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NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 1 Aula 00 Nutrição Básica Professor: Joyce Souza Alaine Soledade NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 2 Sumário Introdução ............................................................................................................................................... 4 CARBOIDRATOS ........................................................................................................................................ 5 Visão Química .......................................................................................................................................... 5 Digestão de Carboidratos ........................................................................................................................ 8 Absorção de carboidratos ........................................................................................................................ 9 Metabolismo de carboidratos ............................................................................................................... 10 Manutenção da homeostase de glicose ................................................................................................ 11 Resposta Glicêmica ................................................................................................................................ 12 PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS ................................................................................................................. 13 Visão química ......................................................................................................................................... 13 Formas das proteínas ............................................................................................................................. 16 Funções das proteínas ........................................................................................................................... 17 Desnaturação das proteínas .................................................................................................................. 17 Absorção de proteínas ........................................................................................................................... 19 Síntese de proteína ................................................................................................................................ 20 Metabolismo das proteínas ................................................................................................................... 20 Qualidade das proteínas ........................................................................................................................ 22 LIPIDIOS .................................................................................................................................................. 23 Visão química dos ácidos graxos e dos triglicerídeos ............................................................................ 23 Triglicerídeos .......................................................................................................................................... 28 Fosfolipídios e esteróis .......................................................................................................................... 29 Digestão de lipídios ................................................................................................................................ 30 Absorção ................................................................................................................................................ 31 Transporte de Lipídios ........................................................................................................................... 32 Perfil desejado de lipídios no sangue .................................................................................................... 34 VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS ................................................................................................................... 36 VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS ............................................................................................................... 46 ÁGUA ...................................................................................................................................................... 68 Aula 00 – Nutrição Básica NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 3 Equilíbrio Hidroeletrolítico .................................................................................................................... 69 Equilíbrio ácido-base .............................................................................................................................. 70 Equilíbrio hídrico e ingestão recomendada ........................................................................................... 70 MACROMINERAIS .................................................................................................................................. 72 Sódio ...................................................................................................................................................... 73 Cloreto ................................................................................................................................................... 74 Potássio .................................................................................................................................................. 75 Cálcio ...................................................................................................................................................... 77 Fósforo ................................................................................................................................................... 79 Magnésio ............................................................................................................................................... 80 Questões ................................................................................................................................................ 83 REFERENCIAS ......................................................................................................................................... 99 NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 4 Introdução A aula de nutrição básica auxilia ao aluno: compreender conceitos gerais de estado nutricional, nutrição e processos de crescimento e desenvolvimento relacionados à nutrição. Conhecer o conteúdo energético de alimentos e nutrientes e as necessidades de energia nos diversos ciclos da vida. Compreender o metabolismo dos diversos nutrientes e sua relação com as necessidades energéticas do indivíduo e analisar a ingestão dietética de acordo com asrecomendações propostas para os indivíduos saudáveis Neste módulo será abordado: Necessidades e recomendações nutricionais. Carboidratos. Fibras alimentares. Lipídeos. Proteínas. Metabolismo energético. Vitaminas lipossolúveis e vitaminas hidrossolúveis, minerais, água e eletrólitos. Metabolismo celular de macronutrientes e micronutrientes. Ingestão dietética recomendada para indivíduos saudáveis (DRI`s) - uso e aplicações. Bons Estudos NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 5 1. CARBOIDRATOS Visão Química É constituído por carboidratos simples (açúcares) e complexos (amido e fibras). Os carboidratos simples são descritos como: Monossacarídeos: açúcares simples (glicose, frutose e galactose) Dissacarídeos: açúcares compostos por pares de monossacarídeos Maltose (glicose + glicose) Sacarose (glicose + frutose) Lactose (glicose + galactose) Os carboidratos complexos são descritos com: Polissacarídeos: grandes moléculas compostas por cadeias de monossacarídeos. Três tipos de polissacarídeos são essenciais na nutrição: Glicogênio, Amido e Fibras. Glicogênio: uma molécula de glicogênio contém centenas de unidades de glicose em cadeias longas e altamente ramificadas. Essa combinação permite uma hidrólise rápida. Quando a mensagem hormonal libera a energia chega aos locais de armazenagem de uma célula do fígado ou do músculo, as enzimas respondem atacando todas as ramificações de cada glicogênio simultaneamente, disponibilizando mais glicose. Amido: Uma molécula de amido contém centenas moléculas de glicose, seja nas cadeias ocasionalmente ramificadas ou nas cadeias não-ramificadas. Essas NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 6 moléculas de amido são envolvidas lado a lado de grãos, como o trigo, nas raízes e tubérculos e nas leguminosas. Fibras: São a parte estrutural das plantas e assim, são encontradas em todos os alimentos derivados delas (hortaliças, frutas, grãos e leguminosas). As fibras podem ser solúveis – absorvem água, formam géis e são facilmente digeridas pelas bactérias do cólon. Normalmente é encontrada nas leguminosas e frutas, e estão associadas com a proteção contra doenças do coração e diabetes, pois diminuem os níveis de colesterol e glicose no sangue. As fibras insolúveis não absorvem água, não formam gel e não fermentam tão rapidamente. Encontradas principalmente nos grãos e vegetais, essas fibras favorecem o movimento do intestino e aliviam a constipação. No entanto, o Comitê para a Ingestão Dietética de Referência (DRI) propôs, recentemente termos que distinguem as fibras, não por suas propriedades químicas ou físicas, mas por suas origens. As fibras que aparecem naturalmente nas plantas intactas são chamadas de fibras dietéticas, enquanto as fibras extraídas das plantas ou manufaturadas e que possuem efeitos benéficos para a saúde são denominadas de fibras funcionais. As fibras totais referem-se à soma de fibras dietéticas e fibras funcionais. Essas definições foram criadas para adaptar a rotulagem de produtos que podem conter novas fontes de fibras que provaram possuir efeitos benéficos. A ingestão adequada de fibras possibilita: Controle de peso; Diminui o colesterol do sangue; Pode ajudar o câncer de cólon; Ajuda a evitar e controlar a diabetes; Ajuda a evitar diverticulite NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 7 Uma ingestão excessiva de fibras: Desloca os alimentos com alta densidade de energia e nutrientes; Causa desconforto e distensão abdominal; Pode interferir na absorção de nutrientes Valores diários: 25g/dia de fibras IBFC - 2013 - EBSERH - Nutricionista A ingestão adequada (Adequate Intake- AI) de fibras para mulheres entre 19 e 50 anos de idade é de: a) 38 gramas por dia. b) 30 gramas por dia. c) 25 gramas por dia. d) 15 gramas por dia. Gabarito – C NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 8 Digestão de Carboidratos AMIDO FIBRAS Boca e glândulas salivares As glândulas salivares secretam saliva na boca para umedecer a comida. A enzima amilase salivar inicia a digestão: Amido amilase pequenos polissacarídeos, maltose Boca A ação mecânica tritura e divide a fibra do alimento e a mistura com a saliva para umedecê-la a fim de ser engolida. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 9 Absorção de carboidratos A glicose é a única que pode ser absorvida, pelo seu revestimento da boca, mas na sua maior parte, a absorção dos nutrientes acontece no intestino delgado, por meio de um Estômago O HCl desativa as enzimas salivares, parando a digestão do amido. Intestino Delgado e pâncreas O pâncreas produz a amilase que é liberada pelo ducto pancreático dentro do intestino delgado. Em seguida, as enzimas dissacaridases, na superfície das células do intestino delgado hidrolisam os dissacarídeos em monossacarídeos. Assim, as células intestinais absorvem esses monossacarídeos. Estômago As fibras não são digeridas, mas retardam o esvaziamento gástrico o que dá a sensação de saciedade. Intestino delgado As fibras não são digeridas e retardam a absorção de outros nutrientes Intestino grosso A maioria das fibras passa intactas pelo trato digestivo até o intestino grosso. É aí que as bactérias no TGI fermentam algumas fibras. Esse processo gera água e ácidos graxos de cadeia curta. As fibras retêm água, regulam a atividade intestinal e ligam substâncias, tais como bile, o colesterol e alguns minerais, levando-as para fora do corpo. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 10 transporte ativo; a frutose é absorvida através da difusão facilitada, que torna mais lenta a sua entrada e produz um pequeno aumento da glicose no sangue. Do mesmo modo, as cadeias não ramificadas de amido são digeridas lentamente e produzem um pequeno aumento de glicose do sangue quando comparadasas cadeias ramificadas, que possuem muito mais lugares para ataque de enzimas e liberam a glicose rapidamente. Assim, quando o sangue proveniente dos intestinos circula pelo fígado, as células ali presentes absorvem a frutose, a galactose e as transformam em outros compostos, na sua maioria glicose. Dessa maneira, todos os dissacarídeos fornecem diretamente, o menos, uma molécula de glicose e podem fornecer outra, indiretamente pela transformação da frutose em galactose e glicose. Metabolismo de carboidratos A glicose tem o papel principal no metabolismo de carboidratos. Armazenagem de glicose como glicogênio: o fígado armazena aproximadamente um terço do glicogênio total presente no organismo e libera a glicose na circulação sanguínea, conforme a necessidade. Após a refeição, a glicose do sangue aumenta, e as células do fígado unem o excesso de moléculas de glicose, pelas reações de condensação, em cadeias longas e ramificadas de glicogênio, por reações de hidrólise, em moléculas únicas de glicose e as liberam na circulação sanguínea. Assim, a glicose torna-se disponível para fornecer energia ao cérebro e outros tecidos. As células do músculo também pode armazenar glicose em glicogênio, mas elas armazenam a maioria do seu estoque, utilizando-o somente durante os exercícios. Utilização da glicose para obtenção de energia: As enzimas quebram a glicose pela metade. Essas metades podem ser religadas para criar glicose ou ser quebradas em fragmentos ainda menores. O estoque de glicogênio no fígado permanece durante horas no organismo assim, para continuar a fornecer glicose necessária para o corpo. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 11 Criação da glicose a partir de proteínas: chamada de gluconeogênese ou gliconeogênese. Criação de corpos cetônicos a partir de fragmentos de gordura: O fornecimento inadequado de carboidrato pode mudar o metabolismo de energia do corpo. Com menos carboidrato para fornecer glicose necessária para energia no cérebro, a gordura toma uma via metabólica alternativa (em vez de entrar na via principal de energia, os fragmentos de gordura formam os corpos cetônico). Os corpos cetônicos fornecem uma fonte de energia durante a privação de alimentos, mas quando a sua produção ultrapassa, eles se acumulam no organismo causando a cetose que altera o equilíbrio ácido-base. Utilização de glicose para produzir gordura: Após complementar as suas necessidades de energia e abastecer ao máximo as suas reservas de glicogênio, o organismo encontra um meio de armazenar qualquer glicose residual. Então, o fígado quebra a glicose em moléculas menores e as coloca juntas em um composto de armazenamento mais permanente de energia (a gordura). Essa gordura é deslocada até os tecidos gordurosos do organismo para ser armazenada. Ao contrário das células do fígado, que podem armazenar somente a quantidade suficiente de glicogênio para responder as necessidades em energia para menos de um dia, as células de gordura podem armazenar quantidades muito grande de gorduras. Manutenção da homeostase de glicose A homeostase da glicose no sangue é regulada por dois hormônios: insulina, que desloca a glicose do sangue para as células, e o glucagon, que traz a glicose para fora da reserva, quando necessário. (Ver figura 1). Após as refeições, quando a glicose do sangue eleva, células especiais do pâncreas respondem secretando insulina no sangue. (O papel da insulina é de controlar o NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 12 transporte de glicose da corrente sanguínea para o músculo e para as células adiposas.) Geralmente a quantidade de insulina secretada corresponde ao aumento de glicose. Quando a insulina que circula entra em contato com os receptores nas outras células do corpo, estes respondem introduzindo a glicose do sangue nas células. Pegam somente a quantidade necessária para sua energia no momento, mas as células do fígado e dos músculos podem reunir pequenas unidades de glicose em cadeias longas e ramificadas de glicogênio para armazenamento. As células de glicose também podem converter a glicose do sangue em gordura, para exportar para outras células. Dessa forma, a glicose elevada do sangue retorna à normalidade, ao menos tempo em que o excesso de glicose é armazenado como glicogênio. Quando a glicose do sangue cai, outras células especiais do pâncreas respondem secretando o glucagon no sangue. O glucagon aumenta a glicose no sangue quando avisa o fígado para desmanchar suas reservas em glicogênio e liberar a glicose no sangue, para que seja utilizada por células do corpo. Figura 1. Resposta Glicêmica NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 13 Aplica-se a velocidade com que a glicose é absorvida por uma pessoa após a refeição, ao nível que chega o aumento da glicose no sangue e à velocidade com que ela retorna à normalidade. A taxa de absorção da glicose é particularmente importante para as pessoas diabéticas, que podem se beneficiar com o conhecimento de alimentos limitantes que produzem um grande aumento ou uma queda súbita de glicose no sangue. Assim, o índice glicêmico é um método de classificação de alimentos, segundo seu potencial para aumentar a glicose no sangue. Ingestão recomendada de carboidratos: 4-6 g/kg/dia 45% a 65% energia PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS Visão química As proteínas são compostos constituídos por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, organizados em aminoácidos ligados em uma cadeia. Todos os aminoácidos têm a mesma estrutura básica (um átomo de carbono central com um hidrogênio, um grupo amino e um grupo ácido ligado a ele). Mas, os átomos de carbono precisam formar quatro ligações, de modo que uma quarta ligação seja necessária. É nesse quarto local que se distingue cada aminoácido. Ver figura 2. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 14 Figura 2 Os aminoácidos podem ser classificados como essenciais, não essenciais e condicionalmente essenciais: Os aminoácidos essenciais são aqueles em que o organismo não consegue produzir ou não conseguem produzir de modo suficiente para atender as necessidades. Esses aminoácidos devem ser fornecidos pela dieta. Os aminoácidos não essenciais são aqueles que o organismo é capaz de sintetiza-los sozinho. Mais da metade dos aminoácidos é não essencial. Condicionalmente essenciais são aqueles que às vezes, um aminoácido não essencial se torna essencial decorrente de circunstâncias especiais. Como por exemplo, o corpo normalmente utiliza o aminoácido essencial fenilalanina para produzir tirosina que é um aminoácido não essencial. Entretanto se a dieta não fornecer fenilalanina suficiente ou se, por algum motivo, o corpo não conseguirrealizar essa conversão (fenilcetonúria), então a tirosina torna-se condicionalmente essencial NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 15 IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior – Nutricionista Como a síntese de proteínas do organismo depende da disponibilidade de todos os aminoácidos necessários, a qualidade de uma proteína depende da sua composição em aminoácidos e da sua biodisponibilidade. É correto afirmar que, na avaliação da qualidade das proteínas, com base na composição em aminoácidos, o aminoácido essencial encontrado em menor concentração em comparação à necessidade humana é denominado a) aminoácido limitante. b) aminoácido primário. c) aminoácido linear. d) glicina. e) aminoácido alfa. Gabarito A Tabela1. Aminoácidos essenciais e não essenciais Aminoácidos essenciais Aminoácidos não essenciais NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 16 Histidina Alanina Isoleucina Arginina Leusina Asparagina Lisina Ácido aspártico Metionina Cisteína Fenilalanina Ácido glutâmico Treonina Glutamina Triptofano Glicina Valina Prolina Serina Tirosina As células ligam aminoácidos em uma variedade de sequência para formar milhares de diferentes proteínas. Uma ligação peptídica une um aminoácido a outro. As cadeias de aminoácidos são reações de condensação que se conectam com os aminoácidos, onde dois aminoácidos unidos formam um dipeptídeo. Por uma outra reação dessas, um terceiro aminoácido pode ser adicionado à cadeia para formar um tripeptídeo. Conforme aminoácidos adicionais vão se unindo à cadeia, é formado um polipeptídeo. Formas das proteínas As cadeias de polipeptídeos se entrelaçam em uma variedade de formas complexas e emaranhadas, dependendo de suas sequências. O grupo lateral único e cada NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 17 aminoácido da a ele características que atraem, ou repelem, os líquidos circulantes e outros aminoácidos. Alguns grupos laterais de aminoácidos carregam cargas elétricas que são atraídas por moléculas de água (hidrofílicas). No entanto, outros grupos laterais são neutros são repelidos pela água (hidrofóbicos). Funções das proteínas Na formação de materiais para crescimento e manutenção (músculo, sangue e pele); Como enzimas digestivas; Como hormônios; Como reguladores do equilíbrio hídrico; Como reguladores ácido-base; Como transportadores; Como anticorpos. Desnaturação das proteínas Quando as proteínas são submetidas as condições de calor, ácidas ou outras que perturbam sua estabilidade, elas passam por desnaturação (se desenrolam, perdem suas formas e, consequentemente, sua capacidade de funcionar). Após certo ponto, a desnaturação é irreversível. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 18 Digestão das proteínas NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 19 Absorção de proteínas Boca e glândulas salivares Mastigação de alimentos umedecidos ricos em proteínas e misturados com a saliva para ser deglutidos. Estômago O HCl desenrola os filamentos de proteína e ativa as enzimas estomacais. No estômago o: HCl: desnatura a estrutura das proteínas e ativa o pepsinogênio para pepsina. Pepsina: cliva as proteínas até polipeptídeos menores e alguns aminoácidos livres e ainda inibe a síntese de pepsinogênio. Intestino delgado e pâncreas Enzimas pancreáticas e do intestino delgado rompem adicionalmente os polipeptídeos. No intestino delgado Enteropeptídase: converte tripsinogênio pancreático em tripsina Tripsina: inibe a síntese de tripsinogênio; cliva as ligações de peptídeos nas proximidades dos aminoácidos lisina e arginina; converte procarboxipepetidases pancreáticos para carboxipeptidases e converte quimiotripsinogênio pancreático para quimotripsina. Quimotripsina: cliva ligações peptídicas nas proximidades dos aminoácidos fenilalanina, tirosina, triptofano, metionina, asparagina e histidina. Carboxipeptidases: cliva aminoácidos das extremidades ácidas (carboxil) de polipeptídios. Elastase e colagenases: cliva polipeptídeos em polipetídeos e tripeptídeos menores. Tripeptidases intestinais: cliva tripeptídeos em dipeptídeos e aminoácidos. Aminopepetidases intestinais: cliva aminoácidos das extremidades amino de polipetídeos pequenos (oligopeptídeos). NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 20 Um número de carregadores específicos transporta os aminoácidos pra dentro das células intestinais. Assim que se encontram nas células intestinais, os aminoácidos podem ser usados para energia ou para sintetizar os componentes necessários. Aqueles não empregados pelas células intestinais são transportados pela membrana celular para o líquido circundante no qual entram nos capilares em seu caminho para o fígado. Síntese de proteína Maneiras como as células sintetizam as proteínas: Transmitindo as informações; Alinhamento de aminoácidos; Nutrientes e expressão genética Metabolismo das proteínas Turnover proteico e pool de aminoácidos: dentro de cada célula, as proteínas estão continuadamente sendo produzidas e rompidas, processo conhecido como turnover proteico. Quando as proteínas se rompem, elas liberam aminoácidos, que se juntam a circulação. Esses aminoácidos se misturam com aminoácidos da proteína da dieta para formar um pool de aminoácidos dentro das células e na circulação sanguínea. A taxa de degradação das proteínas e quantidades de ingestão proteica podem variar; no entanto, o padrão d aminoácidos dentro do pool permanece bem consistente. Independente da fonte, qualquer um desses aminoácidos podem ser usados para produzir proteínas no corpo ou outros componentes contendo hidrogênio, ou pode perder seu nitrogênio e ser usado para gerar energia. Balanço nitrogenado: o turnover proteico e o balanço nitrogenado andam juntos. Em adultos saudáveis, a síntese de proteína se equilibra com a degradação, e a ingestão de proteínas provenientes dos alimentos se equilibra com a excreção de NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce SouzaAlaine Soledade 21 nitrogênio na urina, fezes e suor. Quando a ingestão de proteína é igual a saída de nitrogênio, a pessoa está em balanço nitrogenado zero. O estudo do balanço nitrogenado é necessário para estimar a necessidade de proteína. Quando o organismo sintetiza mais do que degrada e adiciona proteína, o balanço nitrogenado é positivo. Esse balanço é positivo em bebês, em crianças na fase de crescimento, mulheres grávidas e pessoas que estão se recuperando de deficiências proteicas ou doenças; nesses casos, a ingestão de nitrogênio excede a saída de nitrogênio. Eles estão retendo proteína em tecidos novos conforme adicionam células de sangue, osso, pele e músculo a seus organismos. Se o organismo degrada mais do que sintetiza e perde proteína, o balanço nitrogenado é negativo e este estado se dá em pessoas que passam fome ou sofrem com estresses graves, tais como queimaduras, lesões, infecções e febres. Nesses casos, a saída de nitrogênio excede a ingestão, assim durante esses períodos, o organismo perde nitrogênio já que rompe as proteínas presentes nos músculos e outras proteínas do corpo pra gerar energia. Utilização dos aminoácidos para produzir proteínas ou aminoácidos não essenciais: se um aminoácido não essencial específico não estiver disponível, as células podem produzi-lo a partir de outro aminoácido. Se um aminoácido essencial estiver faltando, o organismo pode quebrar algumas de suas proteínas para obtê-lo. Utilização dos aminoácidos para produzir outros componentes: as células também podem usar os aminoácidos para produzir outros componentes, como o aminoácido tirosina que é usado para produzir neurotransmissores como a epinefrina e noroepinefrina, que transmitem mensagens do sistema nervoso pelo organismo. A tirosina pode ser produzida no pigmento da melanina, ou no hormônio tiroxina, que ajuda a regular a taxa metabólica e o aminoácido triptofano que serve como um precursor para a vitamina niacina e para a serotonina, neurotransmissor importante para a regulação do sono, controle do apetite e a percepção sensorial. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 22 Desanimação de aminoácidos: quando os aminoácidos são quebrados, primeiro eles são desanimados (seus grupos amino contendo nitrogênio são retirados). A desanimação produz amônia, que as células liberam na corrente sanguínea. O fígado capta a amônia, converte em ureia e devolve a ureia para o sangue. Os rins filtram a ureia do sangue; assim, o nitrogênio do grupo amino é eliminado pela urina. Os fragmentos restantes de carbono dos aminoácidos desaminados podem entrar em inúmeras vias metabólicas (gerar energia, ou para a produção de glicose, cetona, colesterol ou gordura) Qualidade das proteínas A qualidade das proteínas na dieta determina as condições de saúde de todos os indivíduos. As proteínas de alta qualidade fornecem de modo suficiente todos os aminoácidos essenciais necessários para manter o funcionamento do corpo. Dois fatores influenciam qualidade da proteína: a digestibilidade (depende de fatores como a fonte de proteína e outros alimentos ingeridos) e a composição de aminoácidos (para produzir proteínas, uma célula deve ter todos os aminoácidos necessários disponíveis simultaneamente). Proteína de alto valor biológico: contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades relativamente iguais àquela que os seres humanos requerem, ela pode ou não conter todos os aminoácidos não essenciais. As proteínas que são baixas em um aminoácido essencial não podem sozinhas, apoiar a síntese proteica. Em geral os alimentos derivados de animais como o ovo, fornecem proteínas de alto valor biológico. As proteínas provenientes de plantas têm padrões de aminoácidos mais diversos e tendem a ser mais limitados em um ou mais aminoácidos essenciais. Algumas proteínas de origem vegetal como a proteína do milho são notoriamente de baixa qualidade, no entanto, a proteína da soja tem uma melhor qualidade. Proteínas complementares: em geral, as proteínas de origem vegetal são de qualidade inferior às proteínas animais, e os vegetais também oferecem menos NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 23 proteínas. Por esse motivo, muitos vegetarianos melhoram a qualidade de proteínas em suas dietas combinando alimentos com proteínas de origem vegetal que têm diferentes padrões aminoácidos, mas são complementares. Exemplo: Em geral, as leguminosas fornecem bastante isoleucina e lisina, mas são pobres em metionina e triptofano. Os cereais têm forças e fraquezas opostas, tornando-os um par perfeito para as leguminosas. Ingestão recomendada de proteína: 0,8g/kgP/dia 10% - 35% LIPIDIOS Visão química dos ácidos graxos e dos triglicerídeos Os lipídios são uma família de compostos que inclui os triglicerídeos, os fosfolipídios, os esteróis e as vitaminas lipossolúveis. Eles são caracterizados pela sua insolubilidade em água. Assim, como os carboidratos, os ácidos graxos e os triglicerídeos são compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio. Por tanto, esses lipídios possuem uma proporção bem maior de carbonos e hidrogênio do que de oxigênio, sendo capaz de proporcionar mais energia por grama. Um ácido graxo é um ácido orgânico (uma cadeia de átomos de carbono com hidrogênio ligados a ela, que possui um grupo ácido (COOH) em uma extremidade e um grupo metil (CH3) na outra. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 24 Em relação ao grau de saturação dos ácidos graxos, um ácido graxo saturado é completamente carregado com átomos de hidrogênio e contém apenas ligações simples entre seus átomos de carbono. No entanto, um ácido graxo é insaturado quando a ligação dupla é um ponto de insaturação. Ver figura 3. Figura 3. Tabela 2. Ácidos graxos saturados encontrados nas gorduras naturais Ácido graxo saturado Fórmulas Químicas Número de Carbonos Fontes alimentares principais Butírico C3H7COOH 4 Manteiga Capróico C5H11COOH 6 Manteiga Caprílico C7H15COOH 8 Óleo de coco Cáprico C9H19COOH 10 Óleo de palma Láurico C11H23COOH 12 Óleo de coco, óleo de palma Mirístico C13H27COOH 14 Óleo de coco, óleo de palma Palmítico C15H31COOH 16 Óleo de Palma NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 25 Esteárico C17H35COOH 18 Maioria das gorduras animais Araquídico C19H39COOH 20 Óleo de amendoim Behênico C21H43COOH 22 Sementes Lignocérico C23H47COOH 24 Óleo de amendoim Tabela 3. Ácidos graxos insaturados encontrados nas gorduras naturais Ácidos graxos insaturados Fórmula s químicas Núme ro de carbo no Notaç ão ômega Fontes alimentar es Palmitoléico C15H29CO OH 16 16:1 ω 7 Frutos do mar, carne deboi Oléico C17H33CO OH 18 18:1 ω 9 Azeite de oliva, óleo de canola Linoléico C17H31CO OH 18 18: 2 ω 6 Óleo de girassol, óleo de cártamo Linolênico C17H29CO OH 18 18: 3 ω 3 Óleo de soja, óleo NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 26 de canola Araquidônico C17H31CO OH 20 20:4 ω 6 Ovos, maioria das gorduras animais Eicosapentaenó ico C19H29CO OH 20 20:5 ω 3 Frutos do mar Docosahexaenó ico C21H31CO OH 22 22:6 ω 3 Frutos do mar Um ácido graxo pode ser monoinsaturado de 18 carbonos, pode ser poli-insaturado que possui duas ou mais ligações duplas de carbono com carbono. Os ácidos graxos não se diferem somente no comprimento de suas cadeias e no grau de saturação, mas também na localização de suas ligações duplas. Os químicos identificam os ácidos graxos poli-insaturados pela posição da ligação dupla mais próxima da extremidade metil (CH3) da cadeia carbônica, que é descrita por um número ômega. Um ácido graxo poli-insaturado com sua primeira ligação dupla a três carbonos e distância da extremidade metil é um ácido graxo ômega 3. De modo semelhante, um ácido graxo ômega 6 é um ácido graxo poli-insaturado com a sua primeira ligação dupla a seis carbonos de distância da extremidade metil. Ver figura 4. Eicosanóides: o corpo usa o ácido aracdônico e o EPA para produzir substâncias conhecidas como eicosanóides. Os eicosanóides são um grupo variado de componentes que, às vezes, são descritas como semelhantes aos hormônios; porém se diferem dos hormônios de modo importante. As ações de vários eicosanóides, às vezes, opõem-se uma às outras. Uma faz os músculos relaxarem e os vasos sanguíneos dilatarem-se, ao passo que a outra faz os músculos contraírem e os vasos sanguíneos retraírem-se. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 27 Alguns eicosanóides participam da resposta imune à lesão e à infecção, produzindo febre, inflamação e dor. Os eicosanóides que derivam do EPA diferenciam dos derivados do ácido aracdônico: os EPA fornecem mais benefícios para a saúde. Os EPA ajudam a baixar a pressão arterial, impedem a formação de coágulos sanguíneos, protegem contra batimentos cardíacos irregulares e reduzem a inflamação. Figura 4. Fatores que determinam o grau de insaturação das gorduras Firmeza: o grau de insaturação influencia a firmeza das gorduras em temperatura ambiente. De modo geral, quanto mais curta a cadeia de carbono, menos densa a gordura é em temperatura ambiente. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 28 Estabilidade: todas as gorduras podem se tornar rançosas quando expostas ao oxigênio. As gorduras poli-insaturadas estragam mais facilmente em função dos fatos de suas ligações duplas serem instáveis; gorduras monoinsaturadas são ligeiramente menos suscetíveis. Gorduras saturadas são mais resistentes a oxidação e, assim, têm menor probabilidade de se tornarem rançosas. A oxidação de gorduras produz uma variedade de compostos que possuem odor e gosto rançoso; outros tipos de estragos podem ocorrer em consequência de crescimento microbiano. Hidrogenação: oferece duas vantagens – protege contra a oxidação e altera a textura de alimentos, tornando mais sólidos os óleos vegetais líquidos. Ácidos graxos trans: um gordura quando é parcialmente hidrogenada, e algumas das suas ligações duplas que permanecem após a mudança de processamento cis para trans. Nas ligações duplas cis, os hidrogênios próximos às ligações duplas estão do mesmo lado da cadeia de carbono. Já nos trans os hidrogênios próximos às ligações duplas estão em lados opostos da cadeia de carbono. Figura 5 Triglicerídeos NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 29 A forma mais importante de gordura na dieta e a principal forma de armazenamento de gordura no corpo, compostas por uma molécula de glicerol ligada a três ácidos graxos, também chamados de triacilgliceróis. O glicerol é um álcool composto por uma cadeia de três carbonos, o qual pode servir como a estrutura principal para um triglicerídeo. Fosfolipídios e esteróis O fosfolipídio mais conhecido é a lecitina. A lecitina tem uma estrutura principal de glicerol com dois de seus três locais de ligação ocupados por ácidos graxos como aqueles nos triglicerídeos. O terceiro local é ocupado por um grupo fosfato e uma molécula de colina. Assim, os ácidos graxos tornam os fosfolipídios lipossolúveis, o grupo fosfato permite a sua dissolução em água. Essa versatilidade permite o uso de fosfolipídios como emulsificantes pela indústria alimentícia, para misturar gorduras com água em produtos como maionese etc. Funções dos fosfolipídios Principal constituinte da membrana celular; Ajudar os lipídios a se mover, através das membranas celulares para os fluídos aquosos em ambos os lados; Permite que as vitaminas lipossolúveis e hormônios passem facilmente por dentro e por fora das células; Agem como emulsificantes no corpo, ajudando a manter as gorduras em suspensão no sangue e fluídos corporais. Esteróis Vários compostos do organismo são esteróis. Entre eles estão os ácidos biliares, os hormônios sexuais (testosterona), hormônios adrenais (cortisol), a vitamina D e o colesterol. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 30 3.4. Digestão de lipídios Boca e glândulas salivares Algumas gorduras começam a derreter quando atingem a temperatura corporal. A glândula salivar sublingual na base da língua secreta lípase lingual. Intestino delgado A gordura no intestino delgado desencadeia a liberação do hormônio colecistoquinina (CCK), o qual emite um sinal para a vesícula liberar seus estoques de bile para a emulsificação. Assim, as gorduras são inteiramente digeridas quando encontram enzimas lipases do pâncreas. Assim, as lípases pancreáticas removem o ácido graxo externo dos triglicerídeos, deixando um monoglicerídeo. As enzimas removem os três ácidos graxos e deixa uma molécula de glicerol livre. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 31 Absorção Moléculas pequenas de triglicerídeos digeridos podem se difundir facilmente nas células intestinais; elas são absorvidas diretamente na corrente sanguínea. Moléculasmaiores fundem-se em complexos esféricos, conhecidos como micelas. As micelas são gotículas emulsificadas de gorduras formadas por moléculas de bile que cercam os monoglicerídeos e os ácidos graxos. Essa configuração permite a solubilidade dos fluidos digestivos aquosos e o transporte nas células intestinais. Os conteúdos de lipídios das micelas difundem-se nas células intestinais. Uma vez no seu interior, os Estômago A lípase lingual ácido estável inicia a digestão dos lipídios hidrolisando uma ligação de triglicerídeos para produzir diglicerídeos e ácidos graxos. O grau de hidrólise pela lípase lingual é leve para a maioria das gorduras, mas pode ser apreciável para as gorduras do leite. A ação de contração do estômago mistura a gordura com água e ácido. Uma lípase gástrica acessa e hidrolisa (uma pequena quantidade de gordura) Intestino grosso Um pouco de gordura e colesterol fica preso nas fibras, saindo pelas fezes. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 32 monoglicerídeos e os ácidos graxos de cadeia longa são remontados em novos triglicerídeos. No interior das células intestinais, os triglicerídeos recentemente produzidos e outros lipídios (colesterol e fosfolipídios) são embalados com proteína nos veículos de transporte conhecido como quilomícrons. As células intestinais liberam, então, os quilomícrons no sistema linfático. Os quilomícrons deslizam pela linfa até alcançar um ponto de entrada para corrente sanguínea no ducto torácico perto do coração. O sangue carrega esses lipídios para o restante do corpo para uso imediato ou armazenamento. Transporte de Lipídios Os quilomícrons são apenas um dos vários conjuntos de lipídios e proteínas utilizadas como veículo de transporte para gorduras. Esses veículos também são conhecidos como lipoproteínas, onde o organismo produz quatro tipos principais de lipoproteínas distinguidas pelo seu tamanho e densidade. Os quilomícrons são as maiores e densas lipoproteínas. Eles transportam lipídios derivados da dieta do intestino para o restante do corpo. As células em todo o corpo removem triglicerídeos dos quilomícrons conforme eles passam de modo que, os quilomícrons fiquem cada vez menores. Após a absorção, a maioria dos triglicerídeos foi depletada, sobrando somente os remanescentes de proteínas, colesterol e fosfolipídios nas membranas das células hepáticas reconhecem e removem esses remanescentes de quilomícrons no sangue. Após isso, as células hepáticas, primeiro os desmontam e depois usam os pedaços que sobram. VLDL (Lipoproteína de densidade muito baixa): No fígado o local mais ativo da síntese de lipídios está sintetizando outros lipídios. As células hepáticas usam ácidos graxos que chegam ao sangue para produzir colesterol, outros ácidos graxos e outros componentes. Também as células hepáticas podem estar fazendo lipídios a partir de carboidratos, proteínas ou álcool. Por fim, os lipídios produzidos no fígado e aqueles coletados dos remanescentes de quilomícrons NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 33 são empacotados com proteínas como as VLDL e enviados para outras partes do corpo. À medida que a VLDL viaja pelo corpo, as células removem triglicerídeos, fazendo a VLDL encolher. À medida que uma VLDL perde triglicerídeo, a proporção de lipídios muda, e a lipoproteína torna-se mais densa. A lipoproteína rica me colesterol restante acaba por se tornar uma LDL. LDL (Lipoproteína de baixa densidade): As LDLs que circulam pelo corpo, disponibilizam seu conteúdo para as células de todos os tecidos. As células usam triglicerídeos, colesterol e fosfolipídios na construção de novas membranas, na produção de hormônios ou outros componentes ou no armazenamento para uso futuro. Receptores especiais de LDL nas células hepáticas desempenham papel crucial no controle das concentrações no sangue de colesterol, removendo LDL da circulação. HDL (Lipoproteína de alta densidade): As células d gordura podem liberar glicerol, ácidos graxos, colesterol e fosfolipídios para o sangue. O fígado produz HDL para carregar colesterol a partir das células de volta para o fígado para reciclagem ou eliminação. Figura 6. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 34 Perfil desejado de lipídios no sangue Colesterol: <200mg/dl Colesterol LDL: <100mg/dl Colesterol HDL: ≥60mg/dl Triglicerídeos: 150mg/dl IBFC - 2013 - EBSERH - Nutricionista Paciente, sexo feminino, 38 anos, colesterol total de 245 mg/ dL, triglicerídeos de 130 mg/ dL, hematócrito de 32%, hemoglobina de 10,5 g/ dL e glicemia em jejum de 91 mg/ dL. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 35 Quanto à interpretação de seus exames laboratoriais, pode-se inferir que a paciente apresenta: a) Hipercolesterolemia e hiperglicemia. b) Hipertrigliceridemia e Anemia. c) Anemia e Hipercolesterolemia. d) Hipoglicemia e Hipertrigliceridemia. Gabarito – C Ingestão recomendada de gordura: 1,0-1,5g/kgP 20%-30% de ingestão de energia 5%-10% ácido linoleico 0,6%-1,2 ácido linolênico 300mg de colesterol IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior – Nutricionista É correto afirmar que as sementes (de girassol, gergelim e outras) e castanhas (do Brasil, de caju, nozes, amêndoas e outras) são fontes complementares de a) proteínas e gorduras de boa qualidade nutricional. b) gorduras saturadas e gorduras trans. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 36 c) simbióticos. d) cálcio e vitamina D. e) carboidratos complexos e fibras. Gabarito A VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS Vitamina A A vitamina A foi a primeira vitamina lipossolúvel a ser descoberta. Existem três diferentes formas ativas de vitamina A no corpo: o retinol, o retinal e o ácido retinóico. Esses compostos são conhecidos como retinóides. Alimentos de origem animal oferecem compostos que são facilmente convertidos em retinol no intestino. Já os alimentos derivados de plantas oferecem carotenóides, alguns dos quais têm atividades de Vitamina A. O carotenóide mais estudado é o betacaroteno que pode ser dividido para formar retinol no fígado e intestino. Metabolismo A vitamina A e os carotenóides são absorvidos no intestino delgado, e dependem da ingestão adequada de gorduras e da ação dos sais biliares e esterases pancreáticas. Após a sua absorção, a vitamina A é transportada através do sistema linfático, como parte dos quilomícrons e das lipoproteínas, até o fígado, onde é estocada nos rins,pulmões e tecido adiposo, porém em pequenas quantidades. No sangue, circula ligada à proteína carreadora do retinol e à transtirretina (variante da pré-albumina), sintetizada no fígado. Esquema de conversão de compostos de vitamina A Nos Alimentos Ésteres de retinil (alimentos de origem animal) Betacaroteno (em alimentos de origem vegetal) NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 37 No organismo Funções Auxílio na visão; Síntese de proteína e na diferenciação celular; Desenvolvimento embrionário, espermatogênese, resposta imune Crescimento; Antioxidante; Sinais, sintomas e causas da deficiência Concentrações de retinol sérico menor do que 0,35 mmol/L estão relacionados com o aparecimento de sinais clínicos de deficiência como: Cegueira noturna; Xeroftalmia; Perda de apetite; Queratinização de células epiteliais do trato respiratório, gastrointestinal e geniturinário; Inibição do crescimento; Anormalidades esqueléticas e Redução da atividade das células T. Pacientes com desnutrição energética proteica, baixa ingestão de gorduras, disfunção no TGI (diarreias ou síndrome de má-absorção de gorduras), doenças hepáticas, uso Retinol (auxilia na reprodução) Retinal (auxilia na visão) Ácido retinóico (regula o crescimento) NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 38 prolongado de álcool deficiência de zinco, e em pacientes que sofreram queimaduras, cirurgias, infecções ou febre há o risco de desenvolver deficiência de vitamina A. Nos pacientes renais, pode ocorrer elevação dos níveis de retinol plasmático, proteína carreadora de retinol e transtirretina, uma vez que os rins são as principais vias de excreção. Toxicidade As manifestações de toxicidade incluem: Irritabilidade Anorexia Cefaleia Alopecia Ressecamento das membranas e mucosas Descamação Dores ósseas e musculares Hiperlipidemia Alterações hepáticas e hemorrágicas Fontes alimentares Vitamina A pré-formada: fígado e rim, leite integral, creme de leite, queijos, manteigas, peixes, gema de ovos. Pró-vitamina A: vegetais folhosos, legumes ou frutos. Fontes não alimentares como: óleos de fígado de peixes (atum, bacalhau, bonito e a diversão espécies de cação.) Ingestão Dietética Tabela 4. Ingestão dietética de Referência (DRIS) RDA 14-18 anos 19-30 anos 31-50 anos 51- 70ano >70ano s NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 39 s Mulhere s 900mc g RE/dia 900mc g RE/dia 900mc g RE/dia 900mc g RE/dia 900mcg RE/dia Homens 700mc g RE/dia 700mc g RE/dia 700mc g RE/dia 700mc g RE/dia 700mcg RE/dia Tabela 5. Níveis máximos de ingestão toleráveis (UI) Idade 14-18 anos 19-70 anos >70anos Vitamina A (mcg/dia) 2.800 3.000 3.000 Vitamina D Existem duas formas de vitamina D no organismo: D2 (ergocalciferol) e vitamina D3, (colecalciferol). A vitamina D2 é a forma presente nos vegetais e em formulações vitamínicas. A vitamina D3 é sintetizada pelo organismo, através da exposição da pele à ação dos raios ultravioleta. Devido a esta característica, a vitamina D tem sido considerada um pró-hormônio por ser produzida em nosso corpo pela ação da luz solar. A ativação de sua forma ativa do hormônio vitamina D, calcitriol, inicia no fígado (25 – OH) e termina nos rins [1,25(OH2)]. Metabolismo NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 40 Sua absorção ocorre principalmente no jejuno, sendo a absorção duodenal de menor importância. A absorção do calciferol é realizada em duas etapas: absorção rápida pela mucosa intestinal sendo seguida por transporte lento para a linfa onde a vitamina é encontrada sob forma livre e apenas uma menor proporção se apresenta esterificada com ácidos graxos saturados. Para melhor absorção do calciferol é necessário a presença do taurocolato, sendo transportada no plasma ligado a lipoproteína, estas como alfa-globulinas, sendo que a ativação final ocorre nos rins. No organismo animal o colesterol convertido parcialmente, por uma diidrogenase 7- diidrocolestrol que é então transformado em colecalciferol na pele sob ação dos raios ultravioleta, sendo similar o mecanismo de conversão do ergosterol em ergocalciferol. O fígado é o local de transformação da vitamina D em seu derivado 25- hidroxicolecalciferol, que também circula no plasma em combinação com a vitamina D ligado a proteínas. O calcitriol é hidrolisado em 1,24,25 (OH3) D3 pela hidroxilase renal. A forma ativa da vitamina D3 (1,25 – diidroxi-colecalciferol) é incluída no processo de absorção e deposição do cálcio. Funções Atividade muscular (transporte dos impulsos nervosos aos músculos); Permeabilidade da membrana celular; Crescimento e diferenciação celular (células do sistema imune e hematopoiéticas) Absorção intestinal de cálcio e fósforo; Mobilização óssea de cálcio e fósforo para o sangue e reabsorção de cálcio, minimizando suas perdas na urina. Sinais, sintomas e causas de deficiência Raquitismo e má formação no tecido esquelético nas crianças; Osteomalácia em adultos; NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 41 Fraqueza muscular. Redução do cálcio e fósforo plasmático; Aumento da fosfatase alcalina. As causas de deficiência em idosos podem ser ocasionadas pela alteração do metabolismo renal da vitamina D, impedindo a absorção eficiente de cálcio especialmente quando a ingestão deste micronutriente é insuficiente. A pouca exposição ao solar também pode ser uma causa de deficiência. Nas crianças e jovens em fase de crescimento, mulheres durante a gravidez e lactação, pacientes com enterites, insuficiência hepática, renal ou pancreática, ressecção gástrica, má-absorção e em uso de terapia antiepilética constituem-se em grupo de risco. Toxicidade Náuseas, Vômitos; Fadiga; Diarreia; Cefaleia Tremores; Hipertensão; Arritmias cardíacas; Cálculo renal; Hipercalcemia Fontes alimentares Óleos de fígado de peixes, fígado, leite, sardinha, atum, salmão Ingestão dietética Tabela 6. Ingestão dietética de Referência (DRIS) AI 14- 18 ano s 19-30 anos 31-50 anos 51- 70ano s >70ano s Mulhere 5 5mcg/di 5mcg/di 10mcg 15mcg/di NUTRIÇÃOAula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 42 s mcg /dia a a /dia a Homens 5 mcg /dia 5mcg/di a 5mcg/di a 10mcg /dia 10mcg/di a VITAMINA E É um termo genérico que se refere a oito nutrientes naturais lipossolúveis com atividades de vitamina E (alfa, beta, gama), com diferentes graus de atividades biológicas. O alfa tocoferol é o composto que possui maior atividade biológica. Metabolismo O tocoferol é absorvido pelo trato gastrointestinal por um mecanismo provavelmente semelhante ao das outras vitaminas lipossolúveis, sendo a bile essencial à sua absorção. É transportado no plasma como tocoferol livre unido a lipoproteínas, sendo rapidamente distribuído nos tecidos. Armazena-se no tecido adiposo, sendo mobilizado com a gordura. Funções Antioxidante; Inibição da proliferação celular; Agregação placentária; Adesão de monócitos; Anti-inflamatória e antineoplásica Neuroprotetora; NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 43 Sinais, sintomas e causas de deficiência Agregação placentária; Anemia hemolítica; Degeneração neuronal; Redução da creatinina sérica com perdas excessivas na urina Depleção prolongada: lesões musculares esqueléticas e alterações hepáticas As causas de deficiência podem ser encontradas em condições clinicas que afetam o processo de absorção de gorduras como: a esteatorreia, pancreatite, fibrose cística, síndrome do intestino curto e colestases. Ainda, crianças prematuras (últimos meses de gestação são formados os estoques de vitamina E), com desnutrição protéico- calórica grave e paciente com disfunções hepáticas. Toxicidade Náuseas; Cefaleia; Fadiga; Hipoglicemia; Prejuízo da função neutrofílica; Trombocitopenia Hemorragia cerebral Fontes alimentares Óleos vegetais, margarinas, manteiga, gema de ovo. Ingestão dietética Tabela 7. Ingestão Dietética de Referência (DRI) RDA 14- 18 anos 19- 30 anos 31- 50 anos 51- 70anos >70anos NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 44 Mulheres 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia Homens 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia 15mg alfa- TE/dia Tabela 8. Níveis máximos de ingestão toleráveis (UL) Idade 14-18 anos 19-70 anos >70anos Vitamina E (mg/dia) 800 1.000 1.000 VITAMINA K Conhecida como a vitamina anti-hemorrágica, a vitamina K apresenta-se, no mínimo, sob três formas: vitamina K1, filoquinona, abundantemente encontradas em plantas verdes, vitamina K2, menaquinona, encontrada em óleo de peixe e carnes e sintetizada pelas bactérias da flora intestinal, sendo responsável aproximadamente por metades das necessidades diárias e vitamina K3, menadiona, um composto sintético, hidrossolúvel, pouco utilizado a prática clinica. Metabolismo A sua absorção é feita no intestino de modo idêntico ao das gorduras da dieta, necessitando da presença de bile. O transporte é feito do intestino para o sistema linfático e após algumas horas quantidades apreciáveis de vitamina K aparecem no fígado, coração, rins, pele, músculo. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 45 A vitamina K não se estoca no organismo, armazenando-se no fígado e pequena proporção, ocorrendo síntese bacteriana no intestino fornecendo assim uma forma de fonte dessa vitamina. Funções Coagulação sanguínea; Metabolismo ósseo e manutenção da saúde óssea Sinais, sintomas e causas de deficiência Doença hemorrágica em recém-nascidos Em adultos: hipoprotrombinemia plasmática, hematúria, epistaxes As causas de deficiência são acometidas em pacientes com síndrome de má-absorção (fibrose cística, doença celíaca, colite ulcerativa, síndrome do intestino curto), má- absorção de gorduras, doenças hepáticas, obstrução de ductos biliares, colecistectomia, e em uso de drogas que inibem a absorção de vitamina K (antibióticos salicilatos e mega doses de vitamina A e E). Pacientes com nutrição parental prolongada, idosos e aqueles com insuficiência renal. Toxicidade Doença hepática; Anemia hemolítica; Hiperbilirrubinemia; Fontes alimentares Fígado, gema de ovo, óleos vegetais, leite de vaca, folhosos verde - escuros. Ingestão Dietética NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 46 Tabela 9. Ingestão Dietética de Referência (DRI) AI 14-18 anos 19-30 anos 31-50 anos 51- 70anos >70an os Mulhe res 75mcg /dia 120mcg /dia 120mcg /dia 120mcg /dia 120mcg /dia Home ns 75mcg /dia 90mcg/ dia 90mcg/ dia 90mcg/ dia 90mcg/ dia VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS Vitamina B1 (Tiamina) A tiamina atua como coenzima de sistemas enzimáticos, e está envolvida na transmissão de impulsos nervosos, por ser um componente estrutural das membranas nervosas. O processo de conversão da tiamina em sua forma de coenzima é realizado com o trifosfato de adenosina (ATP) com doador pirosfosfato (PP). Metabolismo A tiamina é absorvida principalmente na parte superior do duodeno. Depois de absorvida, a tiamina, através da mucosa intestinal, é transportada para fígado, por meio da circulação portal, e assim, parte dessa vitamina encontrada retorna ao lúmen intestinal com a bile, em um ponto bem distante do local da absorção máxima. Quase sempre a tiamina é introduzida com os alimentos, em parte sob sua forma livre, e, mais frequente sob forma de piruvato. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 47 A tiamina absorvida pelo intestino delgado sofre fosforilação na mucosa intestinal, sendo absorvida dessa forma. Nos alcoólatras parece existir uma deficiência na absorção de tiamina. Derivados da tiamina, como a tiamina disulfídio, e outros, são absorvidos principalmente pela via linfática diretamente na circulação, passando pelo fígado, o que acarreta um breve período de concentração sanguínea de tiamina, antes de sua excreção pela via renal. Funções Possui um papel importante no metabolismo dos carboidratos eno tecido respiratório Sinais, sintomas e causas de deficiência Beribéri (sintomas cardiovasculares, rigidez e câimbras musculares, edema de face e extremidades, anorexia, confusão mental, ataxia e oftalmoplegia) Gastrointestinais (indigestão, constipação severa, atonia gástrica, deficiência de secreção de ácido clorídrico) Irritabilidade Depressão Encefalopatia de Wernicke em alcoólatras Os níveis de tiamina podem estar reduzidos em casos de febre, aumento da atividade muscular, alcoolismo crônico, gravidez e lactação por aumento da necessidade ou pela hiperêmese gravídica, nutrição parenteral prolongada, síndrome da realimentação, vômitos frequentes após cirurgia bariátrica e dieta rica em carboidratos (aumenta a necessidade de tiamina; gorduras e proteínas poupam tiamina). Toxicidade NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 48 É rara. Os rins são capazes de remover quantidades excessivas de tiamina rapidamente. Fontes Alimentares Carnes vermelhas, fígado, legumes, levedo de cerveja, cereais integrais, leite de vaca, gema de ovo Ingestão dietética Tabela 10. Ingestão Dietética de Referência (DRI) RDA 14-18 anos 19-30 anos 31-50 anos 51- 70ano s >70ano s Mulhere s 1,2 mg/di a 1,2 mg/di a 1,2 mg/di a 1,2 mg/dia 1,2 mg/dia Homens 1,0 mg/di a 1,1 mg/di a 1,1 mg/di a 1,1 mg/dia 1,1 mg/dia Vitamina B2 (Cobalamina) Componente das coenzimas flavina adenina dinucleotídio (FAD), foram predominante, e flavina mononucleotídio (FMN), envolvidas em várias enzimas no metabolismo intermediário. É necessária para a conversão da vitamina B6 à sua forma ativa, para a síntese da forma ativa do folato e para o catabolismo da colina. Metabolismo NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 49 A riboflavina e a roboflavina-5’-fosfato (FMN) são rapidamente absorvidas no trato gastrointestinal através de mecanismos de transporte especifico que envolve a fosforilação da riboflavina em FMN, realizando-se a conversão intestinal em outros locais pela flavoquinase, sendo a reação sensível ao hormônio tireoidiano e inibida pela clorpromazina e pelos depressores tricíclicos. A riboflavina é distribuída uniformemente por todos os tecidos e armazenados em pequenas quantidades e fixadas principalmente sob forma de flavoproteínas. A presença de alimentos no trato gastrointestinal também facilita o processo, porém elementos como o zinco, cobre, ferro, cafeína, teofilina, nicotinamida, sódio, triptofano, ureia e ácido ascórbico podem alterar a sua solubilidade e reduzir sua biodisponibilidade. Funções Participar do sistema de óxidorredução e transporte de elétrons no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios. Sinais, sintomas e causas de deficiência Inflamação e quebra tissular; Queilose; Glossite; Estomatite angular Dermatite seborreica; Anemia; Prurido; Ardor nos olhos (fotofobia e neovascularização da córnea) Os grupos de risco são: crianças recém-nascidas com bilirrubina elevada, tratados com fototerapia, pacientes que fazem uso de drogas psicoativas e antidepressivas, alcoólatras, indivíduos com disfunção na tireoide, diabetes, síndrome da má-absorção e situações onde as necessidades nutricionais estão elevadas: queimados, traumas, cirurgia, gravidez e lactação. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 50 Toxicidade Não relatada. A riboflavina tem sua solubilidade e absortividade limitadas o que evita danos a saúde. Fontes alimentares Carnes vermelhas e brancas, fígado, leite de vaca, queijo, ovos. Ingestão dietética Tabela 11. Ingestão Dietética de Referência (DRI) RDA 14-18 anos 19-30 anos 31-50 anos 51- 70ano s >70ano s Mulhere s 1,3 mg/di a 1,3 mg/di a 1,3 mg/di a 1,3 mg/dia 1,3 mg/dia Homens 1,0 mg/di a 1,1 mg/di a 1,1 mg/di a 1,1 mg/dia 1,1 mg/dia Vitamina B3 (Niacina) É um termo genérico utilizado para descrever duas substâncias: nicotinamida e o ácido nicotínico. A nicotinamida é componente de duas enzimas: nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD), catabólica, e nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato (NADP), anabólico. Ela está envolvida no metabolismo do carboidrato, proteínas e gorduras. Diferentemente, das outras vitaminas, pode ser sintetizada a partir do triptofano celular. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 51 Metabolismo Tanto a nicotinamida como o ácido nicotínico são completamente absorvidos em todos os segmentos do trato gastrointestinal. De modo geral, a nicotinamida sofre processo de metabolização em N-metil-nicotinamina, a qual a é então parcialmente oxidada em N-metil-4-piridona-3-carboxamida. Em relação ao armazenamento pouco se conhece sobre sua extensão no organismo, acreditando-se que ela se faça principalmente no fígado. Funções Importantes funções na regulação do metabolismo de carboidratos, proteínas, ácidos graxos e no metabolismo energético. Sinais, sintomas e causas de deficiência Fraqueza muscular; Anorexia; Indigestão; Erupções cutâneas Pelagra (dermatite eritematosa, demência e diarreia) A doença de Hartnup e doenças recessivas autossômicas, a ingestão de leucina e ingestão excessiva de álcool são as causas de deficiência desta vitamina. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 52 IADES - 2014 - EBSERH - Nível Superior – Nutricionista É correto afirmar que a pelagra, doença caracterizada por dermatite, demência e diarreia (os 3 ?D?), tremores e língua avermelhada, inchada e sensível, é decorrente da deficiência grave de a) ácido ascórbico. b) riboflavina. c) tiamina. d) niacina. e) retinol. Gabarito – D Toxicidade Hepatite; Arritmia; Náuseas; Vômitos; Diarreia; Úlcera péptica; Hiperuricemia; Intolerância à glicose; Miopatia Fontes alimentares Carnes vermelhas e brancas, fígado, ovos, germe de trigo. NUTRIÇÃO Aula 02 – Nutrição Básica Prof. Joyce Souza Alaine Soledade www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Joyce Souza Alaine Soledade 53 Ingestão dietética
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