e 
consequentemente, produzem picos em campo baixo. 
GRUPOS RETIRADORES > DESBLINDAM > PICO EM CAMPO BAIXO 
DOADORES DE ELETRON > BLINDAM > PICO EM CAMPO ALTO 
 
ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO (IV) 
- A espectroscopia no infravermelho é uma técnica instrumental que 
evidencia a presença de grupos funcionais em um composto. 
- Quase todos os compostos que tenham ligações covalentes, sejam 
orgânicos ou inorgânicos, absorvem várias frequências de radiação 
eletromagnética na região do infravermelho. Para a química, é 
interessante a região vibracional do infravermelho. 
- A absorção de radiação no infravermelho é, como em outros 
processos de absorção, um processo quantizado. 
 
 
- Um espectrômetro de infravermelho determina as posições e 
intensidades relativas de todas as absorções (picos) na região IV e os 
registra graficamente. 
- Tanto a forma da banda como a intensidade podem ser descritas, e 
são essas características que permitem distinguir. 
- A posição da banda é dada em número de onda (cm-1) que é 
proporcional à energia de vibração. Na química orgânica são de 
interesse as bandas entre 400 e 4000 cm-1. 
- Diversos grupos funcionais vibram e dão origem a bandas de 
absorção características, pois cada grupo absorve a radiação em 
frequência específica. 
COPIAR AS REGIÕES DO ESPECTRO DE IV DO CLAYDEN PAG.67 
- A intensidade da banda depende da variação do momento dipolo.

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