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Ritos, Reclamação Trabalhista, Audiência e Defesa

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ROTEIRO DE ESTUDOS – DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
	1. PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO
O procedimento comum se divide em:
SUMÁRIO: até 2 salários mínimos – [Lei 5584/70]
SUMARÍSSIMO: acima de 2 e abaixo de 40 salários mínimos – [Art. 852-A e ss, CLT]
ORDINÁRIO: mais de 40 salários mínimos
O que define o procedimento é o valor da causa. Para a fixação do procedimento é constitucional o uso do salário mínimo (súmula 356, TST).
1.1. PROCEDIMENTO SUMÁRIO
O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70,não está previsto na CLT. Tem por finalidade
garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor da causa não ultrapasse dois salários mínimos. Estas causas trabalhistas, também chamadas de “dissídios de alçada”, possuem características relevantes, previstas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 2º da referida lei:
Quando o valor da causa for inferior a dois salários mínimos, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar na ata a conclusão do juiz quanto à matéria de fato.
Não caberá nenhum recurso das sentenças proferidas nas ações sujeitas a esse procedimento, considerando o salário mínimo vigente na data de ajuizamento da ação, EXCETO se versar sobre matéria constitucional, caso em que caberá a interposição de recurso extraordinário, que será apreciado pelo STF.
1.2. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
A Lei 9.957/00 trouxe uma série de alterações no texto da CLT, entre elas a inserção dos artigos 852-A a 852-I, instituindo o procedimento sumaríssimo. Seu intuito é privilegiar a celeridade e a economia processual.
O procedimento sumaríssimo aplica-se aos dissídios individuais, cujo valor não exceda a 40 vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação.
Art. 852-A, CLT.Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a
Administração Pública direta, autárquica e fundacional.
Este procedimento não se aplica à administração direta, autárquica e fundacional. Às empresas públicas e sociedades de economia mista não se garante a mesma prerrogativa. Isto ocorre porque estas entidades exploram a atividade econômica, de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios concedidos a administração pública no exercício de funções públicas. Isso ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação aos particulares.
O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos.
O artigo 852-B da CLT apresenta os requisitos da petição inicial no procedimento sumaríssimo. Observe- se:
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento,
podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação.
No procedimento sumaríssimo é fundamental que os pedidos formulados sejam líquidos. Em relação a cada pedido o reclamante deverá especificar qual é o valor requerido, sob pena de arquivamento da reclamatória trabalhista. Também resultará o arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a citação por edital neste procedimento.
Embora, em regra, o procedimento seja definido com base no valor da causa, ainda que este esteja acima de dois salários mínimos e não ultrapasse quarenta salários mínimos, o procedimento será ordinário, caso o reclamante desconheça o endereço do reclamado, já que no procedimento sumaríssimo não há citação por edital e aplica-se em nosso ordenamento jurídico o princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.
O procedimento sumaríssimo caracteriza-se pela audiência una, ou seja, todos os atos da audiência inicial, bem como os de instrução e julgamento, realizar-se-ão em uma audiência. [Art. 852-C,CLT]
Segundo o art. 852-B, III, da CLT, a audiência, na qual deverá se proferida a sentença deve ser designada para o prazo máximo de 15 dias, podendo, entretanto, ser interrompida. Neste caso, o seu prosseguimento e a solução da lide devem ocorrer no máximo em mais 30 dias, totalizando um total de no máximo 45 dias para o julgamento da lide.
Segundo o artigo 852-H, todas as provas deverão ser produzidas na audiência, ainda que não requeridas previamente.
A audiência una obriga a parte a impugnar todos os documentos apresentados pela parte contrária oralmente naquela sessão, salvo em caso de absoluta impossibilidade, a ser apontada pelo juiz. [Art. 852-H, § 1º, CLT]
As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas, as quais deverão comparecer espontaneamente na audiência. [Art. 852-H, § 2º, CLT]
Caso a testemunha não se apresente, o juiz só determinará a intimação desta, diante da apresentação do convite. Se porventura, após a intimação a testemunha não comparecer na audiência, será ordenada a sua condução coercitiva e o pagamento de multa. [Art. 852-H, § 3º, CLT]
É possível produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. De imediato o juiz fixará o prazo, o objeto da perícia e nomeará o perito. [Art. 852-H, § 4º, CLT]
As partes TERÃO O PRAZO COMUM de 5 dias para manifestação em relação ao laudo pericial. [Art. 852- H, § 6º, CLT]
Caso a audiência precise ser interrompida, o juiz deve providenciar que o seu prosseguimento e a solução do processo ocorram no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante, justificado nos autos (não será uma nova audiência, será o prosseguimento da mesma). [Art. 852-H, § 7º, CLT].
O artigo 852-E da CLT instrui que o juiz detém a faculdade de realizar a tentativa conciliatória em
qualquer momento da audiência.
No procedimento sumaríssimo, conforme o artigo 852-G, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo deverão ser decididos de plano. O restante das questões será decidido na sentença.
EM SÍNTESE:
Aplica-se aos dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação;
.Não se aplica a administração direta autárquica e fundacional;
 O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos.
 A audiência é una. A causa deve ser apreciada no prazo máximo de 15 dias. Entretanto, se for interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do litígio poderão demorar mais no máximo 30 dias;
 As provas deverão ser produzidas na audiência, ainda que não requeridas previamente;
 O número máximo de testemunhas é de duas. Elas devem comparecer em audiência independentemente de intimação ou de notificação. Caso não compareçam o juiz só as intimará se comprovado o convite. E, se intimadas, ainda assim não comparecerem, o juiz determinará sua condução coercitiva;
 É possível produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei;
Em audiência o juiz fixará o perito, objeto e o prazo;
Apresentado o laudo pelo perito as partes terão o prazo COMUM de 5 dias para se manifestarem.
1.3. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
É o procedimento maisutilizado na Justiça do Trabalho. Todas as disposições da CLT que não se
referirem ao procedimentos sumaríssimo ou sumário se aplicam ao ordinário.
	2. COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
O objetivo da comissão de conciliação prévia é a realização de acordo extrajudicial entre as partes
conflitantes. A Comissão de Conciliação Prévia é competente para conciliar apenas os conflitos individuais do trabalho, (art. 625-A da CLT).
Sua composição é paritária, sendo metade dos seus membros formada por representantes do empregador e a outra metade eleita pelos empregados. Apenas os representantes dos empregados, titulares e suplentes, são detentores de estabilidade provisória no emprego, sendo vedada a sua dispensa sem justa causa até um ano após o término do mandato (art. 625-B,§1º, CLT).
O representante dos empregados na CCP desenvolverá seu trabalho normalmente na empresa, afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade (art. 625-B,§2º, CLT).
A comissão poderá ser instituída no âmbito das empresas ou dos sindicatos. Nesta hipótese terá sua constituição e normas de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo (art. 625-C, CLT).
A passagem pela comissão de conciliação prévia era obrigatória, nos termos do artigo 625-D da CLT.
Entretanto, recentemente, o STF deferiu parcialmente medidas cautelares em duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 2139 e ADI 2160 – ver informativo n. 546 do STF), a fim de restringir a aplicabilidade deste artigo da CLT. O STF entendeu caracterizada a ofensa ao Princípio do Livre Acesso o Judiciário (art. 5º, XXXV, CF/88), concedendo liminar, por maioria de votos, suspendendo o caput do artigo 625-D da CLT. Dessa maneira, a passagem pela CCP é faculdade da parte.
A passagem pela comissão de conciliação prévia suspende os prazos de prescrição bienal e quinquenal até a data da sessão ou até 10 dias, o que ocorrer antes.
As Comissões de Conciliação Prévia tem prazo de dez dias para a realização da sessão de tentativa deconciliação a partir da provocação do interessado (art.625-F, CLT). Caso seja agenda para período posterior, este poderá aguardar a sua realização, ciente de que após o 10º dia o prazo prescricional voltará a correr ou optar por não esperá-la. Neste caso, a Comissão deve conceder as partes uma declaração de tentativa conciliatória frustrada (art. 625-F, parágrafo único, CLT).
Caso o acordo seja celebrado, a Comissão lavrará o termo de conciliação, o qual constituirá um título executivo extrajudicial, que se descumprido poderá ser executado na Justiça do Trabalho (art. 625-E e art. 876, CLT).
O título referido possui eficácia liberatória geral, ou seja, dá quitação ao contrato de trabalho como um todo, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas (art. 625-E, § único, CLT).
	3. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA VERBAL
a. CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Reclamatória Trabalhista verbal será distribuída antes de sua redução a termo e observará os mesmos requisitos da Reclamatória escrita.
Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
(...)
§ 2º. Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
Uma vez distribuída, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se, no prazo máximo de 5 dias ao cartório ou secretaria, para reduzi-la a termo, sob pena de não poder ajuizar nova RT pelo prazo de 6 meses.
Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, ao Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na perda pelo prazo de 6 meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
Ao final, a redução a termo será assinada pelo escrivão ou chefe de secretaria e pelo reclamante.
b. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ESCRITA
Os requisitos da reclamação trabalhista estão descritos no parágrafo primeiro do art. 840 da CLT.
Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
São eles, os requisitos:
. Endereçamento
. Qualificação
. Breve relato dos fatos
. Pedido
. Data
. Assinatura
Não é obrigatório:
. Pedido de produção de provas
. Intimação da parte
. Valor da causa (no procedimento sumaríssimo é obrigatório)
Se na Petição Inicial não houver valor da causa, o juiz o fixará em audiência após a primeira tentativa
conciliatória. Caso a outra parte não concorde, irá se manifestar e reiterar nas razões finais.
Se o juiz mantiver o valor inicialmente fixado para a causa será possível interpor um recurso chamado
PEDIDO DE REVISÃO a ser julgado pelo TRT (essa é uma exceção à regra da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.
No Inquérito judicial para apuração de falta grave a petição inicial DEVERÁ SER ESCRITA.
	4. AUDIÊNCIA
A palavra audiência vem de audire, e literalmente significa coisas (que são) ouvidas. De um modo geral, serve para que as autoridades possam ouvir o que querem lhes falar.
A audiência trabalhista é um ato formal, solene, que conta com o comparecimento das partes, advogados, funcionários da Justiça e do Juiz do Trabalho, em que são realizadas as tentativas de conciliação, o reclamado poderá apresentar sua resposta (contestação, exceção e reconvenção), se ouvem as partes e testemunhas e se profere a decisão. 
a) NOTIFICAÇÃO:
O termo notificação ora é utilizado pela CLT como sinônimo de citação, ora como sinônimo de citação.
Uma vez ajuizada a Reclamatória trabalhista ela será distribuída para uma das varas do trabalho, na qual o escrivão no prazo máximo de 48 encaminhará uma notificação para o reclamado comparecer em audiência.
Ressalte-se que não há no Processo do Trabalho despacho da petição inicial ordenando a citação.
Sobre a notificação:
a) a notificação é encaminhada ao reclamado, via postal, em registro postal com franquia (art. 841, § 1°, CLT), ou seja, com aviso de recebimento;
b) presume-se recebida no prazo de 48 horas, contados da sua postagem, sendo ônus do destinatário
comprovar o não recebimento neste prazo (súmula 16, TST);
c) Caso o reclamado crie embaraços ao seu recebimento ou não seja encontrado, a citação será feita por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou na falta, afixado na sede do Juízo (art. 841, § 1º, CLT). Ressalte-se que no procedimento sumaríssimo não há citação por edital (art. 852-B, II, CLT).
b) a notificação poderá ser recebida por: pessoa que tenha PODERES para recebê-la, por qualquer
EMPREGADO, pelo ZELADOR DO PRÉDIO COMERCIAL ou poderá ser deixada na CAIXA POSTAL DA EMPRESA.
Sobre a Audiência:
a) Seja no procedimento sumário, no sumaríssimo ou no ordinário a defesa será apresentada em
audiência;
b) A audiência será a primeira desimpedida depois de 5 dias (art. 841, CLT), ou seja, entre a data do recebimento da notificação e a da data da audiência deverá decorrer pelo menos 5 dias, sendo este o prazo para a elaboração da defesa.
Observe-se o art. 841 da CLT.
Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.
§ 1º. A notificação será feita em registro postal com franquia. Seo reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
§ 2º. O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo anterior.
b) NOÇÕES GERAIS
As audiências no processo do trabalho serão públicas, salvo quando contrariar o interesse social.
A lei ó poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
Serão realizadas no juízo ou tribunal, mas excepcionalmente poderão realizar-se em outro local mediante edital fixado na sede do juízo COM 24 HORAS de antecedência.
O horário das audiências é das 8h00 às 18h00, em dias úteis, com duração máxima de 5 horas contínuas, salvo quando houver matéria urgente. É permitida a convocação de audiências extraordinárias, desde que respeitada a regra de fixação do edital na sede do juízo com 24 horas de antecedência.
Há tolerância para atraso do juiz ou presidente de até 15 minutos. Se após esse lapso temporal ele não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se e o ocorrido deverá constar no livro de registro de audiências (art. 815, § único, CLT)
A mesma regra não se aplica para as partes.
OJ 245, SDI-I, TST. Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à audiência.
O juiz ou presidente é o responsável por manter a ordem na audiência, podendo determinar que se retirem do recinto aqueles que perturbarem a tranquilidade, e até mesmo autuar e prender os desobedientes por desacato (art. 816, CLT).
Os atos processuais deverão ser registrados em ata, conforme o artigo 851, caput, da CLT. Não só os atos, mas todos os fatos relevantes, como as ausências, atrasos, requerimentos, protestos antipreclusivos, providências determinadas pelo juiz etc. A ata será assinada pelo juiz(art. 851, §2º, CLT).
c) TRÂMITE DA AUDIÊNCIA
c.1) NO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
A audiência no procedimento ordinário é contínua. A ideia do legislador era de que a audiência fosse una, porém na prática costuma ser dividida. Conforme já mencionado, a divisão normalmente se dá da seguinte maneira: audiência inicial, audiência de instrução e audiência de julgamento.
Art. 849, CLT. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Observe-se o trâmite da audiência no procedimento ordinário, pressupondo que será dividida:
Audiência una:
. Pregão
. Primeira tentativa conciliatória;
. Leitura da inicial, caso não dispensada
. Apresentação da defesa
. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS (oralmente, na audiência)
. Depoimento das partes
. Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos
. RAZÕES FINAIS (não há previsão na lei)
. Segunda tentativa conciliatória
. Sentença
Audiência divida
	Audiência Inicial (Conciliação)
	Audiência de Instrução
	Audiência de Julgamento 
	Pregão 
Tentativa de Conciliação
Leitura da Inicia (podendo ser dispensada)
apresentação da defesa
	Pregão
Depoimento das partes
Oitiva
Peritos
Razões Finais
Tentativa de Conciliação
	Pregão
Leitura da sentença 
c.2) NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
No procedimento sumaríssimo a audiência é una (art. 852-C, CLT). Segue o trâmite da audiência
nesse procedimento.
Audiência una:
. Pregão
. Primeira tentativa conciliatória;
. Leitura da inicial, caso não dispensada
. Apresentação da defesa e documentos
. IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS (oralmente, na audiência)
. Depoimento das partes
. Oitiva de testemunhas, peritos e técnicos
. Segunda tentativa conciliatória
. Sentença
c.3) DA CONDUÇÃO DA AUDIÊNCIA PELO JUIZ DO TRABLAHO: ORDEM DA OITIVA DAS PARTES E TESTEMUNHAS 
Quanto à ordem de oitiva de partes e testemunhas, ao contrário do que prevê o CPC, a CLT não traça uma ordem de oitiva. Apenas no art. 848 a CLT assevera que, após a tentativa de conciliação, o Juiz do Trabalho ouvirá as partes e testemunhas.
Conforme destaca Mauro Schiavi ( 2012, p. 493), não se aplica a ordem prevista no art. 361 do CPC, qual seja: oitiva do autor, do réu, das testemunhas do autor e das testemunhas do réu, pois a finalidade teleológica da CLT foi assegura ao Juiz do Trabalho um poder mais acentuado na direção da audiência, considerando-se a importância desse ato processual para o Processo do Trabalho, bem como a quantidade de audiências diárias que realiza o Juiz do Trabalho (artigos 765 e 852-D da CLT). 
d) COMPARECIMENTO DAS PARTES
* Súmula 377 do TST:
regra: o prepostos deve ser empregado da empresa;
exceções: reclamação de empregado doméstico: caso em que poderá se fazer representar por qualquer membro da família;
micro ou pequeno empresário: caso em que poderá se fazer substituir por terceiro que tenha conhecimento dos fatos;
Nas reclamações plúrimas e ações de cumprimento os empregados poderão se fazer representar pelo sindicato de sua categoria (art. 843, CLT).
Art. 843, CLT. Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar* pelo Sindicato de sua categoria.
e) CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES
Observe as consequências da ausência das partes em audiência (art. 844, CLT).
A presença só do advogado ainda que munido de procuração e defesa não afasta a revelia (súmula 122, TST). 
Também nos termos da súmula 122 do TST apenas atestado médico de declare a impossibilidade de locomoção do reclamado é hábil a afastar a revelia no Processo do Trabalho.
Ressalte-se que um advogado não pode atuar em um mesmo processo na condição de patrono do empregador e seu preposto por vedação expressa do art. 23 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
Revelia – art. 344 CPC
Nos termos do art. 346 do CPC e art. 852 da CLT contra o réu revel, que não tenha patrono nos autos, os prazos correrão independentemente de intimação, com exceção da sentença, cuja intimação deverá ocorre na forma do art. 841, § 1º, da CLT, ou seja, via postal.
Art. 346, CPC. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único.  O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
Art. 852, CLT. Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.
A revelia não produz confissão na ação rescisória, pois considerando que a sentença é o objeto atacado, envolve matéria de ordem pública. [Súmula 398, TST].
Hipóteses em que a revelia não produz seus efeitos: 345 CPC
Caso o reclamante dê causa a dois arquivamentos da reclamação trabalhista por não comparecer em audiência, não poderá ajuizar nova reclamação trabalhista com a mesma causa de pedir e pedidos pelo prazo de 6 meses (art. 732, CLT).
Art. 844, CLT. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
A confissão ficta pode ser confrontada coma prova pré constituída nos autos, não implicando o cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores (súmula 74, II, TST). 
Em maio de 2011 o Pleno de TST inseriu o inciso IV na súmula 74, passando a estabelecerque o impedimento de provas posteriores aplica-se exclusivamente a parte confessa e não ao juiz, o qual tem o poder/dever de conduzir o processo.
Súmula 74, TST. CONFISSÃO (atualizada em decorrência do CPC de 2015)
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
A súmula 9 do TST é muito cobrada nas provas! Observe sua redação: Súmula 9, TST. AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.
	5. RESPOSTAS DO RÉU
Após a sua citação, o réu poderá apresentar três modalidades de resposta: contestação, exceção e reconvenção. As duas primeiras se tratam de defesas, enquanto a última é ação do réu em face do autor, dentro do mesmo processo onde foi demandado.
O artigo 847 da CLT garante ao reclamado 20 minutos para apresentar sua defesa.
Segundo o artigo 146 do CPC, as partes podem arguir: a suspeição e o impedimento do juiz.
A. CONTESTAÇÃO
Como a CLT não define a contestação, aplica-se subsidiariamente o artigo 336 do CPC:
Art. 336, CPC. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Esta norma consagra os Princípios da Concentração e da Eventualidade, pois o réu deverá alegar todo e qualquer tipo de resistência à pretensão do autor, ainda que contraditória entre si, para que o juiz conheça das posteriores, se as anteriores forem repelidas.
Preliminares – Art. 337 CPC
A contestação por negação geral é vedada, considerando-se verdadeiros os fatos contidos na Inicial.
Princípio da impugnação especificada dos fatos – art. 341 CPC
EXCEÇÃO: quando o contestante for defendido por advogado dativo, curador especial e para MPT admite-se negativa geral. [Art. 341, CPC]
A compensação é matéria de mérito, somente podendo ser arguida na contestação (art. 767,
CLT e súmulas 18 e 48).
Acerca da compensação é importante destacar:
 cabível a compensação quando reclamante e reclamado forem credores e devedores reciprocamente;
somente é possível quando se tratar de dívida de natureza trabalhista;
a compensação não pode ser concedida de ofício pelo juiz, devendo ser requerida pelo reclamado na contestação;
a compensação limita-se ao valor da condenação.
Como exemplo de compensação podemos citar a hipótese em que o empregado pede demissão, não cumprindo o aviso prévio e posteriormente ajuíza uma reclamatória trabalhista contra seu ex-empregador.
Na contestação o reclamado poderá requerer que seja compensado o valor do aviso prévio que o reclamante lhe deve com o de eventual condenação.
Nos termos da súmula 268 do TST o ajuizamento da ação, ainda que arquivada, interrompe a
prescrição, apenas uma vez (art. 202, CC), somente em relação aos pedidos idênticos, ainda que arquivada antes da citação válida, diferentemente do processo civil, que nos termos do art. 240, § 1º, do CPC.
SUM-268 PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA ARQUIVADA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.
B. EXCEÇÕES
Segundo o artigo 146 do CPC, as partes podem arguir: a suspeição e o impedimento do juiz.
Exceção de Incompetência: Art. 800 CLT
A exceção de incompetência relativa deve ser apresentada pelo réu em audiência, sob pena de prorrogação da competência.
Apresentada a exceção de incompetência, o exceto terá um prazo improrrogável de 24 horas para se manifestar, devendo a decisão ser proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir. [Art. 800, CLT]
O excipiente apresenta a exceção de incompetência em audiência, ocasião em que o juiz receberá a exceção, suspenderá o feito, abrirá vista para o exceto se manifestar no prazo improrrogável de 24 horas e proferirá decisão interlocutória. Caso acolha a exceção, remeterá os autos para o Juízo declinado como competente.
Como a decisão que julga a exceção é interlocutória, não admite recurso de imediato, exceto quando terminativa do feito. (art. 799, § 2° da CLT).
A súmula 214, em sua alínea “c” explica o significado de decisão terminativa do feito. Observe-se:
Súmula 214, TST. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Assim, caso o juiz acolha a exceção de incompetência, remetendo os autos para juiz que esteja subordinado a TRT diferente do que está subordinado o juízo excepcionado (não qual foi apresentada a exceção), a decisão interlocutória de julgamento da exceção terá sido terminativa do feito e desafiará RO, de imediato. O recurso será julgado pelo TRT a que está subordinado o juiz que acolheu a exceção de incompetência.
. Caso 1: prestação de serviços em Curitiba --- juízo declinado em Ponta Grossa
Pertencem ao mesmo TRT, a decisão seria então irrecorrível de imediato.
. Caso 2: prestação de serviços em São Paulo --- juízo declinado Porto Alegre
Pertencem a TRTs diferentes, então seria recorrível de imediato (através de RO)
Também é terminativa do feito a decisão de reconhece a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho e remete os autos para outro ramo do poder judiciário, cabendo recurso ordinário para atacar tal decisão.
Exceção de Suspeição e Impedimento:
A CLT, datada de 1943, baseou-se no CPC de 1039, o qual tratava apenas de suspeição. Por isso, a CLT versa apenas sobre suspeição.
O CPC de 1973, seguido pelo de 2015, distinguiu suspeição de impedimento, entretanto a CLT permaneceu sem alteração, referindo-se apenas a suspeição.
Apesar disso, as mesmas razões que justificam a exceção de suspeição, justificam também a de impedimento. Por esse motivo onde na CLT lê-se suspeição deve ser lido também impedimento.
As hipóteses de cabimento de suspeição e impedimento estão previstas no artigo 801 da CLT e nos artigos 144 e 145 do CPC.
O artigo 801, CLT estabelece que o juiz é obrigado a dar-se por suspeito e pode ser recusado pelos seguintes motivos, em relação aos litigantes:
. Inimizade pessoal
. Amizade íntima
. Parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil
. Interesse particular na causa
Na prova:
. O artigo 801 da CLT trata parentesco consanguíneo até terceiro grau como hipótese de suspeição, quando na verdade é hipótese de impedimento.
A suspeição não poderá ser alegada:
. se o recusante, mesmo que tacitamente, demonstrar consentimento pelo juiz, salvo por motivo posterior;
. se ficar demonstrado que já possuía conhecimento do motivo da suspeição anteriormente e não alegou; ou
. se propositalmente deu causa à razão da suspeição.
As exceções de suspeição e impedimento devem ser apresentadasem audiência, salvo se o motivo que as originou for posterior a audiência, caso em que a nulidade deve ser argüida na primeira oportunidade que a parte tiver de falar em audiência ou nos autos, sob pena de preclusão.
As exceções de suspeição e impedimento suspendem o feito e serão processadas nos mesmos autos, de reclamatória trabalhista sendo dispensada a sua autuação em separado.
Segundo a CLT, apresentada exceção de suspeição ou impedimento, o juiz ou Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento dentro de 48 horas.[Art. 802, CLT]
Art. 802. Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou Tribunal designará audiência dentro de 48 (quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
Para alguns autores, desde a extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento, com a EC 24/99, não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 802 da CLT, e sim o CPC, cujo processamento da exceção está nos artigos 146, caput e 146, §§ 4o e 5o do CPC. Caso o juiz não se julgue suspeito ou impedido deverá remeter os autos ao TRT, no prazo de quinze dias, para que este aprecie com suas razões e documentos.
Art. 146.  No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1o Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2o Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido:
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
§ 3o Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
§ 4o Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-la-á.
§ 5o Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6o Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7o O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Nas exceções de suspeição e impedimento, os sujeitos passivos são juízes, promotores, peritos judiciais, intérpretes e os próprios serventuários da justiça. [Art. 148, CPC]
Opostas exceções de suspeição e impedimento contra o juiz, haverá a suspensão do processo. No entanto, quando for oposta em relação a qualquer outro dos sujeitos passivos, não haverá a suspensão do processo. [Art. 148, §2º, CPC].
A decisão que julga exceção de suspeição ou impedimento é interlocutória, assim, dela não caberá recurso de imediato, mas as partes poderão mencioná-las novamente no momento em que couber recurso da decisão final. [Art. 799, § 2º e Art. 893, § 1º, CLT]
As matérias atinentes à litispendência, coisa julgada e incompetência absoluta não devem ser objeto de exceção, mas sim de preliminar de contestação.
Apesar de haver controvérsia, para a maior parte da doutrina o caput do art. 340 do CPC (antigo art. 305 e 112 CPC/73) não se aplica ao processo do trabalho. Segundo tal dispositivo “Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico’’.
 
Tal regra mostra-se incompatível com o Processo do Trabalho, uma vez que por determinação de lei as respostas do réu (exceções, a contestação e reconvenção) devem ser apresentadas em audiência, podendo o juiz incompetente territorialmente tentar a conciliação.
C.RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma ação do réu contra o autor dentro do mesmo processo em que está sendo demandado – Art. 343 CPC
A CLT é omissa quanto à reconvenção, então se aplica subsidiariamente, por força do artigo 769 da CLT, os dispositivos do CPC quanto ao tema – Artigo 343 CPC.
Art. 343.  Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
O § 2o do art. 343 do CPC expõe uma característica importante da reconvenção: a autonomia. A reconvenção não é uma ação acessória, tendo em vista que a desistência da ação principal pelo autor (reconvindo), ou a existência de qualquer outra causa que venha a extinguir a ação principal, não obsta o prosseguimento da reconvenção.
REQUISITOS PARA A RECONVENÇÃO:
. O juízo deve ser competente para ambas as ações: para a RT e para a reconvenção;
. Deve haver legitimidade – O reclamado da RT precisa estar no pólo ativo da reconvenção e vice-versa;
. O procedimento deve ser o mesmo;
. Exige-se conexão entre a reconvenção e a ação principal ou algum dos fundamentos da defesa – [Art. 55, CPC]
A sentença da ação principal e da reconvenção será a mesma. [Art. 318, CPC].
	6. CONCILIAÇÃO
O procedimento ordinário exige obrigatoriamente duas tentativas conciliatórias na audiência. A ausência de qualquer uma delas gera nulidade absoluta dos atos processuais posteriores. O procedimento sumaríssimo exige apenas uma tentativa conciliatória obrigatória, mas o juiz poderá tentar conciliar as partes a qualquer tempo na audiência.
A homologação de acordo é faculdade do juiz. Não fere direito líquido e certo da parte a recusa do juiz em homologar o acordo.
Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.
A sentença homologatória de acordo é irrecorrível para as partes (art. 831, CLT), transitando em julgado na data de sua homologação (súmula 100, V, TST). É equiparada a sentença de mérito (art. 487, III, ‘‘b’’ do CPC), sendo rescindida por ação rescisória (e não por ação anulatória), segundo estabelece a súmula 259, TST.
Súmula 100, V, TST. O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial.
Nos termos do art. 831, parágrafo único, da CLT, somente a Previdência Social poderá recorrer desta sentença, por meio do Recurso Ordinário, cuja matéria versará exclusivamente em relação às contribuições previdenciárias.
Atenção! Apesar de constar no texto legal que a Previdência Social poderá recorrer desta sentença, na prática, desde 2007, a União é quem atuacomo parte neste processo, em virtude da Lei 11.457/07 (Lei da Super Receita), que unificou a arrecadação e fiscalização dos tributos da antiga Receita Federal e contribuições da Previdência Social.
O prazo para o recurso ordinário é em dobro para a União, nos termos do inciso III, do art. 1° do DL 779/69.
Conforme o artigo 846 da CLT, no termo de conciliação deverá constar o prazo e a forma para seu cumprimento. Por exemplo, pode ser estabelecido que a parte que não cumprir o acordo restará obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.
A multa não poderá ser superior ao valor da obrigação principal, pois sua natureza é de cláusula penal. [Art. 412, CC].
É lícito às partes formular acordo mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. [Art. 764, CLT]
Merece destaque a OJ 376 da SDI-1 do TST:
OJ 376, SDI-1, TST CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR HOMOLOGADO (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010)
É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.
O parágrafo 6º do art. 832 estabelecia que as contribuições previdenciárias devem incidir sobre o valor das verbas indenizatórias listadas na condenação. O critério mudou a partir da Lei 11.941/2009, que no art. 26, acrescentou § 5º ao art. 43 da Lei 8213/91 cuja redação é a seguinte: na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida a decisão de mérito, a contribuição será calculada com base no valor do acordo. Assim, a atual interpretação está em consonância com a OJ 376 da SDI-1.

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