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INFECÇÕES ODONTOGENICAS Possuem dois fatores etiológicos: o periapical quando se trata de infecção proveniente de cárie, necrose pulpar, infecção periapical. Periodontal quando se trata de uma gengivite ou bolsa periodontal. Como uma cárie pode chegar a uma infecção ou até mesmo uma endocardite bacteriana? As evoluções se dão pelas vias de propagação que se dividem em continuidade, sanguínea e bainhas nervosas. Por continuidade a microbiota se dissemina a partir da CARIE > POLPA > ESPAÇOS. Por via sanguínea a disseminação pode ser venosa: causando uma trombose do seio cavernoso, ou arterial: por uma bacteremia que pode ser disseminada ao coração, causando uma endocardite bacteriana. As infecções odontogênicas foram diminuídas seguindo os princípios de primeiro estabelecer a segurança das vias respiratórias, seguida de drenagem cirúrgica precoce e agressiva de todos os espaços anatômicos afetados por celulite ou abscesso. 1. Determinar a gravidade da infecção. Três importantes fatores devem ser considerados na determinação da gravidade de uma infecção de cabeça e pescoço: a localização anatômica, o nível de progressão e o comprometimento das vias respiratórias. LOCALIZAÇÃO Os espaços anatômicos da cabeça e pescoço podem ser classificados pela gravidade do nível em que eles ameaçam as vias respiratórias ou as estruturas vitais. Os espaços primários da maxila podem ser graduados como tendo baixa gravidade, porque as infecções ali não ameaçam as vias respiratórias ou estruturas vitais. As infecções de espaços anatômicos que podem atrapalhar o acesso às vias respiratórias, por inchaço, ou ao trismo podem ser classificadas como de gravidade moderada, tais espaços são os espaços secundários e os espaços perimandibulares. Já infecções que têm alta gravidade são aquelas cujo inchaço pode diretamente obstruir ou desviar as vias respiratórias ou ameaçar estruturas vitais, que são os espaços cervicais. Espaços primários são os compreendidos na maxila e mandíbula, onde: Maxila: Canino, bucal, infratemporal. Mandibula: Bucal e perimandibulares (submentual, submandibular, sublingual). Espaços secundários são compreendidos entre os músculos da mastigação: Temporal superficial, temporal profundo, massetérico, ptérigomandibular. Espaços cervicais são compreendidos entre as fáscias cervicais, denominados: Espaço faríngeo lateral (entre o M. petigóideo medial e faringe), espaço retrofaringeo (entre a fáscia bucofaríngea e a fáscia alar), espaço pré-vertebral (entre a fascia alar e fáscia pré- vertebral) ESTÁGIOS EVOLUTIVOS Na fase do inchaço ocorre durante os 3 primeiros dias, o inchaço é mole, ligeiramente macio e de consistência pastosa. A fase da celulite (fase de maior gravidade) ocorre entre o segundo e o quinto dia, o inchaço se torna duro, vermelho e bem macio. Seus limites são difusos. A fase do abcesso ocorre entre o quinto e o sétimo dia, o centro da celulite começa a amolecer e o abscesso subjacente debilita a pele ou a mucosa, deixando-a compressível e brilhante. A cor amarela do pus subjacente pode ser vista pela fina camada epitelial. Neste estágio, o termo “flutuação” é usado apropriadamente. O ponto de flutuação implica a palpação do ponto amolecido da lesão com uma mão, enquanto o abscesso é comprimido com a outra. O estágio final da infecção odontogênica é a resolução, que geralmente ocorre após a drenagem espontânea ou cirúrgica de uma cavidade abscedada. O diagnóstico da angina de ludwing se dá quando acomete os espaços perimandibulares (submentual, submandibular, sublingual) BILATERALMENTE, deixando o paciente em risco de vida por comprometer espaços próximos a vias aéreas. 2. Avaliar as defesas do hospedeiro. COMPROMETIMENTO IMUNE As condições de saúde que podem interferir na função adequada do sistema imune, que é, com certeza, essencial para a manutenção da defesa do hospedeiro contra a infecção. O diabetes é listado em primeiro lugar porque é a doença mais comum no comprometimento da imunidade. Oralmente, os diabéticos têm aumento da suscetibilidade para as infecções periodontais. Esta doença parece também diminuir a resistência do hospedeiro contra as infecções odontogênicas mais graves, como a fasciite necrosante e as infecções nos espaços fasciais profundos. Avalia-se a Diabetes, terapia com esteroides, transplante de órgãos, malignidades, quimioterapia, doença renal crônica, desnutrição, alcoolismo, AIDS. 3. Tratar cirurgicamente. A indicação primordial para admissão hospitalar é, com certeza, estabelecer as vias respiratórias. O envolvimento dos espaços anatômicos de gravidade moderada ou alta geralmente necessita de um procedimento de tratamento das vias respiratórias definitivo. Uma infecção que rapidamente progrida pelos planos fasciais anatômicos, como a fasciite necrosante, indica a pronta estabilização das vias respiratórias, mesmo se por antecipação, bem como a possível necessidade de estender a dissecção anatômica para regiões que não tenham sido previstas no pré-operatório. Não é preciso a identificação de um abscesso antes da intervenção cirúrgica. Na literatura aborda-se o conceito de que incisão e drenagem imediata interrompem a disseminação da infecção para os espaços anatômicos mais profundos e mais críticos, mesmo quando no estágio de celulite. 4. Escolher e prescrever terapia antibiótica. Em pacientes ambulatoriais (não hospitalizados) os antibióticos de escolha são: amoxicilina, clidamicina e azitromicina. Em pacientes hospitalizados os antibióticos de escolha são: ampicilina + sulbactam, clindamicina e ampicilina + Metronidazol.
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