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INTRODUÇÃO À GASTRONOMIA APLICADA À NUT CLÍNICA 2018.2 Profa. Msc. Leise Moreira CONCEITOS • Nutrição – Ciência que estuda os alimentos, seus nutrientes, bem como sua ação, interação e balanço em relação a saúde e doença, além dos processos pelos quais o organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes (Cuppari, 2003). • Nutrição clínica – Atividades de alimentação e nutrição realizadas nos hospitais e clínicas, nas instituições de longa permanência para idosos, nos ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia nutricional, nos Spa e quando em atendimento domiciliar (Resolução CFN n0. 380/05). OBJETIVOS DA NUTRIÇÃO CLÍNICA • Importância da alimentação hospitalar na recuperação dos pacientes – Biodisponibilidade de nutrientes; – Interação fármaco-nutriente; – Adequação de dietas às recomendações e aos requerimentos nutricionais; – Melhora do estado nutricional de pacientes internados ou institucionalizados DEFINIÇÃO DE GASTRONOMIA • Vem do grego gaster (ventre, estômago) e nomo (lei), traduzindo-se literalmente como “as leis do estômago” (Freixas e Chaves, 2008). • Culinária desenvolvida dentro dos princípios científicos ou técnicas alicerçadas em anos de descobertas e experiências que visam equilibrar sabores e ingredientes, com finalidades não só de cunho estético, mas harmonização dos diversos elementos que compõem as necessidades nutricionais do individuo (Leite, 2004). DEFINIÇÃO DE GASTRONOMIA Arte de cozinhar e preparar as iguarias de modo a tirar-se delas o máximo prazer. OU Arte de escolher e saborear os melhores pratos (Michaelis, 2009). Também está ligada às técnicas de cocção e ao preparo dos alimentos, ao serviço, às maneiras à mesa e ao ritual da refeição A cozinha e a culinária estão inseridas na gastronomia. A gastronomia associa-se também ao resgate cultural e das antigas tradições, devido ao seu significado simbólico (Schluter, 2003). HOTELARIA HOSPITALAR Pacientes são vistos como hóspedes enfermos e por isso requerem atenção especial, conciliando a saúde e o ato de hospedar bem, tornando o ambiente mais acolhedor para a família e o paciente, humanizando o ambiente e o seu atendimento (Guimarães, 2007). HOTELARIA HOSPITALAR No Brasil vem se desenvolvendo e os hospitais passaram a ter além das funções preventivas, curativas e de atendimento à saúde da comunidade, a função de acolher, propiciar conforto e bem estar ao cliente, além de agregar serviços e ambientes que se comparam a estrutura de um HOTEL. Ele se organiza por meio da interface dos diferentes serviços de apoio, com o objetivo de garantir qualidade, eficiência, eficácia e resolutividade do atendimento ao cliente (Guimarães, 2007). GASTRONOMIA HOSPITALAR Arte de conciliar a prescrição dietética e as restrições alimentares de clientes à elaboração de refeições saudáveis e nutritivas, atrativas e saborosas, afim de promover a aceitação da dieta e a manutenção e/ou recuperação do estado nutricional, considerando as condições socioeconômicas (Philippi e Aquino, 2015). Aplicação de conceitos gastronômicos, diante das dietas hospitalares, para melhorar as características sensoriais das preparações em todos os seus aspectos, promovendo nutrição e saúde, humanização e respeito ao paciente (Roberto et. al., 2013). OBJETIVOS DA GASTRONOMIA Cortes e técnicas diferenciadas para valorização dos alimentos; Harmonização e sofisticação de pratos e cardápios; Gastronomia nacional – valorização dos alimentos regionais; Gastronomia internacional – novas culturas, inserção de novos alimentos; Ênfase nos aspectos sensoriais (cor, aroma, sabor, textura, apresentação); Satisfação dos clientes. Valorizar aspectos sensoriais, harmonização de pratos, sofisticação de cardápios GASTRONOMIA X ACEITAÇÃO Desponta como grande ferramenta terapêutica a favor da ALIMENTAÇÃO ORAL, + fisiológica, + barata e associada a < riscos de intercorrências quando comparada a nut. enteral e parenteral (Roberto et. al., 2013). A aceitação alimentar (Roberto et. al., 2013): É inversamente proporcional à Permanência em internação e à percepção da gravidade da doença; E é diretamente proporcional à Temperatura adequada, à possibilidade de escolha do cardápio e à empatia da equipe que serve as refeições. OBJETIVOS DA GASTRONOMIA NUT CLÍNICA Melhora da adesão dos pacientes/ clientes às prescrições dietéticas Cardápio variado e flexível para pacientes hospitalizados; Atender às necessidades nutricionais e calóricas dos pacientes/clientes, respeitando seus hábitos e suas restrições alimentares; Tornar a Dietoterapia mais agradável ao olhar, ao paladar e ao olfato; Conhecimento de técnicas culinárias e dietéticas para possibilitar a substituição correta de ingredientes e a criação de receitas atraentes aos pacientes. OBJETIVOS DA GASTRONOMIA NUT CLÍNICA Qualidade das dietas na gastronomia clínica Qualidade nutricional Fornecimento de nutrientes necessários para manutenção, promoção e recuperação da saúde; Qualidade higiênica Controle higiênico-sanitário na elaboração das preparações; Qualidade psicossensoriais Criar sensações de bem-estar, prazer, saciedade ou estímulo ao consumo das preparações; Qualidades simbólicas Respeito aos hábitos alimentares, culturais, sociais e econômicos. CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA No mundo globalizado, tendências e ideias se espalham rapidamente, e novas técnicas de preparo, ingredientes e preparações culinárias influenciam os hábitos à mesa (Freitas e Chaves, 2012). A gastronomia ganhou o mundo e é preciso voltar na história para conhecer as principais tendências culinárias e entender como receitas e/ou técnicas de preparo cruzaram as fronteiras (Philippi e Aquino, 2015). CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA Realce do sabor; Manutenção das técnicas culinárias da cozinha do “povo”; Contraste de temperaturas; Valoriza o visual e texturas; Privilegiar ingredientes das regiões – frescor e menores perdas nutricionais; Globalização. CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA GASTRONOMIA INTERNACIONAL Cozinha internacional (Referência – 1980); Fast-food; Novelle Cuisine (Nova cozinha minimalista – reação ao fast); Cozinha do terroir (Cozinha do território ou regional – reação a Novelle); Cozinha Fusion (Ocidente + Oriente – Final sec. XX); Cozinha de vanguarda (Atual, científica ou conceitual – MOLECULAR); Cozinha mediterrânea Slow Food Cozinha vegetariana Raw food Cozinha pura (Orgânica ou sustentável) Comfort food CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA SLOW FOOD CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA RAW FOOD CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA COZINHA PURA/ SUSTENTÁVEL/ ORGÂNICA CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA DESVANTAGENS: Menor durabilidade, alto custo e FRAUDES COZINHA PURA/ SUSTENTÁVEL/ ORGÂNICA CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA “São comidas cujo consumo evoca um estado de conforto psicológico e de prazer para a pessoa.” COMFORT FOOD CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA O comfort food foi aplicado para atender solicitaçõesespeciais, contribuindo para o tratamento e conforto do paciente durante o período de internação, tornando-se uma importante aliada no processo de recuperação. COMFORT FOOD CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA GASTRONOMIA NACIONAL Mudanças significativas nos últimos 15 anos Passou a ser uma exigência e diferencial no mercado. Melhor conscientização do paciente. Muitas lutas e conquistas foram empreendidas Falta de entendimento dos gestores dos serviços. Implantada em hospitais públicos e privados Diferenças nos custos. CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA GASTRONOMIA NACIONAL Paciente recebe uma cartela com as opções e ele mesmo monta sua refeição dentro da dieta indicada. A copeira garçonete que dá o tratamento de restaurante. COMFORT FOOD Comida caseira. Concursos para gastronomia hospitalar. CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA Objetivo Preservar as características nutricionais, sensoriais e funcionais dos alimentos, através das técnicas adequadas respeitando a individualidade bioquímica de cada um, com foco na melhoria da vida e na longevidade, criando pratos nutritivos e saborosos. FINALIDADE: Criar pratos pensando no resultado que os alimentos terão no organismo da pessoa. Chesse Cake feito com biscoito sem glúten, ghee, iogurte sem lactose, limão siciliano, farinha de arroz, geleia de frutas vermelhas sem açúcar e adoçante culinário natural. GASTRONOMIA FUNCIONAL CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA Ingredientes: 1 xícara e 1/2 de batata doce cozida e amassada 2 colheres de sopa cheias de goma de tapioca 5 colheres de sopa de frango cozido e desfiado 2 colheres de sopa de farinha de arroz 1 colher de sopa de farinha de amêndoas sal e pimenta a gosto Cobertura: Farinha de linhaça dourada, coco seco ralado, páprica (opcional) e mostarda em pó (opcional) CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA Apresenta grande diversidade por ser um país tropical e com número significativo de imigrantes. Conhecida por algumas preparações como a feijoada, o acarajé, o barreado, o churrasco, a tapioca e outros. A culinária brasileira vem surpreendendo: Redescobertas de pratos, ingredientes e técnicas sendo retomadas nas preparações; Utilização de amêndoas, castanhas, frutas, hortaliças e outros. Resgate de costumes e tradições que estavam esquecidos, nos dias atuais. CULINÁRIA BRASILEIRA CENÁRIOS/TENDÊNCIAS DA GASTRONOMIA Nutrição é ciência e gastronomia é arte A composição química do alimento não é suficiente para produzir no homem vontade de se alimentar. É necessário tornar os alimentos atraentes. Cor, aroma, temperatura, consistência, estado físico são fatores que isolada ou conjuntamente exaltam características sensoriais e gastronômicas e influenciam os sentidos (Araújo, 2000). Leia o artigo: MAURÍCIO, A. A.; DA SILVA, S. M. Gastronomia hospitalar: um novo recurso para melhorar a aceitação de dietas. In: ConScientiae Saúde, 12(1):17-27, 2013. Disponível em: <http://www.redalyc.org>, acessado em 22/11/2016. Leia também: NAKASATO, M.; CASSEB, M. O.; COSTA, H. M.; CARDOSO, E. A Gastronomia Hospitalar como instrumento de humanização. Congresso Internacional de Humanidades & Humanização em Saúde. Blucher Medical Proceedings, 2014. Disponível em: <http://www.proceedings.blucher.com.br>, acessado em 22/11/2016. SAIBA MAIS!! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Resolução CFN N°380/2005. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências. ARAÚJO, V. Alimentos, Nutrição, Gastronomia & Qualidade de Vida. Revista Nutrição em Pauta. Edição jul/ ago, 2000. SCHLUTER, R. G. Gastronomia e turismo. 2ª. Edição. São Paulo: Aleph, 2003. FREIXA, D. & CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008, 304 p. ORNELAS, L. H. Técnica dietética: Seleção e preparo de alimentos. 8ª. Edição (ampl. e rev.). São Paulo: Atheneu, 2006. GUIMARÃES, N. do V. R. R. Hotelaria hospitalar: Uma visão interdisciplinar. São Paulo: Atheneu, 2007. 148p. PAIOTTI, J. Arte e técnica na cozinha: glossário multilíngue, métodos e receitas. São Paulo: Livraria Varela, 2004. ARAÚJO, W. M. C. e TENSER, C. M. R. Gastronomia: cortes e recortes – Brasília: editora Senac – DF, 2006. 264 p. PHILIPPI, S. T.; AQUINO, R. de C. de. Dietética: Princípios para o planejamento de uma alimentação saudável. Baueri, SP: Editora: Manole, 2015.
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