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Mara Pereira da Silva
Arte e Educação
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Arte na escola? .......................................................................................05
Introdução ...................................................................................................................05
2.1 Arte e suas linguagens ..............................................................................................06
2.2 Tecendo o ensino de Arte na educação escolar no Brasil ..............................................10
2.3 Propostas de ensino de Arte .......................................................................................13
2.4 Arte, ludicidade e inclusão ........................................................................................16
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
05
Capítulo 2 
Introdução 
A Arte é um fenômeno universal que executa uma influência enorme nas sociedades, sendo uma 
ferramenta de transformação tanto individual como social. A escola tem como papel a formação do 
cidadão planetário e, como tal, deve disponibilizar o acesso a uma gama de conhecimentos para a 
prática da cidadania. Sendo assim, é essencial que ofereça a Arte em seu currículo, tendo em mente 
que a mesma é uma área de conhecimento que tem seus fundamentos e conteúdos próprios. 
Mas para que vai servir a Arte? 
O mercado de trabalho tem se tornado a cada dia mais competitivo e seletivo; buscam-se pes-
soas inventivas, comunicativas e motivadoras, seja qual for a área de conhecimento. E nada 
melhor do que a Arte para contribuir no processo de criação. Os conhecimentos sistematizados 
precisam ser repassados ao aluno, sem desconsiderar os saberes que os estudantes trazem de 
suas experiências de vida, de suas realidades. 
E onde está a Arte? A Arte está por toda parte. Onde quer que vamos, a Dança, a Música, o 
Teatro e as Artes Visuais estão presentes. Se a Arte não tivesse a sua importância na sociedade, 
a mesma não existiria desde os primórdios da humanidade. Assim como o professor que ensina 
Arte tem a sua função na sociedade, da mesma forma a Arte também tem.
Então, o que vamos estudar? 
O presente capítulo contará com quatro tópicos. O primeiro, “Artes e suas linguagens”, irá abor-
dar o conceito de Arte e as linguagens que precisam ser trabalhadas no ambiente escolar.
O segundo tópico, denominado “Tecendo o ensino de Arte na educação escolar no Brasil”, irá 
descrever a história do ensino de Arte nas escolas brasileiras até os dias atuais.
Posteriormente, no terceiro tópico, faremos uma fundamentação teórica sobre as propostas de 
ensino de Arte, enfatizando as Artes Visuais e o ensino de Música - conhecimentos que podem 
ser utilizadas nas demais linguagens.
E, por fim, teremos o quarto e último tópico, que apresentará a importância da ludicidade no pro-
cesso de ensino e aprendizagem, culminando na colaboração para a inclusão no espaço escolar.
Sejam bem-vindos e bons estudos!
 Arte na escola?
06 Laureate- International Universities
Arte e Educação
2.1 Arte e suas linguagens
Considerando a Arte como um fenômeno universal específico no processo de construção do 
conhecimento, e que requer um acúmulo de trabalho seja no teórico ou no prático, ela é o meio 
que o indivíduo encontra para expressar seus medos, anseios, emoções, sentimentos. Sentir 
prazer ao ver, ouvir ou produzir uma obra de Arte significa concentrar-se no que se ouve, vê ou 
produz; significa mergulhar no que se está fazendo; é deixar-se de fora do campo da consciência 
por alguns momentos e, assim, permitir aos sentimentos sua expressão maior (ENGELMANN, 
2008, p.25).
Mas na verdade o que é Arte? Existe um conceito definido de Arte?
Figura 1: Pensando sobre Arte.
Fonte: Mark Agnor, Shutterstock, 2017.
Jorge Coli, no livro O que é Arte, argumenta que “dizer o que seja a arte é coisa difícil”. Para 
o autor, se buscarmos uma resposta clara e definitiva decepcionamo-nos: elas são divergentes, 
contraditórias, além de frequentemente se pretenderem exclusivas, propondo-se como solução 
única. Engelmann (2008, p.54), apresentar o significado etimológico da palavra arte: “derivada 
do latim ars, refere-se a um meio adequado para a obtenção de determinado resultado”. O au-
tor chama a atenção para o fato de, em grego (tekne), ter a mesma conotação.
Engelmann (2008, p.54 apud Nunes 2005, p.19-20) diz que “a arte consiste na adequação 
de uma forma que conduz a construção de determinado resultado, seguindo técnicas e normas 
estabelecidas e determinadas a partir de um padrão”. A técnica para o autor é compreendida 
como “a capacidade criativa do homem, a capacidade de invenção de novas formas e maneiras 
de expressar-se no mundo, em certo contexto histórico e social”. Apreende-se que a Arte é um 
produto e que tem padrões pré-estabelecidos pela sociedade.
Zagonel (2008, p.20) diz que a Arte ganhou diversas definições no decorrer do tempo. Para a 
autora:
Uma das mais antigas considerava ser arte uma obra que, produzida pelo ser humano, imitasse 
alguma coisa. Outra, muito disseminada no século XIX, entendia que obra de arte é aquela 
que exprime as emoções sentidas pelo artista. Há ainda a teoria focada no receptor, em que a 
obra de arte deve provocar emoções em quem a desfruta. Podemos notar que nenhuma dessas 
concepções abrange todos os tipos de arte, o que limita e torna inadequada a própria definição. 
07
Do professor José Leonardo do Nascimento, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Pau-
lista (Unesp), sobre o que é Arte, para a Univesp TV, em 2013:
Não há definição absoluta de Arte, é muito difícil dizer o que é arte, embora a gente consiga 
identificar objetos artísticos. Se você me perguntar por exemplo um filme, o Acossado de 
Godard, é um filme de arte? Eu digo que sim. Agora se você me perguntar efetivamente o que 
Arte? Segundo Roberto Wagmar não há definição absoluta de Arte.
Se formos estudar a definição de Arte, iremos encontrar diversos conceitos, e nunca chegaríamos 
a um denominador comum. Então, vamos pensar que o conceito de Arte vai depender das nossas 
vivências, ou seja, das nossas experiências: o que pode ser Arte para o indivíduo A, pode não ser 
para o indivíduo B. Vamos entender melhor isso. 
Suponha que pergunte ao indivíduo A o que é Arte e ele, sendo professor da área, me responda 
que é profissão. E, ao me dirigir a B com a mesma pergunta, ele me diga que Arte é criatividade. 
Perceba que, no conjunto de duas pessoas, temos duas respostas diferentes. Agora, imagine essa 
pergunta feita em um grupo maior. Para os alunos em uma sala de aula, por exemplo. Com cer-
teza, teremos definições diversas e nunca chegaremos a um conceito único. Podemos dizer, no 
entanto, que Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artis-
tas, a partir de percepções, emoções e ideias. O seu objetivo é estimular esse interesse de cons-
ciência em um ou mais espectadores. Cada obra de arte possui um significado único e diferente.
VOCÊ QUER VER?
O filme O sorriso de Monalisa (2003), dirigido por Mike Newell e escrito por Lawrence 
Konner e Mark Rosenthal, se passa nos Estados Unidos. Seu título remete à obra de 
Leonardo Da Vinci, Monalisa, e retrata a história de uma professora de Arte chamada 
Katharine Watson. Por meio desse filme, você pode discutir com seus alunos o conceito 
de Arte e algumas questões sobre teoria da Arte, além de abordar aspectos relaciona-
dos ao processo de ensino e à aprendizagem.
No entanto, vamos focar nas linguagens artísticas que são previstas nos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) para o ensino de Arte. A Arteé formada por diversas linguagens artísticas. E 
quais são essas linguagens?
O ensino de Arte nas escolas não está ligado somente às Artes Visuais. De acordo com os PCN, 
envolve as quatro linguagens artísticas: Música, Dança, Teatro e Artes Visuais. Os PCN sugerem 
que as escolas trabalhem, entre as quatro linguagens recomendadas, aquela que for de seu 
campo de interesse e possibilidade. Vale ressaltar que, posteriormente foram lançados os PCN 
+, que preveem o ensino das Artes Audiovisuais em nível de Ensino Médio.
Segundo os PCN e a Lei de Diretrizes Básicas (LDB) de nº 9394 de 1996, artigo 26, parágrafo 2, 
o ensino de Artes visa à formação básica do cidadão, que é o papel da Educação nos dias atuais. 
Então, os PCN foram elaborados com a função de respeitar as diversidades regionais, culturais e 
politicas existente no Brasil, para que os estudantes tenham acesso ao conjunto de conhecimen-
tos organizados e reconhecidos como indispensáveis ao exercício da cidadania.
Zagonel (2008, p.58), ao se referir aos PCN:
Com o intuito de orientar o professor na sua prática escolar de acordo com a nova LDB, 
foram elaborados os PCN, voltados ao ensino fundamental e médio, e o Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), que aborda cada uma das áreas de conhecimento 
do currículo escolar.
08 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Lembrando que esse documento é apenas uma proposta - não é nada obrigatório, não tem peso 
de lei - por isso é considerado um documento aberto e flexível (ZAGONEL, 2008).
Os PCN para a área de Arte - Ensino Fundamental, em relação às Artes Visuais, segundo Zagonel 
(2008, p.63):
[...]na modernidade as artes visuais comportam um maior número de modalidade de expressão 
artística do que tradicionalmente e que “a escola deve colaborar para que os alunos passem 
um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, 
sensibilidade, conhecimento e produção artística, pessoal e grupal.
E nós, como professores, estamos todos convidados a participar desse desafio, também no aces-
so de experiências no ato de criar e na produção de obras de arte, proporcionando ao educando 
uma formação completa para atuar na sociedade. Engelmann (2008 p. 24) expõe que “quando 
o homem se reconhece como um ser fazedor de cultura, ele tem condições de criar uma consci-
ência filosófica que lhe permite recriar, repensar, elaborar novos questionamentos, atribuir novos 
significados às coisas e também desenvolver a arte”. 
Nesse sentido, o professor precisa despertar essa consciência em seu aluno para que o aluno 
reconheça que ele é um praticante de cultura; que tem capacidade de fazer Arte, pensar sobre 
Arte, criar, recriar, repensar, refletir e organizar novas reflexões sobre Arte.
Sobre a Dança, o documento explicita essa linguagem na vida do ser humano e a sua condução 
ao espaço educativo como uma atividade que “pode desenvolver na criança a compreensão de 
sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona” 
(ZAGONEL, 2008, 64). 
O professor precisa conscientizar o aluno de que ele tem condições de se movimentar, estimu-
lando-o a reconhecer o próprio corpo, a se comunicar, e a compreender o que o corpo está 
“falando”, ou seja, o que está comunicando.
Figura 2: Crianças em movimento.
Fonte: Cherry-Merry, Shutterstock, 2017, 
09
Para a autora, a partir desse entendimento, a criança poderá utilizar o corpo com mais expressivi-
dade, maior inteligência, autonomia, responsabilidade e sensibilidade (ZAGONEL, 2008). Todos 
esses elementos são muito importantes para o desenvolvimento das crianças.
Segundo Zagonel (2008, p. 65), sobre o Teatro, o documento também enfatiza a história humana 
para depois chegar ao Teatro na escola, expondo as suas funções no desenvolvimento do humano:
O teatro no processo de formação da criança cumpre não só a função integradora, mas dá 
oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e 
culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos.
Devemos ressaltar a importância do teatro na formação da criança não só na formação global, 
mas dando brecha para desenvolver as suas opiniões sobre determinado assunto e proporcio-
nando a oportunidades de trocas culturais. 
Considerando a linguagem da Música, a educadora musical Zagonel (2008, p. 64) afirma o 
seguinte:
O documento dá ênfase a composições, improvisações e interpretações como produtos da 
música. Sugere que essas ações sejam feitas usando-se todo tipo de material sonoro, como, por 
exemplo, aqueles obtidos por instrumentos tradicionais ou os vindos de objetos sonoros os mais 
diversos, e que estes sejam contextualizados dentro de diferentes culturas e épocas.
Então, no caso da Música, é preciso sonorizar, não importando qual a fonte sonora, seja de um 
instrumento musical, do corpo, ou de outro objeto. Além disso, é importante gerar os produtos 
musicais que podem ser: a composição, a improvisação e a interpretação ou a performance.
Quanto aos PCN para a área de Arte - Ensino Médio, é importante destacar a proposição 
apresentada sobre a interdisciplinaridade. Segundo Zagonel (2008, p. 67) nesse documento, “o 
ensino de Arte deve desenvolver três eixos de competências e habilidades que devem ser incor-
poradas a projetos interdisciplinares”. Os eixos são: representação e comunicação; investigação 
e compreensão; contextualização sociocultural”.
A representação e comunicação podem ser realizadas por meio de produções artísticas das dife-
rentes linguagens e apreciações de obras de Arte dos vários autores e épocas. A investigação e 
compreensão estão voltadas para análises, reflexões e compreensões dos diversos processos de 
produção de Arte - seria a Arte como produto. A contextualização sociocultural é representada nas 
análises, reflexões, incentivando o respeito e a preservação das obras de arte dos mais diferentes 
povos e nações, ou seja, conhecer, analisar, refletir, para poder respeitar e buscar a preservação.
Investir em projetos interdisciplinares e que tenham como foco esses eixos de competências e ha-
bilidades, reflete diretamente na produção artística, na apreciação de obras de arte e na análise 
dos processos de construção e preservação da obra.
O Ministério da Educação (MEC) está elaborando a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC). Esse documento tem como objetivo estabelecer um parâmetro para a cons-
trução de currículos em todo o Brasil, desde a creche até o Ensino Médio. A BNCC já 
está em sua segunda versão. É um documento que foi construído de forma democrática 
com a participação da sociedade. Quer conhecer esse documento? Acesse: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio.
VOCÊ SABIA?
10 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Fizemos uma breve apresentação das propostas contidas nos PCN Arte, que envolvem as lingua-
gens da Música, Dança, Teatro e Artes Visuais. Espera-se que, a partir desses conhecimentos, as 
nossas práticas em sala de aula sejam melhoradas; que possamos investir em projetos interdis-
ciplinares no Ensino Médio para que os eixos de competências e habilidades previstos nos PCN 
+ sejam atingidos.
2.2 Tecendo o ensino de Arte na 
educação escolar no Brasil
Nos últimos anos, o ensino de Arte sofreu modificações conforme o momento histórico e as 
correntes pedagógicas em vigor. A educadora musical Bernadete Zagonel (2008) divide essas 
mudanças em três grandes correntes: Visão Tradicionalista, Escola Nova e Obrigatoriedade do 
Ensino de Arte.
Com relação à Visão Tradicionalista, a autora diz o seguinte: “ensinava-se na escola brasileira: 
Desenho, dividido em desenho geométrico, do natural e pedagógico; Trabalhos Manuais e Músi-
ca” (ZAGONEL, 2008, p.48). Para a autora, essas disciplinas não tinham relação entre si; eram 
separadasumas das outras, e seus objetivos quase sempre estavam voltados para o aprendizado 
técnico, longe da expressividade artística. 
Como não havia nem uma proposta de educação em nível nacional, por volta do século XX, re-
formas educacionais começaram a ocorrer na esfera estadual. Em paralelo com essa circulação, 
surge o movimento Escola Nova. Sobre esse movimento Zagonel (2008, p. 49), a partir de trecho 
do Manifesto da Escola Nova, diz:
A Escola Nova foi um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na 
Europa, na América e no Brasil sob importantes impactos de transformações econômicas, 
políticas e sociais. O rápido processo de urbanização e a ampliação da cultura cafeeira 
trouxeram o programa industrial e econômico para o país, porém; com eles surgiram graves 
desordens nos aspectos políticos e sociais, ocasionando uma mudança significativa no ponto 
de vista intelectual brasileiro. 
Podemos dizer que esse movimento de conflitos e mutações chamado Escola Nova não se deu 
apenas no Brasil, mas alcançou a América e outros continentes como a Europa. Para Zagonel, 
era uma busca de igualdade de oportunidades. E essa igualdade era buscada na Educação. 
Zagonel (2008, p.49), ao se referir a esse movimento, afirma que:
Grandes educadores participaram desse movimento, como Anísio Teixeira, Fernando de 
Azevedo e Manoel Lourenço Filho, e começaram a defender e a buscar uma escola pública, 
universal e gratuita. Segundo eles, a educação deveria ser proporcionada a todos, e todos 
deveriam receber o mesmo tipo de educação.
Enquanto na Visão Tradicionalista o aluno não era levado em consideração, o professor era o 
dono do saber, na Escola Nova considera-se que, para o avanço na aprendizagem, é preciso a 
participação do aluno; no caso da Arte, é aceita a livre expressão.
11
Figura 3: Livre expressão do aluno.
Fonte: Syda Productions, Shutterstock, 2017.
Com a entrada de Getúlio Vargas na presidência da República do Brasil, essa livre expressão foi 
deixada de lado e substituída pelo Canto Orfeônico, uma proposta do compositor Villa-Lobos. 
Sobre o Canto Orfeônico, os PCN Arte (1998, p.24) registram:
Em música a tendência tradicional teve seu representante máximo no Canto Orfeônico, projeto 
preparado pelo compositor Villa-Lobos, na década de 30. Esse projeto constitui referência 
importante por ter pretendido levar a linguagem musical de maneira consistente e sistemática a 
todo o país. O Canto Orfeônico difundia ideias de coletividade e civismo, princípios condizentes 
com o momento político de então.
É importante informar que não existe um consenso na área quanto ao fato de o Canto Orfeônico 
ter sido projetado pelo compositor Villa-Lobos. A educadora musical Mariza Trench de Oliveira 
Fonterrada (2005, p.126), em seu livro De Tramas e fios: um ensaio sobre música e educação, 
afirma que “um nome pouco citado nas revisões históricas desse período e que, no entanto, 
contribuiu decisivamente para o ensino da música nas escolas é o do maestro Fabiano Lozano, 
que defendia e praticava com seus alunos o canto coral nas escolas”. Segundo Fonterrada, os 
trabalhos de Fabiano Lozano teriam inspirado Villa-Lobos a propagar seu projeto de Canto Or-
feônico que se espalhou por todo o país.
No ano de 1961, com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Canto Orfe-
ônico foi substituído pela Educação Musical. Para Zagonel (2008, p. 51), nessa época começa 
a divulgação dos métodos ativos. Segundo a autora “nessas metodologias, contrapondo-se aos 
sistemas anteriores de ensino, o aluno passa a ser visto como agente participativo do processo 
de ensino e aprendizagem e a criança como um ser dotado de personalidade original”.
Com a introdução do ensino de Educação Artística, em 1971, por meio da Lei 5.692, a Música 
perde o seu espaço e fica um pouco esquecida. A ideia do professor polivalente fez com que os 
professores que não tinham formação em Música acabassem não ministrando essa disciplina. 
Podemos dizer que houve um esvaziamento do ensino da Música nas escolas.
Em 1996, a disciplina Educação Artística foi substituída pelo Ensino de Arte por meio da Lei nº 
9.394, que tornou obrigatório esse ensino nas escolas e reconheceu a especificidade de cada 
área de conhecimento.
12 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Em 2008, foi aprovada a Lei 11.769 que tornou obrigatório o ensino de Música. As escolas 
teriam três anos, a partir da promulgação da lei, para se adaptar. O presidente da República 
da época, Luiz Inácio Lula da Silva vetou o parágrafo que exigia um professor formado na área, 
alegando que a Música era uma prática social, portanto, qualquer pessoa conhecedora poderia 
dar aula, bastando para isso uma formação complementar.
Considerando que não houve fiscalização para o cumprimento da lei, a implementação de três 
anos não ocorreu na maioria das escolas. As instituições de ensino continuaram, em sua maioria, 
sem ter um professor específico para as atividades musicais.
No ano de 2016, foi publicada pelo presidente da República em exercício Michel Temer a Medida 
Provisória conhecida popularmente como “Lei Alexandre Frota”, que tirava a Arte do currículo do 
Ensino Médio e a mantinha na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. A lei foi assim batizada 
porque o então Ministro da Educação Mendonça Filho recebeu do ator Alexandre Frota um docu-
mento com propostas para a Educação no país. Depois de muita polêmica na mídia e inúmeras mo-
bilizações de professores, artistas e demais pessoas envolvidas com a Arte, a medida foi cancelada.
Essa medida exigia a atuação de um profissional com notório saber reconhecido pela comunida-
de escolar. Então, da mesma forma que a Lei 11.769 da obrigatoriedade do ensino de Música, 
dispensava um professor com formação superior especifica na área. No mesmo ano, em 2 de 
maio, o artigo da LDB que previa o ensino de Música como obrigatório foi alterado. Por meio da 
Lei 13.278 de 2 de maio de 2016, “as artes visuais, a dança, a música e o teatro são as lingua-
gens que constituirão o componente curricular de que trata o parágrafo 2º” - ao contrário da Lei 
11.769 de 2008, que exige formação do professor.
A professora de Arte Ana Mae Barbosa, em palestra proferida na Unimonte/Santos, em abril de 
2016, narrou a importância do ensino da Arte para o aprendizado como um todo:
O ensino de Arte melhorou bastante nos últimos 20 anos porque deixou de ser uma mera 
atividade e tornou-se uma área de conhecimento, mas além disso se acrescentou a escola o 
ver a Arte, esse acrescentamento foi fundamental, porque a criança passa a ver a Arte, ver a 
imagem, não só da Arte, mas a imagem da publicidade, ser capaz de ler criticamente essa 
imagem. Então o repertório dela de imagem se enriquece. Se na linguagem verbal é importante 
conhecer novas palavras para enriquecer seu vocabulário, também é muito importante ver 
criticamente imagens para você enriquecer a iconografia do olhar. Eu acho que está bem 
melhor, mas ainda é preciso que a Arte seja mais reconhecida.
São muitas as expectativas sobre o ensino, não somente de Arte, mas de todas as demais disci-
plinas na sociedade brasileira. Mudanças curriculares são propostas pelo Ministério da Educação 
(MEC) a todo momento. Espera-se que a Arte venha a ganhar seu verdadeiro reconhecimento. 
A Arte como componente polivalente é um retrocesso para a área, visto que as experiências ante-
riores com professores polivalentes não obtiveram sucesso. Ao chegar à sala de aula, o professor 
acabava trabalhando o componente curricular que ele tinha mais domínio, enquanto os demais 
não eram abordados. Resultado: prejuízo ao aluno, que era privado dos conhecimentos universais.
Leia e mantenha-se conectado e informado sobre a legislação da área educacional. 
Indico a Lei 13.278, que altera o § 6º do art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996.Ela fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) referente ao en-
sino da Arte. Você pode acessá-la no site da Câmara dos Deputados:<http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13278-2-maio-2016-782978-publicacaoorigi-
nal-150222-pl.html>. 
VOCÊ QUER LER?
13
Observa-se uma abertura de subsídios sobre o ensino da Arte na escola, mas ainda são precisos 
momentos de reflexões sobre o tema para que possamos pensar em melhorias e ações efetivas 
nas escolas.
2.3 Propostas de ensino de Arte
As propostas de ensino de Arte estabelecem caminhos de atuação do professor na prática do-
cente. Metodologia Triangular, de Ana Mae Barbosa, e o Modelo CLASP ou Teoria Espiral de 
Desenvolvimento Musical, de Keith Swanwick e June Tillman (também conhecidas como ideias 
pedagógicas ou metodologias e propostas filosóficas) são as mais conhecidas no Brasil.
A Metodologia Triangular, da brasileira Ana Mae Barbosa, está voltada para o ensino das Artes 
Visuais, já a dos pesquisadores e educadores musicais ingleses Swanwick e Tillman, é centrada 
na área da Música. A primeira propõe um ensino baseado em três modelos de atividades: con-
textualização histórica; apreciação e prática. A segunda baseia-se em cinco atividades: compo-
sição, execução, apreciação, literatura e técnica.
Ao se referir à contextualização histórica da Metodologia Triangular, a autora Zagonel (2008, 
p.81) diz que “implica conhecer arte, por meio do estudo da sua história, o que leva o indivíduo 
ao entendimento da arte dentro de um contexto, de um tempo e de um espaço”. Para a autora, 
contextualizar uma obra de Arte é estudar a sociedade da qual a obra de Arte faz parte.
Sobre a atividade de apreciação, Zagonel (2008, p. 81) revela que:
Significa apreciar arte por meio da análise, desenvolver a habilidade de ver com atenção e de 
descobrir as qualidades da obra de arte e do mundo visual. A apreciação igualmente educa 
o senso estético do indivíduo, preparando-o para poder julgar a qualidade das imagens com 
objetividade e critérios.
Apreciar obras de arte é o momento no qual o aluno dará o seu juízo de valor; definirá se con-
sidera a obra bela ou não; se gostou da Arte com a qual teve contato. 
Ao se referir à atividade da prática, a autora diz que “corresponde ao ato de fazer arte (fazer ar-
tístico), o que desenvolve o potencial criativo e a capacidade de elaboração de imagens, além de 
instigar o hábito de experimentação de recursos, técnicas e novas formas de trabalho expressivo”.
Figura 4: Prática artística.
Fonte: Denis Kuvaev, Shutterstock, 2017.
14 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Ana Mae considerou que esses três elementos devem fazer parte do ensino de Arte de forma 
equilibrada. O professor não pode valorizar um elemento em detrimento do outro. É preciso dar 
a todos a sua devida importância no ensino e na aprendizagem.
Caso
A professora de Arte Silvia Adriane, ao trabalhar com seus alunos que moram em uma região de 
Goiás cercada por quilombos, buscou uma forma de resgatar a cultura quilombola e suas raízes, 
considerando como base a proposta Triangular de Ana Mae Barbosa. Vejamos como ela fez para 
atender os três elementos - contextualização, apreciação e prática.
Inicialmente, a professora Silvia contextualizou aos alunos que a prática de produção de bone-
cas, que representam mulheres de luta, é muito comum nos quilombos. E que essas bonecas, 
dependendo da região podem ser feitas de palha de milho, de tecido, de barbante, apresentam 
cores diferenciadas e valorizam a identidade das artesãs remanescentes de quilombo. Além disso 
contribuem na geração de renda nas comunidades quilombolas.
Considerando que a construção ou rememoração dessas bonecas negras no espaço escolar 
auxilia na constituição da identidade negra, a professora aproveitou o momento também para 
debater sobre preconceito e racismo, principalmente contra os negros. Depois, apresentou aos 
alunos algumas bonecas que são produzidas por membros da comunidade remanescente de 
quilombos Engenho II, no Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga da cidade goiana de Ca-
valcante. Foi o momento em que os alunos puderam apreciar as obras de arte dessa comunidade 
tradicional. Por fim, Sílvia propôs aos alunos produzir pinturas em quadros que representassem 
a figura da mulher quilombola, por meio do desenho de bonecas. Os quadros produzidos pela 
turma participaram de uma exposição pelo Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado 
no Brasil em 20 de novembro.
Podemos dizer que essa experiência da professora Silvia Adriane é um exemplo prático da pro-
posta Triangular de Ana Mae Barbosa.
Ao analisar a Teoria Espiral de Desenvolvimento Musical, de Swanwick e Tillman, Zagonel (2008, 
p. 82) destaca que a composição “refere-se, como o próprio nome diz, às atividades de criação. 
É criar e improvisar ““. Quanto à parte chamada de execução, Zagonel diz que “corresponde à 
performance, não necessariamente dentro do estudo formal de um instrumento, mas como práti-
ca de experimentação. É cantar ou tocar”.
Ao improvisar, o aluno pode se valer tanto de um instrumento musical, como da voz, do corpo ou 
qualquer um outro objeto que emita som. Essa improvisação pode ser organizada em forma de 
apresentação, e assim o aluno, ao cantar ou tocar, seja um instrumento melódico ou harmônico 
ou um instrumento de percussão ou percussão corporal, estará realizando a sua performance.
Ao falar sobre a apreciação, Zagonel (2008, p.82) sustenta que ela “implica que, para se co-
nhecer música, é preciso desenvolver o hábito de ouvir, sejam obras de repertórios, sejam cria-
ções dos colegas. É a familiarização com diferentes repertórios, e o reconhecimento de estilos e 
de formas”.
O professor precisa proporcionar ao aluno momentos de audição, do ouvir. Essa audição pode 
ser de diferentes estilos e gêneros musicais e até mesmo de composições dos próprios colegas.
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Figura 5: Desenvolver o hábito de ouvir.
Fonte: Ollyy, Shutterstock, 2017.
A proposta filosófica Teoria Espiral de Desenvolvimento Musical ou Modelo CLASP, ficou conhe-
cido no Brasil como TECLA e tem em cada uma das letras um significado.
• T- Técnica: manipulação de instrumentos;
• E - Execução: performance;
• C - Composição: atividades de criação;
• L – Literatura: contextualização da obra no tempo e no espaço;
• A - Apreciação: hábito de ouvir;
Os responsáveis por esse modelo orientaram-se pelo princípio filosófico de que o ser humano se 
desenvolve por etapas, como uma espiral. 
A troca do nome no Brasil não é consenso na área. A justificativa é de que, por ser uma proposta 
filosófica, seu nome não pode ser alterado, pois perde a essência.
O professor, ao trabalhar com a música em sala de aula, precisa considerar todos os elementos 
da modalidade de Educação Musical; precisa se contrapor ao modelo de ensino tradicional em 
que somente a performance era valorizada. É necessário equilibrar composição, apreciação e 
performance, em conjunto com a habilidade técnica e os estudos históricos. No processo de 
avaliação do aluno, esses elementos também devem ser valorizados.
A educadora musical Cecilia Cavalieri França escreveu, ao lado de Keith Swanwick, 
o que conhecemos hoje como a Educação Musical abrangente. Nela, a performance 
se dá de forma equilibrada em relação às demais modalidades da Educação Musical, 
como a composição e a apreciação. Além disso, autora já publicou diversos livros 
nessa área para a Educação Infantil, além de ter obras para adultos e também jogos 
musicais. Saiba mais sobre ela em: http://ceciliacavalierifranca.com.br/.
VOCÊ O CONHECE?
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Arte e Educação
É importante que o professor, ao conhecer essas propostas, tente refletir sobre a utilização delas 
em sala de aula. Também é interessante tentar transportá-las para as demais linguagensartísti-
cas, ou seja, além da Música e das Artes Visuais, conduzir para o Teatro e a Dança. 
2.4 Arte, ludicidade e inclusão
O contato com a Arte por meio do lúdico permite o desenvolvimento progressivo e integral do ser 
humano, contribuindo para a inclusão de pessoas por meio dos jogos, brinquedos e brincadeiras. 
Sabemos que a inclusão não é algo fácil de se trabalhar na escola, pois muitos formadores não 
estão preparados para encarar essa realidade. O professor tem muitas dúvidas sobre que aplicar. 
Além disso, outros fatores influenciam a ação docente, como a infraestrutura da escola, os equi-
pamentos e os materiais adequados para esse público. Ao professor de Arte, cabem as perguntas:
• quais materiais vou utilizar?
• como vou iniciar meu trabalho?
• quais caminhos seguir?
• a responsabilidade é toda minha ou também da escola?
É preciso que o educador corra atrás da qualificação, pois a inserção do lúdico na escola, prin-
cipalmente na Educação Infantil e nas primeiras séries do Fundamental, é muito importante para 
o desenvolvimento completo da criança, auxiliando no processo de ensino e de aprendizagem. 
Segundo Marinho (2008, p. 83):
Entre as questões que envolvem o processo do ensino e aprendizagem, entendemos que nossa 
prática docente também é constantemente objeto de reflexão, principalmente a maneira que 
tratamos e abordamos os diferentes conhecimentos, bem como o envolvimento dos nossos 
alunos nesse processo e o fato de realmente estarem aprendendo.
Diferente dos adultos, as crianças muitas vezes não conseguem se expressar, mas por meio do 
brincar, que envolve as linguagens artísticas, considerando que Arte é criação, elas podem se 
expressar nesse universo artístico, revelando o seu íntimo e em especial as suas dores.
Figura 6: Ludicidade musical.
Fonte: Fh Photo, Shutterstock, 2017.
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Marinho (2008, p. 83) afirma que “o lúdico tem grande valor educativo e pode ser utilizado na 
escola como um dos recursos didáticos no processo de ensino aprendizagem, contribuindo com 
o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas”. Para a autora, o importante da ludici-
dade na Educação é o uso do jogo. Marinho completa que “compreender o lugar do jogo no es-
paço educativo torna-se imprescindível para que esse recurso possa ser usado adequadamente”.
Além do jogo no universo lúdico, temos também as brincadeiras. Ao se referir às brincadeiras, 
Marinho (2008, p.84) diz que “toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das 
emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente experienciada”. Então, acredita-se que 
toda brincadeira feita com a criança, de alguma forma, ela já experienciou, já viveu aquele 
momento. Para a autora, é importante notar que brincadeira, nesse caso, é coisa bastante séria.
Marinho (2008, p.85) afirma que “o ato de brincar contribui para um melhor desenvolvimento 
da criança em todos os aspectos: físico, afetivo, intelectual e social. É fundamental que a criança 
tenha um brinquedo, de acordo com a sua faixa etária. Brincar é um direito da criança. No ato 
de brincar, ela também desenvolve aspectos como o movimento.
É necessário ainda ressaltar que o professor não deve dar à criança somente brinquedos in-
dustrializados. É um diferencial muito interessante que o docente construa brinquedos e jogos 
juntamente com os alunos. E mais: temos que disponibilizar uma variedade de brinquedos, não 
apenas ligados à realidade da criança, mas de outros lugares.
Fica claro, assim, o quanto o uso da brincadeira e do jogo desenvolve vários elementos. De 
acordo com Marinho (2008, p.85), “as situações vivenciadas através das brincadeiras e dos 
jogos possibilitam o desenvolvimento da sociabilidade, da linguagem, da coordenação motora, 
da noção espacial e corporal”. Para ela, a criança ao brincar e jogar, está treinando “para um 
melhor convívio social, pois aprende a cumprir regras, trabalhar em grupo, conhecer e desafiar 
limites, ao mesmo tempo em que melhora sua agilidade e perspicácia diante das situações que 
aparecem durante as brincadeiras e os jogos”.
A escola também tem a sua responsabilidade em termos de proporcionar momentos lúdicos. Essa 
tarefa não é só responsabilidade do professor. Para Marinho (2008), “a escola deve oferecer 
condições relacionadas a espaços e materiais, entre outros aspectos que possibilitem o desen-
volvimento de projetos e planejamentos que privilegiem a ludicidade”. A autora faz algumas 
considerações também quanto ao intervalo das crianças. A escola precisa proporcionar esse 
tempo livre, pois é o momento em que as crianças brincam, trocam experiências e interagem 
umas com as outras.
Mais uma vez, o professor chega para exercer o seu papel, sendo o mediador no processo de 
conhecimento. O professor tem o dever de ensinar jogos e brincadeiras às crianças para que elas 
possam alargar o conhecimento que já trazem de seus ambientes culturais. Segundo Marinho 
(2008, p. 86):
O professor desempenha um papel muito importante, o de mediador no processo de resgate 
das cantigas, dos brinquedos cantados, das brincadeiras e dos jogos infantis. Dessa forma 
está contribuindo para ampliar parte desse universo lúdico, que integra a cultura e deve ser 
transmitido de geração a geração. É no espaço da escola que a criança deve ter acesso 
garantido a esse conhecimento.
É fundamental considerar nesse processo ações mais efetivas dos professores para incluir os 
alunos com necessidades especiais nas atividades lúdicas. Observa-se, em alguns lugares, uma 
“inclusão” em que os alunos são colocados nas salas de aula, mas os professores não estão 
preparados incluí-los. A inclusão, nesse caso, é somente da matéria física, não ocorre uma ver-
dadeira inclusão em que os alunos com necessidade especiais realmente participam do processo.
18 Laureate- International Universities
Arte e Educação
Discutir sobre inclusão, de uma maneira geral, já é um desafio. Falar sobre inclusão no Ensino 
da Arte, torna-se mais desafiador ainda. O campo da inclusão no Ensino de Arte é ainda inci-
piente, mas a boa notícia é que existem algumas iniciativas e projetos que podem nos orientar 
para darmos um passo além.
Figura 7: Educação Inclusiva.
Fonte: Robert Kneschke, Shutterstock, 2017.
A professora Sinara Maria Boone (2016), docente do Centro de Artes e Arquitetura da Universi-
dade de Caxias do Sul (UCS), graduada em Educação Artística, com especialização em Ensino 
das Artes e mestrado em Letras e Cultura Regional, ao se manifestar no fórum do site Arte na 
Escola, que teve como temática “Os desafios da Arte e Inclusão” declarou:
 Dentre os desafios do Ensino da Arte na Escola, nos deparamos, em muitas vezes, com alunos 
“inclusos” e portadores de necessidades especiais. Dificuldades físicas, de visão, audição, 
transtornos de atenção entre outras nos desafiam a buscar caminhos nunca antes percorridos 
para ensinar Arte respeitando as limitações individuais. O primeiro passo é a sensibilização, 
depois recorrermos aos livros, cursos, leis, estudamos possibilidades de auxiliar esses alunos a 
aprender arte... Por isso, proponho algumas questões para iniciarmos essa conversa: Você tem 
alunos inclusos na sua sala de aula? Que materiais, livros, revistas, sites tem lhe auxiliado nessa 
“missão? Como a sua formação lhe preparou para lidar com essas situações?
Nesse mesmo fórum, a professora Ana Laura da Silva, da rede pública do Estado de São Paulo 
defendeu o seguinte:
É fundamental a inserção de todos no processo educacional, visando inclusive o atendimento 
aos educandos com necessidades especiais, priorizando as condições necessárias para uma 
educação de qualidade. Tentando reparar as injustiças dos que foram durante décadas 
historicamente excluídos, colocando-os no centro do processo educacional e humanístico, como 
interlocutores cidadãos de sua própria cultura, criadores e consumidores de arte, educaçãoe tecnologias midiáticas... enfim da Cultura em geral. Há a necessidade de potencializar a 
relação entre os processos em desenvolvimento e aqueles já adquiridos, bem como minimizar a 
distância entre o que o indivíduo pode fazer de forma independente e com o apoio de outros.
Os desafios para incluir o aluno com necessidades especiais nas aulas de Arte não são um 
problema somente das linguagens artísticas, mas algo que envolve todas as disciplinas. Muitas 
vezes, não tivemos uma boa orientação na graduação, então, quando chegamos ao mercado de 
trabalho e recebemos um aluno com necessidades especiais, nos sentimos despreparados para 
encarar a realidade.
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A educadora musical Viviane Louro é fundadora e diretora do Grupo Trupe do Trapo, 
que tem pessoas com deficiências entre os seus integrantes. Ela desenvolve um trabalho 
de Arte que envolve as linguagens de Teatro e Dança, e criou um site chamado Música 
e Inclusão. Lá, você pode encontrar indicação de livros, materiais, jogos e vídeos sobre 
o trabalho da autora. Confira em:<www.musicaeinclusao.com.br>.
VOCÊ QUER LER?
Sabemos também que a falta de qualificação interfere na prática do professor em sala de aula 
e o coloca em situações difíceis, fazendo com que muitos não consigam vencer os desafios que 
surgem no cotidiano.
O site Música e Movimento oferece diversas oficinas de jogos musicais. Essas oficinas 
são ministradas por vários educadores do Brasil, como Estevão Marques, Uirá Kuhl-
mann e Roberto Schkolnick. É um espaço no qual você pode conhecer o universo dos 
jogos musicais em sala de aula. Para conhecer melhor, acesse: http://www.musicaemo-
vimento.com.br/.
VOCÊ SABIA?
Cabe a nós professores correr atrás do prejuízo, buscando informações para garantir um bom 
embasamento teórico. É importante, ainda, estar sempre em contato com pessoas experientes, 
que já desenvolveram algum trabalho ou projeto voltado para essa temática. Assim, vamos cons-
truindo o nosso caminho por meio de reflexões sobre os aprendizados e as experiências práticas.
SínteseSíntese
Neste capítulo, concluímos a unidade relativa ao ensino de Arte no espaço educativo. Mesmo 
que definir Arte seja algo difícil, podemos dizer que ela é uma atividade humana ligada a mani-
festações de ordem estética, feita por artistas, a partir de percepções, emoções e ideias. O obje-
tivo da Arte, como vimos, é estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores. 
Cada obra de Arte possui um significado único e diferente.
Você também já é capaz de identificar as linguagens artísticas presentes no ensino de Arte na 
escola.
Neste capítulo você teve a oportunidade de:
• obter parâmetros para discutir o que é Arte;
• identificar as linguagens artísticas para o ensino de Arte, de acordo com os PCN;
• compreender as propostas de ensino de Arte, enfatizando as Artes Visuais e a Música, mas 
que podem ser estendidas ao Teatro e à Dança;
• acompanhar a evolução histórica do ensino de Arte nas escolas brasileiras;
• entender a ludicidade e a inclusão no ensino de Arte;
• conhecer legislações específicas sobre a área e todas as suas discussões e implicações.
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Referências
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fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 02 de maio de 2016.
______. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino de 
música na educação básica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 18 
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