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APOSTILA CIRURGIA TORACOABDOMINAL 2

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1 
 
 
 
PROF. FABIANO ZANINI SALBEGO 
 
 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
CIRURGIA TORACOABDOMINAL DE CÃES E GATOS – V2.0 
 
 
 
2 
 
 
CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
PREFÁCIO 
Ao longo dos últimos dois séculos, o advento da anestesia, a identificação e isolamento de 
microorganismos e o surgimento dos antibióticos, mudaram a forma com que as intervenções cirúrgicas eram 
realizadas. No entanto, a despeito desta evolução, o trauma cirúrgico excessivo continuava a resultar em dano 
celular, ocasionando o extravasamento de enzimas que retardavam a cicatrização dos tecidos. Desta forma a 
necessidade de aplicação da técnica operatória minimamente traumática tornou-se fundamental para o sucesso 
dos procedimentos. 
A aplicação de tal técnica é regida por princípios que norteiam a cirurgia geral na atualidade e que foram 
instituídos com o propósito de minimizar os danos teciduais e prover boa evolução cicatricial no período após as 
intervenções. O cirurgião norte americano Willian Stuart Halsted, está entre os principais responsáveis pela 
implantação de tais princípios, o que juntamente com a importante contribuição deixada por ele pelo advento das 
luvas de borracha, lhe confere um dos títulos de pai da cirurgia moderna. 
Estes princípios requeridos pela cirurgia requerem que o cirurgião não apresente tensão durante o 
procedimento, tenha bom conhecimento anatômico, disseque somente o necessário, realize movimentos mínimos 
e precisos, manipule suavemente as estruturas, use instrumentos e das técnicas indicadas, reduza a exposição dos 
órgãos e tecidos ao ambiente, evite o ressecamento tecidual e reduza o tempo de cirurgia. 
Dois fatores inter-relacionados, trauma tecidual e infecção cirúrgica, são de extrema importância para o 
sucesso ou falha das cirurgias. Tem-se por meta em qualquer procedimento cirúrgico, direta ou indiretamente, a 
limitação do trauma e a diminuição do risco de infecção. Os dois principais aspectos que contribuíram com o 
aperfeiçoamento da cirurgia moderna foram o surgimento e desenvolvimento da anestesia e a aplicação dos 
princípios da assepsia. 
Este manual foi elaborado com o propósito de servir como guia de orientação para as aulas práticas e 
como base para consulta dos acadêmicos e profissionais da área durante a realização destes procedimentos. 
 
 
 
3 
 
 
CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0 
SUMÁRIO 
Celiotomia Longitudinal Mediana e Paramediana .............................................................................05 
Laparotomia de Flanco, Paracostal e Acessos Combinados ..............................................................07 
Ovariosalpingohisterectomia ..............................................................................................................09 
Orquiectomia ......................................................................................................................................11 
Nefrotomia e Nefrectomia ..................................................................................................................13 
Cistotomia ...........................................................................................................................................15 
Uretrostomia Escrotal no Cão .............................................................................................................17 
Uretrostomia Perineal no Gato ...........................................................................................................19 
Gastrotomia ........................................................................................................................................21 
Gastrostomia e Gastropexia por Sonda ..............................................................................................23 
Enterotomia ........................................................................................................................................25 
Enterectomia e Anastomose Término-terminal .................................................................................27 
Toracotomia Intercostal .....................................................................................................................29 
Toracostomia .....................................................................................................................................31 
Toracocentese ....................................................................................................................................33 
Métodos de Restabelecimento da pressão negativa intratorácica ...................................................34 
Lobectomia pulmonar ........................................................................................................................35 
Herniorrafia Diafragmática ...............................................................................................................37 
Penectomia parcial e correção de Lacerações Penianas ...................................................................39 
Biópsia Hepática .................................................................................................................................41 
Esplenectomia e correção de Lacerações Esplênicas .........................................................................43 
Pericardiotomia e Pericardiectomia....................................................................................................45 
. 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
4 
 
 
CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS 
 
 
 
5 
 
 
CELIOTOMIA LONGITUDINAL MEDIANA E PARAMEDIANA VENTRAL 
INDICAÇÕES 
Procedimento indicado para intervenção cirúrgica das vísceras abdominais, 
exploração abdominal para diagnóstico, procedimentos de suporte, drenagem 
abdominal e reconstrução cirúrgica. 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
O jejum hídrico e sólido deverá ser 
adequado a cada paciente, respeitando-se a 
idade, o procedimento desejado e a afecção 
em curso. 
Não há necessidade de profilaxia 
antimicrobiana, exceto se houver 
abordagem a órgãos e estruturas que 
justifiquem o seu uso. Caso necessária a 
mesma deverá atender os princípios de 
aplicação e será realizada previamente a 
cirurgia. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
Realize a lavagem prepucial no 
macho e a cateterização urinária para evitar 
a contaminação do campo operatório com 
urina. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
Realize analgesia e terapia anti-
inflamatória adequada por 3 a 5 dias, 
conforme a necessidade. 
Mantenha a limpeza e os curativos 
de duas a três vezes ao dia até a remoção dos 
pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o 
procedimento. 
Oriente o uso de colar elisabetano 
e roupa cirúrgica em tempo integral durante 
este período. 
Prescreva repouso e manutenção 
do animal em ambiente apropriado durante 
os primeiros 07 dias. 
Forneça suporte nutricional 
adequado durante o período de 
convalescença ou conforme a afeção exigir 
Realize os suportes 
complementares (enfermagem, fisioterapia, 
etc) conforme necessidade. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
Infecção,Deiscência de sutura (hérnia incisional, eventração, evisceração), Hemorragia. 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
6 
 
 
CELIOTOMIA LONGITUDINAL MEDIANA E PARAMEDIANA VENTRAL 
ANOTAÇÕES 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
Incise magistralmente a pele e subcutâneo com bisturi. O comprimento da incisão será orientado conforme o objetivo 
da celiotomia e o critério do cirurgião, mas deve ser amplo o suficiente para que se trabalhe de maneira adequada podendo 
variar conforme o órgão a ser abordado. 
Para abordagem paracostal realize a incisão muscular individualmente em cada camada acompanhando a curvatura do 
arco costal, mantendo entre 2 a 3 centímetros de distância do mesmo. Incise primeiro o músculo grande dorsal, depois o músculo 
obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e por último o músculo transverso abdominal e peritônio parietal. Para 
abordagem pelo flanco escolha o padrão de incisão simples ou composta e incise individualmente as camadas musculares, 
iniciando pelo músculo obliquo abdominal externo até o peritônio parietal. A incisão irá se estender 2 a 3 cm ventral à coluna 
vertebral até a mesma distância dorsal à linha média ventral do abdome. 
Realize a hemostasia plano a plano utilizando método adequado para cada padrão hemorrágico. 
Proteja os bordos da incisão com compressas umedecidas com solução salina aquecida e afaste os mesmos com 
afastadores manuais ou autoestáticos, conforme disponibilidade e preferência do cirurgião. 
No caso de cirurgia exploratória, realize a exploração sistemática da cavidade abdominal, inspecionando-se o primeiro 
e segundo quadrantes, trato intestinal e canaletas abdominais. No caso de cirurgia específica, realize o procedimento desejado. 
Para laparorrafia paracostal ou de flanco, utilize no peritônio e camadas musculares preferencialmente fio absorvível 
de calibre compatível com o porte de cada animal. Fio inabsorvível também pode ser empregado. 
Recomenda-se o uso de padrão de sutura aposicional interrompido ou contínuo, conforme preferência do cirurgião, 
sempre ancorando a camada inferior. 
Os calibres de fio mais utilizados variam com o porte do animal e o material utilizado. 
No plano subcutâneo deve-se optar preferencialmente por fio absorvível aplicando-se suturas de padrão isolado ou 
contínuo de efeito aposicional, sempre realizando a ancoragem deste no plano inferior. O calibre do fio deve ser compatível com 
o porte do animal. Os fios inabsorvíveis também podem ser usados. 
Para sutura de pele recomendam-se padrões de sutura de aposição ou leve eversão, utilizando-se padrão intradérmico 
contínuo ou padrões interrompidos, a critério do cirurgião. 
Respeitar as regras de uma boa sutura para que a mesma apresente eficiência e aspecto estético apropriado. 
 
 
7 
 
 
LAPAROTOMIA DE FLANCO, PARACOSTAL E ACESSOS COMBINADOS 
 
INDICAÇÕES 
Procedimento indicado para intervenção cirúrgica das vísceras abdominais, 
exploração abdominal para diagnóstico, procedimentos de suporte, drenagem 
abdominal e reconstrução cirúrgica. 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
O jejum hídrico e sólido deverá ser 
adequado a cada paciente, respeitando-se a 
idade, o procedimento desejado e a afecção 
em curso. 
Não há necessidade de profilaxia 
antimicrobiana, exceto se houver 
abordagem a órgãos e estruturas que 
justifiquem o seu uso. Caso necessária a 
mesma deverá atender os princípios de 
aplicação e será realizada previamente a 
cirurgia. 
Posicione o animal em decúbito 
lateral direito ou esquerdo conforme o lado 
a ser abordado. Estenda os membros 
torácicos em posição cranial e os pélvicos em 
posição caudal. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 PÓS-OPERATÓRIO 
Realize analgesia e terapia anti-
inflamatória adequada por 3 a 5 dias, 
conforme a necessidade. 
Mantenha a limpeza e os curativos 
de duas a três vezes ao dia até a remoção dos 
pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o 
procedimento. 
Oriente o uso de colar elisabetano 
e roupa cirúrgica em tempo integral durante 
este período. 
Prescreva repouso e manutenção 
do animal em ambiente apropriado durante 
os primeiros 07 dias. 
Forneça suporte nutricional 
adequado durante o período de 
convalescença ou conforme a afeção exigir. 
Realize os suportes 
complementares (enfermagem, fisioterapia, 
etc) conforme necessidade. 
 
COMPLICAÇÕES 
Infecção, Deiscência de sutura (hérnia incisional, eventração, evisceração), Hemorragia. 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
8 
 
 
LAPAROTOMIA DE FLANCO, PARACOSTAL E ACESSOS COMBINADOS 
 
ANOTAÇÕES 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
Incise magistralmente a pele e subcutâneo com bisturi. O comprimento da incisão será orientado conforme o objetivo 
da celiotomia e o critério do cirurgião, mas deve ser amplo o suficiente para que se trabalhe de maneira adequada podendo 
variar conforme o órgão a ser abordado. 
Para abordagem paracostal realize a incisão muscular individualmente em cada camada acompanhando a curvatura do 
arco costal, mantendo entre 2 a 3 centímetros de distância do mesmo. Incise primeiro o músculo grande dorsal, depois o músculo 
obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e por último o músculo transverso abdominal e peritônio parietal. Para 
abordagem pelo flanco escolha o padrão de incisão simples ou composta e incise individualmente as camadas musculares, 
iniciando pelo músculo obliquo abdominal externo até o peritônio parietal. A incisão irá se estender 2 a 3 cm ventral à coluna 
vertebral até a mesma distância dorsal à linha média ventral do abdome. 
Realize a hemostasia plano a plano utilizando método adequado para cada padrão hemorrágico. 
Proteja os bordos da incisão com compressas umedecidas com solução salina aquecida e afaste os mesmos com 
afastadores manuais ou autoestáticos,conforme disponibilidade e preferência do cirurgião. 
No caso de cirurgia exploratória, realize a exploração sistemática da cavidade abdominal, inspecionando-se o primeiro 
e segundo quadrantes, trato intestinal e canaletas abdominais. No caso de cirurgia específica, realize o procedimento desejado. 
Para laparorrafia paracostal ou de flanco, utilize no peritônio e camadas musculares preferencialmente fio absorvível 
de calibre compatível com o porte de cada animal. Fio inabsorvível também pode ser empregado. 
Recomenda-se o uso de padrão de sutura aposicional interrompido ou contínuo, conforme preferência do cirurgião, 
sempre ancorando a camada inferior. 
Os calibres de fio mais utilizados variam com o porte do animal e o material utilizado. 
No plano subcutâneo deve-se optar preferencialmente por fio absorvível aplicando-se suturas de padrão isolado ou 
contínuo de efeito aposicional, sempre realizando a ancoragem deste no plano inferior. O calibre do fio deve ser compatível com 
o porte do animal. Os fios inabsorvíveis também podem ser usados. 
Para sutura de pele recomendam-se padrões de sutura de aposição ou leve eversão, utilizando-se padrão intradérmico 
contínuo ou padrões interrompidos, a critério do cirurgião. 
Respeitar as regras de uma boa sutura para que a mesma apresente eficiência e aspecto estético apropriado. 
 
 
9 
 
 
OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA 
 
INDICAÇÕES 
A ovariosalpingohisterectomia é indicada nos casos como endometrite, fetos 
enfisematosos, hiperplasia cística endometrial, torção uterina, desequilíbrios 
hormonais, piometra, neoplasias de ovário, neoplasias de útero, pseudociese e evitar 
o cio e a reprodução. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
O jejum hídrico e sólido deverá ser 
adequado a cada paciente. 
Como trata-se de procedimento 
limpo-contaminado, é sempre recomendado 
que antibiótico seja empregado na 
modalidade profilática antes da cirurgia. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
No período pós-operatório o uso de 
antibiótico na modalidade terapêutica é 
instituído em caso de necessidade, a critério 
do cirurgião. 
O animal deve receber analgésico e anti-
inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos. 
Procure evitar o uso de substâncias a base de 
iodo ou pomadas sobre a ferida. A limpeza da 
ferida com solução fisiológica é suficiente 
para uma boa evolução cicatricial. A incisão 
pode ser protegida somente com gaze e fita 
microporosa. 
O uso de colar elisabetano é obrigatório para 
que se evitem complicações decorrentes de 
autotraumatismo. 
Especialmente nas gatas e não menos 
importante nas cadelas, o uso da roupa 
cirúrgica auxilia muito na prevenção à 
infecção do sítio cirúrgico. No entanto, é 
importante ressaltar que a roupa não deve 
ser usada em substituição ao colar 
elisabetano. 
Quando não houverem intercorrências, os 
pontos de pele poderão ser removidos com 7 
a 10 dias após a cirurgia. 
Recomenda-se repouso e que atividades de 
grande esforço somente sejam liberadas 
após duas semanas da cirurgia. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
As principais complicações associadas ao procedimento são as hemorragias (problema 
mais comum), infecções, fístulas, síndrome do ovário remanescente, piometrite de coto, 
ligadura do ureter, incontinência urinária, hipoplasia da vagina e vulva e persistência de 
comportamento juvenil. 
 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
10 
 
 
OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA 
 
ANOTAÇÕES 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
Realize a celiotomia longitudinal mediana em posição retroumbilical. Na cadela, quando muito obesa ou com tórax 
profundo, uma leve ampliação cranial da incisão pode facilitar a exposição dos ovários. Para detalhes e cuidados com a celiotomia 
consulte o tópico sobre o assunto. 
Após abordagem, realize a hemostasia plano a plano, proteja os bordos da incisão e localize o corpo uterino, cornos e 
ovários. 
Faça a transposição do mesoduodeno da direita para a esquerda para expor o ovário direito e do mesocolon da 
esquerda para direita para expor o ovário esquerdo. 
Posicione um afastador manual na borda da parede abdominal e tracione o mesmo ventrolateralmente, para facilitar a exposição. 
Perfure o ligamento mesovárico com uma pinça de Rochester Pean (ou a critério do cirurgião) na janela avascular, 
imediatamente caudal ao pedículo arteriovenoso ovariano. Alguns cirurgiões preferem realizar a ruptura do ligamento suspensor 
para facilitar a exposição dos ovários, porém essa é uma prática quase sempre desnecessária quando a adequada abordagem é 
realizada. 
Existem variações de técnica, mas tradicionalmente são utilizadas três pinças hemostáticas para o procedimento, sendo 
assim chamadas de primeira pinça (proximal ao rim), segunda pinça (intermédia, entre a primeira e a segunda) e terceira pinça 
(distal ao rim e/ou distal ou proximal ao ovário). 
Posicione as pinças hemostáticas, preferencialmente curvas com o ramo voltado em posição lateromedial e com a 
concavidade voltada para cima, para facilitar a a passagem do fio para ligadura e a visualização do cirurgião. O ramo da pinça 
deve englobar todo o pedículo arteriovenoso e o ligamento suspensor. 
Na técnica convencional as três pinças sequenciais são posicionadas desta maneira entre o polo renal e o ovário. Na 
técnica modificada, a terceira pinça é colocada distal ao ovário. 
Seccione o pedículo arteriovenoso ovariano e o ligamento suspensor entre a segunda e terceira pinças (intermédia e 
distal). 
Incise com tesoura de Metzembaum o ligamento largo do útero em direção às artérias uterinas no corpo, com antes 
de tracionar o corno uterino caudalmente. 
Realize a ligadura do pedículo arteriovenoso e ligamento suspensor. O pedículo pode ser ligado duplamente com fio de 
calibre 0 a 2-0 preferencialmente absorvível, embora uma ligadura simples seja suficiente para conferir segurança quando a 
técnica correta for empregada. 
O primeiro nó (de cirurgião) deve ser cerrado abaixo da primeira pinça (próxima ao polo renal). Após o nó inicial, 
recomenda-se que sejam realizados mais dois nós quadrados em cada pedículo (seis laçadas), iniciando-se pelo nó de cirurgião. 
Realize o mesmo procedimento no ovário contralateral. 
Exponha o corpo uterino pela tração cranial dos cornos e ligamento largo e redondo. Se houver repleção vesical a 
mesma deve esvaziada. Se não houver retração completa da bexiga para a pelve, a retroflexão vesical pode auxiliar na 
visualização.Realize o triplo pinçamento no corpo do útero, cranial a cérvice. 
Para o cirurgião mais inexperiente ou quando o corpo estiver muito aumentado de tamanho, recomenda-se que as 
artérias uterinas sejam ligadas independentes imediatamente cranial a cérvice com o mesmo padrão de fio utilizado nos ovários, 
antes da ligadura em massa, para evitar escape e hemorragia acidental. Nos casos em que houver coleção uterina, as bordas do 
coto devem ser invaginadas ao invés de aposicionadas pela ligadura em massa, o que pode ser obtido com a aplicação da sutura 
de Parker-kerr. 
Realize omentopexia no coto uterino após a ligadura ou sutura. 
Os instrumentos e luvas que mantiverem contato com a luz do órgão ou com secreções deverão ser trocados antes da 
celiorrafia. 
A celiorrafia abdominal, plano subcutâneo e pele são realizados de forma rotineira, conforme descrito na sessão sobre 
celiotomia/laparotomia. 
 
 
11 
 
 
ORQUIECTOMIA 
INDICAÇÕES 
A orquiectomia está indicada para controle da reprodução, tratamento de 
afecções inflamatórias dos testículos, neoplasias, alteração comportamental e 
alterações benignas da próstata. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
O jejum hídrico e sólido deverá ser 
adequado a cada paciente. 
Realize a tricotomia sobre a bolsa 
escrotal e região pré-escrotal, o mais 
próximo possível do momento da cirurgia. 
Realize a lavagem prepucial e a 
cateterização urinária para evitar a 
contaminação do campo operatório com 
urina. 
Para a orquiectomia no cão, o 
animal deve ser posicionado em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
tracionados em sentido cranial. 
Especialmente em cães maiores e/ou em 
condição corporal magra, o uso de calha 
cirúrgica auxilia mantendo o 
posicionamento adequado do animal 
durante o procedimento. 
Para orquiectomia no gato, devido 
a posição perineal dos testículos, 
recomenda-se que o animal seja posicionado 
em decúbito dorsal, tracionando-se os 
membros pélvicos em sentido cranial para 
elevação do períneo, colocando-se um 
anteparo sobre a região lombar. 
Realize a antissepsia sobre a área 
tricotomizada utilizando protocolo e 
antisséptico a critério do cirurgião e 
exigência do paciente. 
Devido a cirurgia ser considerada 
limpa, não se justifica o uso de antibióticos 
profiláticos neste caso, quando for 
respeitada a técnica asséptica. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
No período pós-operatório o uso 
de antibiótico somente é instituído em caso 
de necessidade, a critério do cirurgião, 
porém não é necessário se a técnica 
asséptica for respeitada. 
O animal deve receber analgésico e 
anti-inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos 
e recomenda-se repouso por 3 dias após a 
cirurgia. 
Procure evitar o uso de substâncias 
a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A 
limpeza da ferida com solução fisiológica é 
suficiente para uma boa evolução cicatricial. 
A incisão pode ser protegida somente com 
gaze e fita microporosa. 
O uso de colar elisabetano é 
obrigatório . 
Quando não houverem 
intercorrências, os pontos de pele poderão 
ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
As complicações relacionadas são o edema pós-operatório, hemorragia e 
hematoma na bolsa escrotal (mais comum quando o acesso for escrotal), infecção e 
lesões penianas iatrogênicas, embora estas últimas menos comuns e mais relacionadas 
ao acesso pré-escrotal. 
 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
 
12 
 
 
ORQUIECTOMIA 
ANOTAÇÕES 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
________________________________________________________ 
FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
A castração no macho pode ser realizada como técnica aberta ou fechada. 
Nos felinos se preconiza o acesso ela bolsa escrotal enquanto no cão o acesso pela região pré-escrotal é o mais 
recomendado devido a complicações e ao manejo pós-operatório. 
Se o acesso for pré-escrotal, contenha os testículos com a mão não dominante e empurre-os individualmente em 
sentido cranial, em posição a frente da bolsa escrotal. 
Se o acesso for escrotal, contenha os testículos em posição e incise sobre a bolsa escrotal. 
A incisão da pele e subcutâneo é realizada com bisturi e mais tradicionalmente no sentido longitudinal, com relação ao 
eixo testicular. 
Estenda a incisão e aprofunde a mesma até que a pele e as fáscias do escroto (fáscia espermática externa, túnica 
cremastérica e fáscia espermática interna) sejam incisadasexpondo a túnica vaginal parietal. 
A túnica vaginal é separada em duas camadas, sendo uma externa que reveste a bolsa escrotal internamente e a outra 
interna, que reveste o testículo recobrindo a túnica albugínea. Entre estas duas camadas, circula o fluido peritoneal. 
Se a técnica escolhida for fechada, divulsione a camada parietal da túnica vaginal separando-a das fáscias do escroto. 
Isole e identifique o cordão espermático e realize o triplo pinçamento sobre o mesmo utilizando pinças de Rochester 
Pean (ou outra a escolha do cirurgião). 
Seccione o cordão entre a segunda e a terceira pinça. 
Realize a ligadura em massa das estruturas do cordão, utilizando preferencialmente fio absorvível de calibre compatível 
com o tamanho e volume do cordão espermático. Nesta modalidade recomenda-se que a ligadura seja dupla ou trasnfixante 
para minimizar os riscos de escape. Podem ser utilizados fios absorvíveis ou inabsorvíveis, monofilamentares ou 
multifilamentares, embora estes últimos normalmente confiram uma maior segurança nos nós. 
Após a ligadura e remoção o outro testículo pelo mesmo procedimento realize a lavagem dos cotos remanescentes 
com solução fisiológica aquecida. 
Se a técnica escolhida for a aberta, realize uma pequena incisão com bisturi (0,5 a 1 cm) sobre a mesma túnica vaginal 
parietal sobre o eixo longitudinal do testículo até que o fluido peritoneal seja drenado. 
 Amplie a incisão com tesoura de Metzembaum e exponha as estruturas testiculares juntamente com os componentes 
do cordão espermático. Retraia a túnica vaginal parietal seccionando o ligamento próprio do testículo. 
Identifique o mesórquio e perfure uma janela entre o ducto deferente e os componentes vasculares do cordão (artéria 
e veia testicular). 
Conforme a preferência do cirurgião, realize o triplo pinçamento individual do ducto deferente e do plexo vascular ou 
em massa, para posterior secção entre a segunda e terceira pinças. O procedimento de ligadura individual é mais recomendado 
devido a segurança. 
Realize as ligaduras dos cotos preferencialmente com fio absorvível, embora os inabsorvíveis também possam ser 
utilizados. 
Repita o procedimento de ligadura para o testículo contralateral. 
Se a técnica escolhida for a aberta, a túnica vaginal parietal é deixada aberta, sendo reduzidos somente o subcutâneo 
e a pele. Já se a técnica escolhida for a fechada, a própria ligadura do cordão mantém o canal inguinalfechado. 
Quando se opta pela técnica semi-aberta, realiza-se o procedimento similar a técnica aberta, porém após a ligadura 
dos cotos os mesmos são sepultados para dentro do canal inguinal e a túnica vaginal parietal é pinçada, seccionada e ligada, para 
permitir o fechamento do canal. 
Quando o acesso cirúrgico realizado for escrotal, pode-se manter a bolsa escrotal aberta (sem sutura), especialmente 
no gato. No entanto, um ponto de aposição de uma sutura interrompida pode também ser usado, a critério do cirurgião. 
Quando o acesso realizado for pré-escrotal no cão, realize obrigatoriamente a síntese da incisão, evitando envolver o 
pênis e o sulco uretral na sutura durante a ancoragem. Utilize fios absorvíveis ou inabsorvíveis em padrão isolado ou contínuo 
no plano subcutâneo. 
Realize a síntese de pele pode com fio inabsorvível em padrão interrompido. 
 
 
13 
 
 
NEFROTOMIA E NEFRECTOMIA 
INDICAÇÕES 
A principal indicação para nefrotomia é a remoção de urolitíases (nefrólitos). 
Já a nefrectomia pode ser indicada em uma variedade maior de causas como trauma e 
hematoma renal, cistos renais, abcesso, neoplasia, hidronefrose, ectopia ureteral e 
parasitas renais. Especialmente a nefrectomia parcial tem indicação quando houver 
caso de trauma que comprometa menos de 50% do parênquima renal. Em toda cirurgia 
renal, mesmo naquelas que não realizem a remoção parcial ou total do órgão é 
importante avaliar a função de ambos os rins, tendo em vista que o dano cirúrgico ou 
a remoção, não comprometa a função renal como um todo. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
O jejum hídrico e sólido deverá ser 
adequado a cada paciente. 
Como trata-se de procedimento 
limpo-contaminado, é sempre recomendado 
que antibiótico seja empregado na 
modalidade profilática antes da cirurgia. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Para abordagem renal 
descreveremos o acesso padrão realizado 
pela linha média ventral, embora a 
abordagem mais direcionada a um dos rins 
possa ser realizada por acessos sagitais, 
paracostais e outras variações. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
O animal deve receber analgésico e 
anti-inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos. 
Procure evitar o uso de substâncias 
a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A 
limpeza da ferida com solução fisiológica é 
suficiente para uma boa evolução cicatricial. 
A incisão pode ser protegida somente com 
gaze e fita microporosa. 
O uso de colar elisabetano é 
obrigatório para que se evitem complicações 
decorrentes de autotraumatismo. 
Quando não houverem 
intercorrências, os pontos de pele poderão 
ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. 
Recomenda-se repouso moderado 
por 5 a 7 dias após a cirurgia. 
Mantenha o animal em 
fluidoterapia para intensificar a filtração 
renal e monitorar o débito urinário. 
Nos casos de nefrotomia e 
nefrectomia pode ocorrer hematúria nas 
primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia. 
O uso de antibiótico no pós-
operatório é dependente da necessidade, 
embora em muitos casos apenas a profilaxia 
seja indicada. 
Para os animais que foram 
nefrectomizados recomenda-se que sejam 
mantidos controles semestrais da função 
urinária. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura, formação 
de hemoperitônio e peritonite química pelo derrame de urina. Os cuidados gerais de 
enfermagem no pós-operatório são mandatórios para que se evite complicações gerais 
como infecção, eventração, evisceração, choque e óbito. 
 
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NEFROTOMIA E NEFRECTOMIA 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Realize uma incisão pré-umbilical caudal, levemente estendida para a posição retro-umbilical. 
Localize o rim, e incise o peritônio parietal para a exposição do hilo renal. 
O rim esquerdo é exposto trasnpondo-se o mesocólon descendente da esquerda para direita e o rim direito é exposto 
transpondo-se o mesoduodeno descendente da direita para a esquerda 
Disseque de forma romba o tecido perirenal e identifique a artéria renal, veia renal e o ureter. 
Para nefrotomia, realize a oclusão dos vasos renais com um clampe vascular ou fita umbilical usando sistema de 
Rommel. A oclusão não deve extrapolar mais que 20 a 25 minutos para se evitar danos as células renais. O ureter não deve ser 
ocluído. 
Realize uma incisão longitudinal de polo a polo na capsula e cortical, aprofundando a mesma até atingir a pelve renal. 
Explore a pelve com uma pinça hemostática, remova cuidadosamente os cálculos e lave a pelve com solução fisiológica 
aquecida em jatos. 
Realize pontos de sutura hemostáticos em padrão de Wolf, que transfixem todo o parênquima renal, sendo estes 
aplicados sobre o corpo no eixo longitudinal do rim, evitando que o fio entre em contato com a pelve renal, especialmente 
quando for inabsorvível. Dê preferência ao uso de fio absorvível de padrão monofilamentar de calibre entre 2-0 a 4-0. 
Aplique uma sutura contínua ou interrompida de padrão aposicional na cápsula renal, usando o mesmo padrão de fios 
de sutura, porém de calibre 3-0 a 5-0. 
No caso de nefrectomia parcial, o procedimento será bastante similar a nefrotomia. 
Identifique o polo a ser removido e aplique as suturas hemostáticas na área de transição entre a área hígida e a área 
lesada. 
Realize a incisão em sentido transversal aos polos, para remoção de um segmento inteiro do parênquima e pelve renal. 
Sempre que possível, incise a capsula renal de forma a conservar parte do tecido capsular para que o mesmo possa ser utilizado 
para revestir o parênquima seccionado. 
Seccione com bisturi o segmento renal afetado e recubra o parênquima exposto com o remanescente da cápsula, 
suturando a mesma com pontos interrompidos ou contínuos em padrão aposicional. 
Em caso de nefrectomia total, após exposição do hilo renal, identifique e ligue individualmente a artéria e veia renais 
o mais próximo possível da aorta e veia cava. Quando o motivo da nefrectomia decorrer de causas neoplásicas ou infecciosas, 
recomenda-se ligar inicialmente a veia renal, seguido da artéria renal. Recomenda-se a realização de ligadura dupla, dando 
preferência para fios absorvíveis ou inabsorvíveis multifilamentares. 
Identifique e preserve a veia ovariana esquerda nos cães, pois a mesma drena para a veia renal e não para a veia cava 
caudal. 
Disseque e ligue o ureter o mais próximo possível de sua inserção na vesícula urinária. 
Ao términoda nefrotomia ou nefrectomia parcial lave o local com solução salina aquecida, remova eventuais coágulos 
e realize a omentalização. Libere o clampeamento dos vasos e observe a reperfusão renal. A critério do cirurgião pode ser 
realizada a nefropexia à parede abdominal. 
Substitua as luvas e os instrumentais postos em contato com a pelve renal, antes da síntese da parede abdominal e 
realize a celiorrafia de forma rotineira. 
 
 
15 
 
 
CISTOTOMIA 
INDICAÇÕES 
A cistotomia está indicada para a remoção de cálculos vesicais não tratáveis 
clinicamente, remoção de coágulos, debris teciduais e exploração da luz vesical, como 
no caso de diagnóstico de ureteres ectópicos. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Recomenda-se que exames de 
sedimento urinário sejam realizados, além 
de exames de imagem quando necessários, 
os quais podem fornecer informações 
preciosas sobre a condição e integridade da 
vesícula urinária. 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. O jejum hídrico e 
sólido deverá ser adequado a cada paciente. 
Em caso de procedimento limpo-
contaminado, é sempre recomendado que 
antibiótico seja empregado na modalidade 
profilática antes da cirurgia. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. Realize a 
lavagem prepucial nos machos e a 
cateterização uretral tanto no macho quanto 
na fêmea para esvaziamento vesical. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
No período pós-operatório recomenda-se imediatamente ao termino da cirurgia, seja realizada a lavagem vesical através do 
cateter urinário, utilizando-se solução fisiológica aquecida. A lavagem deve ser repetida até que solução drenada esteja translúcida. 
É recomendado que o animal seja mantido em fluidoterapia por algumas horas após o procedimento, especialmente em 
pacientes obstruídos, para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos. 
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada. 
No caso de terapia o recomendado é que a mesma seja baseada na cultura e antibiograma da urina. 
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina 
e para sinais de peritonite. 
Procure evitar o uso de substâncias a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A limpeza da ferida com solução fisiológica é 
suficiente para uma boa evolução cicatricial. A incisão pode ser protegida somente com gaze e fita microporosa. 
O uso de colar elisabetano é obrigatório para que se evitem complicações decorrentes de autotraumatismo, especialmente 
quando o cateter urinário for mantido. 
Quando não houverem intercorrências, os pontos de pele poderão ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. Recomenda-se 
repouso moderado por 5 a 7 dias após a cirurgia. 
É considerado normal a presença de traços de sangue na urina durante as primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia. Se a hematúria 
persistir pode indicar a ocorrência de cistite. 
Os cálculos removidos devem ser enviados para análise laboratorial, pois a identificação do cálculo poderá auxiliar na profilaxia 
do mesmo, evitando a ocorrência de recidivas. 
 
COMPLICAÇÕES 
Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura, a formação de uroperitônio e peritonite química 
e a recorrência da urolitíase. 
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CISTOTOMIA 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Realiza-se uma incisão retro-umbilical caudal padrão nas fêmeas. Já nos machos, a incisão deve ser orientada a realizar 
o desvio em posição lateral ao prepúcio na pele e subcutâneo 
Proteja a bainha do pênis e os vasos epigástricos caudais superficiais que devem ser isolados e ligados para rebatimento 
lateral do pênis e prepúcio. 
Acesse a cavidade através da linha alba de forma similar à fêmea. 
Localize a vesícula urinária e exponha a mesma por pinçamento digital utilizando compressa de gaze umedecida. 
Revista os bordos da parede abdominal com compressas cirúrgicas embebidas em solução fisiológica aquecida, para 
completo isolamento do órgão. 
Se a vesícula urinária estiver repleta, drene a urina por cistocentese com agulha fina. 
Aplique pontos de reparo não contaminantes e envolvendo a submucosa em posição cranial e caudal aos vértices da 
incisão planejada para a cistotomia. Para isso pode-se utilizar fios absorvíveis ou inabsorvíveis de calibre 2-0 a 4-0, 
preferenciamente de padrão monofilamentar com agulhas atraumáticas. 
A cistotomia pode tanto ser realizada na face dorsal como ventral da vesícula urinária, preferencialmente no sentido 
longitudinal na parte central do corpo. 
Após tração dorsal dos reparos, realize uma punção com bisturi e sua expansão com tesoura de Metzembaum. 
Com uma pinça de dissecção ou hemostática explore a luz vesical, remova os cálculos ou debris, realize a biópsia, 
cateterize a uretra e lave a bexiga com solução salina aquecida. 
Seccione delicadamente com tesoura de Metzembaum o excesso de mucosa vesical evertida anteriormente a síntese 
da parede vesical. 
Realize a cistorrafia em duas camadas de sutura de espessura total, que podem ser de padrão interrompido ou 
contínuo, utilizando na primeira linha um padrão de aposição ou invaginante e na segunda linha um padrão invaginante 
obrigatoriamente não contaminante. 
Dê preferência a fios absorvíveis monofilamentares com agulhas atraumáticas de calibre entre 3-0 e 5-0. No entanto, 
fios inabsorvíveis também podem ser empregados, desde que não entrem em contato com a luz vesical. 
A critério do cirurgião, o teste de impermeabilidade da linha de sutura por repleção vesical através de injeção de solução 
fisiológica pela sonda, pode ser realizado. 
Ao término da sutura, lave a mesma copiosamente com solução salina aquecida e realize a omentalização. 
Substitua as luvas e os instrumentais postos em contato com a pelve renal, antes da síntese da parede abdominal e 
realize a celiorrafia de forma rotineira. 
 
 
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URETROSTOMIA ESCROTAL NO CÃO 
INDICAÇÕES 
A uretrostomia está indicada sempre que houver dano irreversível a uretra 
distal, processo obstrutivo com impossibilidade de cateterismo, obstrução recorrente 
e correção de estenose decorrente de traumatismo ou técnica prévia de uretrotomia. 
A uretrostomia escrotal é indicada como a técnica de eleição para cão, sendo 
obrigatória a realização de orquiectomia seguida de ablação da bolsa escrotal. A 
uretrostomia escrotal no cão é preferidaporque a hemorragia neste local é geralmente 
menor que em outras localizações, a uretra é mais superficial e apresenta diâmetro 
relativamente mais largo que em outros locais. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. O jejum hídrico e 
sólido deverá ser adequado a cada paciente. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. Realize a 
lavagem prepucial nos machos e a 
cateterização uretral, tanto no macho 
quanto na fêmea para esvaziamento vesical 
e delimitação da uretra. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
A profilaxia antimicrobiana é 
necessária antes da cirurgia. O uso de 
antibióticos anteriormente a cirurgia é 
indicado para animais obstruídos ou com 
lesão de uretra, devido ao efeito de retardo 
que a urina apresenta sobre a cicatrização, 
além do risco de estenose cicatricial. 
Sempre que possível realize a 
tentativa de sondagem retrógrada e o 
deslocamento do cálculo por hidropropulsão 
para a vesícula urinária antes da 
uretrostomia. 
O pênis deverá ser sondado 
quando possível, mais no intuito de 
identificar o ponto de obstrução do que 
propriamente demarcar a uretra. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
Há discussão sobre a manutenção do cateter uretral após a cirurgia com relação as suas vantagens e desvantagens. Normalmente 
a remoção do cateter é recomendado, porém a decisão de manutenção do cateter pelas primeiras horas após a cirurgia dependerá de 
criteriosa avaliação do cirurgião, levando em conta fatores como infecção, lesão tecidual e temperamento do paciente, entre outros. É 
relativamente comum a ocorrência de hematúria entre as primeiras 24 a 48 horas após a intervenção, o que não deve persistir depois 
deste período. 
A literatura descreve que a hemorragia pode persistir em alguns casos por até mais de duas semanas, porém normalmente nos 
casos em que a hemorragia se prolonga em demasia pode haver relação com distúrbio de coagulação ou técnica operatória e manejo pós-
operatório inapropriados. 
No período pós-operatório recomenda-se que o animal seja mantido em fluidoterapia, especialmente em pacientes obstruídos, 
para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos. 
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada. 
Mantenha o animal em repouso evitando atividades de esforço excessivo nos primeiros 5 a 7 dias. 
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina 
e sinais de extravasamento no subcutâneo ou irritação da ferida. 
O uso do colar elisabetano é essencial para evitar o autotraumatismo, especialmente quando o cateter urinário for mantido. 
Quando não há intercorrências, os pontos da uretrostomia podem ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. 
Para os animais que permaneceram obstruídos, recomenda-se que azotemia pós-renal seja monitorada. 
 
 
 
COMPLICAÇÕES 
Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura e o extravasamento de urina no 
subcutâneo, a estenose do novo óstio uretral e a recorrência da obstrução. 
 
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URETROSTOMIA ESCROTAL NO CÃO 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Realize a orquiectomia pré-escrotal ou escrotal, seguida de ablação da bolsa escrotal. 
Identifique e retraia lateralmente o músculo retrator do pênis após sua liberação. 
Contenha o corpo esponjoso do pênis firmemente com a mão não dominante, palpe o corpo cavernoso do pênis sob a 
região escrotal e identifique o sulco uretral. A uretra pode ser identificada através da sonda uretral, embora muitas vezes a sonda 
não esteja posicionada no local devido a impossibilidade de sondagem. Nestes casos segue-se o trajeto do sulco uretral. 
Realize uma pequena incisão longitudinal de aproximadamente 1 a 2 cm na linha média ventral do corpo peniano sobre 
o sulco uretral utilizando uma lâmina de bisturi delicada e amplie a incisão com tesoura delicada (Metzembaum ou Iris). 
Expanda a incisão uretral o suficiente para permitir sua espatulação na pele. As incisões devem proporcionais ao 
tamanho do animal e da uretra, para evitar estenose pós-operatório. Normalmente incisões de 1,5 a 2 centímetros são adequadas 
para cães menores e incisões de 3 a 4 centímetros para cães maiores. 
 Controle a hemorragia através de técnica compressiva, evitando o pinçamento direto sobre a uretra. 
Remova os cálculos identificados com uma pinça hemostática e lave a uretra no local instilando solução fisiológica 
aquecida. 
Realize a sondagem normógrada e retrógrada a partir do orifício da uretrostomia e se houver necessidade lave a 
vesícula urinária. 
Suture o tecido subcutâneo à túnica albugínea do corpo do pênis com sutura isolada em padrão de aposição utilizando-
se fio absorvível 3.0 a 5-0. 
Realize a espatulação da mucosa uretral com a pele do orifício uretral distribuição pontos de sutura na espatulação da 
mucosa uretral na pele aplicando 4 pontos de sutura de aposição em ângulo de 45º nas extremidades da incisão. Posteriormente 
distribua pontos equidistantes entre eles mantendo um espaçamento não superior a 3mm. 
Dê preferência a fios inabsorvíveis monofilamentares com agulha atraumática de calibre 4-0 a 5-0. O ponto 
interrompido simples é o mais comumente usado para esta finalidade. 
Evite posicionar os nós sobre a mucosa uretral e corte os fios de sutura ao término do ponto, deixando longa a ponta 
voltada para pele e curta a ponta voltada para mucosa uretral. 
Realize a lavagem copiosa do local de sutura com soro fisiológico aquecido, remova os possíveis coágulos locais e realize 
compressão local com compressa cirúrgica por 5 a 7 minutos. 
 
 
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URETROSTOMIA PERINEAL NO GATO 
INDICAÇÕES 
A uretrostomia está indicada sempre que houver dano irreversível a uretra 
distal, processo obstrutivo com impossibilidade de cateterismo, obstrução recorrente 
e correção de estenose decorrente de traumatismo ou técnica prévia de uretrotomia. 
No gato a técnica de escolha é a uretrostomia perineal, sendo obrigatória a realização 
de orquiectomia e penectomia concomitante a este procedimento. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. O jejum hídrico e 
sólido deverá ser adequado a cada paciente. 
Posicione o animal em decúbito 
esternal com os membros pélvicos caídos 
para fora do plano da mesa e a cauda 
tracionada dorsalmente, utilizando-se um 
anteparo na região abdominalventrocaudal 
ou ser mantido em decúbito dorsal, com os 
membros pélvicos tracionados em sentido 
cranial, onde o anteparo pode ser 
pocisionado na região lombar. 
Realize a lavagem prepucial para 
minimizar os riscos de contaminação. A 
antissepsia deverá ser realizada em toda a 
área tricotomizada, utilizando-se protocolo a 
critério do cirurgião ou conforme restrições 
do paciente. 
Posicione os campos ou use 
campos autoaderentes. 
 A antibioticoprofilaxia é 
recomenada. O uso de antibióticos 
anteriormente a cirurgia é indicado para 
animais obstruídos ou com lesão de uretra, 
devido ao efeito de retardo que a urina 
apresenta sobre a cicatrização, além do risco 
de estenose cicatricial. Sempre que possível 
realize a tentativa de sondagem retrógrada e 
o deslocamento do cálculo por 
hidropropulsão para a vesícula urinária antes 
da uretrostomia. 
Sonde o pênis do gato 
previamente para facilitar a localização da 
uretra, embora essa prática nem sempre 
seja possível. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
Há discussão sobre a manutenção do cateter uretral após a cirurgia com relação as suas vantagens e desvantagens. Normalmente 
a remoção do cateter é recomendado, porém a decisão de manutenção do cateter pelas primeiras horas após a cirurgia dependerá de 
criteriosa avaliação do cirurgião, segundo fatores como infecção, lesão tecidual e temperamento do paciente, entre outros. É 
relativamente comum a ocorrência de hematúria entre as primeiras 24 a 48 horas após a intervenção, o que não deve persistir depois 
deste período. 
A literatura descreve que a hemorragia pode persistir em alguns casos por até mais de duas semanas, porém normalmente nos 
casos em que a hemorragia se prolonga em demasia pode haver relação com distúrbio de coagulação ou técnica operatória e manejo pós-
operatório inapropriados. 
No período pós-operatório recomenda-se que o animal seja mantido em fluidoterapia, especialmente em pacientes obstruídos, 
para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos. 
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada. 
Mantenha o animal em repouso evitando atividades de esforço excessivo nos primeiros 5 a 7 dias. 
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina 
e sinais de extravasamento no subcutâneo ou irritação da ferida. 
O uso do colar elisabetano é essencial para evitar o autotraumatismo, especialmente quando o cateter urinário for mantido. 
Quando não há intercorrências, os pontos da uretrostomia podem ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. 
Para os animais que permaneceram obstruídos, recomenda-se que azotemia pós-renal seja monitorada. 
 
COMPLICAÇÕES 
Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura e o extravasamento de urina no 
subcutâneo, a estenose do novo óstio uretral e a recorrência da obstrução. 
 
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URETROSTOMIA PERINEAL FELINA 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Aplique uma sutura em bolsa de tabaco no ânus para evitar a contaminação do campo operatório durante a cirurgia. 
Realize a orquiectomia pelo método aberto e sepulte os cotos fechando o canal inguinal. 
Contenha o pênis pelo pinçamento digital e faça uma incisão elíptica ao redor do escroto e prepúcio. 
Disseque o pênis com precisão junto ao tecido frouxo circundante até a inserção do mesmo no arco isquial e seccione 
ventralmente ao pênis o ligamento peniano. 
Disseque e seccione na base do pênis os músculos isquiouretrais e isquicavernosos em sua inserção no ísquio, tomando 
cuidado para não produzir hemorragia excessiva e não lesar os nervos pudendos. 
Exponha a parte dorsal do pênis e identifique as glândulas bulbouretrais. E disseque e rebata o músculo retrator do 
pênis na face dorsal da uretra. 
Localize a uretra e realize uma pequena incisão longitudinal de aproximadamente 1 a 2 cm na linha média ventral do 
corpo peniano sobre o sulco uretral utilizando uma lâmina de bisturi delicada e amplie a incisão com tesoura delicada 
(Metzembaum ou Iris). Expanda a incisão uretral o suficiente para permitir sua espatulação na pele. As incisões devem 
proporcionais ao tamanho do animal e da uretra, para evitar estenose pós-operatório. Normalmente a incisão é expandida até o 
limite máximo permitido pelo coto remanescente do corpo do pênis. As incisões de 2 a 4 centímetros são geralmente suficientes 
para permitir uma adequada espatulação. 
Evite a tração excessiva do pênis afim de não provocar lesões na inervação da uretra e seccione o corpo do pênis 
transversalmente na região do terço distal. 
 Controle a hemorragia através de técnica compressiva sobre a incisão longitudinal evitando o pinçamento direto sobre 
a uretra e aplique sutura hemostática distal ao coto peniano. 
Remova os cálculos ou plugue identificados com uma pinça hemostática ou através de sondagem e lave a uretra no 
local instilando solução fisiológica aquecida. 
Realize a sondagem normógrada e retrógrada a partir do orifício da uretrostomia e procure sempre lavar a vesícula 
urinária. 
Suture o tecido subcutâneo à túnica albugínea do corpo do pênis com sutura isolada em padrão de aposição utilizando-
se fio absorvível 3.0 a 5-0. 
Realize a espatulação da mucosa uretral com a pele do orifício uretral distribuição pontos de sutura na espatulação da 
mucosa uretral na pele aplicando 4 pontos de sutura de aposição em ângulo de 45º nas extremidades da incisão. Posteriormente 
distribua pontos equidistantes entre eles mantendo um espaçamento não superior a 3mm. 
Dê preferência aos fios inabsorvíveis monofilamentares com agulha atraumática de calibre 4-0 a 5-0. O ponto 
interrompido simples é o mais usado para esta finalidade. 
Evite posicionar os nós sobre a mucosa uretral e corte os fios de sutura ao término do ponto, deixando longa a ponta 
voltada para pele e curta a ponta voltada para mucosa uretral. 
Realize a lavagem copiosa do local de sutura com soro fisiológico aquecido, remova os possíveis coágulos locais e realize 
compressão local com compressa cirúrgica por 5 a 7 minutos. 
A sutura em bolsa de tabaco deve ser removida do ânus ao final do procedimento. 
 
 
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GASTROTOMIA 
INDICAÇÕES 
Algumas das indicações para realização de gastrotomia incluem a remoção 
de conteúdo do estômago em pacientes com dilatação ou torção vólvulogástrica, a 
remoção de corpo estranho, a realização de biópsia gástrica e procedimentos 
exploratórios. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
Quando possível é importante que 
o animal passe por jejum hídrico e sólido 
previamente a cirurgia. Quando possível em 
casos de dilatação a descompressão gástrica 
através de sondagem orogástrica oupor 
punção da parede do estômago é 
recomendada, para auxiliar na estabilização 
do animal e diminuir os riscos de 
contaminação durante a cirurgia. 
Em caso de procedimento limpo-
contaminado realize a profilaxia 
antimicrobiana. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
Especialmente em cães maiores e/ou em 
condição corporal magra, o uso de calha 
cirúrgica auxilia mantendo o 
posicionamento adequado do animal 
durante o procedimento. 
Realize a lavagem prepucial nos 
machos e a cateterização uretral tanto no 
macho quanto na fêmea para esvaziamento 
vesical e para minimizar o risco de 
contaminação do campo operatório com 
urina. Realize a antissepsia em toda a área 
tricotomizada, utilizando-se protocolo a 
critério do cirurgião ou conforme restrições 
do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Para abordagem gástrica existem 
várias opções de acesso, porém aqui é 
descrito o acesso padrão realizado pela linha 
média ventral. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade. 
Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a remoção dos pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o 
procedimento. 
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período. 
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias. 
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser 
adequado. Forneça alimento semi-líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento pastoso e após este 
período a restituição gradual do alimento sólido. Fracionado o alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido, 
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão. 
Em alguns casos pode ocorrer vômito com leve traços de sangue, o qual deve caracterizar um episódio isolado. Pode ainda ocorrer 
melena leve a moderada nas primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a qual não deve persistir após este período. 
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade. 
Monitore o animal quanto a sinais de distensão abdominal ou abdome agudo. 
 
 COMPLICAÇÕES 
As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura e formação de peritonite séptica focal ou generalizada, 
hemoperitônio e choque, além daquelas relacionadas ao procedimento de celiotomia como aderências, eventração e evisceração. 
 
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GASTROTOMIA 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Realize uma incisão pré-umbilical sobre a linha média ventral. 
Localize o estômago caso não esteja vidente e exteriorize o mesmo por tração com uma pinça Babycock ou por 
pinçamento digital direto, utilizando uma compressa de gaze ou cirúrgica umedecida. 
Proteja os bordos da incisão da celiotomia com compressas cirúrgicas embebidas em solução aquecida, no intuito de 
isolar o campo operatório. 
Determine o ponto de gastrotomia e aplique pontos de reparo de forma não contaminante na parede gástrica, 
orientados nos vértices dos pontos planejados para a incisão no estômago e os ancore por pinças hemostática 
Dê preferência a incisão no estômago no plano longitudinal, no ponto médio entre a curvatura maior e menor, embora 
incisões em outros eixos também possam ser realizadas. Realize a punção da linha média do eixo planejado para incisão com 
bisturi e amplie a mesma com tesoura de Metzembaum. 
Após a abertura da luz gástrica drene o conteúdo através de aspirador cirúrgico ou com seringa e sonda de aspiração. 
Inspecione a cavidade gástrica, remova o corpo estranho, realize a biópsia ou o procedimento desejado. 
Antes da gastrorrafia seccione a mucosa gástrica evertida. 
A sutura da parede gástrica deve preferencialmente ser realizada em dois planos respeitando os princípios de sutura 
de vísceras ocas. Utilize padrões interrompidos ou contínuos de aposição ou inversão contaminante ou não no primeiro plano e 
padrões obrigatoriamente de inversão não contaminante no segundo. Dê preferência a fios absorvíveis de padrão 
monofilamentar com agulhas atraumáticas de calibre 3-0 à 4-0., Fios inabsorvíveis também podem ser usados com os devidos 
cuidados. 
Ao término da gastrorrafia realize a lavagem copiosa da linha de sutura com solução salina morna e a proceda com a 
omentalização. 
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz gástrica e troque as luvas cirúrgicas, antes da 
síntese da parede da cavidade abdominal. 
 Realize a celiorrafia de forma rotineira. 
 
 
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GASTROSTOMIA E GASTROPEXIA POR SONDA 
INDICAÇÕES 
A gastrostomia está indicada nos caso em que há necessidade de se manter 
uma comunicação do ambiente com a luz gástrica, no intuito de drenar conteúdo e gás 
ou administrar medicamentos e alimentação. Já a gastropexia é um procedimento 
necessário para prevenir ou corrigir alterações de posicionamento do estômago, que 
podem ocorrer por diferentes causas, porém especialmente associadas a síndrome da 
dilatação vólvulo-gástrica. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
Quando possível é importante que 
o animal passe por jejum hídrico e sólido 
previamente a cirurgia. Quando possível em 
casos de dilatação a descompressão gástrica 
através de sondagem orogástrica ou por 
punção da parede do estômago é 
recomendada, para auxiliar na estabilização 
do animal e diminuir os riscos de 
contaminação durante a cirurgia. 
A profilaxia antimicrobiana é 
recomendada. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
Lave o prepúcio nos machos e faça 
a cateterização uretral tanto no macho 
quanto na fêmea para esvaziamento vesical 
e para minimizar o risco de contaminação do 
campo operatório com urina. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade. 
Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a remoção dos pontos de pele da parede abdominal, entre os 
07 e 10 dias após o procedimento. 
Proteja o local da sondaenvolto por gaze embebida em antisséptico e protegido por bandagem. 
Monitore o animal para certificar que não há secreção no ponto de inserção da sonda e para que a mesma não seja danificada ou 
removida precocemente. 
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período. 
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias. 
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser 
adequado. Forneça alimento semi-líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento pastoso e após este 
período a restituição gradual do alimento sólido. Fracione o alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido, 
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão. 
Em caso de fornecimento de alimento através da sonda, realize a administração de um volume compatível de líquido (água) 
sempre antes e após a administração do alimento. 
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade. 
Monitore o animal quanto a sinais de distensão abdominal ou abdome agudo. 
Após o período destinado ao uso da sonda (não inferior a 5 a 7 dias), a mesma pode ser facilmente removida pelo corte do ponto 
em sapatilha romana e tração leve a moderada. Por vezes, é necessário que o animal seja sedado para minimizar o desconforto. Em 72 a 96 
horas após a remoção da sonda, o canal tenderá a fechar espontaneamente por segunda intensão. 
 
 COMPLICAÇÕES 
As principais complicações estão relacionadas à ruptura do ponto de fixação do estômago à parede, deiscência de sutura, remoção 
precoce da sonda, obstrução do dispositivo e ocorrência de peritonite. 
 
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GASTROSTOMIA E GASTROPEXIA POR SONDA 
ANOTAÇÕES 
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TÉCNICA OPERATÓRIA 
Embora existam várias técnicas de gastropexia, será descrita aqui a técnica por sonda, a qual fixa o estômago à parede 
abdominal mantendo uma comunicação da luz gástrica com o ambiente. Em minha experiência considero a técnica por sonda 
como a mais versátil e de bons resultados, por promover adequada fixação, boa segurança e permitir o acesso a luz estomacal 
auxiliando no controle da dilatação gástrica. 
Para abordagem gástrica existem várias opções de acesso, porém aqui é descrito o acesso padrão realizado pela linha 
média ventral. 
Realize uma incisão pré-umbilical sobre a linha média ventral. 
Localize o estômago caso não esteja evidente e exteriorize o mesmo por tração com uma pinça Babycock ou por 
pinçamento digital direto, utilizando uma compressa de gaze ou cirúrgica umedecida. 
Proteja os bordos da incisão da celiotomia com compressas cirúrgicas embebidas em solução aquecida, no intuito de 
isolar o campo operatório. 
Exponha o espaço médio entre a curvatura maior e menor, determine o ponto de gastrotomia e aplique pontos de 
reparo de forma não contaminante na parede gástrica e os ancore por pinças hemostática, para facilitar a manipulação e incisão 
no estômago. 
Na área escolhida para gastrostomia aplique uma sutura em bolsa de tabaco utilizando fio de sutura absorvível de 
calibre entre 2-0 e 4-0 com agulha atraumática. 
Realize a punção da parede gástrica com bisturi no centro da sutura, sendo esta de tamanho suficiente para permitir a 
passagem da sonda escolhida para a gastrostomia. 
Após a abertura da luz gástrica, se houver muito conteúdo ou gás o mesmo deverá ser drenado com aspirador cirúrgico 
ou com seringa e sonda de aspiração. 
Embora existam várias opções de sonda, descreveremos o uso da sonda de Foley, a mais usual delas. 
Escolha o calibre apropriado para a sonda, teste a integridade do balão e o volume de ar ou solução a ser injetado, 
tanto no balão quanto na luz. 
Determine a posição de exteriorização da sonda na parede abdominal, preferencialmente em posição dorsolateral 
esquerda, caudal ao último arco costal e realize a tunelização da parede abdominal para passagem da sonda. 
Depois de exteriorizar a sonda, introduza a ponta livre da mesma na luz gástrica no ponto de gastrostomia entre a 
sutura em bolsa de tabaco, infle o balonete, inverta a mucosa gástrica entre o bordo da incisão e a sonda e cerre o ponto. 
Acomode a sonda sobre a parede gástrica acompanhando o eixo entre as curvaturas, e realize a gastroplicatura, 
utilizando preferencialmente padrões de suturas invaginantes e fio de padrão absorvível e monofilamentar com agulhas 
cilíndricas. 
Oriente a extremidade final do túnel formado a coaptar-se com o orifício produzido na parede abdominal e escarifique 
o local para produzir aderência. 
Aplique pontos não contaminantes na borda do túnel em posição de 03, 06, 09 e 12 horas com uma sutura isolada 
simples e transfixe a parede abdominal com os fios, exteriorizando-os. Dê preferência a fios inabsorvíveis monofilamentares de 
calibre 0 a 2-0. 
Ajuste a tensão do túnel à parede e cerre os nós da sutura aplicando captons contra a pele e fixe a sonda de foley com 
uma sutura em sapatilha romana. 
Lave copiosamente a região da sutura com solução fisiológica aquecida omentalize a região da gastrostomia e o ponto 
de inserção do túnel à parede abdominal. 
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz gástrica e troque as luvas cirúrgicas, antes da 
síntese da parede da cavidade abdominal. 
 Realize a celiorrafia de forma rotineira. 
 
 
 
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ENTEROTOMIA 
INDICAÇÕES 
As principais indicações para a enterotomia são a remoção de corpos 
estranhos, fecaloma, realização de suporte nutricional e para diagnóstico. 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
Realize a preparação de rotina, 
com banho e tricotomia ampla para 
abordagem abdominal. 
Em muitos casos, além do jejum 
tradicional pode ser indicado o uso de dieta 
rica em fibras para auxiliar na limpeza do 
trato intestinal, o uso de emolientes e 
antifiséticos ou de procedimentos como o 
enema para reduzir a formação de gazes e 
do bolo fecal. 
A abordagem ao intestino grosso 
pode requer uso antecipado de antibióticos. 
Já em caso de procedimento limpo-
contaminado realize sempre a profilaxia 
antimicrobiana de rotina. 
Posicione o animal em decúbito 
dorsal com os membros torácicos 
estendidos em posição cranial. 
Especialmente em cães maiores e/ou em 
condição corporal magra, o uso de calha 
cirúrgica auxilia mantendo o 
posicionamento adequado do animal 
durante o procedimento. 
Realize a lavagem prepucial nos 
machos e a cateterização uretral tanto no 
macho quanto na fêmea para esvaziamento 
vesical e para minimizar o risco de 
contaminação do campo operatório com 
urina. 
A antissepsia deverá ser realizada 
em toda a área tricotomizada, utilizando-se 
protocolo a critério do cirurgião ou 
conforme restrições do paciente. 
Posicione os campos paralelos a 
incisão e após os transversais fixando os 
mesmos com o método desejado ou use 
campos autoaderentes. 
Posicione os campos paralelos

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