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Aula 05 Trib II

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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
As garantias e privilégios do crédito tributário correspondem às prerrogativas de que dispõe o Poder Público quando pretende compelir o particular ao pagamento do tributo. Tais privilégios encontram guarida no Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado e são disciplinados nos arts. 183 a 193 do CTN.
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Percebam que respondem pelo crédito tributário todos os bens e rendas do SP, ressalvados os bens e rendas declarados pela lei como absolutamente impenhoráveis, quais sejam: os elencados no art. 649 do CPC + Lei 8.009/90.
Frise-se que até mesmo os bens gravados por ônus real (hipoteca, penhor, anticrese ou usufruto) ou mesmo aqueles que contêm cláusulas de inalienabilidade ou impenhorabilidade podem ser executados pelos entes tributantes. O artigo traz o termo “inclusive”!
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
Como é de sabença geral, o devedor contumaz, por intermédio de estratagemas ardilosos hábeis a burla do Fisco, pode muito bem valer-se de uma dilapidação de seu patrimônio, no intuito de se esquivar do pagamento do tributo. Pois bem, caso tal manobra aconteça após a inscrição em dívida ativa, ter-se-á a chamada fraude à execução na seara tributária.
A grande diferença entre a fraude contra credores do Direito Privado e a do Direito Tributário, prevista no art. 185 do CTN, é que nesta última, do momento da inscrição na dívida ativa em diante, haverá uma presunção “absoluta” de fraude, não se tendo necessidade de prova por parte da Fazenda Pública. Ou seja, o ônus probante, que no Direito Privado recai sobre o credor, no Direito Tributário recai sobre o devedor.
Atenção! Quando o devedor reserva bens ou rendas suficientes para pagamento de dívida inscrita não há que se falar em fraude.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
 
§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. 
§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. 
 
Não obstante, o dispositivo legal ser auto-explicativo, deve-se ter atenção com a expressão “preferencialmente por meio eletrônico”, pois a mesma é que dá lastro a famosa “penhora on line”.
PREFERÊNCIAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Uma vez conhecidas as garantias de que dispõe o crédito tributário, devemos conhecer o “status”, quando se emparelha com outros créditos a serem quitados.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. 
Parágrafo único. Na falência: 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho;
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.
Como se pode notar os créditos tributários possuem preferência em relação aos demais, ressalvados, os créditos trabalhistas e os decorrentes de acidente de trabalho.
Na falência a situação muda bastante... pois entram em jogo também o arts. 188, 189, 190 do CTN e os arts. 83 e 84 da Lei 11.101/2005, vejamos:
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência.
(...)
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento.
(...) 
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
VI – créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
(...)
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
Confrontando os comandos dos arts. 186, 188, 189, 190 do CTN, 83, 84, 85 e 86 da Lei 11.101/2005 nós teremos as seguintes situações:
	ORDEM DE PREFERÊNCIAAUSENTE A FALÊNCIA
	ORDEM DE PREFERÊNCIA
NO CASO DE FALÊNCIA
	
1º) créditos trabalhistas e acidentários;
2º) créditos Tributários
	1º) créditos extraconcursais;
2º) créditos trabalhistas e acidentários;
3º) créditos com garantia real
e importâncias passíveis de restituição;
4º) créditos tributários;
Atenção! Quando houver mais de uma Fazenda entre os credores, deve ser respeitada a ordem de preferência estipulada no art. 187 do CTN e reforçada pelo art. 29 da Lei 6.830/80.
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. 
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União e suas autarquias;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.
Exigência de prova da quitação de tributos 
Apesar de terem sido inseridos na Seção relativa às preferências, os arts. 191 a 193 do CTN trazem verdadeiras garantias do crédito tributário, posto que, ao exigirem a apresentação da prova do pagamento de tributos para a prática de certos atos jurídicos e para a obtenção de determinados benefícios legais, acaba-se por criar eficazes meios de cobrança indireta do crédito tributário.
 
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos.
 
Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei.
 
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
A administração tributária é fundamental para a consecução do fim a que visa o Poder Público em seu mister tributacional de retirada compulsória de valores daqueles que ocupam o pólo passivo da relação jurídico-tributária. Vale dizer que a garantia de uma salutar arrecadação passa pela eficácia na administração tributária, que se traduz em (I) procedimentos fiscalizatórios adequados, em (II) cobrança judicial dos importes tributários inscritos em dívida ativa e, finalmente, em (III) medidas de controle e verificação da regularidade fiscal do contribuinte. Tais medidas correspondem ao conteúdo do Título denominado “Administração Tributária” que é divido em três Capítulos: Fiscalização; Dívida Ativa; Certidões Negativas.
Fiscalização
A fiscalização se materializa em atos de verificação do cumprimento de obrigações tributárias, quer sejam principais, quer sejam acessórias. São atos decorrentes de poder outorgado pela Constituição Federal às pessoas políticas, quanto à instituição de tributos. Assim, o procedimento fiscalizatório traduz-se em um poder-dever cometido às entidades impositoras, sempre restrito aos campos de interesse da Fazenda.
Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.
Percebam que a atividade fiscalizatória é marcada por um iter procedimental, com início, meio e fim. Com efeito, inicia-se a fiscalização por meio de um registro, a ser feito em livro fiscal do sujeito passivo ou em documento separado, dando conta do “termo de início de fiscalização”. Ademais, anota-se o prazo para conclusão dos trabalhos. 
Essa demarcação, aparentemente singela, provoca efeitos em dois importantes institutos do Direito Tributário, a saber: denúncia espontânea (art. 138, parágrafo único, do CTN) e a decadência (art. 173, parágrafo único, do CTN).
Quanto a denuncia espontânea, note:
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Quanto à decadência, note:
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Prosseguindo... temos o comando do art. 197 que fala das pessoas obrigadas a prestar informações quando solicitadas (ressalvados os casos previstos no parágrafo único), mediante intimação escrita, a respeito de terceiros por interesse da fiscalização.
Registre-se que a “intimação” a que se refere o artigo é administrativa, uma vez que, mediante intimação judicial, todos, e não somente as pessoas citadas, têm de prestar informações.
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou deterceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes:
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça;
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. 
§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. 
§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III – parcelamento ou moratória. 
É natural que, assim como cabe ao Fisco a capacidade de investigar o sujeito passivo, igualmente lhe compete a obrigação de manter sigilo sobre as informações obtidas durante os processos de fiscalização, sob pena de imposição de sanções administrativas, sem prejuízo daquelas previstas na legislação criminal.
Cuida lembrar, todavia, que tal restrição comporta exceções que estão previstas no art. 198 do CTN, ora analisado, quais sejam: incisos I e II; parágrafo primeiro. Além disso, a LC 104/2001 trouxe importantes ressalvas à Garantia do Sigilo Fiscal, como se pode verificar nas regras insertas no §3º, também, do referido artigo.
DÍVIDA ATIVA (arts. 201 a 204 do CTN)
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.
Atenção! Não obstante o CTN fazer menção apenas a dívida ativa tributária o artigo 2º da Lei 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal) diz que “constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não-tributária na Lei nº 4.320/64” (art. 39, §2º). Outrossim, Dívida Ativa não-tributária compreende créditos oriundos de aluguéis, foros, laudêmios, indenizações, preços públicos, além de outros. Por sua vez, a Dívida Ativa tributária refere-se a tributos, seus adicionais e multas decorrentes do não-pagamento de tributos.
A inscrição do crédito tributário em dívida se dará em razão do inadimplemento da obrigação tributária. Lembrem-se! O crédito tributário, por si só, é exigível (passível de cobrança administrativa), mas não é exeqüível (passível de cobrança judicial), de modo que, somente após a inscrição do CT na dívida ativa, cria-se o cenário hábil à propositura da ação judicial de cobrança, de nome Ação de Execução Fiscal, disciplinada pela Lei 6.830/80.
A inscrição será feita por meio de “termo de inscrição na dívida ativa”. Este termo, que é administrativo, apenas faz lançar nos Livros da Dívida Ativa da Fazenda Pública o débito em aberto e tem, como principais finalidades:
- transformar o CT vencido e não pago em dívida ativa tributária;
- possibilitar ao Fisco propor a cobrança judicial deste débito não pago;
- gerar presunção de certeza e liquidez (art. 3º da LEF).
Hodiernamente, os cadastros da dívida ativa não são mais lançados em “livros”, são armazenados em sistemas eletrônicos de dados. Com efeito, desses sistemas de dados extrai-se a CDA – Certidão de Dívida Ativa – título executivo extrajudicial, que deverá lastrear a ação judicial de cobrança, isto é, a Ação de Execução Fiscal. 
 
Os requisitos daquela estão no art. 202 do CTN, entretanto, mais importante do que saber os requisitos é saber as conseqüências do erro ou omissão de um deles, que estão no art. 203 do CTN, vejamos:
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
CERTIDÃO NEGATIVA
Consiste no documento hábil apto a comprovação de inexistência de débito de determinado contribuinte, de determinado tributo ou relativo a determinado período.
Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição.
 
Cuidado! Existem situações em que, apesar da existência de débitos, o sujeito passivo se encontra em situação regular perante o Fisco. Nestes casos, é expedida a denominada certidão positiva com efeitos de negativa. Trata-se de certidão positiva, pois débitos existem, mas com efeitos de negativa, pois o requerente está em situação regular. 
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
Em suma, são três as situações em que, apesar da existência de débitos, é reconhecida a regularidade do sujeito passivo:
1ª) créditos não vencidos;
2ª) créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada penhora (direito do Fisco está garantido, dependendo sua satisfação tão-somente do natural prosseguimento do processo);
3ª) créditos com exigibilidade suspensa.
Nas disposições finais do CTN, percebam que há uma particularidade na contagem dos prazos previstos na legislação tributária, qual seja:
Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.
A expressão “expediente normal” deve ser entendida como dia de expediente completo e não dia útil.
 
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