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SEMI Processo de Cuidar I 10



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Processo de Cuidar I
Autor: Margarete Alcantara da Fonseca Arioza
Tema 10
Clientes com Necessidades Especiais
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õesTema 10Clientes com Necessidades Especiais
Como citar este material:
ARIOZA, Margarete Alcantara da Fonseca. 
Processo de Cuidar I: Clientes com Necessidades 
Especiais. Caderno de Atividades. Valinhos: 
Anhanguera Educacional, 2014.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
LEITURAOBRIGATÓRIA
Seções
seç
ões Seções
CONTEÚDOSEHABILIDADES
REFERÊNCIAS
FINALIZANDO
GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES
AGORAÉASUAVEZ
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Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
ÍNICIO
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Fundamentos de Enfermagem”, 
do autor Perry Potter, 2009.
ROTEIRO DE ESTUDO:
Profª. Margarete Alcantara 
da Fonseca AriozaProcesso de Cuidar I
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdos
 
Nesta aula, você estudará:
• Os cuidados de manuseio relacionados a mobilidade e imobilidade. 
• As intervenções da enfermagem para os cuidados de feridas agudas e crônicas. 
• Os fatores que determinam o estado sensorial do cliente. 
• Os conceitos dos cuidados de enfermagem perioperatório.
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ÍNICIOCONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Como a imobilidade pode afetar a homeostasia do cliente? 
• Qual a importância da manutenção da integridade da pele do paciente sob cuidado?
• De que forma o estado sensorial do cliente pode ser afetado?
• Quais são os cuidados agudos realizados pela enfermagem no período perioperatório?
LEITURAOBRIGATÓRIA
Clientes com Necessidades Especiais
O movimento é um dos aspectos visíveis da vida humana que contribuem para a 
autovalorização e o bem-estar. Muitas funções do corpo são dependentes da mobilidade. 
A sua manutenção depende de que os sistemas musculoesquelético e nervoso estejam 
intactos, uma vez que o movimento é um processo complexo que requer a coordenação 
entre estes dois sistemas.
A mecânica corporal é o termo utilizado para descrever os esforços coordenados dos 
sistemas musculoesquelético e nervoso. As informações sobre o alinhamento corporal, 
o equilíbrio, a gravidade e o atrito são utilizadas para a implementação de intervenções de 
enfermagem, tais como o posicionamento do paciente, determinando o risco de quedas do 
paciente e selecionando o modo mais seguro para movimentá-los ou transferi-los.
Os termos de alinhamento corporal ou postura são similares e referem-se ao posicionamento 
das articulações, tendões, ligamentos e músculos, enquanto o paciente está de pé, sentado 
ou deitado. O alinhamento corporal significa que o centro de gravidade do indivíduo é 
estável. Se ele estiver correto, a tensão sobre as estruturas musculoesqueléticas é reduzida, 
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LEITURAOBRIGATÓRIA
promovendo a manutenção do tônus muscular, o conforto do paciente, contribuindo para o 
equilíbrio e manutenção de sua energia.
Os indivíduos precisam do equilíbrio para manter-se em uma posição estática e para sua 
movimentação. As doenças, as lesões, a dor, o desenvolvimento físico e as alterações 
da vida comprometem a capacidade de se permanecer em equilíbrio. As medicações que 
causam tontura e imobilidade prolongada também afetam o equilíbrio.
O peso é uma força exercida sobre um corpo pela gravidade. A força do peso é sempre 
dirigida para baixo, e é por essa razão que um objeto que está em desequilíbrio cai. Os 
pacientes desequilibrados caem, se seus centros de gravidade tornar-se desequilibrados 
devido à atração que a gravidade exerce sobre seu peso. 
O atrito é uma força exercida em uma direção oposta ao movimento. A redução do 
atrito pode ser conseguida com adoção de alguns princípios básicos. Quanto maior é a área 
superficial do objeto que é movimentado, maior será o atrito. Para diminuir a área superficial 
e reduzir o atrito quando o paciente é incapaz de auxiliar em seu próprio movimento no leito, 
podem ser utilizados dispositivos de assistência ergonômicos, que elevam mecanicamente 
o paciente, diminuindo o atrito (NELSON et al, 2003).
O esqueleto fornece fixações para os músculos e ligamentos, e proporciona a força de 
alavanca necessária para a movimentação. Assim, o esqueleto é a estrutura de suporte 
do corpo e é composto por quatro tipos de ossos: ossos longos, ossos curtos, ossos 
planos e ossos irregulares.
Os ossos longos contribuem para a altura e o comprimento. Os ossos curtos ocorrem 
em conjuntos e, quando combinados com os ligamentos e cartilagens, permitem a 
movimentação das extremidades. Os ossos planos promovem um contorno estrutural. Os 
ossos irregulares compõem a coluna vertebral e alguns ossos do crânio.
Os ossos também podem ser caracterizados por outros detalhes, como rigidez, resistência 
e elasticidade.
O sistema esquelético tem várias funções além dos movimentos. Protege os órgãos 
vitais e ajuda na regulação dos níveis de cálcio no sangue. Os pacientes com redução 
na regulação e no metabolismo do cálcio correm o risco de desenvolver a osteoporose e 
fraturas patológicas (causadas pelo enfraquecimento do osso).
O sistema esquelético é formado pelas articulações (sinostótica, cartilaginosa, fibrosa e 
sinovial), pelos ligamentos, os tendões e as cartilagens.
A movimentação dos ossos e articulações envolve processos ativos que são cuidadosamente 
integrados para que se alcance a coordenação. Os músculos esqueléticos, devido a sua 
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ÍNICIO
capacidade de contração e relaxamento, são os elementos de trabalho da movimentação. 
A coordenação e a regulação dos diferentes grupos musculares dependem do tônus 
muscular e da atividade de músculos antagonistas, sinérgicos e antigravidade. O tônus 
muscular é a condição normal de tensão dos músculos equilibrados.
O sistema nervoso regula a movimentação e a postura. O giro pré-central ou área 
motora primária é a principal área motora e está situada no córtex cerebral. Por um processo 
complexo, os neurotransmissores (como a acetilcolina) transportam os impulsos elétricos 
do nervo pela junção neuromuscular para o músculo. Quando o neurotransmissor alcança 
o músculo, provoca sua estimulação, causando a movimentação.
O movimento pode ser comprometido por transtornos que alteram a produção de 
neurotransmissores, a transferência dos impulsos do nervo para o músculo ou a ativação 
da atividade muscular.
Muitas condições patológicas afetam a mobilidade, tais como: anormalidades posturais, 
comprometimento do desenvolvimento muscular, lesão do sistema nervoso central, trauma 
direto ao sistema musculoesquelético.
A tabela 10.1 apresenta a descrição de algumas anormalidades posturais.
Tabela 10.1- Anormalidades Posturais
Anormalidades
Torcicolo
Inclinação da cabeça para o lado afetado pela contração do músculo 
esternocleidomastoideo.
Lordose Exagero na curvatura convexa anterior da coluna lombar.
Cifose Aumento na convexidade da curvatura da coluna torácica.
Escoliose
Coluna espinal lateralizada em “S” ou “C” com rotação vertebral, 
altura desigual de quadril e ombros.
Displasia congênita 
do quadril
Instabilidade do quadril com abdução limitada.
Pernas arqueadas
Uma ou ambas as pernas recurvadas para fora, na altura dos 
joelhos (normal de2 até 3 anos de idade).
Pé torto
95% desvio medial e flexão plantar e 5% de desvio lateral e 
dorsiflexão.
Dedos de pombo Rotação interna do peito do pé ou de todo o pé, comum em lactentes.
Fonte: Adaptado de Potter; Perry (2009). Dados de McCance, 2005.
LEITURAOBRIGATÓRIA
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LEITURAOBRIGATÓRIA
Atualmente, muitas localidades têm leis que orientam o manuseio seguro do paciente em 
instituições de cuidados de saúde. Os programas abrangentes de manuseio do paciente 
com segurança incluem os seguintes elementos:um protocolo de avaliação da ergonomia 
para ambiente de cuidado da saúde, critérios de avaliação do paciente, algoritmos para 
movimentação e manuseio de pacientes, equipamentos especiais mantidos em localizações 
convenientes para ajudar a transferência de pacientes (NELSON et al, 2006).
Para determinar como movimentar o paciente com segurança é necessário que se faça 
primeiramente uma avaliação da capacidade de movimentação do mesmo. A mobilidade 
refere-se à capacidade de uma pessoa movimentar-se livremente, e a imobilidade refere-
se a sua incapacidade de fazê-lo. A imobilidade pode ser parcial.
Os termos repouso no leito ou mobilidade física comprometida são frenquentemente usados 
quando se discutem os aspectos do paciente sobre a situação mobilidade-imobilidade.
O repouso no leito é uma intervenção que restringe os pacientes ao leito por razões 
terapêuticas. A sua duração depende da doença ou lesão e das condições de saúde prévias 
do paciente.
Segundo a NANDA Internacional, a mobilidade física prejudicada pode ser definida como 
uma limitação na movimentação física propositada, independente do corpo ou de uma ou 
mais extremidades (ACKLEY e LADWIG, 2006).
Os efeitos do descondicionamento muscular associado à falta de atividade física 
frenquentemente tornam-se aparentes. O conjunto desses sintomas é comumente 
denominado de “riscos da imobilidade”.
O termo atrofia por desuso descreve a tendência de as células e tecidos reduzirem de 
tamanho e de função em resposta à inatividade prolongada, resultante do repouso no leito, 
de trauma ou pelo uso de imobilizações gessadas (COPSTEAD-KIRKHORN e BANASIK, 
2005).
Quanto maior a extensão e a duração da imobilidade, mais pronunciadas serão as 
consequências, deixando o paciente sob os riscos da imobilidade.
Quando existe uma alteração na mobilidade, cada sistema corporal está sob risco de 
comprometimento. A gravidade do comprometimento depende da condição global do 
paciente, do grau e duração da imobilidade e da idade do paciente.
Os principais efeitos sistêmicos da imobilidade estão relacionados à: alterações 
metabólicas, alterações respiratórias, alterações cardiovasculares, alterações 
musculoesqueléticas e alterações tegumentares.
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ÍNICIOLEITURAOBRIGATÓRIA
A imobilização também, frequentemente, pode ocasionar efeitos psicossociais, 
consideradas como respostas emocionais e comportamentais, alterações sensitivas 
e mudanças na capacidade de enfrentamento. A depressão é um transtorno afetivo 
caracterizado pelo sentimento exagerado de tristeza, melancolia, desalento, sensação de 
vazio e desespero, e é comumente relatada em pacientes sob imobilização.
As alterações de desenvolvimento tendem a ser associadas com imobilidade em crianças 
muito pequenas ou em idosos. Entretanto, existem exceções.
A pele é o maior órgão do corpo, e constitui 15% do peso corporal total de um adulto 
(WYSOCKI, 2007). Ela é uma barreira protetora contra organismos causadores de doenças, 
um órgão sensorial para dor, temperatura e toque, além de sintetizar vitamina D. Lesões à 
pele impõem riscos à segurança e deflagram uma complexa resposta de cicatrização.
A pele tem duas camadas: a epiderme, ou camada superficial, com várias camadas ou 
estratos; e a derme, camada mais interna, que proporciona força tênsil, suporte mecânico e 
proteção aos músculos, ossos e órgãos subjacentes.
A compreensão da estrutura da pele é importante para manutenção de sua integridade e 
promover a cicatrização de feridas. A idade altera as características da pele e a torna mais 
vulnerável às lesões.
A úlcera de pressão, ferida de pressão, úlcera de decúbito e úlcera de leito são termos 
usados para descrever a integridade prejudicada da pele relacionada a uma pressão 
prolongada e não aliviada.
Qualquer cliente que esteja experimentando mobilidade diminuída, incontinência fecal ou 
urinária, e/ou má nutrição, está em risco de desenvolver uma úlcera de pressão. 
Existem muitos fatores que contribuem para a formação dessas úlceras, e a pressão é a 
causa principal de sua formação. Os tecidos recebem oxigênio e nutrientes e eliminam 
os resíduos metabólicos pelo sangue. Qualquer fator que interfira no fluxo de sangue, por 
sua vez, interfere no metabolismo celular na função ou vida das células. A redução do fluxo 
sanguíneo resulta numa isquemia tecidual e consequente morte do tecido.
Três fatores relacionados à pressão contribuem para o desenvolvimento de uma úlcera de 
pressão: 1. Intensidade da pressão; 2. Duração da pressão e 3. Tolerância do tecido.
Uma variedade de fatores predispõe um cliente à formação de úlceras de pressão, que 
estão frequentemente associados a uma doença ou efeitos após o trauma. 
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Pode-se relacionar como fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão: 
percepção sensorial prejudicada, mobilidade prejudicada, alteração no nível de consciência, 
atrito, fricção e a umidade.
Um método para a avaliação de uma úlcera de pressão é o uso do sistema de estagiamento. 
Os sistemas de estagiamento para úlceras de pressão são fundamentos na descrição da 
profundidade do tecido destruído.
O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP, 2007a) lançou um sistema de 
classificação de quatro estágios.
Estágio I: Pele intacta com vermelhidão não branqueável de uma área localizada, usualmente 
sobre uma proeminência óssea.
Estágio II: Perda parcial da espessura da pele envolvendo a epiderme, a derme ou ambas.
Estágio III: Perda da espessura total do tecido. A gordura subcutânea pode estar visível, 
mas não há exposição de ossos, tendões ou músculos.
Estágio IV: Perda de espessura total do tecido, com exposição de ossos, tendões e/ou 
músculos. Pode haver presença de tecido necrosado.
O NPUAP também desenvolveu uma definição para uma úlcera na qual a base da ferida 
não poderia ser visualizada. Uma úlcera incapaz de ser estagiada é aquela com perda 
total da espessura dos tecidos, na qual a base está coberta por um tecido necrosado e/
ou uma escara no leito da ferida. A avaliação para esse tipo de tecido inclui a quantidade 
(porcentagem) e a aparência (cor) do tecido viável e não viável.
Uma ferida é uma interrupção da integridade e da função de tecidos no corpo (BAHARESTANI, 
1994).
Existem muitas maneiras de se classificar as feridas. Os sistemas de classificação descrevem 
o status da integridade da pele, causa da ferida, severidade, extensão da lesão ou lesão 
tecidual, limpeza da ferida, ou qualidades descritivas do tecido da ferida. As classificações 
da ferida permitem o entendimento dos riscos associados e as implicações para sua 
cicatrização, que envolve processos fisiológicos integrados. 
Existem dois tipos de feridas: aquelas com perda de tecido e as sem perda de tecido. Na 
ferida sem perda de tecido, a cicatrização ocorre rapidamente, com um mínimo de formação 
de tecido cicatricial, desde que não haja infecção. Já na ferida com perda de tecido, ocorre 
preenchimento por tecido cicatricial, demora mais tempo para cicatrizar e é mais suscetível 
à infecção.
LEITURAOBRIGATÓRIA
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ÍNICIO
Algumas complicações podem ser relacionadas durante o processo de cicatrização das 
feridas: hemorragia, infecção, deiscência, evisceração, fístulas.
Um aspecto principal no cuidado de enfermagem é a manutenção da integridade da pele. 
Existem vários instrumentos para avaliar se um cliente está em risco de desenvolvimento 
de uma úlcera de pressão, porém, a prevenção e o tratamento dessas são prioridades 
principais da enfermagem.
A enfermagem perioperatória consiste nos cuidados administrados antes (pré-operatórios), 
durante (intraoperatório) e após as cirurgias (pós-operatório). Ela ocorre em hospitais, centros 
cirúrgicos hospitalares, centros cirúrgicos autônomos e em consultórios de profissionais de 
saúde. A enfermagem perioperatória é um campo de ação de ritmoacelerado, em processo 
de mudança e desafiador que exige o conhecimento de importantes princípios, entre os 
quais: cuidado de alta qualidade centrado no cliente, trabalho multidisciplinar, comunicação 
terapêutica e eficaz entre o cliente, a sua família, e a equipe cirúrgica, avaliação e 
intervenção eficazes e eficientes em todas as fases da cirurgia, apoio ao cliente e sua 
família e compreensão da contenção de custos.
Somente no século XX a disciplina da cirurgia progrediu como ciência. A cirurgia deu aos 
médicos os meios para tratar condições que eram difíceis ou impossíveis somente com 
a clínica. A anestesia revolucionou a cirurgia por volta de 1840 e forneceu a combinação 
entre a analgesia, relaxamento muscular e amnésia, permitindo a ampliação do tempo 
do procedimento cirúrgico. O valor da lavagem das mãos no século XIX, juntamente com 
o desenvolvimento da teoria dos germes (Pasteur), desencadeou o estudo das técnicas 
assépticas, com redução das infecções e da mortalidade pós-operatória.
A enfermagem desempenhou um papel importante na prevenção de doenças, começando 
com as crenças de Florence Nightingale de que o ambiente era um fator fundamental para 
a prevenção de doenças.
Considera-se cirurgia ambulatorial às cirurgias de curta estadia ou cirurgias de mesmo dia. 
São procedimentos nos quais o cliente é admitido no dia da cirurgia, pois não requerem 
muitos cuidados prévios.
Os tipos de procedimentos cirúrgicos são classificados de acordo com a gravidade, urgência 
e propósito. Alguns procedimentos caem em mais de uma classificação. Algumas vezes a 
mesma é realizada por diferentes motivos em diferentes clientes.
A American Society of Anesthesiologists (ASA) estabelece uma classificação baseada na 
condição fisiológica do paciente, independentemente do procedimento cirúrgico proposto. 
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A anestesia envolve riscos mesmo em clientes saudáveis, mas alguns clientes estão em 
maior risco. 
A tabela 10.2 apresenta a classificação da condição física do cliente pela ASA para 
procedimentos cirúrgicos.
A condição física das classes 1 e 2 e da classe 3, consideradas como estável pela ASA, é 
atualmente aceitável para cirurgia ambulatorial. As classes 4 e 5 exigem a internação do 
cliente para a cirurgia.
Tabela 10.2- Classificação da Condição Física do Cliente - ASA
Classe Descrição
P1 Cliente saudável normal.
P2 Cliente com doença sistêmica leve.
P3 Cliente com doença sistêmica grave.
P4 Cliente com doença sistêmica grave que 
constitui ameaça constante para sua vida.
P5 Cliente moribundo que não se espera 
sobrevivência sem a cirurgia.
P6 Cliente declarado em morte cerebral cujos 
órgãos serão removidos com propósito de 
doação.
Fonte: Adaptado de Potter; Perry, 2009 (American Society of Anesthesiologists).
Os pacientes que são submetidos a uma cirurgia entram no contexto do cuidado da 
saúde em suas diferentes condições. No pré-operatório é o momento de se estabelecer 
um entendimento entre a enfermagem e o cliente, a fim de avaliar as condições físicas, 
emocionais e espirituais do paciente, identificar o grau de risco cirúrgico para estabelecer 
os planos de cuidados necessários.
Diversos fatores como a idade, a nutrição, a obesidade, a apneia obstrutiva do sono, 
imunocompromentimento, o desequilíbrio hidroeletrolítico e a gravidez aumentam o risco 
de uma pessoa em uma cirurgia. O conhecimento desses fatores permite que sejam 
realizadas as precauções necessárias para os cuidados de enfermagem. 
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ÍNICIO
As atividades de cuidado agudo na fase pré-operatória se concentram em intervenções 
para preparar fisicamente o cliente para a cirurgia.
O cuidado com o cliente durante a cirurgia exige preparação e conhecimento cuidadosos 
sobre os eventos que ocorrem durante o procedimento cirúrgico. A enfermeira geralmente 
exerce um de dois papéis: enfermeira circulante ou enfermeira instrumentadora. As 
responsabilidades da enfermeira circulante incluem a revisão da avaliação pré-operatória, 
estabelecimento e implementação do plano de cuidado intraoperatório, avaliação dos 
cuidados e fornecimento de continuidade dos cuidados no pós-operatório. A enfermeira 
instrumentadora tem o papel de manter um campo estéril durante o procedimento cirúrgico, 
ajuda na aplicação dos campos estéreis, entrega os instrumentos e outros suprimentos 
estéreis para os cirurgiões e conta as compressas e os instrumentos.
Na maioria dos hospitais o cliente entra na área de espera ou área de cuidados pré-
anestésicos. A enfermeira geralmente revê a lista de verificação pré-operatória e o médico 
anestesista pode realizar uma avaliação do cliente nesse momento.
Devido aos medicamentos pré-operatórios, o cliente começa a se sentir sonolento. A 
temperatura na unidade pré-operatória e na sala de cirurgia geralmente é fria, assim, deve-
se oferecer um cobertor ao cliente. A equipe transfere cuidadosamente o cliente para a 
mesa da sala de cirurgia, garantindo que a maca e a mesa estejam travadas.
Um foco principal dos cuidados intraoperatórios é a prevenção das lesões e das complicações 
relacionadas com a anestesia, a cirurgia, o posicionamento e o uso dos equipamentos. Os 
cuidados agudos de enfermagem nessa etapa referem-se a preparação física, a introdução 
da anestesia, o posicionamento do cliente e a documentação do cuidado intraoperatório.
Os clientes que são submetidos a procedimentos cirúrgicos recebem um dos quatro tipos 
de anestesia: geral, regional, local ou sedação consciente.
Após a cirurgia, os cuidados com um cliente podem ser tornar complexos, como resultado 
das alterações fisiológicas que ocorrem. Os clientes que são submetidos à anestesia geral 
estão mais propensos a enfrentar complicações do que aqueles que recebem anestesia local 
ou sedação consciente. O cliente que recebeu anestesia geral é geralmente reconduzido a sala 
de recuperação a fim de ser estabilizado e liberado pela sua enfermaria, enquanto que o cliente 
que recebeu anestesia local vai diretamente para sua unidade de enfermagem de origem.
O curso pós-operatório de um cliente envolve duas fases: o período de recuperação 
inicial e a convalescença pós-operatória. No cliente cirúrgico ambulatorial, a recuperação 
normalmente demora de 1 a 2 horas e a convalescença ocorre em casa. No cliente 
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hospitalizado, a recuperação ocorre em algumas horas, e a convalescença em um ou mais 
dias, dependendo da extensão da cirurgia e da resposta do cliente.
Os cuidados agudos no período pós-operatório referem-se à regulação da temperatura 
do paciente, verificação e manutenção da função neurológica, manutenção do equilíbrio 
hidroeletrolítico, promover a eliminação intestinal normal e nutrição adequada, promover 
a eliminação urinária, promover a cicatrização da ferida e a atenção ao autoconceito do 
cliente, relacionados aos efeitos da cirurgia.
No período pós-operatório, a enfermeira, o cliente e a família trabalham juntos na preparação 
do cliente para a alta. A educação relativa aos cuidados da ferida, nível de atividade, 
dieta, medicamentos e condutas específicas para o tipo de cirurgia constitui um processo 
continuado ao longo da hospitalização.
LEITURAOBRIGATÓRIA
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
SITES:
Acesse a aula: CARVALHO, Edinelma. A Assistência Sistematizada de Enfermagem no 
Perioperatório. 
Disponível em: <http://materialenfermagem.blogspot.com.br/2009/03/assistencia-de-en-
fermagem-no.html>. Acesso em: 13 jul. 2012.
VÍDEOS
Acesse ao vídeo: Úlcera de Pressão. 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Evr57AID0Dk>. Acesso em: 13 jul. 2012.
16
ÍNICIO
Instruções: 
Agora você irá exercitar seu aprendizado por meio da resolução das 
questões deste caderno de atividades. Lembre-se que para responder 
as questões,você precisará assistir às aulas, ler o Livro-Texto, 
refletir, pesquisar, elaborar e discutir os temas relativos à disciplina 
Processos de Cuidar I.
Leia cuidadosamente os enunciados e atente para o que está sendo 
pedido e para o modo de resolução de cada questão.
Ponto de Partida:
O movimento é um dos aspectos visíveis 
da vida humana que contribuem para a au-
tovalorização e o bem-estar. Os indivíduos 
precisam do equilíbrio para se manter em 
uma posição estática e para sua movimen-
tação. De que forma você entende que o 
equilíbrio corporal pode ser alterado?
Agora é com você! Responda às questões 
a seguir para conferir o que aprendeu!
Questão 1:
O paciente que está sob maior risco de de-
senvolver efeitos adversos da imobilidade é:
a) Criança de 3 anos com fratura de fêmur.
b) Homem de 78 anos em tração para 
fratura de quadril.
c) Mulher de 47 anos após tireoidectomia.
d) Mulher de 38 anos submetida à 
histerectomia. 
e) Todas as respostas estão corretas.
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETARESPOSTA DISSERTATIVA
Assista aos vídeos: Programa Nacional de Telessaúde do Rio Grande do Sul. 
Disponível em: <http://www.ufrgs.br/telessauders/news/videos-de-procedimentos-em-aps>. 
Acesso em: 13 jul. 2012.
LINKSIMPORTANTES
AGORAÉASUAVEZ
17
Questão 2:
A regulação da movimentação e postura se 
dá pela(o):
a) Córtex cerebral.
b) Junção neuromuscular.
c) Tônus muscular.
d) Impulsos elétricos.
e) Neurotransmissores.
Questão 3:
O esqueleto fornece fixações para os mús-
culos e ligamentos, e proporciona a força 
de alavanca necessária para a movimenta-
ção. Cite os tipos de ossos que o compõe 
com suas respectivas funções.
Questão 4:
Quais os principais efeitos da imobilidade?
Questão 5:
Correlacione os estágios das úlceras de 
pressão, de acordo com o NPUAP:
(a)Estágio I.
(b)Estágio II.
(c)Estágio III.
(d)Estágio IV.
( ) Perda da espessura total do tecido. A 
gordura subcutânea pode estar visível, sem 
exposição de ossos, tendões ou músculos.
( ) Perda de espessura total do tecido, com 
exposição de ossos, tendões e/ou múscu-
los.
( ) Perda parcial da espessura da pele en-
volvendo a epiderme, a derme ou ambas.
( ) Pele intacta com vermelhidão não bran-
queável de uma área localizada.
Questão 6:
 
O que é uma úlcera de pressão e de que 
forma ela pode se desenvolver?
Questão 7:
Cite as complicações relacionadas ao pro-
cesso de cicatrização das feridas.
Questão 8:
Marque V ou F sobre a prática baseada em 
evidências:
( ) No cliente cirúrgico ambulatorial, a re-
cuperação normalmente demora de 1 a 2 
dias.
( ) No cliente cirúrgico hospitalizado, a 
convalescença ocorre em algumas horas.
( ) No cliente cirúrgico ambulatorial a con-
valescença é em casa.
( ) Os clientes que são submetidos à se-
dação consciente estão mais propensos a 
enfrentar complicações.
AGORAÉASUAVEZ
RESPOSTA DISSERTATIVA
RESPOSTA DISSERTATIVA
RESPOSTA DISSERTATIVA
RESPOSTA DISSERTATIVA
RESPOSTA DISSERTATIVA
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA
RESPOSTA DISSERTATIVA
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ÍNICIO
Nesse tema, você aprendeu que o movimento é um dos aspectos visíveis da vida humana 
que contribuem para a autovalorização e o bem-estar, e que muitas funções do corpo são 
dependentes da mobilidade. Entendeu que o sistema musculoesquelético é o responsável 
pelos movimentos e que ele é regulado pelo sistema nervoso, que a imobilidade pode acarretar 
uma série de transtornos funcionais, e por essa razão o paciente imobilizado merece cuidados 
específicos. Você estudou a importância da pele e da manutenção de sua integridade para 
proteger o paciente de infecções. Pôde observar que, uma interrupção na oferta de sangue para 
os tecidos pode provocar úlceras de pressão, e desta forma, o surgimento de feridas na pele do 
paciente, geralmente imobilizado, além de reconhecer o estagiamento dessas feridas. Estudou 
o papel do enfermeiro durante os procedimentos cirúrgicos e conheceu os cuidados agudos a 
serem desenvolvidos com os pacientes nos períodos pré, intra e pós-operatório. Você também 
entendeu que as orientações para a continuidade dos cuidados pós-cirúrgicos devem ser objeto 
da educação em saúde para o paciente e seus familiares durante o período de hospitalização. 
( ) O curso pós-operatório de um cliente en-
volve duas fases: o período de recuperação 
inicial e a convalescença pós-operatória. 
Questão 9:
Um foco principal dos cuidados intraopera-
tórios é:
a) Estabilizar o equilíbrio hidroeletrolítico do 
cliente.
b) Controlar a temperatura do cliente.
c) Avaliação da condição física e emocional 
do cliente.
d) Avaliação dos riscos cirúrgicos.
e) Prevenção das lesões e posicionamento 
do cliente.
Questão 10:
Cite os cuidados agudos de enfermagem 
para o período perioperatório.
FINALIZANDO
AGORAÉASUAVEZ
RESPOSTA DISSERTATIVA
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA
19
ACKLEY, B; LADWIG, G. Nursing diagnosis handbook: a guide to planning care. Ed 7. Saint 
Louis: Mosby, 2006.
ASA – American Society of Anesthesiologists. Disponível em:<http://www.asahq.org/clinical/
physicalstatus.htm>. Acesso em: 13 jul. 2012.
BAHARESTANI, MM. The lived experience of wives caring for their freil, homebound, elderly 
husbands with pressure ulcers. Adv Wound Care 7 (3):40, 1994.
CARVALHO, E. A Assistência Sistematizada de Enfermagem no Perioperatório. Pdf. 
Disponível em: <http://materialenfermagem.blogspot.com.br/2009/03/assistencia-de-
enfermagem-no.html>. Acesso em: 13 jul. 2012. 
COPSTEAD-KIRKHORN, LC; BANASIK, J. Pathophysiology. Ed 3. Saunders, 2005.
McCANCE, KL; HUETHER, SE. Pathophysiology: the biologic bases for disease in adults 
and children. Ed 5. St . Louis: Mosby, 2005.
NELSON, A et al. Myths and facts about back injuries in nursing. Am J Nurs 103 (2):32, 2003ª.
POTTER. PA; PERRY, AG. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009: 1480p.
PROGRAMA NACIONAL DE TELESSAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL. Vídeos de 
Procedimentos em APS. Vídeo aulas. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/telessauders/
news/videos-de-procedimentos-em-aps>. Acesso em: 13 jul. 2012.
WYSOCKI, AB. Anatomy and Physiology of skin and soft tissue. In: BRYANT, RA; NIX, DP. 
Acute and chronic wounds: current management concept. Ed 3. St. Louis: Mosby, 2007.
ÚLCERA DE PRESSÃO. Vídeoaula. Disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=Evr57AID0Dk>. Acesso em: 13 jul. 2012.
REFERÊNCIAS
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ÍNICIOGLOSSÁRIO
Alinhamento corporal - posicionamento das articulações, tendões, ligamentos e músculos, 
enquanto o paciente está de pé, sentado ou deitado (POTTER. PA; PERRY, 2009).
Enfermagem perioperatória - cuidados administrados antes (pré-operatórios), durante 
(intraoperatório) e após as cirurgias (pós-operatório). (POTTER. PA; PERRY, 2009).
Mobilidade - refere-se à capacidade de uma pessoa movimentar-se livremente (POTTER. 
PA; PERRY, 2009).
Tônus muscular - é a condição normal de tensão dos músculos equilibrados (POTTER. 
PA; PERRY, 2009).
Úlcera de pressão - termo usado para descrever a integridade prejudicada da pele 
relacionada a uma pressão prolongada e não aliviada (POTTER. PA; PERRY, 2009).
Tema 10
Clientes com Necessidades Especiais
Ponto de Partida
Resposta: As doenças, as lesões, a dor, o desenvolvimento físico e as alterações da vida 
comprometem a capacidade de se permanecer em equilíbrio. As medicações que causam 
tontura e imobilidade prolongada também afetam o equilíbrio. E o peso, que é uma força 
exercida sobre um corpo pela gravidade sempre dirigida para baixo, também pode provocar 
o desequilíbrio.
GABARITO
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GABARITO
Questão 1
Resposta: Alternativa B.
Questão 2
Resposta: Alternativa A.
Questão 3
Resposta: Ossos longos contribuem para a altura e o comprimento.
Ossos curtos ocorrem em conjuntos e, quandocombinados com os ligamentos e cartilagens, 
permitem a movimentação das extremidades. 
Ossos planos promovem um contorno estrutural. 
Ossos irregulares compõem a coluna vertebral e alguns ossos do crânio.
Questão 4
Resposta: Efeitos sistêmicos da imobilidade estão relacionados à: alterações metabólicas, 
alterações respiratórias, alterações cardiovasculares, alterações musculoesqueléticas e 
alterações tegumentares.
Efeitos psicossociais, consideradas como respostas emocionais e comportamentais, 
alterações sensitivas e mudanças na capacidade de enfrentamento. A depressão é um 
transtorno afetivo caracterizado pelo sentimento exagerado de tristeza, melancolia, 
desalento, sensação de vazio e desespero, e é comumente relatada em pacientes sob 
imobilização.
Alterações de desenvolvimento, associadas com imobilidade em crianças muito pequenas 
ou em idosos. Entretanto, existem exceções.
Questão 5
Resposta: c, d, b, a.
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ÍNICIO
Questão 6
Resposta: Úlcera de pressão é o termo usado para descrever a integridade prejudicada da 
pele relacionada a uma pressão prolongada e não aliviada, em decorrência da mobilidade 
diminuída, incontinência fecal ou urinária, e/ou má nutrição. Qualquer fator que interfira no 
fluxo de sangue, interferindo no metabolismo celular, na função ou vida das células, pode 
provocar uma isquemia tecidual e consequente morte do tecido.
Questão 7
Resposta: As complicações que podem ser relacionadas durante o processo de cicatrização 
das feridas são: hemorragia, infecção, deiscência, evisceração, fístulas.
Questão 8
Resposta: F, F, V, F, V.
Questão 9
Resposta: Alternativa E.
Questão 10
Resposta: As atividades de cuidado agudo na fase pré-operatória se concentram em 
intervenções para preparar fisicamente o cliente para a cirurgia.
Os cuidados agudos intraoperatórios são: prevenção das lesões e das complicações 
relacionadas com a anestesia, a cirurgia, o posicionamento do paciente, o uso dos 
equipamentos e a documentação do cuidado intraoperatório. 
Os cuidados agudos no período pós-operatório referem-se à regulação da temperatura 
do paciente, verificação e manutenção da função neurológica, manutenção do equilíbrio 
hidroeletrolítico, promover a eliminação intestinal normal e nutrição adequada, promover 
a eliminação urinária, promover a cicatrização da ferida e a atenção ao autoconceito do 
cliente, relacionados aos efeitos da cirurgia.
GABARITO
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