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NUTRIÇÃO BÁSICA LIPÍDEOS Prof. Diego Righi Benedicto Mestrando em Ciência e Tecnologia dos Alimentos – UFES Pós-graduado em Nutrição Clínica e Esportiva Pós-graduando em Fisiologia do Exercício FUNÇÕES GERAIS DOS LIPÍDEOS • Componente estrutural das membranas celulares; • Constituem a principal forma de armazenamento de energia (TG); • Fonte energética ➔ 9 kcal; • Poupam proteína para síntese de tecidos ao invés de ser utilizada como fonte de energia; • Impermeabilização da pele; • Proteção dos órgãos vitais contra choque e lesão traumática = Sustentação dos órgãos. FUNÇÕES GERAIS DOS LIPÍDEOS • Gordura subcutânea: manutenção da temperatura corporal (Isolante térmico); • Transporte de vitaminas lipossolúveis; • Protege contra o jejum prolongado; • Impulso de transmissão nervosa; • Metabolismo celular. Precursores de hormônios esteróides (colesterol é o precursor) FUNÇÕES DOS LIPÍDEOS NOS ALIMENTOS • Sabor e aroma (palatabilidade); • Estimulam o apetite; • ↓ o volume da alimentação e ↑ o tempo de digestão; • Contribuem para sensação de saciedade; • Permitem que os alimentos tolerem temperaturas mais altas; • Suprimento de nutrientes essenciais. TIPOS DE TECIDO ADIPOSO • Tecido adiposo → localizado sobre a pele, mesentério, omento e peritônio. Embora constituído essencialmente por gordura, contém pequenas quantidades de proteína e água; • Tecido adiposo branco → maior parte do tecido adiposo do organismo e o local de armazenamento de energia (TG). O caroteno confere uma cor levemente amarelada; • Já o tecido adiposo marrom tem como principal função manter a termogênese principalmente em neonatos, não estando disponível na idade adulta. A cor marrom é devida a extensa vascularização para produção de energia e calor. • De forma simples → obesidade ocorre como resultado do aumento do tecido adiposo branco, causado por hipertrofia, seguido de hiperplasia dos adipócitos. CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR Fome: necessidade fisiológica de nutrientes Apetite: necessidade psicossocial por alimentos SACIAÇÃO: Capacidade do alimento induzir a suspensão da ingestão alimentar, determinando a quantidade de alimentos ingerida e o término de uma refeição. Depende de estímulos internos (distensão gástrica) e externos (olfato, visão, audição, etc). SACIEDADE: Efeito provocado pelas características físicas e químicas dos alimentos. Define o período entre duas refeições. Depende de sinais internos de médio prazo (normalmente estimulados pela presença dos nutrientes no TGI) como CCK (reduz esvaziamento gástrico) e PYY que agem em receptores periféricos ou centrais. CONTROLE DA INGESTÃO ALIMENTAR Em relação aos macronutrientes: •Hierarquias para a TID: PTN>CHO>LIP. •Hierarquias para a saciedade: PTN>CHO>LIP. •Saciação: LIP>PTN>CHO. Obesos → iniciam com salada, seguido de proteínas, CHO, LIP Magros → evitar iniciar com LIP; iniciar com CHO, PTN, saladas e LIP LIPÍDIOS Classificação e composição: Classe Subclasse Descrição Lipídios Simples Acilgliceróis ou glicerídios Glicerol + Ac. Graxo Ceras Álcool de cadeia longa + Ácido graxo de cadeia curta Lipídios Compostos Fosfoacilgliceróis ou fosfolipídios Glicerol + Ácido Graxo + Fosfato + Outro grupo contendo N Ex: lecitina, cefalina, fosfatidil serina e fosfatidilinositol Esfingomielina Esfingosina + Ácido graxo + Fosfato + Colina Cerebrosídios Esfingosina + Ácido graxo + Açúcar simples Gangliosídios Esfingosina + Ácido graxo + Carboidrato composto Glicoesfingolipídios Componentes da superfície celular em tecidos animais (especificidade por grupos sanguíneos) Lipídios Derivados Materiais insolúveis em água, mas que não são lipídios simples ou compostos Carotenóides Esteróides Vitaminas lipossolúveis Prostaglandinas LIPÍDEOS • Nomeclatura: • Quanto ao número de átomos de carbono – indicado por prefixos gregos: C12 Dodeca C14 Tetradeca C16 Hexadeca C18 Octadeca C20 Eicosa C22 Docosa LIPÍDEOS • Nomeclatura: • Quanto à presença de ligações duplas: • Saturados - sufixos Anóico • Insaturados- sufixos Enóico Nº de duplas ligações Sufixos Uma Enóico Duas Dienóico Três Trienóico Quatro Tetraenóico Cinco Pentaenóico Seis Exaenóico LIPÍDEOS • Quanto à presença de ligações duplas: Ligações saturadas Ligações insaturadas Fonte animal Fonte vegetal – Exceções: óleo de côco, palma ➔ Classificação 2.1 Quanto ao número de insaturações: Monoinsaturados (MUFAs): possui apenas uma dupla ligação Ex: Ac. Oléico (ω-9) = azeite e óleo de canola azeitona, oleaginosas, abacate Poliinsaturados (PUFAs): duas ou mais duplas ligações Ex: óleos soja, girassol, milho, nozes, óleos de peixes, animais marinhos, óleo de linhaça. Ácidos Graxos Insaturados Ácidos graxos monoinsaturados: - Aumentam HDL; - Diminuem níveis séricos de LDL e triglicerídeos; - LDL menos susceptível a oxidação; - ↑ consumo oleaginosas (amêndoas, azeitonas, nozes) - ↑ consumo de azeite de oliva - ↑ consumo, cereais integrais, leguminosas (grão-de-bico, lentilha) e peixes. Hu et al., 1999; Yu- Poth et al.,2000; Jansen, 2000) Lipídios Quanto a isomeria geométrica Trans Os ácidos graxos insaturados podem apresentar-se na forma cis ou trans. Na configuração cis os hidrogênios que estão próximos à ligação dupla encontram-se no mesmo lado da cadeia. Já na configuração trans, os hidrogênios estão em lados opostos. H I D R O G E N A Ç Ã O Cis ➔ Isômero Cis: - Encontrados naturalmente nos alimentos (origem vegetal) ➔ Isômero Trans: - Produzidos durante processo de hidrogenação de óleos vegetais (insaturados), por método químico = gordura vegetal hidrogenada - Biohidrogenação → resultante da fermentação bacteriana em animais ruminantes (carnes e leites). Encontrados em alimentos industrializados (raro na natureza) = margarina, biscoitos (principalmente recheados), pães, salgadinhos, entre outros. Ácidos graxos insaturados Ácidos Graxos trans - Alta ingestão relaciona-se com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. - Provocam: ↑ LDL ↓ HDL ↑↑↑ risco de DCV É o AG trans mais comum na alimentação 4. Quanto à essencialidade: 4.1) Ác. graxos essenciais: não sintetizados pelo organismo - linoléico (ω-6), linolênico (ω-3) 4.2) Ác. graxos não-essenciais: sintetizados pelo organismo - oleico (ω-9) Ácidos graxos: Funções dos AGEs: • Função do AG ω-3: • Essencial para o perfeito crescimento e desenvolvimento celular; • Relacionado à função cerebral e desenvolvimento da retina; • Essencial para prevenção de doenças inflamatórias como artrite. • Função do AG ω -6: • Necessário para a função plaquetária; • Precursor de prostaglandinas (substâncias com ação semelhante a hormônios) → regulam a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos; • Necessário para a integridade da pele; • Em excesso tem efeito pró-inflamatório – relacionado a doenças inflamatórias ou auto-imunes. Ácidos Graxos Essenciais LINOLÉICO (ÔMEGA 6) (18:2n6) ARAQUIDÔNICO (20:4n6) DOCOSAPENTAENÓICO (22:5n6) REAÇÕES ENZIMÁTICAS (DESSATURASE E ELONGASE) REAÇÕES ENZIMÁTICAS (DESSATURASE E ELONGASE) - LINOLÊNICO (ÔMEGA 3) (18:3n3) EICOSAPENTAENÓICO EPA (20:5n3) DOCOSAHEXAENÓICO DHA (22:6n3) ÁCIDO ARAQUIDÔNICO EPA/DHA AÇÃO DE LIPOXIGENASES E CICLOXIGENASE PRODUÇÃO DE EICOSANÓIDES (20C): LEUCOTRIENOS TROMBOXANOS PROSTAGLANDINAS AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA INFLAMAÇÃO VASOCONSTRIÇÃO IMPORTANTE: O TIPO e a QUANTIDADE de EICOSANÓIDES produzidos dependem do tipo de LIPÍDIO ingerido na DIETA. [mediadores inflamatórios] Desequilíbrio Ômega 6/3 Maior predominância de AGPI ômega-6 sobre os ômega-3 na estrutura das membranas celulares Diminuir essa relação por meio do aumento de consumo de Ômega-3 como também pela redução de Ômega-6 Fontes de lipídios Ômega-6 ▪ Óleos vegetais (açafrão, milho, cártamo, soja, girassol, algodão, etc.) Ácidos graxos essenciais (AGE): ▪ Proporção adequada deAGE → Ação hipocolesterolêmica, reduzindo a capacidade do LDL de carregar o colesterol. ▪ Ômega-6/Ômega-3: 1:1 a 2:1 → Atualmente: 15:4 Ômega-3 ▪ Peixes marinhos de água fria: salmão, bacalhau, atum, arenque, cavala, sardinha, ▪ Óleo de peixe ▪ Menor quantidade: Óleo de soja, óleo de canola, nozes, óleo de germe de trigo, óleo de linhaça. E xe m p lo s d e m a rca s n o m e rca d o TRIGLICÉRIDEOS ou TRIACILGLICEROL • - São reservas de energia que podem ser usadas imediatamente ou armazenados nos adipócitos • - Não são componentes de membrana • - O excesso de TG no sangue pode ser resultado de distúrbio no metabolismo de carboidrato ou excesso de gordura na dieta + H O C O R1 H O C O R1 H O C O R1 C O CH O C O H H H H H H H H + C O CH O C O H H H H R1 O C R2 O C R3 O C + 3 H O H Glicerol Ácido carboxílico Triacilglicerol (óleo ou gordura) água + + TG ➔ 3 ácidos graxos + glicerol FOSFOLIPÍDEOS • - Formados por 2 ácidos graxos e 1 fosfórico • - São fundamentais como integrantes das membranas • - Atuam como agentes emulsificantes e estão presentes na bile, e fazem parte da monocamada externa das lipoproteínas Figura: Membrana plasmática de uma célula animal Lecitina – fosfolipídio presente no ovo – agente emulsificante, ou seja, mantém água e gordura em uma mistura homogênea • As lipoproteínas são macromoléculas constituídas de uma fração lipídica (triglicérides, fosfolipídio, colesterol livre e esterificado), e uma outra proteica (apoliproteínas); LIPOPROTEÍNAS Lipoproteínas ➔ As lipoproteínas são sintetizados no fígado e no intestino delgado, que transportam o colesterol e os triglicerídeos através da corrente sanguínea. São classificadas segundo características físico-químicas. ❑ Lipoproteínas de Alta Densidade – HDL ❑ Lipoproteínas de Baixa Densidade - LDL ❑ Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade - VLDL ❑ Quilomícrons Quilomícrons é a maior das lipoproteínas e de menor densidade. Transporta colesterol e triglicerídeos exógenos (dieta) do intestino delgado para os tecidos OBRIGADO
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