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CADERNO ENSINO 6º 2018 I DEF TRAB

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
ANO 2018 – SEMESTRE I
PROCESSO DO TRABALHO 
 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
JÁ CONTIDAS AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS 
PELA LEI N. 13.467/2017 (REFORMA TRABALHISTA)
PETIÇÃO INICIAL – Art. 840 da CLT
- Art. 840, § 1º, da CLT, c/c os arts. 319 e 320 do CPC – ESCRITA 
- Art. 840, § 2º, da CLT – VERBAL – Atermação – JUS POSTULANDI 
- O Rte. deve alegar toda a matéria e juntar todos os documentos de que dispõe
(princípios da eventualidade e da estabilidade da lide).
- É necessário fazer PEDIDO LÍQUIDO, tanto no rito sumaríssimo quanto no ordinário.
- Art. 840, § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido,
que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura
do reclamante ou de seu representante.
- Art. 840, § 3º, da CLT -Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo
serão julgados extintos sem resolução do mérito
CITAÇÃO/NOTIFICAÇÃO DO RÉU – Art. 841 da CLT
- 48 horas após o recebimento e protocolo da ação trabalhista
- Ato do Diretor de Secretaria – O Juiz não está obrigado a despachar a petição inicial.
- Via postal (841, par. 1º) – também poderá ser por mandado e edital
- Para comparecer à AUDIÊNCIA (a jurisprudência dominante entende que a citação
deverá ser recebida no mínimo cinco (5) dias antes da audiência, para que haja tempo
de ser elaborada a contestação).
AUDIÊNCIA – Art. 843 e seguintes da CLT
- Presença das partes – art. 843 – deve constar na ata de audiência
- Art. 843,§ 3º - é facultado ao empregador fazer-se substituir por PREPOSTO 
- Art. 843§ 3º O preposto não precisa ser empregado da parte reclamada. (Contrário à
Súmula n. 377 doTST).
- Art. 843, par. 2º - representação do empregado
- Art. 844 – Reclamante não comparece – ARQUIVAMENTO
 Reclamado não comparece – REVELIA E CONFISSÃO 
- 1ª TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO – art. 846 da CLT
1
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
- CONTESTAÇÃO (DEFESA) – Art. 847 – 20 minutos, se oral. Geralmente é escrita. A
parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até
a audiência (Art. 847, par. único).
- Vista dos documentos da contestação ao Rte., para manifestação, geralmente no prazo
de 10 dias (princípio do contraditório)
- Fracionamento: o Juiz designa outra audiência para prosseguimento, também
chamada de audiência de instrução. IMPORTANTE: Quando o Juiz fraciona a
audiência, geralmente adverte que as partes deverão comparecer para depor, sob pena
de CONFISSÃO, e para trazer suas testemunhas sob pena de perda da prova (máximo
de três testemunhas – art. 821 da CLT).
- ARQUIVAMENTO - art. 844, § 2º - Na hipótese de ausência do reclamante, este será
condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias,
que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.
- Art. 844, § 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2º é condição para a
propositura de nova demanda.
- REVELIA – Art. 844, § 4º. A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste
artigo se: I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; II - o
litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver
acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as
alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos.
- § 5º Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos
a contestação e os documentos eventualmente apresentados. (Contrário à Súmula n.
122 do TST).
 
PROSSEGUIMENTO – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
- Se uma das partes não comparecer – comina-se a pena de confissão ficta (v. termos da
ata anterior e Enunciado n.º 74 do TST). 
- Se ambas não comparecerem – ambas serão confessas
- DEPOIMENTO PESSOAL das partes – art. 848 (confissão real)
- TESTEMUNHAS – máximo de três por parte (art. 821) – deverão comparecer
independente de intimação (art. 825). 
- Outras provas: havendo controvérsia ou o Juiz não se convencendo, poderá determinar
perícia ou inspeção judicial, por exemplo.
- Também poderão ser ouvidos os peritos e os técnicos, se houver. O art. 195 da CLT
exige prova técnica (pericial) para caracterização e classificação de insalubridade e
periculosidade.
- Encerramento da instrução
RAZÕES FINAIS – Art. 850 da CLT
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
- Orais – 10 minutos
- Por memoriais, se o Juiz deferir, no prazo estipulado
- Remissivas
2ª PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO – Art. 850 da CLT
SENTENÇA – Arts. 851 e 832 e seguintes da CLT
- Será proferida em audiência, após a 2ª proposta de conciliação ou haverá adiamento
da audiência para publicação. Se proferida em audiência, as partes já saem intimadas
(art. 852). Se o Juiz adiar a audiência e marcar data e horário, as partes serão
consideradas intimadas a partir desta data, desde publicada neste dia a sentença,
independente de comparecimento (Enunciado n.º 197 do TST). Se o Juiz adiar a
audiência sine die, somente após a intimação da sentença é que iniciará o prazo para
recurso ordinário. 
RESUMO: 
INICIAL – AUDIÊNCIA – 1ª TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO – CONTESTAÇÃO –
DEPOIMENTOS PESSOAIS – TESTEMUNHAS – RAZÕES FINAIS – 2ª TENTATIVA DE
CONCILIAÇÃO – SENTENÇA 
 
- A audiência é una, porém geralmente é fracionada em três: audiência inicial, audiência
de instrução e audiência de publicação de sentença.
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
RITO SUMÁRIO: Está previsto na Lei n.º 5.584/70. Ações cujo valor da causa
não excede duas vezes o valor do salário mínimo vigente na sede do Juízo na
época do ajuizamento da ação (art. 2º, parágrafos 3º e 4º, da Lei n.º 5.584/70). 
Particularidades: I – Será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo
constar da Ata a conclusão da Vara do Trabalho quanto à matéria de fato (art. 2º,
par. 3º, in fine, da Lei n.º 5.584/70); II – Salvo se a sentença versar sobre matéria
constitucional, não caberá nenhum recurso nas causas sujeitas ao rito sumário
(art. 2º, par. 4º, da Lei 5.584/70). 
RITO SUMARÍSSIMO: Criado pela Lei n.º 9.957/00. Arts. 852-A a 852-I, da CLT.
Estão sujeitos ao rito sumaríssimo os dissídios individuais cujo valor não exceda a
40 vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação trabalhista (art.
852-A). Todavia, estão excluídas do procedimento, por disposição expressa, as
demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e
fundacional (art. 852-A, par. único, da CLT).
Principais particularidades: 
- Causas de valor até 40 salários mínimos; 
- Excluídas as causas em que é parte a administração pública direta, autárquica
e fundacional;
- Pedido deverá indicar o valor correspondente (pedidos líquidos na petição
inicial);
- Não comporta citação por edital;
- Prazo de 15 dias para apreciação da causa;
- Audiência única;
- Registro resumido de atos essenciais, de afirmações fundamentais das partes
e as informações úteis das testemunhas;
- Conciliação em qualquer fase da audiência;
- Máximo de duas testemunhas por parte;
- Somente será deferida intimação de testemunha que, comprovadamenteconvidada, deixar de comparecer;
- Interrompida a audiência (por necessidade de perícia ou a critério do juiz
quando houver absoluta impossibilidade de manifestação sobre documentos),
o prosseguimento e solução processo dar-se-á em 30 dias;
- Havendo laudo pericial, as partes serão intimadas para manifestação, no prazo
comum de 5 dias.
- A sentença dispensa o relatório;
- Somente caberá recurso de revista por contrariedade a súmula do TST e
violação direta a dispositivo da Constituição Federal. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
DEFESA TRABALHISTA
ESQUEMA PARA ANÁLISE DA ORDEM LÓGICA DA DEFESA
 Art. 336 do CPC – alegar toda a matéria de defesa – princípio da eventualidade
PRELIMINARES
 Previstas no art. 337 do CPC 
O acolhimento acarreta a extinção do processo
 sem resolução do mérito – art. 485 do CPC
PREJUDICIAL DE MÉRITO
PRESCRIÇÃO 
Art. 7º, XXXIX, da CRFB, art. 11 da CLT e Súmula 308 do TST
O acolhimento acarreta a solução do processo
 com resolução do mérito – art. 487 do CPC
M É R I T O
Inexistência da relação de emprego 
Período contratual diverso
Função – cargo
Salário ou remuneração
Jornada de trabalho
Estabilidade
Modo de extinção – resilição ou resolução
Verbas rescisórias
Multas do art. 467 e 477 da CLT
FGTS e indenização compensatória
Indenização do seguro-desemprego
Acidente do trabalho – Dano patrimonial e moral
Responsabilidade solidária ou subsidiária
Gratuidade de Justiça
Honorários de advogado
Descontos fiscais e previdenciários
Outras verbas postuladas
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
QUESTÕES TEÓRICAS RELACIONADAS À DEFESA TRABALHISTA 
1. O momento da apresentação da resposta/defesa é na audiência inaugural (art.
847 da CLT). 
2. A compensação, ou retenção, só poderá ser aguida como matéria de defesa,
em contestação (art. 767). 
3. A compensação está restrita a créditos trabalhistas (Súmula 18 do TST).
4. A ausência de apresentação de defesa ocasiona a revelia do réu no processo.
5. O não comparecimento do réu na audiência igualmente gera revelia, com a
consequente confissão quanto à matéria de fato. 
EXCEÇÕES: 
1. São exceções as de suspeição, incompetência e impedimento, embora a
CLT apenas se refira às duas primeiras hipóteses. A terceira se aplica
subsidiariamente ao processo do trabalho. 
2. Quanto à incompetência, observar o artigo 64 do CPC – A incompetência,
absoluta ou relativa, será alegada com questão preliminar de
contestação. 
3. As demais (suspeição e impedimento) devem ser alegadas em peça
autônoma, na mesma oportunidade da defesa, ou na primeira oportunidade em
que a parte tiver para falar nos autos, ou ainda, no prazo de 15 dias, contados
do conhecimento do fato que justifique a recusa do magistrado. 
4. Observar o artigo 146 do CPC. 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL (RELATIVA) 
1. Não poderá ser declarada de ofício, sendo provocada via exceção ou como
preliminar da contestação (art. 64 do CPC).
2. Apresentada a exceção, abrir-se-á prazo de 24 horas ao excepto, para
manifestação (CLT, art. 800). 
3. No rito sumariíssimo, os incidentes e exceções serão julgados de plano, na
audiência (CLT, art. 852-G). 
4. A decisão que julga a exceção classifica-se como interlocutória. Dessa forma,
é decisão irrecorrível de imediato, exceto se determinar a remessa do processo
para localidade submetida à jurisdicação de outro TRT. 
5. Observar a Súmula 214, letra “c”, do TST. 
- Observar a nova redação do art. 800 da CLT, dada pela Lei n. 13.467/2017: 
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias
a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência
desta exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a
audiência a que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a
exceção.
§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante
e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco
dias.
§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará
audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem
ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como competente.
§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu
curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução
processual perante o juízo competente. 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO
1. Medida para atacar a parcialidade do julgador. 
2. O Juiz deve declarar-se suspeito nas hipóteses de amizade íntima, inimizade
pessoal, interesse particular na causa e parentesco até o terceiro grau civil, por
consanguinidade ou afinidade. Não se declarando, qualquer das partes poderá
opor exceção (CLT, art. 801). 
3. Conforme a CLT, a exceção de suspeição deveria ser julgada pela própria
autoridade, no prazo de 48 horas (CLT, art. 802). 
4. Contudo, na prática deve ser observado o art. 146 e seu § 1º, do CPC, com
seguinte teor: 
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a
parte alegará o impedimento ou a supeição, em petição específica dirigida ao
juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la
com os documentos em que se fundar a alegação e com o rol de testemunhas.
§ 1º. Se reconhecer o impedimento ou a supeição ao receber a petição, o juiz
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
 Portanto, na prática, o julgamento (caso o juiz recuse a suspeição) ocorre elo
TRT a que está submetido o julgador, porquanto incoerente a aplicação da
regra prevista na CLT na hipótese de o magistrado não ter declarado sua
suspeição de ofício. 
5. Hipóteses de suspeição (subjetivas) – art. 145 do CPC – observar a disposição
específica do art. 801 da CLT.
EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO
 Hipóteses objetivas previstas no art. 144 do CPC.
1. Por analogia tem o mesmo procedimento da exceção de suspeição. 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
RECONVENÇÃO 
1. Utilizando-se da reconvenção é possível o réu deduzir pretensões em face do
autor, no mesmo processo. 
2. É uma faculdade do réu. 
3. Tem natureza jurídica de ação. Contra ataque. 
4. Deve ser apresentada em audiência, na mesma peça e no mesmo prazo da
contestação (o novo CPC unificou as antigas modalidades de resposta na
contestação).
5. Aplicam-se subsidiariamente as disposições do CPC (art. 343), ante à omissão
da CLT nesse particular. 
6. Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta, no prazo de 15 dias (art. 343, § 1º, do CPC).
7. A desistência da ação principal ou da reconvenção, bem como a extinção de
uma ou outra, não obsta a apreciação daquela que restar pendente. 
8. Requisitos da reconvenção: a) existir ação principal em curso; b) haver
conexão entre a ação principal e a reconvenção ou entre esta e a matéria de
defesa; c) competência material trabalhista para julgamento; d) compatibilidade
procedimental. 
9. Procedimento sumariíssimo: prevalece o entendimento de impossibilidade de
empregoda reconvenção. 
8
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
- ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 13.467/2017 COM RELAÇÃO À
CONTAGEM DOS PRAZOS PROCESSUAIS, CUSTAS PROCESSUAIS,
JUSTIÇA GRATUITA, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E HONORÁRIOS
PERICIAIS
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
 § 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário,
nas seguintes hipóteses:
 I - quando o juízo entender necessário;
 II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
 § 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de
modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
 Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas
ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas
demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição
trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de
2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e
quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social, e serão calculadas:
 ...........................................................................” 
 Art. 790. .............................................................
 
 § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício
da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
 § 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.” (NR)
 Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é
da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da
justiça gratuita.
 § 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite
máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
 § 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
 § 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de
perícias.
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
 § 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda
que em outro processo, a União responderá pelo encargo.
 Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre
o valor atualizado da causa.
 § 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda
Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato
de sua categoria.
 § 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
 I - o grau de zelo do profissional;
 II - o lugar de prestação do serviço;
 III - a natureza e a importância da causa;
 IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
 § 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
 § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido
em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa,
as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva
de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais
obrigações do beneficiário.
 § 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Professor FÁBIO GIL BEAL 
RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO
Ponto 1. CONCEITO
Recurso é o instrumento pelo qual a parte (legítima e interessada), atendidos os
demais pressupostos legais, solicita (em geral a um órgão superior) um novo
pronunciamento jurisdicional sobre a causa anteriormente submetida à cognição do Juízo
inferior1. 
Recurso, no processo civil e trabalhista brasileiro, é o remédio idôneo a obter,
dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração da
prestação jurisdicional (sentença, acórdão)2.
No sentido jurídico, recurso é a possibilidade de provocar o reexame de determinada
decisão, pela autoridade hierarquicamente superior, visando a obtenção de sua reforma ou
modificação3.
Ponto 2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
Falibilidade humana
Influência de fatores subjetivos
Possibilidade de pressões externas
Atribuir maior justiça e credibilidade nas decisões
Ponto 3. FUNDAMENTOS LEGAIS 
Art. 5º, LV da Constituição Federal
Artigos 893 e seguintes da CLT 
Ponto 4. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DO SISTEMA RECURSAL
Princípio da UNIRRECORRIBILIDADE ou SINGULARIDADE 
Princípio da VARIABILIDADE 
Princípio da FUNGIBILIDADE 
Princípio da IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES
INTERLOCUTÓRIAS (art. 893, § 1º, da CLT)
1
 FILHO, Manoel Antônio Teixeira. Sistema dos Recursos Trabalhistas. 10.ed. São Paulo: LTr, 2003, p. 58.
2
 MALTA, Christóvão Piragibe Tostes. Prática do Processo Trabalhista. 27.ed. São Paulo:LTr, 1996, p.524.
3
 MARTIS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho.19.ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 355.
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Ponto 5. PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS OU INTRÍNSECOS
a) LEGITIMIDADE: detém legitimidade, primordialmente, quem é PARTE no processo,
mas também a detém o terceiro juridicamente interessado, o Ministério Público do
Trabalho e a UNIÃO (esta quanto às contribuições que lhe forem devidas em
decorrência da sentença ou acordo).
b) INTERESSE PROCESSUAL: terá interesse a parte SUCUMBENTE ou que ficar em
SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL NO PROCESSO. 
c) CAPACIDADE: o recorrente deverá ter sua representação processual devidamente
regularizada no processo. 
Ponto 6. PRESSUPOSTOS OBJETIVOS OU EXTRÍNSECOS
a) PREVISÃO LEGAL DO RECURSO
b) ADEQUAÇÃO
c) TEMPESTIVIDADE: Prazo peremptório: 8 dias para interpor e contra-arrazoar qualquer
recurso. As pessoas jurídicas de direito público, autarquias e fundações públicas que não
explorem atividade econômica têm prazo em dobro - 16 dias; 
d) PREPARO – subdivide-se em depósito recursal para o empregador e custas. 
DEPÓSITO RECURSAL: tem por finalidade evitar recursos procrastinatórios. Sua
natureza jurídica é de garantia da execução (IN 3/TST e Súmula n. 128/TST). 
- Valores: R$___________ para RO e R$_____________ para RR, embargos, RE e
RO em ação rescisória. Para interposição de Agravo de Petição em que a execução já
estiver garantida, dispensa-se o depósito recursal. Regra: deposita-se o valor da
condenação até o limite estipulado pelosvalores antes mencionados. 
- Prazo: o mesmo do recurso (art. 7º da Lei n. 5.584/70).
- Forma: conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança
(art. 899, § 4º, da CLT). 
- Exceções: recursos em que não houver condenação em pecúnia, recursos interpostos
por entes públicos (Decreto-lei n. 779/69) e recursos interpostos pela massa falida da
empresa (Súmula n. 86/TST).
- O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte (art. 899, § 9º).
- São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial (art. 899, § 10º).
- O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia
judicial (art. 899, §11º).
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CUSTAS PROCESSUAIS: as custas têm o valor mínimo de R$10,64 e incidirão à
base de 2% sobre o valor da condenação (para o empregador) e 2% sobre o valor dado à
causa (para o empregado), que pretenderem recorrer (art. 789 da CLT). 
- Prazo: o mesmo do recurso (art. 789, § 1º, da CLT).
- Forma: guia GRU. 
- Exceções: recursos em que não houver condenação em pecúnia, recursos interpostos
por beneficiários da gratuidade de justiça, por entes públicos ou pelo Ministério Público do
Trabalho (art. 790-A da CLT), recursos interpostos pela massa falida da empresa (Súmula
n. 86 do TST). 
Atenção: nas ações em que o valor da causa não exceder de duas vezes o salário mínimo
vigente na sede do juízo na data do ajuizamento, nenhum recurso será cabível, exceto se a
sentença versar sobre matéria constitucional (art. 2º, § 4º, da Lei n. 5.584/70). 
Ponto 7. EFEITO DOS RECURSOS: Via de regra, os recursos serão recebidos no efeito
meramente devolutivo (art. 899 da CLT). 
Ponto 8. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL
Juízo a quo – é o prolator da decisão recorrida.
Juízo ad quem – é o competente para apreciar o recurso. 
Atenção: os recursos devem ser interpostos no juízo a quo.
Ponto 9. DOS RECURSOS EX OFFICIO – REEXAME NECESSÁRIO 
Súmula n. 303/TST: Fazenda Pública. Duplo Grau de Jurisdição. I – Em dissídio
individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência da CF/1988, decisão
contrária à Fazenda Pública, salvo: a) quando a condenação não ultrapassar o valor
correspondente a 60 (sessenta) salários mínimos; b) quando a decisão estiver em
consonância com a decisão plenária do STF ou com súmula ou orientação jurisprudencial
do TST. 
Ponto 10. DA FORMA DE INTERPOSIÇÃO DOS RECURSOS 
Deverão ser interpostos de forma fundamentada, especialmente quando
subscritos por advogado. Sugere-se que se faça uma petição de apresentação do recurso
dirigida ao Juízo a quo, com as razões do recurso dirigidas ao Juízo ad quem.
Ponto 11. RECURSO ORDINÁRIO (RO) – Art. 895 da CLT
Cabe tanto de decisões definitivas quanto terminativas das Varas do Trabalho, bem
como, das proferidas pelos TRT’s nos processos de sua competência originária. 
Cabível para atacar tanto matéria de fato quanto de direito. 
Valor do depósito recursal para o empregador: R$_____________.
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Atenção: geralmente cabível para o TRT, mas é cabível ao TST quando a ação for
de competência originária do TRT (dissídio coletivo, mandado de segurança, habeas corpus
e ação rescisória).
Das exceções de incompetência e suspeição não cabe RO, salvo se terminativas do
feito (art. 799, pár. 2º, da CLT). 
Rito sumaríssimo: O RO será imediatamente distribuído, uma vez recebido no
Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 dias, e a Secretaria do
Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor. Terá
parecer oral do representante do MPT presente a sessão de julgamento, se este entender
necessário o parecer, com registro na certidão. Terá acórdão consistente unicamente na
certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das
razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância servirá de acórdão. 
* Lembrar que o valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem
fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte (art. 899, § 9º).
* São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades
filantrópicas e as empresas em recuperação judicial (art. 899, § 10º).
Ponto 12. RECURSO DE REVISTA (RR) – Art. 896 da CLT
Recurso especial e técnico. Cabível somente para atacar matéria de
direito.
Valor do depósito recursal para o empregador: R$_________.
Não se presta para reexame de fatos e provas e corrigir injustiças ou a
má apreciação da prova (súmula n. 126 do TST).
Exige o preenchimento de pressupostos específicos. 
1) A parte recorrente deve demonstrar a existência de dissenso
pretoriano (interpretação jurisprudencial divergente). 
Para configurar a interpretação divergente (dissenso pretoriano) deve o
recorrente: 
1.1) demonstrar que a decisão proferida pelo TRT não está consonante
com: 
a) súmula vinculante do STF;
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b) súmula do TST;
c) orientação jurisprudencial (OJ) ou decisão da SDI do TST. 
Nesse caso, basta trazer à colação a súmula, OJ ou a decisão da SDI do
TST; (pressuposto negativo).
1.2) caso a decisão proferida pelo TRT ainda não tenha sido uniformizada
por súmula ou orientação jurisprudencial, o recorrente deve buscar decisões
proferidas por Turmas ou o Pleno de outro TRT, ou seja, deve ser demonstrada a
interpretação divergente entre TRT’s diferentes. 
Mas, caso o TRT já tenha uniformizado a matéria por súmula regional,
somente esta pode ser utilizada para demonstrar a divergência. 
Observação: se a decisão que se quer recorrer estiver em consonância
com súmula ou OJ do TST, não serve a demonstração de interpretação divergente
entre TRT’s diferentes, porque se considera que essa decisões regionais não são
atuais, isto é, foram ultrapassadas pela notória e iterativa jurisprudência do TST. 
Assim sendo, caso decisão do TRT esteja em consonância com Súmula ou
OJ do TST, tecnicamente não caberá a revista, podendo o Presidente do TRT ou
o próprio Ministro relator do TST negarem seguimento ao recurso. Se o fizer o
Presidente do TRT, caberá agravo de instrumento e se o fizer o Ministro do TST,
caberá agravo regimental. 
2) VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI FEDERAL, OU
AFRONTA DIRETA E LITERAL À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 
3) TRANSCENDÊNCIA: no RR, examinará previamente se a causa oferece
transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política,
social ou jurídica (CLT, art. 896-A).
§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
I - econômica, o elevado valor da causa;
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada
do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
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III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado;
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da
legislação trabalhista.
§ 2o Poderá o relator, monocraticamente,denegar seguimento ao recurso
de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão
para o colegiado.
§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da
transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso,
será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão
irrecorrível no âmbito do tribunal.
§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de
instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da
matéria. (Hipótese em que o RR não subiu e o relator, no julgamento do AI
enfrentou a questão da transcendência).
§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos
pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da
transcendência das questões nele veiculadas.
4) PREQUESTIONAMENTO: é requisito do recurso de revista (Súmula n.
297/TST). Não é requisito do recurso ordinário.
RECURSO DE REVISTA NO RITO SUMARÍSSIMO: somente será
admitido o recurso de revista por contrariedade à súmula de jurisprudência
uniforme do TST, súmula vinculante e violação direta à Constituição Federal. 
Logo, não cabe quando houver contrariedade à orientação jurisprudencial
do TST, decisão da SDI do TST e violação de lei federal. 
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 ATENÇÃO: É cabível somente ao TST e não cabe contra decisão proferida
em dissídio coletivo. Não cabe contra decisões proferidas em execução de
sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, salvo na
hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (art. 896, § 2º,
da CLT). 
Ponto 13. EMBARGOS – art. 894 da CLT e arts. 2 º , II, c e 3 º , III, b, da Lei n.º 
7701/88 – Recurso revestido de caráter extraordinário, a exemplo do RR, 
exigindo o preenhimento de pressupostos específicos. 
 
* Observar a nova redação do art. 884 da CLT, dada pela Lei n. 11.496, de 22
de junho de 2007, com o seguinte teor. 
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito)
dias: 
I - de decisão não unânime de julgamento que: 
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam
a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou
rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos
previstos em lei; 
b) (vetado).
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas
pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
Parágrafo único. (Revogado). 
§ 2º A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando
tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo
Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 3º O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos: (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)
I - se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa,
notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-lhe
indicá-la; (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
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II - nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou
de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade.
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 4o Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
- RECURSO CABÍVEL APENAS NO TST – (SDC e SDI)
I - PARA A SDC do TST = art. 894, alínea I, a, da CLT e art. 2º, II, c, da Lei n.º
7701/88.
EMBARGOS INFRINGENTES: Cabem para atacar decisões NÃO UNÄNIMES
proferidas em DISSÍDIOS COLETIVOS de sua COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
(dissídios coletivos de abrangência nacional), exceto se a decisão for consonante
com precedente jurisprudencial (OJ) ou Súmula, ambos do TST.
Exemplo: Dissídio coletivo julgado originariamente pelo TST – caso em que o
conflito coletivo excede a competência dos TRT’s. É o caso dos dissídios coletivos
do Banco do Brasil, da CEF, da Petrobrás, etc. 
EMBARGOS CONTRA DECISÕES EM DISSÍDIO COLETIVO QUE
ESTENDER OU REVER SENTENÇA NORMATIVA DO TST 
* A SDC julga o dissídio coletivo e os próprios embargos. 
II – PARA A SDI do TST = art. 894, alínea II, da CLT e art. 3º, III, b, da Lei n.º
7701/88
II.1. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
 Decisões divergentes: a) entre Turmas do TST
 b) de Turma com a própria SDI/TST
 c) de Turma com Súmulas ou OJ’s do TST
 d) de Turma com Súmula Vinculante do STF
Observação: Se a decisão estiver em consonância com SÚMULA ou OJ do TST ou
do STF, os embargos não serão recebidos. Lembrar que a função precípua do TST é
a de UNIFORMIZAR a jurisprudência.
Ponto 14. AGRAVO DE INSTRUMENTO (Art. 897, b, da CLT) 
 Objeto: atacar decisões que denegarem seguimento a recurso. 
Formação: sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do
instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do
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recurso denegado, instruindo a petição de interposição com peças obrigatórias (CLT, art.
897, § 5º, I) e facultativas (CLT, art. 897, § 5º, II). 
 Instaura-se o Juízo de retratação. 
Com isso, o agravado terá oportunidade de exercer tripla função: contraminutar o
agravo de instrumento, contra-arrazoar o recurso trancado e apresentar documentos. 
Atenção: 
As peças apresentadas devem ser autênticadas ou declaradas autênticas pelo
advogado da parte (IN n. 16/TST). 
O entendimento dominante é que o AI não pode ser trancado, mesmo nas hipóteses
de intempestividade e defeito na sua formação. 
Alteração recente da CLT: 
- Art. 899, § 7º No ato da interposição do agravo de instrumento, o depósito
recursal corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se
pretende destrancar (redação dada pela Lei nº 12.275, de 29/06/2010).
- Art. 899, § 8º Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar
recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência
uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas
súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se
efetuar o depósito referido no § 7o deste artigo. (Lei nº 13.015, de 2014)
 
Ponto 15. AGRAVO DE PETIÇÃO (art. 897, a, da CLT)
Recurso cabível das decisões proferidas no processo de execução.
O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da
parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença (art. 897, § 1º). 
Como a natureza jurídica do depósito recursal é garantir a execução, caso esta já
esteja garantida pela penhora de bens, será dispensado do depósito para fins de interposição
do agravo de petição (Súmula n.128/TST). 
O agravo de petição cabe para atacar decisões definitivas na execução (inteligência
do art. 893, § 1º, da CLT). Assim, se o executado não concordar com a penhora, por
exemplo, terá primeiro de opor embargos à execução, cabendo agravo de petição contra a
decisão dos embargos. 
As decisões que são atacáveis por AP geralmente são as que julgarem embargos à
execução, impugnação à liquidação, embargos à adjudicação/arrematação e embargos de
terceiro. 
Ponto 16. AGRAVO REGIMENTAL (Regimento Interno dos Tribunais)
Cabível apenas nos Tribunais (TRT e TST). É previsto nos regimentos internos dos
Tribunais. Servem para atacar decisões monocráticas proferidas pelos Tribunais, as quais,
via de regra, sempre deveriam ser proferidas por órgão colegiado. Assim sendo, decisões
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que concedem, ou não, liminares em mandados de segurança, processos cautelares e
pedidos de antecipação de tutela, bem como, as decisões monocráticas dos relatores que
denegam seguimento a recurso por estar a decisão recorrida em consonância com súmula,
podem ser atacadas via agravo regimental. 
As decisões proferidas em reclamações correicionais (correição parcial) também
podem ser atacadas por agravo regimental, pois são proferidas por juízo monocrático
(corregedor). 
Ponto 17. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (Art. 897-A da CLT)
Prazo: 5 dias. Cabíveis para sanar obscuridade, omissão, contradição e manifesto
equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso, admitindo-se efeito
modificativo (infringente), nas últimas três hipóteses. 
Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes. 
 Interrompem o prazo para interpor recurso. 
 Deve ser utilizado pela parte quando necessitar de prequestionamento de
determinada matéria para fins de interposição de recursos de caráter extraordinário (Súmula
n. 297/TST). 
ALTERAÇÕES DA LEI N. 13.015/2014: 
897, § 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer
das partes. 
§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em
virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária,
no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos,
por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte
ou ausente a sua assinatura.
Ponto 18. PEDIDO DE REVISÃO (Art. 2º, §§ 1º e 2º da Lei n. 5.584/70)
Quando não for atribuído valor à causa, o juiz, antes de iniciar a instrução, fixar-lhe-
á valor para determinação de alçada. 
Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes impugnar o valor
fixado e, se o juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no prazo de 48 h, ao Presidente do
TRT, que decidirá também em 48 h. 
O pedido de revisão não tem efeito suspensivo. 
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Ponto 19. RECURSO ADESIVO NA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Cabimento: Súmula n. 283/TST e art. 500 do CPC. 
Ponto 20. RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM MATÉRIA TRABALHISTA 
 Recurso de índole constitucional. Prazo de 15 dias para interposição (art. 546 do
CPC). É cabível contra decisões de ÚNICA ou ÚLTIMA INSTÂNCIA que violarem
dispositivo da Constituição Federal (art. 102, III, a).
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UNIDADE 6 – EXECUÇÃO TRABALHISTA
Ocorreram significativas alterações na Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista)
Ponto 1. CONCEITO
- Execução é a seqüência de atos que visam a compelir quem figura como devedor
em um título executivo a cumprir sua obrigação4.
- Conceituação relativa à execução forçada, marcada pela disposição dos meios
coercitivos oferecidos pelo Estado para forçar o devedor a cumprir a obrigação
traduzida em título líquido, certo e exigível. 
Ponto 2. PRESSUPOSTOS DA EXECUÇÃO TRABALHISTA
a) o inadimplemento do devedor; e,
b) a existência de título executivo.
Ponto 3. PARTICULARIDADES DA EXECUÇÃO TRABALHISTA
Anotações: 
Ponto 4. DISPOSIÇÕES LEGAIS APLICÁVEIS
- Rege-se pela CLT (art. 876 e seguintes) e tem como FONTE SUBSIDIÁRIA
PREVALENTE a lei que rege o Processo dos Executivos Fiscais (Lei n.º 6.830/80 –
art. 889 da CLT). 
- Na prática, o CPC também se aplica na hipótese de omissão da CLT e da Lei n.º
6.830/80, porém, com as adaptações necessárias e, ainda assim, desde que não
sejam incompatíveis com as normas processuais do texto consolidado e com os
princípios elementares do direito processual trabalhista. 
4
 MALTA, Christóvão Piragibe Tostes. Prática do Processo Trabalhista. 27.ed. São Paulo:LTr, 1996, p.747.
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Ponto 5. PRINCÍPIOS INFORMATIVOS DA EXECUÇÃO TRABALHISTA 5 
a) toda a execução é REAL, ou seja, incide apenas sobre o patrimônio e não sobre a
pessoa do devedor; 
b) tem por finalidade apenas a satisfação do direito do exeqüente, atingindo apenas a
porção patrimonial do devedor suficiente para a satisfação do débito; 
c) deve ser econômica, da forma menos gravosa para o executado, desde que satisfaça
o direito do exeqüente; 
d) deve ser específica: cumpre-lhe propiciar ao credor só aquilo que obteria se a
obrigação fosse satisfeita voluntariamente; 
e) a execução corre às expensas do devedor; (despesas com perito, editais, leilão,
remoções, etc.)
f) o credor tem a livre disponibilidade do processo de execução; (pode desistir do
mesmo e requerer as providências que entender necessárias). e,
g) O executado não pode ser reduzido à situação de indignidade humana 
Observação: Todos os princípios apontados por Francisco Meton Marques de Lima, na
obra citada na nota de rodapé. 
Ponto 6. TÍTULOS EXECUTIVOS NO PROCESSO DO TRABALHO
 - Estão elencados no art. 876 da CLT.
- Títulos executivos judiciais: as decisões passadas em julgado ou das quais não
tenha havido recurso com efeito suspensivo; e os acordos, quando não cumpridos.
- Títulos executivos extrajudiciais: os termos de ajuste de conduta firmados perante
o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as
Comissões de Conciliação Prévia constituídas na forma da lei. 
- As custas processuais devidas à União, tanto relativas ao processo de conhecimento
quanto ao processo de execução (CLT, arts. 789 e 789-A), também serão executadas
juntamente com o principal extraído do título exeqüendo.
- LEMBRAR também das contribuições previdenciárias decorrentes de sentença ou
acordo trabalhista – Lei n. 10.035/01, que acrescentou o parágrafo único do art. 876
da CLT, e art. 114, VIII, da CF/88).
5
 LIMA, Francisco Meton Marques de. Elementos de direito do trabalho e processo trabalhista. 9. Ed. São
Paulo: LTr, 2000, pág. 223-224.
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Ponto 7. LIQUIDAÇÃO: por cálculo, arbitramento e artigos (art. 879 da CLT). Elaborada
a conta e tornada líquida, o juiz deverá abrir às partes o prazo sucessivo de 8 (OITO) dias
para impugnação fundamentada com indicação dos itens e valores objeto da discordância,
sob pena de preclusão (CLT, art. 879, § 2º). 
A UNIÃO será intimada para se manifestar sobre o cálculo das contribuições
previdenciárias, também em 10 dias, sob pena de preclusão. 
Ponto 8. CITAÇÃO: para pagamento ou cumprimento da decisão ou acordo no prazo de
48h,sob pena de penhora (art. 880 da CLT). A citação será feita pelos oficiais de justiça. Se
o executado, procurado por duas vezes no espaço de 48 horas, não for encontrado, far-se-á
a citação por edital. 
Ponto 9. PENHORA: tantos bens quantos bastem para a garantia da execução (art. 883 da
CLT). Penhora eletrônica ou on line (aquela realizada pelo sistema BACEN-JUD). Deverá
seguir a gradação legal do art. 655 do CPC. Garantida a execução pela penhora, terá o
executado o prazo de cinco dias para opor embargos à execução, cabendo igual prazo ao
exeqüente para impugnação (art. 884 da CLT). 
Ponto 10. ALIENAÇÃO: Não há necessidade de duas hastas públicas (praças ou leilões –
na CLT consta o termo arrematação – art. 888, § 1º). A hasta pública (arrematação) deverá
ser anunciada por edital com antecedência de 20 dias (art. 888 da CLT). 
A arrematação far-se-á em dia, hora e lugar anunciados e os bens serão vendidos
pelo maior lance, tendo o exeqüente preferência para a adjudicação (art. 888, § 1º, da
CLT). 
Caso o juiz considere que o preço ofertado é vil (inferior a 50% da avaliação
constante no edital – conforme jurisprudência), poderá indeferir o pedido de arrematação
ou adjudicação. 
O arrematante deverá garantir o lance com sinal de 20% do seu valor, sendo que o
restante (80%) deverá ser depositado em 24 horas, sob pena de perdê-lo, em benefício da
execução, voltando à praça os bens executados (art. 888, § 4º, da CLT).
Venda direta: não havendo licitante, e não requerendo o exeqüente a adjudicação
dos bens penhorados, poderão os mesmos ser vendidos por leiloeiro nomeado pelo juiz art.
888, § 3º, da CLT). 
Ponto 11. EMBARGOS DE TERCEIRO: Cabíveis na forma dos arts. 1046 e ss do CPC.
Ação autônoma incidente da fase de execução. Portanto, o recurso cabível é o Agravo de
Petição e não do Recurso Ordinário. Se a execução já estiver garantida, dispensa o depósito
recursal. As custas sempre deverão ser pagas para a parte recorrer, sob pena de deserção.
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DISSÍDIO COLETIVO (arts. 856 a 875 da CLT)
1. Conceito: É o processo que vai dirimir os conflitos coletivos do trabalho, por meio de
pronunciamento do Poder Judiciário, criando ou modificando condições de trabalho
para certa categoria ou interpretando determinada norma jurídica. (Sérgio Pinto
Martins). 
2. Poder normativo: Art. 114, § 2º, da CRFB/88: “Recusando-se qualquer das partes à
negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho
decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente.” (Nova redação dada pela EC n. 45/2004).
A antiga redação do mencionado dispositivo legal deixava mais clara a existência e
maior amplitude do Poder Normativo, prevendo que a Justiça do Trabalho poderia
“estabelecer normas e condições” de trabalho. Para alguns, a nova redação extinguiu
o Poder Normativo, enquanto para outros houve apenas uma redução em sua
abrangência. Dispunha a antiga redação o seguinte: 
“Recusando-se qualquer das partes à negociação coleitva, ou à arbitragem, é facultado
aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a Justiça do Trabalho
estabelecer normas e condições, respeitadas as disposições convencionais e legais
mínimas de proteção ao trabalho.”
3. Classificação: a) de natureza econômica (ou constitutiva): dissídio coletivo no qual os
trabalhadores reivindicam novas e melhores condições de trabalho, principalmente
relacionada ao salário. Objetiva-se uma sentença normativa constitutiva (nova
condição de trabalho); b) de natureza jurídica (ou declaratória): é cabível em
havendo divergência na aplicação ou interpretação de normas previstas em sentenças
normativas, convenções coletivas ou acordos coletivos. Objetiva-se obter declaração
sobre o sentido ou interpretação dos aludidos instrumentos normativos; c) de natureza
mista: o exemplo é o dissídio de greve, no qual o Tribunal pode emitir pronunciamento
tanto constitutivo quanto declaratório.
4. Competência: Os Dissídios Coletivos são ações de competência originária dos
Tribunais do Trabalho (TRT`s ou TST). Portanto, as Varas do Trabalho nunca serão
competentes, podendo, todavia, os Tribunais delegarem aos Juízes de 1º Grau das
Varas as atribuições conciliatórias. Nesse caso, o Juiz da Vara do Trabalho apenas
presidirá a audiência. Havendo acordo ou não, o processo deverá ser encaminhado ao
Tribunal para homologação do acordo ou julgamento. Quando o dissídio não exceder
a jurisdição do TRT, será deste a competência para apreciá-lo e julgá-lo. Excedendo a
jurisdição de um TRT, será do TST. Ex.: dissídio coletivo que envolve os petroleiros da
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Petrobrás – a competência será do TST. Observação: o TST e a maioria dos TRT`s
possuem seções especializadas em Dissídios Coletivos (SDC).
5. Instauração de instância (arts. 856 a 859 da CLT): denominação do ato de se levar ao
conhecimento do Judiciário o conflito coletivo. Representação escrita. Ler arts. 856 a
859 da CLT. Ênfase ao art. 858 da CLT: “A representação será apresentada em tantas
vias quantos forem os reclamados e deverá conter: a) designação e qualificação dos
reclamantes e dos reclamados e a natureza do estabelecimento ou do serviço; b) os
motivos do dissídio e as bases da conciliação.”
6. Procedimentos no Dissídios Coletivo: fases conciliatória, mediatória, instrutória e
decisória. Arts. 860 a 867 da CLT. Partes: SUCITANTE e SUCITADO. 
REPRESENTAÇÃO - 10 dias – CONCILIAÇÃO - - - MEDIAÇÃO (art. 862 – O
Presidente submete aos interessados a solução que lhe pareça capaz de resolver o
litígio - - - Havendo acordo o Presidente convoca a Seção (SDC) para homologação - -
- não havendo acordo, segue-se a fase INSTRUTÓRIA: provas e diligências - - FASE
DECISÓRIA – julgamento após o Parecer do Ministério Público do Trabalho –
SENTENÇA NORMATIVA. 
7. Sentença normativa: é a decisão que põe fim ao dissídio coletivo. Para Sérgio Pinto
Martins, deverá ser fundamentada, sob pena de nulidade, devendo traduzir, em seu
conjunto, a justa composição do conflito de interesses das partes, e guardar adequação
com o interesse da coletividade. Fará coisa julgada material, tanto é que poderá ser
rescindida. Como a sentença normativa não tem carga condenatória, não comporta
execução. Seu cumprimento, caso não ocorra voluntariamente, dará ensejo à
propositura da AÇÃO DE CUMPRIMENTO. 
8. Ação de cumprimento : Art. 872 da CLT. A decisão normativa (a que homologa o
acordo ou a sentença normativa), não poderá ser executada, já que não traz carga
condenatória, mas apenas constitutiva ou declaratória, dependendo da modalidade do
dissídio coletivo. Assim, o cumprimento da decisão normativa se dá por meio de ação
de cumprimento. O procedimento é semelhante ao do dissídio individual trabalhista
(petição inicial, audiência, propostas de conciliação, contestação, produção de provas
e sentença). Todavia, será vedado questionar sobre a matéria de fato e de direito já
apreciada na decisão normativa. 
 A competência para apreciar e julgar a ação de cumprimento será das Varas do
Trabalho. A parte deverá sempre instruir a inicial com a certidão da decisão coletiva,
sob pena de o Juiz do Trabalho poder declarar a inépcia, com extinção do processo sem
julgamento do mérito, já que se trata de documento imprescindível à propositura da
ação. 
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Detémlegitimidade para propor a ação de cumprimento: a) o empregado, por meio de
ação individual singular ou plúrima, com ou sem assistência do sindicato; b) o
sindicato, como substituto processual, sem outorga de poderes dos associados (nesse
caso apenas os associados serão substituídos). 
 A LEI n.º 8984/95 atribui competência à Justiça do Trabalho também para apreciar e
julgar as ações de cumprimento de convenções coletivas de trabalho e acordos
coletivos de trabalho. Portanto, são passíveis de ação de cumprimento os acordos
homologados nos dissídios coletivos, a sentença normativa, as convenções coletivas e
os acordos coletivos de trabalho, quando não cumpridos. 
 A matéria da ação de cumprimento, embora o art. 872 da CLT apenas mencionar a
expressão salário, compreende também as diversas condições de trabalho previstas no
respectivo instrumento normativo. 
 A Súmula n.º 246 do TST dispõe: “É dispensável o trânsito em julgado da sentença
normativa para a propositura da ação de cumprimento.
 A sentença da ação de cumprimento é que poderá ser executada, eis que trará carga
condenatória. Havendo alteração superveniente da sentença normativa, o entendimento
dominante do TST é no sentido de que a sentença normativa perderá sua eficácia
executória, sendo declarada a sua inexistência jurídica. 
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ANEXOS SOBRE A REFORMA TRABALHISTA
TEXTO 1
Aspectos processuais da reforma trabalhista
Análise do requisito de indicação do valor dos pedidos na petição inicial 
1. Introdução
Até o advento da Lei n. 13.467/017, a petição inicial trabalhista sempre
foi tratada com base no princípio da simplicidade e informalidade que regem o
Processo do Trabalho, sendo que o parágrafo primeiro do artigo 840 da CLT
apenas estabelecida como requisitos da peça de ingresso a qualificação das
partes, uma breve exposição dos fatos de que resultasse o dissídio, o pedido, a
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
Os rigores do Código de Processo Civil eram aplicados com certa
parcimônia na seara trabalhista.
Após a Reforma Trabalhista, a redação do artigo 840 da CLT foi
alterada, com a atribuição de novos requisitos para o ajuizamento do processo, in
verbis:
“Art. 840 (…)
1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a
qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o
pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e
a assinatura do reclamante ou de seu representante.
3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão
julgados extintos sem resolução do mérito”.
Utilizando emprestado um neologismo adotado do professor TEIXEIRA
FILHOi, ao exigir a certeza, determinação e indicação do valor dos pedidos, o
referido dispositivo reflete o fenômeno denominado de “complexização” do
Processo do Trabalho.
Entretanto, no presente artigo, pretende-se propor uma interpretação
razoável para a aplicação do mencionado dispositivo legal, com escopo de se
manter a integridade do sistema processual trabalhista brasileiro, tentando
eliminar os obstáculos de acesso à Justiça.
2. Dos motivos apresentados para a modificação legislativa
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A inovação legislativa foi decorrente da aplicação do princípio da
sucumbência do Processo do Trabalho, diante da redação do artigo 791-A,
introduzido pela Lei n. 13.467/17, que abriu a possibilidade de condenação da
parte vencida ao pagamento de honorários advocatícios em benefício do patrono
da parte contrária.
Para apuração da referida parcela, principalmente, em razão a
possibilidade de parcial êxito na demanda (sucumbência recíproca), seria
necessário que a parte delimitasse os limites de sua pretensão econômica.
Além disso, o mencionado dispositivo visa a atender preceitos de
ordem ética, objetivando evitar que seja ocultado o real interesse econômico da
parte, com a manutenção de parâmetros de lealdade processual.
TEIXEIRA FILHO bem elenca os motivos para a referida inovação
processual:
“A nova redação dada a esse preceptivo legal visou, a um só tempo, a
atender:
a) a preceito de ordem ética, por modo a impedir a formulação de
pedidos ilíquidos, ou, se líquidos, que excedam a própria repercussão pecuniária
daquilo que o direito invocado concede. É oportuno observar que, não raro, alguns
autores, mesmo podendo indicar o valor de cada pedido lançado na inicial, vinham
se omitindo em fazê-lo, motivados por uma estratégia ardilosa destinada a fazer
supor ao réu tratar-se de uma causa de pequena repercussão econômico-
financeira, levando-o a negligenciar na elaboração da defesa. Acrescente-se a
isso, o hábito de tais autores atribuírem à causa um valor muito inferior ao que
decorreria da soma dos pedidos (se forem apresentados de maneira líquida), e
ter-se-á a medida da conveniência da estratégia processual que mencionamos;
b) a uma regra pragmática, porquanto será da diferença entre o valor
do pedido, indicado na inicial, e o valor do acolhido pela sentença que se fará
incidir o princípio da sucumbência (CLT, art. 791-A), por força do qual o autor será
condenado a pagar honorários de advogado à parte contrária, naquilo em que não
tiver êxito (CLT, art. 791-A, §3º). Estabelece essa norma legal: ‘Na hipótese de
procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca,
vedada a compensação entre os honorários’”ii.
O Projeto de Lei n. 6.787/2016, apresentou as justificativas para a
mencionada modificação, consignando que:
“As alterações promovidas no art. 840 têm como fundamento principal
exigir que o pedido, nas ações trabalhistas, seja certo, determinado e que tenha o
seu valor devidamente indicado.
A exigência de que o pedido seja feito de forma precisa e com
conteúdo explícito é regra essencial para garantia da boa-fé processual, pois
permite que todos os envolvidos na lide tenham pleno conhecimento do que está
sendo proposto, além de contribuir para a celeridade processual com a prévia
liquidação dos pedidos na fase de execução judicial, evitando-se novas
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discussões e, consequentemente, atrasos para que o reclamante receba o crédito
que lhe é devido”.
Embora as referidas justificativas sejam até certo ponto plausíveis, na
prática, verificam-se diversas dificuldades ao cumprimento do referido preceito
legal, com a criação de verdadeiro entrave de acesso ao Poder Judiciário, acaso
este seja interpretado isoladamente.
3. Da dificuldade de apuração prévia de valores
Logo após o início da vigência da Lei n. 13.467/17, verificou-se uma
brusca queda no número de distribuição de processos trabalhistas. Alguns
profissionais e empresas contábeis passaram a oferecer serviços de liquidação de
pedidos para aparelhar o ajuizamento dos novos processos trabalhistas.
Nesse contexto, é necessário que os aplicadores do Direito do Trabalho
tenham a sensibilidade para verificar que, na maioria das vezes, não será possível
que o trabalhador delimite a real expressão econômica de sua pretensão quando
do ajuizamento do feito.
Exigir-se do trabalhador, que, geralmente, se encontra desempregado e
em situação econômica desvantajosa, a contratação prévia de serviços contábeis
para a delimitação dos valores, implicaria em verdadeiro entrave ao princípio
contido no art. 5º, XXXV, da CR.
Além disso, em muitosdos casos, este não possui dados objetivos para
a delimitação precisa da extensão econômica dos pedidos. 
Não é esperado que empregado tenha em suas mãos o histórico de
toda a sua evolução salarial para apuração de parcelas trabalhistas postuladas.
Em muitos casos sabe-se que o empregador sequer lhe forneceu cópias de seus
contracheques e muito menos efetuou a anotação das modificações salariais em
sua CTPS.
Em se tratando de equiparação salarial, não seria possível se exigir que
o trabalhador tivesse prévia ciência dos valores pagos ao paradigma. 
Em casos de diferenças de comissões, o trabalhador somente teria
condições de verificar os valores que lhes seriam efetivamente devidos após o
cruzamento das informações dos valores que lhe foram quitados e da
contabilização dos valores das vendas feitas pela empregadora. 
Esses são poucos exemplos, já ressalvados os casos em que a
legislação processual civil já admite a formulação de pedidos genéricos (CPC,
incisos I, II e III, do §1º, do art. 324), dos inúmeros problemas enfrentados para a
apresentação precisa da extensão econômica dos pedidos. Em muitos casos,
mesmo após a prolação de sentença, em liquidação do julgado, com auxílio de
peritos especializados, são encontradas dificuldades para apuração do valor
efetivamente devido, o que se poderia falar da fase postulatória, em que a
insuficiência de informações é patente.
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Se a exigência de liquidação precisa dos valores não for abrandada,
para obtenção dos documentos necessários para delimitação prévia dos pedidos,
poder-se-á esperar diversos pedidos de tutela de urgência de natureza cautelar
(CPC, art. 301), ações de produção antecipada de provas (CPC, art. 381) ou
incidentes de exibição de documentos (CPC, arts. 396 a 404). 
E, ainda, importante destacar que, de acordo com os arts. 491 e 492,
do CLT, se o pedido for líquido, a sentença e o acórdão também deverão ser
obrigatoriamente líquidos.
TEIXEIRA FILHO, com a clareza que lhe é peculiar, apresentou sua
percepção dos problemas que tais medidas poderiam causar ao Judiciário
Trabalhista:
“Cremos que não estaremos sendo acometidos de cerebração
fantasiosa se afirmarmos que a imposição legal de formulação de pedidos líquidos
terá caído como uma espécie de meteoro arrasador no cenário do processo do
trabalho, por forma a gerar intensa inquietação tanto no espírito dos advogados
quanto nos dos juízes. Nos advogados, porque sobre eles recai a
responsabilidade e dificuldade de formulação de pedidos com valor líquido,
situação agravada pelo risco da sucumbência; nos magistrados, porque poderão
ser levados a apreciar infindáveis ações com pedido de tutela de urgência de
natureza cautelar ou incidentes de exibição de documentos, ou a exarar
incontáveis despachos, determinando que o autor emende a petição inicial, sob
pena de indeferimento, por forma a sobrecarregar, ainda mais, o volume de
trabalho nos gabinetes desses magistrados”iii.
Salienta o mencionado professor que “nem mesmo o processo civil,
com sua tradição formalista, se atreveu a impor que o pedido se apresentasse
líquido, na inicial. O art. 319, IV, do CPC, mais sensato, exige que o pedido seja
acompanhado de ‘suas especificações’. Nem mesmo por antonomásia se poderá
considerar os vocábulos especificação e valor como sinônimos entre si”.
DINAMARCO, ao tratar do requisito da determinação do pedido no
Processo Civil, assevera que: “como na prática é às vezes muito difícil a
determinação de um valor preciso desde logo – sendo arriscado pedir a mais e
sucumbir parcialmente por não ter direito a tudo a que se tem direito -, tal
exigência não pode ser rígida, e os próprios tribunais não são radicais a esse
respeito”iv.
E, sugestionando uma solução ao problema, TEIXEIRA FILHO faz a
seguinte indagação: “para serem evitadas as dificuldades e os contratempos
derivantes do atendimento ao disposto no §1º, do art. 840, da CLT, não seria
possível entender que o valor a que se refere essa norma legal poderia ser
apenas estimado pelo autor e, não necessariamente, exato, preciso?”v.
Em resposta à indagação, este salienta que, embora esta fosse a
interpretação mais adequada aos princípios do processo do trabalho, a posição
mais segura a ser adotada pelo autor seria a de propor as medidas preparatórias
para a efetiva apuração dos valores devidos, considerando-se o risco de
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sucumbência ou de eventual limitação da condenação ao valor indicado na petição
inicial, nas hipóteses em que este seja inferior ao efetivamente devido.
Todavia, neste aspecto, ousamos discordar da posição mais cautelosa
e conservadora adotada pelo ilustre mestre, uma vez que as dificuldades de
ordem prática e de obstacularização de acesso à Justiça devem ser sopesadas,
sempre com vistas à manutenção do escopo da jurisdição de pacificação social
com Justiça, evitando-se a proliferação de pedidos e processos preparatórios, em
prejuízo aos princípios da eficiência e da celeridade processual, com a verdadeira
“complexização” do Processo do Trabalho do Processo do Trabalho.
4. Da experiência aplicada ao procedimento sumaríssimo e da
solução interpretativa razoável
Antes da inovação legislativa promovida pela Lei n. 13.467/2017, já
constava da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) a previsão de que, nas
ações submetidas ao procedimento sumaríssimo, o pedido deveria ser certo,
determinado e indicaria o valor correspondente (CLT, inciso I do art. 852-B).
E, interpretando o referido preceito legal, SCHIAVI salientava então
que: “não se exige rigor na liquidação do valor, podendo ser utilizada estimativa,
máxime em pedidos que demandam maior complexidade nos cálculos, como
horas extras. Não se exige liquidação das obrigações de fazer e não fazer, como
o pedido de anotação de CTPS”vi.
Assim, a solução mais adequada aos princípios da simplicidade e
informalidade que regem o Processo do Trabalho, com base no entendimento que
já era aplicado ao procedimento sumaríssimo, é a de que a nova redação do
parágrafo primeiro do art. 840 da CLT não exige a liquidação dos pedidos, mas a
mera atribuição de valor, sendo que o montante apontado seria somente
estimativo, utilizado apenas para fixar o procedimento e viabilizar parâmetros para
as tratativas conciliatórias.
Nesse sentido, são as precisas palavras de SCHIAVI, já tratando da
atual redação do art. 840 da CLT:
“A lei não exige que o pedido esteja devidamente liquidado, com
apresentação de cálculos detalhados, mas que indique o valor.
De nossa parte, não há necessidade de apresentação de cálculos
detalhados, mas que o valor seja justificado, ainda que por estimativa. Isso se
justifica, pois o empregado, dificilmente, tem documentos para cálculo de horas
extras, diferenças salariais, etc. Além disso, muitos cálculos demandam análise da
documentação a ser apresentada pela própria reclamada”vii.
E, em caso de procedência dos pedidos, não seria cabível a limitação
aos valores apontados na petição inicial, sendo esses considerados mera
estimativa. Nesse sentido, o entendimento contido na Tese Prevalecente n. 16, do
TRT da 3ª Região, ao tratar do procedimento sumaríssimo:
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“RITO SUMARÍSSIMO. VALOR CORRESPONDENTE AOS PEDIDOS,
INDICADO NA PETIÇÃO INICIAL (ART. 852-B, DA CLT). INEXISTÊNCIA DE
LIMITAÇÃO, NA LIQUIDAÇÃO,A ESTE VALOR. 
No procedimento sumaríssimo, os valores indicados na petição inicial,
conforme exigência do art. 852-B, I, da CLT, configuram estimativa para fins de
definição do rito processual a ser seguido e não um limite para apuração das
importâncias das parcelas objeto de condenação, em liquidação de sentença”.
(RA 207/2017, disponibilização: DEJT/TRT3/Cad. Jud. 21, 22 e 25/09/2017).
Frise-se, por oportuno, que, mesmo em se tratando de estimativa,
cumprindo-se os escopos de ordem ética e pragmática da referida alteração
legislativa, poderá o Juízo, de ofício, determinar a retificação do valor, caso
entenda inadequado, cabendo, também, à parte adversa, efetuar a tempestiva
impugnação, acaso existam parâmetros mais razoáveis para fixação do valor.
5. Conclusão
Diante do exposto, é preciso que seja interpretada com cautela a
disposição do parágrafo primeiro do art. 840, da CLT, com a prevalência do
posicionamento que mais atenda aos escopos da jurisdição, em respeito aos
princípios da simplicidade e informalidade que regem o Processo do Trabalho,
entendendo-se que a inovação legal não exige a liquidação dos pedidos, mas a
mera atribuição de valor estimativo, com a manutenção possibilidade de
determinação de retificação do valor pelo Juízo ou de impugnação pela parte
contrária.
——————–
i
 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antonio. Petição inicial e resposta do réu no Processo
do Trabalho. 2. Ed. São Paulo: LTr.
 ii TEIXEIRA FIHO, Op.cit., p. 107.
 iii TEIXEIRA FIHO, Op.cit., p. 109.
 iv DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil, vol. II.
São Paulo: Malheiros, 2017, p. 147.
 v TEIXEIRA FIHO, Op.cit., p. 110.
 vi SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 10. ed. São Paulo:
LTr, 2016, p. 833.
 vii SCHIAVI, Mauro. A Reforma Trabalhista e o Processo do Trabalho. São Paulo:
LTr, 2017, p. 94.
Fabrício Lima Silva – Juiz do Trabalho Substituto do TRT da 3ª Região.
Professor de Cursos de Especialização. Bacharel em Direito pela Universidade de
São Paulo, com habilitação em Direito de Empresa. Especialista em Direito
Material e Processual do Trabalho pela Uniderp. Especialista em Direito Público
pela Anamages – Associação Nacional dos Magistrados Estaduais.
Fonte: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/aspectos-processuais-da-reforma-trabalhista-
2-16012018 
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TEXTO 2
Reforma Trabalhista: Conheça o Processo de 
Homologação de Acordo Extrajudicial
Dentre as muitas novidades introduzidas pela Reforma Trabalhista (Lei
nº 13.467/17) nas atuais relações de trabalho e emprego, merece destaque a
criação de um procedimento de jurisdição voluntária no âmbito da Justiça do
Trabalho, qual seja, o Processo de Homologação de Acordo Extrajudicial, agora
previsto no art. 855-B, da CLT. Dessa forma, o acordo feito pelas partes,
extrajudicialmente, pode ser submetido à Justiça do Trabalho para que seja
homologado.
Como era antes da Reforma?
Antes da Reforma, a Justiça do Trabalho somente admitia a realização
de acordos como forma de solução de ações trabalhistas já levadas ao seu
conhecimento, nas quais houvesse a indicação de direitos eventualmente não
adimplidos.
Em outras palavras, o acordo extrajudicial firmado entre empregado e
empregador não evitaria eventual litígio judicial, já que a quitação dada se limitava
aos valores pagos e não evitava a propositura de ação judicial para rediscutir os
créditos resultantes da relação jurídica.
E como é hoje?
Agora, após a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, é facultado às
partes, de comum acordo, provocarem o Judiciário para homologação do acordo
extrajudicial, conforme o art. 855-B, da CLT, que assim dispõe:
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá
início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por
advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato
de sua categoria.
De acordo com o dispositivo legal acima, basta o comum acordo entre
as partes para proporem a homologação do acordo realizado extrajudicialmente.
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Contudo, o advogado não pode ser o mesmo para ambas as partes. Persiste a
ideia de interesses contrapostos, mas que chegaram em um consenso,
assegurando a independência das partes na manifestação de vontade que
resultou no acordo realizado.
Com o protocolo da petição de acordo extrajudicial, suspende-se o
prazo prescricional em relação aos direitos nela contidos, voltando a fluir após o
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo (art. 855-E,
da CLT). Contudo, tal efeito suspensivo não se aplica em relação ao prazo para
pagamento das verbas rescisórias.
No prazo de 15 (quinze) dias a contar da distribuição da petição, o juiz
analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá
sentença (art. 855-D da CLT) homologando ou não todo o acordo ou parte dele.
Além disso, o acordo homologado terá efeito de título executivo judicial,
possibilitando que o eventual inadimplemento seja executado perante o juízo
responsável pela decisão que homologou os seus termos.
Ademais, caberá recurso ordinário da sentença que rejeitar a
homologação do acordo ou parte dele.
Conclusão
Se por um lado o novo procedimento de jurisdição voluntária inserido
na Justiça do Trabalho trás segurança para as partes no sentido de que a
transação feita será respeitada, quando homologada em Juízo, por outro lado
desperta preocupação quanto à forma de sua utilização, uma vez que esse
instrumento não pode ser utilizado para fraudar a quitação de verbas rescisórias e
outros direitos dos trabalhadores em geral.
Portanto, o empregador não pode deixar de pagar verbas trabalhistas a
que está obrigado para depois com a oferta de valor irrisório buscar no “acordo
extrajudicial” quitação de tudo que não adimpliu.
Em razão disso, esse procedimento somente será válido quando
resultar de verdadeira transação das partes, com o devido equilíbrio que deve
existir em todo e qualquer acordo. Ao Poder Judiciário caberá analisar a existência
desse equilíbrio e aos Sindicatos (e também Advogados) o dever de fiscalizar a
correta utilização dessa novidade inserida no processo trabalhista.
Publicado por 
BRUNO CARDOSO 
Advogado militante na área Cível, Familiar e Trabalhista, formado em Direito pela
Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, inscrito na OAB/MS nº
21.559. Atua prestando serviços de assessoria, consultoria jurídica e advocacia
preventiva e contenciosa para pessoas físicas e jurídicas (empresas e sindicatos) 
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Fonte: https://brunonc.jusbrasil.com.br/artigos/523710621/reforma-trabalhista-
conheca-o-processo-de-homologacao-de-acordo-extrajudicial
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