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Seminário breve - Aristóteles

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
campus Poços de Caldas
 
 Aristóteles
Filosofia
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ARISTÓTELES E O SISTEMA ARISTOTÉLICO
“O homem solitário é uma besta ou um deus.”
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Aristóteles nasceu em 384 a.C. em Estágira na Macedônia, filho de um médico, Nicômaco, da corte do rei Amintas II. 
Trasferiu-se, aos 18 anos, para Atenas a fim de estudar, tornou-se membro da Academia de Platão e seu discípulo mais brilhante. Após a morte de Platão (c.348-7 a.C.) seguiu seu próprio caminho.
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Foi durante algum tempo (c.343-340 a.C) preceptor de Alexandre, filho do rei Filipe da Macedônia.
De volta a Atenas em 355 a.C. fundou a sua escola, o Liceu. Gostava de dar aulas em caminhadas com os seus discípulos, por isso o nome “escola peripatética”.
Após a morte de Alexandre (323 a.C.), Aristóteles deixou Atenas, vindo a falecer em Cálcis, em 322 a.C. 
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A crítica a Platão
“A amizade é uma alma com dois corpos.”
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O ponto central da crítica de Aristóteles a Platão consiste na rejeição do dualismo, representado pela teoria das ideias. A questão que Aristóteles levanta inicialmente diz respeito às dificuldades de se explicar a relação entre o mundo inteligível, ou das ideias, e o mundo sensível, ou material. 
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A metafísica de Aristóteles como concepção de realidade
“A dúvida é o principio da sabedoria.”
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Concepção de realidade – substância individual.
Indivíduos compostos de matéria e forma. A matéria é o princípio da individuação e a forma a maneira como, em cada indivíduo, a matéria se organiza.
Abstração – separa matéria de forma no processo de conhecimento de realidade.
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O problema do ser e a teoria da causalidade. Ambos visão resolver o impasse, até certo ponto, entre o monismo de Parmênides e as teorias pré-socráticas do fluxo e do movimento.
O verbo “ser” nem sempre expressa identidade, podendo ter um uso atributivo ou predicativo.
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Metafísica:
 Essência e acidente
 Necessidade e contingência
 Ato e potência
Quatro sentidos ou dimensões da causalidade:
 Causa formal
 Causa material
 Causa eficiente
 Causa final
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Exemplo:
	A causa formal é o modelo que serve para dar forma à estátua. A causa material é a matéria que é feita a estátua. A causa eficiente é o que faz com que aquela matéria adquira uma determinada forma. A causa final caracteriza o objetivo ou propósito da estátua.
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O sistema aristotélico
“A inteligência é a insolência educada.”
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Filosofia Sistemática
O corpus aristotelicum
Importância capital
Analítica e Sistemática
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Divisão do conhecimento segundo Aristóteles (Metafísica, 1925b25):
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1ª Parte: “Saber teórico”
Ciência como conhecimento da realidade, divide-se em:
Ciência geral denominada de Metafísica;
“A ciência do ser, enquanto ser”;
Tratado aristotélico conhecido como De ideis;
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Metafísica em quatro sentidos:
Arqueologia ou etiologia
Ontologia
Substância
Teologia	
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Ciência natural;
Física e Astronomia;
Ciências da vida ou “biológicas”;
Psicologia: o estudo do ser;
O ser em geral:
Passa-se à consideração da primeira determinação do ser; o ser em movimento; o ser em movimento e vivo; o ser em movimento, vivo, sensível e inteligente.
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2ª Parte: “Saber prático”
Inclui a ética e a política.
Seu objetivo é da ação correta e eficaz.
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Ética
Temos a Ética a Nicômaco, a Ética a Eudemo e o tratado conhecido como Magna Moralia. 
A ética aristotélica é o estudo da virtude.
Uma das principais contribuições da ética aristotélica é sua famosa tese.
	“O homem virtuoso deve assim conhecer o ponto médio, a justa medida das coisas, e agir de forma equilibrada de acordo com a prudencia e moderação...”
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Política
É estudada em seu tratado de Política.
	“O homem é um animal político.”
Se articula com a ética.
“ O homem virtuoso deve exercer sua virtude...”
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3ª Parte: “Saber Produtivo”
Abrange os estudos da estética (as artes produtivas ou criativas).
Na poética Aristóteles faz uma análise da tragédia grega de sua época e da tradição da poesia épica.
Na Retórica, Aristóteles sistematiza os elementos centrais do discurso retórico.
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A lógica não faz parte da divisão inicial do sistema do saber proposta por Aristóteles.
É significativo, que os tratados aristotélicos de lógica tenham recebido o título genérico de Órganon (instrumento).
Na ordenação que chegou até nós esses tratados são: Categorias, Da interpretação, Primeiros analíticos, Tópicos, Refutações sofísticas.
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Visão de Aristóteles do processo de conhecimento: 
“A primeira qualidade do estilo é a clareza.”
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 (aisthesis) (mnemósine) (empeiria) (téchne) (episteme) 
SENSAÇÃO MEMÓRIA EXPERIÊNCIA ARTE (técnica) TEORIA
A visão de Aristóteles do processo de conhecimento é mais linear do que a de Platão;
Trata-se de um processo cumulativo em que passo a passo progredimos da etapa anterior a seguinte com base no conhecimento já obtido, cada estágio de certa forma pressupondo o anterior;
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O primeiro processo inicia-se com os sentidos ou sensação.
Aristóteles ao contrario de Platão, valoriza os sentidos e sua contribuição para o desenvolvimento do conhecimento, enquanto Platão considerava os sentidos poucos confiáveis, proporcionando apenas uma “visão de sombras”.
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Os sentidos, entretanto, são insuficientes, já que seu modo de contato com o real é instantâneo e direto.
Precisamos da memória como capacidade de retenção dos dados sensoriais para que o processo de conhecimento vá adiante.
Não haveria conhecimento se tivéssemos apenas os sentidos.
É portanto graças a memória que podemos reter esses dados.
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A partir de dados que recebemos dos sentidos e retemos pela memória, constitui-se a experiência.
A experiência é tipicamente humana e caracteriza-se pela capacidade de estabelecer relações entre os dados sensoriais retidos pela memória; com base na identificação da repetição e da regularidade desses dados.
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A etapa seguinte é a téchne, podemos traduzir por arte ou técnica.
Consiste não apenas de um conhecimento prático, mas já de um conhecimento das regras que permitem produzir determinados resultados.
É só no nível da técnica que temos a possibilidade de ensinar.
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A última etapa do processo de conhecimento, e a mais elevada é a ciência ou saber teórico.
Trata-se do conhecimento do real em seu sentido mais abstrato e genérico, o conhecimento de conceitos e princípios.
É um saber gratuito, ou seja uma finalidade em si mesma, que satisfaz uma curiosidade natural no homem, o desejo de conhecer.
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A técnica, enquanto saber aplicado, visa a um fim específico, pretende obter resultados,resolver um problema.
Ex., o médico que visa a cura do paciente, esse objetivo ou fim pretendido condiciona o tipo de saber, limitando-o, direcionando-o.
O saber teórico deve ser inteiramente livre e gratuito e, para isso, não deve ter fins específicos. 
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Frases
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.”
“O que é um amigo? Uma única alma habitando dois corpos.”
“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.”
“Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura.”
“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.”
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Discussão Filosófica
Por que Aristóteles considera necessário introduzir distinções acerca da causalidade, do ser etc.?
No que consiste o real?
Você acredita que todos os seres do universo possam ter uma finalidade intrínseca? Você acredita que sua vida pode ter um propósito que não depende de sua vontade?
De que maneira a metafísica problematiza o mundo? O que ela pretende conhecer?
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Referência
MARCONDES,
Danilo. Livro: Iniciação à história da filosofia. Capítulo V: Aristóteles e o Sistema aristotélico. Rio de Janeiro. 10ª Edição, 2006, p. 69-82.

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