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Processo de Cuidar I Autor: Margarete Alcantara da Fonseca Arioza Tema 10 Clientes com Necessidades Especiais seç õesTema 10Clientes com Necessidades Especiais Como citar este material: ARIOZA, Margarete Alcantara da Fonseca. Processo de Cuidar I: Clientes com Necessidades Especiais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. CONTEÚDOSEHABILIDADES LEITURAOBRIGATÓRIA Seções seç ões Seções CONTEÚDOSEHABILIDADES REFERÊNCIAS FINALIZANDO GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES AGORAÉASUAVEZ 4 Te ma 10 C lie nt es c om N ec es si da de s E sp ec ia is 5 Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). ÍNICIO Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Fundamentos de Enfermagem”, do autor Perry Potter, 2009. ROTEIRO DE ESTUDO: Profª. Margarete Alcantara da Fonseca AriozaProcesso de Cuidar I CONTEÚDOSEHABILIDADES Conteúdos Nesta aula, você estudará: • Os cuidados de manuseio relacionados a mobilidade e imobilidade. • As intervenções da enfermagem para os cuidados de feridas agudas e crônicas. • Os fatores que determinam o estado sensorial do cliente. • Os conceitos dos cuidados de enfermagem perioperatório. 6 ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Como a imobilidade pode afetar a homeostasia do cliente? • Qual a importância da manutenção da integridade da pele do paciente sob cuidado? • De que forma o estado sensorial do cliente pode ser afetado? • Quais são os cuidados agudos realizados pela enfermagem no período perioperatório? LEITURAOBRIGATÓRIA Clientes com Necessidades Especiais O movimento é um dos aspectos visíveis da vida humana que contribuem para a autovalorização e o bem-estar. Muitas funções do corpo são dependentes da mobilidade. A sua manutenção depende de que os sistemas musculoesquelético e nervoso estejam intactos, uma vez que o movimento é um processo complexo que requer a coordenação entre estes dois sistemas. A mecânica corporal é o termo utilizado para descrever os esforços coordenados dos sistemas musculoesquelético e nervoso. As informações sobre o alinhamento corporal, o equilíbrio, a gravidade e o atrito são utilizadas para a implementação de intervenções de enfermagem, tais como o posicionamento do paciente, determinando o risco de quedas do paciente e selecionando o modo mais seguro para movimentá-los ou transferi-los. Os termos de alinhamento corporal ou postura são similares e referem-se ao posicionamento das articulações, tendões, ligamentos e músculos, enquanto o paciente está de pé, sentado ou deitado. O alinhamento corporal significa que o centro de gravidade do indivíduo é estável. Se ele estiver correto, a tensão sobre as estruturas musculoesqueléticas é reduzida, 7 LEITURAOBRIGATÓRIA promovendo a manutenção do tônus muscular, o conforto do paciente, contribuindo para o equilíbrio e manutenção de sua energia. Os indivíduos precisam do equilíbrio para manter-se em uma posição estática e para sua movimentação. As doenças, as lesões, a dor, o desenvolvimento físico e as alterações da vida comprometem a capacidade de se permanecer em equilíbrio. As medicações que causam tontura e imobilidade prolongada também afetam o equilíbrio. O peso é uma força exercida sobre um corpo pela gravidade. A força do peso é sempre dirigida para baixo, e é por essa razão que um objeto que está em desequilíbrio cai. Os pacientes desequilibrados caem, se seus centros de gravidade tornar-se desequilibrados devido à atração que a gravidade exerce sobre seu peso. O atrito é uma força exercida em uma direção oposta ao movimento. A redução do atrito pode ser conseguida com adoção de alguns princípios básicos. Quanto maior é a área superficial do objeto que é movimentado, maior será o atrito. Para diminuir a área superficial e reduzir o atrito quando o paciente é incapaz de auxiliar em seu próprio movimento no leito, podem ser utilizados dispositivos de assistência ergonômicos, que elevam mecanicamente o paciente, diminuindo o atrito (NELSON et al, 2003). O esqueleto fornece fixações para os músculos e ligamentos, e proporciona a força de alavanca necessária para a movimentação. Assim, o esqueleto é a estrutura de suporte do corpo e é composto por quatro tipos de ossos: ossos longos, ossos curtos, ossos planos e ossos irregulares. Os ossos longos contribuem para a altura e o comprimento. Os ossos curtos ocorrem em conjuntos e, quando combinados com os ligamentos e cartilagens, permitem a movimentação das extremidades. Os ossos planos promovem um contorno estrutural. Os ossos irregulares compõem a coluna vertebral e alguns ossos do crânio. Os ossos também podem ser caracterizados por outros detalhes, como rigidez, resistência e elasticidade. O sistema esquelético tem várias funções além dos movimentos. Protege os órgãos vitais e ajuda na regulação dos níveis de cálcio no sangue. Os pacientes com redução na regulação e no metabolismo do cálcio correm o risco de desenvolver a osteoporose e fraturas patológicas (causadas pelo enfraquecimento do osso). O sistema esquelético é formado pelas articulações (sinostótica, cartilaginosa, fibrosa e sinovial), pelos ligamentos, os tendões e as cartilagens. A movimentação dos ossos e articulações envolve processos ativos que são cuidadosamente integrados para que se alcance a coordenação. Os músculos esqueléticos, devido a sua 8 ÍNICIO capacidade de contração e relaxamento, são os elementos de trabalho da movimentação. A coordenação e a regulação dos diferentes grupos musculares dependem do tônus muscular e da atividade de músculos antagonistas, sinérgicos e antigravidade. O tônus muscular é a condição normal de tensão dos músculos equilibrados. O sistema nervoso regula a movimentação e a postura. O giro pré-central ou área motora primária é a principal área motora e está situada no córtex cerebral. Por um processo complexo, os neurotransmissores (como a acetilcolina) transportam os impulsos elétricos do nervo pela junção neuromuscular para o músculo. Quando o neurotransmissor alcança o músculo, provoca sua estimulação, causando a movimentação. O movimento pode ser comprometido por transtornos que alteram a produção de neurotransmissores, a transferência dos impulsos do nervo para o músculo ou a ativação da atividade muscular. Muitas condições patológicas afetam a mobilidade, tais como: anormalidades posturais, comprometimento do desenvolvimento muscular, lesão do sistema nervoso central, trauma direto ao sistema musculoesquelético. A tabela 10.1 apresenta a descrição de algumas anormalidades posturais. Tabela 10.1- Anormalidades Posturais Anormalidades Torcicolo Inclinação da cabeça para o lado afetado pela contração do músculo esternocleidomastoideo. Lordose Exagero na curvatura convexa anterior da coluna lombar. Cifose Aumento na convexidade da curvatura da coluna torácica. Escoliose Coluna espinal lateralizada em “S” ou “C” com rotação vertebral, altura desigual de quadril e ombros. Displasia congênita do quadril Instabilidade do quadril com abdução limitada. Pernas arqueadas Uma ou ambas as pernas recurvadas para fora, na altura dos joelhos (normal de2 até 3 anos de idade). Pé torto 95% desvio medial e flexão plantar e 5% de desvio lateral e dorsiflexão. Dedos de pombo Rotação interna do peito do pé ou de todo o pé, comum em lactentes. Fonte: Adaptado de Potter; Perry (2009). Dados de McCance, 2005. LEITURAOBRIGATÓRIA 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Atualmente, muitas localidades têm leis que orientam o manuseio seguro do paciente em instituições de cuidados de saúde. Os programas abrangentes de manuseio do paciente com segurança incluem os seguintes elementos:um protocolo de avaliação da ergonomia para ambiente de cuidado da saúde, critérios de avaliação do paciente, algoritmos para movimentação e manuseio de pacientes, equipamentos especiais mantidos em localizações convenientes para ajudar a transferência de pacientes (NELSON et al, 2006). Para determinar como movimentar o paciente com segurança é necessário que se faça primeiramente uma avaliação da capacidade de movimentação do mesmo. A mobilidade refere-se à capacidade de uma pessoa movimentar-se livremente, e a imobilidade refere- se a sua incapacidade de fazê-lo. A imobilidade pode ser parcial. Os termos repouso no leito ou mobilidade física comprometida são frenquentemente usados quando se discutem os aspectos do paciente sobre a situação mobilidade-imobilidade. O repouso no leito é uma intervenção que restringe os pacientes ao leito por razões terapêuticas. A sua duração depende da doença ou lesão e das condições de saúde prévias do paciente. Segundo a NANDA Internacional, a mobilidade física prejudicada pode ser definida como uma limitação na movimentação física propositada, independente do corpo ou de uma ou mais extremidades (ACKLEY e LADWIG, 2006). Os efeitos do descondicionamento muscular associado à falta de atividade física frenquentemente tornam-se aparentes. O conjunto desses sintomas é comumente denominado de “riscos da imobilidade”. O termo atrofia por desuso descreve a tendência de as células e tecidos reduzirem de tamanho e de função em resposta à inatividade prolongada, resultante do repouso no leito, de trauma ou pelo uso de imobilizações gessadas (COPSTEAD-KIRKHORN e BANASIK, 2005). Quanto maior a extensão e a duração da imobilidade, mais pronunciadas serão as consequências, deixando o paciente sob os riscos da imobilidade. Quando existe uma alteração na mobilidade, cada sistema corporal está sob risco de comprometimento. A gravidade do comprometimento depende da condição global do paciente, do grau e duração da imobilidade e da idade do paciente. Os principais efeitos sistêmicos da imobilidade estão relacionados à: alterações metabólicas, alterações respiratórias, alterações cardiovasculares, alterações musculoesqueléticas e alterações tegumentares. 10 ÍNICIOLEITURAOBRIGATÓRIA A imobilização também, frequentemente, pode ocasionar efeitos psicossociais, consideradas como respostas emocionais e comportamentais, alterações sensitivas e mudanças na capacidade de enfrentamento. A depressão é um transtorno afetivo caracterizado pelo sentimento exagerado de tristeza, melancolia, desalento, sensação de vazio e desespero, e é comumente relatada em pacientes sob imobilização. As alterações de desenvolvimento tendem a ser associadas com imobilidade em crianças muito pequenas ou em idosos. Entretanto, existem exceções. A pele é o maior órgão do corpo, e constitui 15% do peso corporal total de um adulto (WYSOCKI, 2007). Ela é uma barreira protetora contra organismos causadores de doenças, um órgão sensorial para dor, temperatura e toque, além de sintetizar vitamina D. Lesões à pele impõem riscos à segurança e deflagram uma complexa resposta de cicatrização. A pele tem duas camadas: a epiderme, ou camada superficial, com várias camadas ou estratos; e a derme, camada mais interna, que proporciona força tênsil, suporte mecânico e proteção aos músculos, ossos e órgãos subjacentes. A compreensão da estrutura da pele é importante para manutenção de sua integridade e promover a cicatrização de feridas. A idade altera as características da pele e a torna mais vulnerável às lesões. A úlcera de pressão, ferida de pressão, úlcera de decúbito e úlcera de leito são termos usados para descrever a integridade prejudicada da pele relacionada a uma pressão prolongada e não aliviada. Qualquer cliente que esteja experimentando mobilidade diminuída, incontinência fecal ou urinária, e/ou má nutrição, está em risco de desenvolver uma úlcera de pressão. Existem muitos fatores que contribuem para a formação dessas úlceras, e a pressão é a causa principal de sua formação. Os tecidos recebem oxigênio e nutrientes e eliminam os resíduos metabólicos pelo sangue. Qualquer fator que interfira no fluxo de sangue, por sua vez, interfere no metabolismo celular na função ou vida das células. A redução do fluxo sanguíneo resulta numa isquemia tecidual e consequente morte do tecido. Três fatores relacionados à pressão contribuem para o desenvolvimento de uma úlcera de pressão: 1. Intensidade da pressão; 2. Duração da pressão e 3. Tolerância do tecido. Uma variedade de fatores predispõe um cliente à formação de úlceras de pressão, que estão frequentemente associados a uma doença ou efeitos após o trauma. 11 Pode-se relacionar como fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão: percepção sensorial prejudicada, mobilidade prejudicada, alteração no nível de consciência, atrito, fricção e a umidade. Um método para a avaliação de uma úlcera de pressão é o uso do sistema de estagiamento. Os sistemas de estagiamento para úlceras de pressão são fundamentos na descrição da profundidade do tecido destruído. O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP, 2007a) lançou um sistema de classificação de quatro estágios. Estágio I: Pele intacta com vermelhidão não branqueável de uma área localizada, usualmente sobre uma proeminência óssea. Estágio II: Perda parcial da espessura da pele envolvendo a epiderme, a derme ou ambas. Estágio III: Perda da espessura total do tecido. A gordura subcutânea pode estar visível, mas não há exposição de ossos, tendões ou músculos. Estágio IV: Perda de espessura total do tecido, com exposição de ossos, tendões e/ou músculos. Pode haver presença de tecido necrosado. O NPUAP também desenvolveu uma definição para uma úlcera na qual a base da ferida não poderia ser visualizada. Uma úlcera incapaz de ser estagiada é aquela com perda total da espessura dos tecidos, na qual a base está coberta por um tecido necrosado e/ ou uma escara no leito da ferida. A avaliação para esse tipo de tecido inclui a quantidade (porcentagem) e a aparência (cor) do tecido viável e não viável. Uma ferida é uma interrupção da integridade e da função de tecidos no corpo (BAHARESTANI, 1994). Existem muitas maneiras de se classificar as feridas. Os sistemas de classificação descrevem o status da integridade da pele, causa da ferida, severidade, extensão da lesão ou lesão tecidual, limpeza da ferida, ou qualidades descritivas do tecido da ferida. As classificações da ferida permitem o entendimento dos riscos associados e as implicações para sua cicatrização, que envolve processos fisiológicos integrados. Existem dois tipos de feridas: aquelas com perda de tecido e as sem perda de tecido. Na ferida sem perda de tecido, a cicatrização ocorre rapidamente, com um mínimo de formação de tecido cicatricial, desde que não haja infecção. Já na ferida com perda de tecido, ocorre preenchimento por tecido cicatricial, demora mais tempo para cicatrizar e é mais suscetível à infecção. LEITURAOBRIGATÓRIA 12 ÍNICIO Algumas complicações podem ser relacionadas durante o processo de cicatrização das feridas: hemorragia, infecção, deiscência, evisceração, fístulas. Um aspecto principal no cuidado de enfermagem é a manutenção da integridade da pele. Existem vários instrumentos para avaliar se um cliente está em risco de desenvolvimento de uma úlcera de pressão, porém, a prevenção e o tratamento dessas são prioridades principais da enfermagem. A enfermagem perioperatória consiste nos cuidados administrados antes (pré-operatórios), durante (intraoperatório) e após as cirurgias (pós-operatório). Ela ocorre em hospitais, centros cirúrgicos hospitalares, centros cirúrgicos autônomos e em consultórios de profissionais de saúde. A enfermagem perioperatória é um campo de ação de ritmoacelerado, em processo de mudança e desafiador que exige o conhecimento de importantes princípios, entre os quais: cuidado de alta qualidade centrado no cliente, trabalho multidisciplinar, comunicação terapêutica e eficaz entre o cliente, a sua família, e a equipe cirúrgica, avaliação e intervenção eficazes e eficientes em todas as fases da cirurgia, apoio ao cliente e sua família e compreensão da contenção de custos. Somente no século XX a disciplina da cirurgia progrediu como ciência. A cirurgia deu aos médicos os meios para tratar condições que eram difíceis ou impossíveis somente com a clínica. A anestesia revolucionou a cirurgia por volta de 1840 e forneceu a combinação entre a analgesia, relaxamento muscular e amnésia, permitindo a ampliação do tempo do procedimento cirúrgico. O valor da lavagem das mãos no século XIX, juntamente com o desenvolvimento da teoria dos germes (Pasteur), desencadeou o estudo das técnicas assépticas, com redução das infecções e da mortalidade pós-operatória. A enfermagem desempenhou um papel importante na prevenção de doenças, começando com as crenças de Florence Nightingale de que o ambiente era um fator fundamental para a prevenção de doenças. Considera-se cirurgia ambulatorial às cirurgias de curta estadia ou cirurgias de mesmo dia. São procedimentos nos quais o cliente é admitido no dia da cirurgia, pois não requerem muitos cuidados prévios. Os tipos de procedimentos cirúrgicos são classificados de acordo com a gravidade, urgência e propósito. Alguns procedimentos caem em mais de uma classificação. Algumas vezes a mesma é realizada por diferentes motivos em diferentes clientes. A American Society of Anesthesiologists (ASA) estabelece uma classificação baseada na condição fisiológica do paciente, independentemente do procedimento cirúrgico proposto. LEITURAOBRIGATÓRIA 13 A anestesia envolve riscos mesmo em clientes saudáveis, mas alguns clientes estão em maior risco. A tabela 10.2 apresenta a classificação da condição física do cliente pela ASA para procedimentos cirúrgicos. A condição física das classes 1 e 2 e da classe 3, consideradas como estável pela ASA, é atualmente aceitável para cirurgia ambulatorial. As classes 4 e 5 exigem a internação do cliente para a cirurgia. Tabela 10.2- Classificação da Condição Física do Cliente - ASA Classe Descrição P1 Cliente saudável normal. P2 Cliente com doença sistêmica leve. P3 Cliente com doença sistêmica grave. P4 Cliente com doença sistêmica grave que constitui ameaça constante para sua vida. P5 Cliente moribundo que não se espera sobrevivência sem a cirurgia. P6 Cliente declarado em morte cerebral cujos órgãos serão removidos com propósito de doação. Fonte: Adaptado de Potter; Perry, 2009 (American Society of Anesthesiologists). Os pacientes que são submetidos a uma cirurgia entram no contexto do cuidado da saúde em suas diferentes condições. No pré-operatório é o momento de se estabelecer um entendimento entre a enfermagem e o cliente, a fim de avaliar as condições físicas, emocionais e espirituais do paciente, identificar o grau de risco cirúrgico para estabelecer os planos de cuidados necessários. Diversos fatores como a idade, a nutrição, a obesidade, a apneia obstrutiva do sono, imunocompromentimento, o desequilíbrio hidroeletrolítico e a gravidez aumentam o risco de uma pessoa em uma cirurgia. O conhecimento desses fatores permite que sejam realizadas as precauções necessárias para os cuidados de enfermagem. LEITURAOBRIGATÓRIA 14 ÍNICIO As atividades de cuidado agudo na fase pré-operatória se concentram em intervenções para preparar fisicamente o cliente para a cirurgia. O cuidado com o cliente durante a cirurgia exige preparação e conhecimento cuidadosos sobre os eventos que ocorrem durante o procedimento cirúrgico. A enfermeira geralmente exerce um de dois papéis: enfermeira circulante ou enfermeira instrumentadora. As responsabilidades da enfermeira circulante incluem a revisão da avaliação pré-operatória, estabelecimento e implementação do plano de cuidado intraoperatório, avaliação dos cuidados e fornecimento de continuidade dos cuidados no pós-operatório. A enfermeira instrumentadora tem o papel de manter um campo estéril durante o procedimento cirúrgico, ajuda na aplicação dos campos estéreis, entrega os instrumentos e outros suprimentos estéreis para os cirurgiões e conta as compressas e os instrumentos. Na maioria dos hospitais o cliente entra na área de espera ou área de cuidados pré- anestésicos. A enfermeira geralmente revê a lista de verificação pré-operatória e o médico anestesista pode realizar uma avaliação do cliente nesse momento. Devido aos medicamentos pré-operatórios, o cliente começa a se sentir sonolento. A temperatura na unidade pré-operatória e na sala de cirurgia geralmente é fria, assim, deve- se oferecer um cobertor ao cliente. A equipe transfere cuidadosamente o cliente para a mesa da sala de cirurgia, garantindo que a maca e a mesa estejam travadas. Um foco principal dos cuidados intraoperatórios é a prevenção das lesões e das complicações relacionadas com a anestesia, a cirurgia, o posicionamento e o uso dos equipamentos. Os cuidados agudos de enfermagem nessa etapa referem-se a preparação física, a introdução da anestesia, o posicionamento do cliente e a documentação do cuidado intraoperatório. Os clientes que são submetidos a procedimentos cirúrgicos recebem um dos quatro tipos de anestesia: geral, regional, local ou sedação consciente. Após a cirurgia, os cuidados com um cliente podem ser tornar complexos, como resultado das alterações fisiológicas que ocorrem. Os clientes que são submetidos à anestesia geral estão mais propensos a enfrentar complicações do que aqueles que recebem anestesia local ou sedação consciente. O cliente que recebeu anestesia geral é geralmente reconduzido a sala de recuperação a fim de ser estabilizado e liberado pela sua enfermaria, enquanto que o cliente que recebeu anestesia local vai diretamente para sua unidade de enfermagem de origem. O curso pós-operatório de um cliente envolve duas fases: o período de recuperação inicial e a convalescença pós-operatória. No cliente cirúrgico ambulatorial, a recuperação normalmente demora de 1 a 2 horas e a convalescença ocorre em casa. No cliente LEITURAOBRIGATÓRIA 15 hospitalizado, a recuperação ocorre em algumas horas, e a convalescença em um ou mais dias, dependendo da extensão da cirurgia e da resposta do cliente. Os cuidados agudos no período pós-operatório referem-se à regulação da temperatura do paciente, verificação e manutenção da função neurológica, manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, promover a eliminação intestinal normal e nutrição adequada, promover a eliminação urinária, promover a cicatrização da ferida e a atenção ao autoconceito do cliente, relacionados aos efeitos da cirurgia. No período pós-operatório, a enfermeira, o cliente e a família trabalham juntos na preparação do cliente para a alta. A educação relativa aos cuidados da ferida, nível de atividade, dieta, medicamentos e condutas específicas para o tipo de cirurgia constitui um processo continuado ao longo da hospitalização. LEITURAOBRIGATÓRIA LINKSIMPORTANTES Quer saber mais sobre o assunto? Então: SITES: Acesse a aula: CARVALHO, Edinelma. A Assistência Sistematizada de Enfermagem no Perioperatório. Disponível em: <http://materialenfermagem.blogspot.com.br/2009/03/assistencia-de-en- fermagem-no.html>. Acesso em: 13 jul. 2012. VÍDEOS Acesse ao vídeo: Úlcera de Pressão. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Evr57AID0Dk>. Acesso em: 13 jul. 2012. 16 ÍNICIO Instruções: Agora você irá exercitar seu aprendizado por meio da resolução das questões deste caderno de atividades. Lembre-se que para responder as questões,você precisará assistir às aulas, ler o Livro-Texto, refletir, pesquisar, elaborar e discutir os temas relativos à disciplina Processos de Cuidar I. Leia cuidadosamente os enunciados e atente para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Ponto de Partida: O movimento é um dos aspectos visíveis da vida humana que contribuem para a au- tovalorização e o bem-estar. Os indivíduos precisam do equilíbrio para se manter em uma posição estática e para sua movimen- tação. De que forma você entende que o equilíbrio corporal pode ser alterado? Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu! Questão 1: O paciente que está sob maior risco de de- senvolver efeitos adversos da imobilidade é: a) Criança de 3 anos com fratura de fêmur. b) Homem de 78 anos em tração para fratura de quadril. c) Mulher de 47 anos após tireoidectomia. d) Mulher de 38 anos submetida à histerectomia. e) Todas as respostas estão corretas. INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETARESPOSTA DISSERTATIVA Assista aos vídeos: Programa Nacional de Telessaúde do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/telessauders/news/videos-de-procedimentos-em-aps>. Acesso em: 13 jul. 2012. LINKSIMPORTANTES AGORAÉASUAVEZ 17 Questão 2: A regulação da movimentação e postura se dá pela(o): a) Córtex cerebral. b) Junção neuromuscular. c) Tônus muscular. d) Impulsos elétricos. e) Neurotransmissores. Questão 3: O esqueleto fornece fixações para os mús- culos e ligamentos, e proporciona a força de alavanca necessária para a movimenta- ção. Cite os tipos de ossos que o compõe com suas respectivas funções. Questão 4: Quais os principais efeitos da imobilidade? Questão 5: Correlacione os estágios das úlceras de pressão, de acordo com o NPUAP: (a)Estágio I. (b)Estágio II. (c)Estágio III. (d)Estágio IV. ( ) Perda da espessura total do tecido. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de ossos, tendões ou músculos. ( ) Perda de espessura total do tecido, com exposição de ossos, tendões e/ou múscu- los. ( ) Perda parcial da espessura da pele en- volvendo a epiderme, a derme ou ambas. ( ) Pele intacta com vermelhidão não bran- queável de uma área localizada. Questão 6: O que é uma úlcera de pressão e de que forma ela pode se desenvolver? Questão 7: Cite as complicações relacionadas ao pro- cesso de cicatrização das feridas. Questão 8: Marque V ou F sobre a prática baseada em evidências: ( ) No cliente cirúrgico ambulatorial, a re- cuperação normalmente demora de 1 a 2 dias. ( ) No cliente cirúrgico hospitalizado, a convalescença ocorre em algumas horas. ( ) No cliente cirúrgico ambulatorial a con- valescença é em casa. ( ) Os clientes que são submetidos à se- dação consciente estão mais propensos a enfrentar complicações. AGORAÉASUAVEZ RESPOSTA DISSERTATIVA RESPOSTA DISSERTATIVA RESPOSTA DISSERTATIVA RESPOSTA DISSERTATIVA RESPOSTA DISSERTATIVA INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA RESPOSTA DISSERTATIVA 18 ÍNICIO Nesse tema, você aprendeu que o movimento é um dos aspectos visíveis da vida humana que contribuem para a autovalorização e o bem-estar, e que muitas funções do corpo são dependentes da mobilidade. Entendeu que o sistema musculoesquelético é o responsável pelos movimentos e que ele é regulado pelo sistema nervoso, que a imobilidade pode acarretar uma série de transtornos funcionais, e por essa razão o paciente imobilizado merece cuidados específicos. Você estudou a importância da pele e da manutenção de sua integridade para proteger o paciente de infecções. Pôde observar que, uma interrupção na oferta de sangue para os tecidos pode provocar úlceras de pressão, e desta forma, o surgimento de feridas na pele do paciente, geralmente imobilizado, além de reconhecer o estagiamento dessas feridas. Estudou o papel do enfermeiro durante os procedimentos cirúrgicos e conheceu os cuidados agudos a serem desenvolvidos com os pacientes nos períodos pré, intra e pós-operatório. Você também entendeu que as orientações para a continuidade dos cuidados pós-cirúrgicos devem ser objeto da educação em saúde para o paciente e seus familiares durante o período de hospitalização. ( ) O curso pós-operatório de um cliente en- volve duas fases: o período de recuperação inicial e a convalescença pós-operatória. Questão 9: Um foco principal dos cuidados intraopera- tórios é: a) Estabilizar o equilíbrio hidroeletrolítico do cliente. b) Controlar a temperatura do cliente. c) Avaliação da condição física e emocional do cliente. d) Avaliação dos riscos cirúrgicos. e) Prevenção das lesões e posicionamento do cliente. Questão 10: Cite os cuidados agudos de enfermagem para o período perioperatório. FINALIZANDO AGORAÉASUAVEZ RESPOSTA DISSERTATIVA INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA 19 ACKLEY, B; LADWIG, G. Nursing diagnosis handbook: a guide to planning care. Ed 7. Saint Louis: Mosby, 2006. ASA – American Society of Anesthesiologists. Disponível em:<http://www.asahq.org/clinical/ physicalstatus.htm>. Acesso em: 13 jul. 2012. BAHARESTANI, MM. The lived experience of wives caring for their freil, homebound, elderly husbands with pressure ulcers. Adv Wound Care 7 (3):40, 1994. CARVALHO, E. A Assistência Sistematizada de Enfermagem no Perioperatório. Pdf. Disponível em: <http://materialenfermagem.blogspot.com.br/2009/03/assistencia-de- enfermagem-no.html>. Acesso em: 13 jul. 2012. COPSTEAD-KIRKHORN, LC; BANASIK, J. Pathophysiology. Ed 3. Saunders, 2005. McCANCE, KL; HUETHER, SE. Pathophysiology: the biologic bases for disease in adults and children. Ed 5. St . Louis: Mosby, 2005. NELSON, A et al. Myths and facts about back injuries in nursing. Am J Nurs 103 (2):32, 2003ª. POTTER. PA; PERRY, AG. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009: 1480p. PROGRAMA NACIONAL DE TELESSAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL. Vídeos de Procedimentos em APS. Vídeo aulas. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/telessauders/ news/videos-de-procedimentos-em-aps>. Acesso em: 13 jul. 2012. WYSOCKI, AB. Anatomy and Physiology of skin and soft tissue. In: BRYANT, RA; NIX, DP. Acute and chronic wounds: current management concept. Ed 3. St. Louis: Mosby, 2007. ÚLCERA DE PRESSÃO. Vídeoaula. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=Evr57AID0Dk>. Acesso em: 13 jul. 2012. REFERÊNCIAS 20 ÍNICIOGLOSSÁRIO Alinhamento corporal - posicionamento das articulações, tendões, ligamentos e músculos, enquanto o paciente está de pé, sentado ou deitado (POTTER. PA; PERRY, 2009). Enfermagem perioperatória - cuidados administrados antes (pré-operatórios), durante (intraoperatório) e após as cirurgias (pós-operatório). (POTTER. PA; PERRY, 2009). Mobilidade - refere-se à capacidade de uma pessoa movimentar-se livremente (POTTER. PA; PERRY, 2009). Tônus muscular - é a condição normal de tensão dos músculos equilibrados (POTTER. PA; PERRY, 2009). Úlcera de pressão - termo usado para descrever a integridade prejudicada da pele relacionada a uma pressão prolongada e não aliviada (POTTER. PA; PERRY, 2009). Tema 10 Clientes com Necessidades Especiais Ponto de Partida Resposta: As doenças, as lesões, a dor, o desenvolvimento físico e as alterações da vida comprometem a capacidade de se permanecer em equilíbrio. As medicações que causam tontura e imobilidade prolongada também afetam o equilíbrio. E o peso, que é uma força exercida sobre um corpo pela gravidade sempre dirigida para baixo, também pode provocar o desequilíbrio. GABARITO 21 GABARITO Questão 1 Resposta: Alternativa B. Questão 2 Resposta: Alternativa A. Questão 3 Resposta: Ossos longos contribuem para a altura e o comprimento. Ossos curtos ocorrem em conjuntos e, quandocombinados com os ligamentos e cartilagens, permitem a movimentação das extremidades. Ossos planos promovem um contorno estrutural. Ossos irregulares compõem a coluna vertebral e alguns ossos do crânio. Questão 4 Resposta: Efeitos sistêmicos da imobilidade estão relacionados à: alterações metabólicas, alterações respiratórias, alterações cardiovasculares, alterações musculoesqueléticas e alterações tegumentares. Efeitos psicossociais, consideradas como respostas emocionais e comportamentais, alterações sensitivas e mudanças na capacidade de enfrentamento. A depressão é um transtorno afetivo caracterizado pelo sentimento exagerado de tristeza, melancolia, desalento, sensação de vazio e desespero, e é comumente relatada em pacientes sob imobilização. Alterações de desenvolvimento, associadas com imobilidade em crianças muito pequenas ou em idosos. Entretanto, existem exceções. Questão 5 Resposta: c, d, b, a. 22 ÍNICIO Questão 6 Resposta: Úlcera de pressão é o termo usado para descrever a integridade prejudicada da pele relacionada a uma pressão prolongada e não aliviada, em decorrência da mobilidade diminuída, incontinência fecal ou urinária, e/ou má nutrição. Qualquer fator que interfira no fluxo de sangue, interferindo no metabolismo celular, na função ou vida das células, pode provocar uma isquemia tecidual e consequente morte do tecido. Questão 7 Resposta: As complicações que podem ser relacionadas durante o processo de cicatrização das feridas são: hemorragia, infecção, deiscência, evisceração, fístulas. Questão 8 Resposta: F, F, V, F, V. Questão 9 Resposta: Alternativa E. Questão 10 Resposta: As atividades de cuidado agudo na fase pré-operatória se concentram em intervenções para preparar fisicamente o cliente para a cirurgia. Os cuidados agudos intraoperatórios são: prevenção das lesões e das complicações relacionadas com a anestesia, a cirurgia, o posicionamento do paciente, o uso dos equipamentos e a documentação do cuidado intraoperatório. Os cuidados agudos no período pós-operatório referem-se à regulação da temperatura do paciente, verificação e manutenção da função neurológica, manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, promover a eliminação intestinal normal e nutrição adequada, promover a eliminação urinária, promover a cicatrização da ferida e a atenção ao autoconceito do cliente, relacionados aos efeitos da cirurgia. GABARITO 23