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aula 3 urinálise

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LÍQUIDOS CORPORAIS E URINÁLISE
Prof. André Brito
AULA 03:
URINÁLISE
Definição
➢ Urinálise: a ciência do exame de urina
➢ Idade média: uroscopia, e incluía apenas o exame físico
da urina.
➢ Atualmente inclui também a análise química e a análise
microscópica do sedimento.
➢ urinálise completa, urina rotina, exame comum da urina
– sumário de urina ou pesquisa dos elementos anormais
e sedimento – PEAS.
História e Importância
A medicina laboratorial diagnóstica tem seu inicio
com a análise de urina, pois a urina era o fluido do corpo
predominantemente utilizado pela medicina da
antiguidade e medieval, para fins de diagnóstico e
prognóstico.
História e Importância
Segundo White (1991), o grego Hipócrates de Cós,
famoso médico que viveu 460-377 a.C. (século V a.C.) é
responsável pela primeira descrição extensa do uso de
urina como recurso para diagnóstico de doenças.
Hipócrates associou a presença de pus ou sangue na
urina como indicativo de ulceração nos rins ou na bexiga.
História e Importância
Antes do século XVIII, a
aquisição de informações
diagnósticas era realizada através
dos sentidos: visão e olfato. Isto
possibilitava obtenção de
informações como cor, odor,
aspecto, volume, viscosidade e
doçura (espécimes clínicos
atraiam formigas). Figura 1 - Médico examinando a urina
sob a luz solar.
Fonte: White (1991)
História e Importância
Figura 2 - Instruções para o exame de 
urina
Fonte: Strasinger e Lorenzo (2009)
Figura 3 – Um cartaz utilizado para análise da 
urina
Fonte: : Strasinger e Lorenzo (2009)
História e Importância
• Ensaios qúimicos evoluiram do “teste de formiga” e do
“teste do sabor” para glicose. Frederik Dekker descobriu,
em 1694, a detecção da albuminúria por fervura da
urina.
• A invenção do microscópio pelo holandês Zacharias
Janssen, no século XVI, levou ao exame do sedimento
urinário e ao desenvolvimento, por Thomas Addis, de
métodos para quantificação do exame microscópico do
sedimento.
História e Importância
✓ Fornece uma ampla variedade de informações úteis 
sobre as doenças que acometem os rins e o trato 
urinário. 
✓ O exame cuidadoso da urina permite, além da detecção 
de processos patológicos intrínsecos ao sistema urinário, 
o estudo de doenças sistêmicas como anomalias 
endócrinas ou metabólicas. 
✓ Devido ao baixo custo e a facilidade de obtenção da 
amostra para análise o exame de urina é parte do exame 
médico de rotina do paciente.
FASE PRÉ-ANALÍTICA
Recipientes para coleta de urina (Coletor)
• ser limpo e seco ou estéreis
• à prova de vazamento
Recipiente de Vidro
Quando o laboratório
optar por este tipo de coletor
deve garantir uma rigorosa
limpeza dos mesmos, pois
são reutilizáveis. Dar
preferência para recipientes
de cor âmbar.
Coletor plástico
Também conhecido como
coletor universal, é descartável e
pode ser estéril ou não estéril,
translúcido ou opaco. O coletor
estéril é caracterizado por estar
individualmente em embalagem
plástica. E é comercializado nos
volumes de 50 e 80 mL.
Coletor infantil
Podendo ser denominado de saco coletor pediátrico, é
usado para coleta em crianças. É um saquinho plástico maleável
e transparente, que apresenta uma abertura autoaderente com
formato específico para o genital da criança.
Kit Coleta de Urina
Em plástico, é composto
por um frasco plástico (sem
tampa) ou recipiente e um tubo
cônico com tampa. A urina é
coletada no frasco e transferida
para o tubo cônico. O kit pode ser
estéril ou não estéril.
Formas de coleta
✓micção espontânea
✓ coleta por cateter 
✓ punção suprapúbica
Coleta por Cateter ou Cateterização Uretral
Curso Técnico em Patologia Clínica - Turma TPC 1213
Punção Suprapúbica ou Aspiração Suprapubical
Tipos de amostra
✓ Primeira micção matutina ou primeira urina da manhã
✓ Amostra de jejum ou segunda amostra da manhã
✓ Urina aleatória
✓ Amostra de urina pós-prandial
✓ Urina de 24 Horas (ou Cronometrada) 
Primeira micção matutina ou primeira urina da manhã
✓É mais concentrada e ideal para triagem
✓Garante a detecção de substâncias químicas e
elementos formados que podem não ser
observados em uma amostra aleatória diluída.
Amostra de jejum ou segunda amostra da manhã
✓ É obtida na segunda micção após um período de 
jejum.
✓ É utilizada para a monitorização de glicosúria (glicose 
na urina).
Urina aleatória
✓ É solicitada em qualquer hora do dia. 
✓ coletar pelo menos após um período de 2 a 4 horas da última 
micção. 
✓ podem apresentar variações consideráveis em relação à 
concentração. Porém, é útil para detectar anormalidades 
bastante evidentes.
Amostra de urina pós-prandial
✓ Avalia a capacidade do rim de reabsorver algumas substâncias 
frente a uma sobrecarga.
✓ O paciente é instruído a urinar pouco antes de consumir uma 
refeição habitual e coletar uma amostra de urina duas horas 
após se alimentar. 
✓ A amostra geralmente é testada para glicose e os resultados 
são utilizados , para o monitoramento de pessoas com 
diabetes.
Urina de 24 Horas (ou Cronometrada)
✓ Dia 1, às 7 horas da manhã: o paciente urina e despreza esta 
amostra; coleta todas as urinas das próximas 24 horas e 
acondiciona em um mesmo recipiente.
✓ Dia 2, às 7 horas da manhã: paciente urina e acrescenta essa 
urina a todas as urinas coletadas anteriormente.
Porção da micção
✓Urina de 1o jato ou jato inicial
✓Urina de jato médio
✓Urina de jato final
Urina de 1o jato ou jato inicial
✓ A urina de jato inicial é a amostra ideal para detecção
de uretrites.
✓Não é indicada para exames de cultura
microbiológica, pois esta porção da urina está
contaminada por microrganismos da microbiota
uretral.
Urina de jato médio com Assepsia
✓ É a amostra de escolha para o exame de elementos
anormais de sedimento (EAS) e para cultura de
bactérias, exceto quando for necessário o auxílio do
coletor auto- aderente para a coleta.
✓ Fornece uma amostra que é menos contaminada
por bactérias e células epiteliais e, portanto, é mais
representativa.
Urina de jato final
✓ É representada pela porção final da micção. É
empregada, em conjunto com as outras porções,
para a determinação do foco hemorrágico nas vias
urinárias e rins através da presença e quantidade de
eritrócitos.
Coleta de urina (Masculino)
Coleta de urina (Feminino)
Crianças
1 - Lavar bem as mãos com água e sabão e secá-las com uma toalha limpa;
2 - Fazer a higiene prévia dos genitais com água e sabão, e posterior enxágüe
e secagem. Não aplicar pós, óleos ou soluções sobre a pele das regiões
púbica e perineal;
3 - Identificar o coletor infantil;
4 - Separar as pernas da criança;
5 - Certificar-se de que as regiões púbica e perineal estão limpas e secas;
6 - Retirar o adesivo do coletor e pressionar cuidadosamente contra a pele ao
redor dos genitais, observando para que fique totalmente aderido;
Meninas: o coletor deve ser colocado de modo que a vagina e o reto fiquem
isolados e evitando a contaminação;
Meninos: o coletor deve ser colocado de maneira que o pênis fique no seu
interior;
O saco coletor deve ser trocado a cada meia hora, observando a antissepsia;
7 - Encaminhar imediatamente ao laboratório.
Paciente acamado
1 - Separar o material (coletor, luvas e máscara) e colocar
sobre a mesa de cabeceira do paciente.
2 - Orientar o paciente e/ou acompanhante sobre o
procedimento a ser realizado.
3 - Calçar luvas e máscara e seguir a técnica de uso da
comadre ou papagaio, para coletar a urina do paciente.
4 - Após retirar a comadre do paciente, dirigir-se ao
banheiro do quarto. E transferircerca de 50 mL de urina
para o coletor.
5 - Desprezar o restante da urina no vaso sanitário.
6 - Identificar a amostra e encaminhar ao laboratório.
Figura 23 – Papagaio.
Fonte: http://ortopedicacentrallondrina.blogspot.com
Figura 24 – Comadre.
Paciente com sonda vesical de demora
1 - Separar o material (coletor, luvas e máscara) e colocar sobre a mesa de 
cabeceira do paciente. 
2 - Orientar o paciente e/ou acompanhante sobre o procedimento a ser 
realizado.
3 – Utilizando luvas e máscara, coletar 50 mL de urina, desgrampeando a 
bolsa coletora da sonda do paciente .
4 - Identificar a amostra e encaminhar ao laboratório.
Curso Técnico em Patologia Clínica - Turma TPC 1311
Armazenamento da urina
✓ Caso a amostra contenha bactérias, a refrigeração reduzirá o
crescimento bacteriano, minimizando a obtenção de resultados
incorretos em parâmetros na pesquisa com a tira reagente. (Ex: pH,
glicose, nitrito e densidade).
✓ Com a refrigeração pode haver a precipitação de uratos e fosfatos
que podem interferir no exame sedimentoscópico.
✓ Após 2 - 4 horas, mesmo sob refrigeração, pode ocorrer lise de
leucócitos e hemácias, além de dissolução dos cilindros com
redução significativa de seus números. Quanto maior o tempo,
maior a decomposição dos elementos.
✓ Urinas refrigeradas devem estar à temperatura ambiente antes de
serem analisadas, pois as reações químicas da tira reagente são
dependentes da temperatura.
Após a coleta , as amostras deverão ser imediatamente testadas dentro de duas horas
FASE ANALÍTICA DA URINA
Urinálise (Rotina)
1. Avaliação da amostra
2. Exame físico
3. Análise química
4. Exame microscópico do sedimento
Avaliação ou inspeção da amostra
• Identificação adequada: 
• Amostra conveniente para o teste requerido
• Coletor 
• Armazenamento
• Cor
Cada laboratório deve definir seus requisitos para aceitação de
amostras e preparar sua equipe para a inspeção inicial dos materiais colhidos
por pacientes ou terceiros.
Exame físico
1. Volume
2. Cor
3. Odor
4. Aspecto
5. Densidade
EXAME MACROSCÓPICO
• Volume - Não possui significado clínico e seu
relato é opcional. O valor normal de urina
produzida em 24 horas em adultos é de 1200
a 1500 mL e em crianças 15 mL/ Kg de peso.
→COR
✓ A cor da urina depende da presença e
concentração de pigmentos de origem
alimentar, medicamentosa e até mesmo
endógena;
✓ Difere de um laboratório para o outro;
✓ A urina normal geralmente é amarelada
devido à presença de um pigmento chamado
urocromo.
• Cores mais comuns: Amarelo-claro, amarelo,
amarelo escuro e âmbar.
Cor
Curso Técnico em Patologia Clínica - Turma TPC 1311
Cor normal da urina
• pigmentos urocrômicos: 
– Urocromo (amarela)
– Urobilina (castanha-
alaranjada)
– Uroetrina (Rosa)
Cor anormal da urina
Causas não patológicas que conferem cor vermelha:
• Contaminação menstrual.
• Ingestão de alimentos altamente pigmentados como 
beterraba e amoras.
• Medicamentos: rifampicina, fenolftaleína, fenindiona
e fenotiazinas.
A hematúria causa urina vermelha e turva. Por outro
lado, quando a urina é vermelha e límpida a causa é
hemoglobinúria ou mioglobinúria. Apesar de que urina recém-
emitida, que contenha mioglobina, na maioria das vezes,
apresente cor marrom-avermelhada, é importante que se faça a
distinção entre hemoglobinúria e mioglobinúria.
Odor
O odor da urina pode variar em função de vários fatores,
como ingestão de alimentos, medicamentos, mas especialmente
pela presença de infecção bacteriana.
• Normal = Odor característico (sui generis).
• Crescimento bacteriano = Odor amoniacal
• Odor desagradável = “fétida”
Aspecto
O aspecto é um termo geral que se refere ao grau de
turbidez ( trasnparência/turvação) de uma amostra de urina.
• Termos utilizados:
– “límpido”
– “ligeiramente turvo” ou “semiturvo”
– “turvo”

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