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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso MBA Gestão Hospitalar Disciplina Auditoria Hospitalar Tema A Classificação das Auditorias Professor Joy Ganem Longhi Introdução Nesse tema você vai conhecer as diferentes classificações das auditorias, compreender sua importância e as atividades que cada uma realiza. Como complemento a esse tema, estudará ainda a judicialização da saúde e a prática do home care. Assista ao vídeo inicial da professora Joy, disponível no material on-line, e comece seu estudo. Boa leitura! Problematização Um paciente de 88 anos entrou no hospital para a colocação de uma prótese de fêmur. Após a cirurgia, seu quadro clínico complicou devido à infecção do sítio cirúrgico, desse modo, foi necessária a prorrogação do internamento. Devido ao grande período acamado e com dificuldade de mobilização para mudança de decúbito, o paciente apresentou escaras, necessitando de curativos especiais. Além disso, necessitou de fisioterapia diariamente. Devido às dificuldades encontradas e a sua idade avançada o idoso foi a óbito após 22 dias. Nesse caso clínico, é possível verificar a atuação de quais auditorias por parte da operadora de saúde? Não responda agora! Faça seus estudos e ao final escolha a melhor alternativa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 A classificação das auditorias Entende-se hoje que a auditoria em saúde tem o objetivo de auxiliar as organizações no processo de gestão, buscando soluções de controle e acompanhamento dos processos internos da instituição de saúde. Isso propicia, às empresas, o controle dos erros, dos desperdícios e irregularidades, além de uma maior segurança para os usuários. A auditoria, na literatura (COSTA & ALEVATO, 2010) especializada, é entendida como uma atividade que pode ser realizada de forma retrospectiva (avaliação), concomitante (monitoramento) e prospectiva (gestão de risco e conflitos). Pode-se dizer que a auditoria atua sob dois focos (CARMINATTI, JR., 2012): O foco financeiro-econômico dos custos assistenciais, em que visa atuar no controle e verificação das fraudes, verificar a quantidade e se os valores cobrados condizem com os normatizados e consistência dos procedimentos prestados pelo médico ou instituição hospitalar. A análise qualitativa, observando as estruturas disponíveis, qualidade do atendimento e percepção do paciente. Na atual conjuntura econômica não é possível admitir, em qualquer hipótese, a perda de capital monetário, mesmo que seja com a finalidade de diminuir a incidência de doenças. Devido a isso, qualidade e custos constituem o binômio primordial na auditoria. A cobrança e a redução eficiente de custos são fatores que permitem a continuidade de uma prestação de serviços de saúde adequada aos clientes (SIEWERT, 2013). Tipos de auditoria Auditoria operacional Esse procedimento tem como objeto de análise a atuação, o controle e a execução da assistência, e foca-se no controle da utilização dos serviços, na CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 padronização de processos, na adequação de procedimentos e na solução de conflitos. Suas principais atividades (MORAIS, 2014), entre outras, são: Autorização prévia de procedimentos. Visitação hospitalar. Busca e produção de informações relevantes em saúde. Revisão de faturamento dos prestadores de serviços de saúde. Inclui-se, também, na auditoria médico-operacional a auditoria de contas. Classificada como visita hospitalar de alta, quando ocorre após a alta hospitalar do paciente, porém ainda no ambiente hospitalar, esse processo ocorre antes da conta ser enviada para a fonte pagadora, tendo o auditor a posse do prontuário médico completo para análise. Nesse caso, possíveis irregularidades, ou não conformidades, podem ser negociadas antes do envio da conta hospitalar para a fonte pagadora, com mútua e formal concordância (KOBUS & DIAS, 2014). Auditoria analítica Tem como foco os indicadores dos processos da assistência e da própria auditoria. Nesse processo os auditores devem possuir conhecimentos relacionados aos indicadores de saúde e administrativos, e no que tange a utilização de tabelas, gráficos, bancos de dados e contratos. Dessa forma são capazes de reunir informações relacionadas ao plano de saúde, bem como, quanto aos problemas detectados em cada prestador de serviços de saúde (KOBUS & DIAS, 2014). Auditoria clínica Essa é uma evolução da auditoria médica, pela maior abrangência de análise e de aplicabilidade do conhecimento (MORAIS, 2014). Tem como foco a melhoria da qualidade dos processos e resultados dos cuidados e é o processo sistemático pelo qual os profissionais de saúde continuamente CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 monitoram e avaliam suas práticas clínicas, a organização dos serviços, as funções gerenciais e as atividades educacionais. Nela analisa-se sistematicamente a qualidade dos cuidados da saúde, incluindo os procedimentos usados para diagnóstico, tratamento e atenção, o uso de recursos, os resultados da atenção e a qualidade de vida dos pacientes. Há três enfoques principais de auditoria clínica: Auditoria implícita, que utiliza a opinião de experts para avaliar a prática de atenção à saúde. Auditoria explícita, que avalia a atenção prestada contrastando-a com critérios pré-definidos, especialmente nas diretrizes clínicas. Auditoria por meio de eventos-sentinelas. A auditoria clínica inclui também os procedimentos usados no diagnóstico, tratamento, no uso dos recursos e nos resultados de todos os pontos de atenção (observada a utilização dos protocolos clínicos estabelecidos). Momento de realização da auditoria Auditoria inicial, pré-auditoria, auditoria prospectiva, auditoria preliminar ou auditoria de liberação Trata da avaliação dos procedimentos médicos antes de sua realização e analisa a cobertura do plano, critérios de indicação e viabilidade do plano de tratamento. Pesquisas demonstram (SIEWERT, 2013) que a realização de uma auditoria médica antes que o procedimento aconteça e em cada análise individual gera uma grande diminuição dos custos para os planos de saúde. Assim, cabe ao auditor, responsável pela auditoria prospectiva, a análise das solicitações de autorização desencadeando o processo de admissão das guias ou comprovantes. A análise de solicitações deve levar em conta a necessidade e a realização das internações em locais adequados e por CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 períodos compatíveis (UNIMED VITÓRIA b, 2009). O artigo a seguir, de Marcela Cardoso Siewert, comenta mais sobre os benefícios financeiros da auditoria médica prévia, não deixe de ler! http://institutodeposgraduacao.com.br/uploads/arquivos/e173bd7cdc94f7bd3ab754071c18fdd3.pdf O recomendado é buscar a concordância entre o médico assistente e o auditor, porém, quando não se alcança um acordo entre as partes, há uma determinação legal, denominada Resolução nº 8 do Conselho Nacional de Saúde Suplementar, que em seu artigo 4º determina a busca de uma terceira opinião, ou junta médica. Essa consulta deve ser feita com um profissional com capacidade e conhecimento médico reconhecido, escolhido em acordo pelo médico assistente e pela instituição responsável pela auditoria, e com o consentimento do paciente (MORAIS, 2014). Frequentemente, são considerados como de liberação prévia ao atendimento: Procedimentos eletivos: especialmente os cirúrgicos eexames diagnósticos disponibilizados pelo prestador, quando não caracterizam atendimento de urgência e/ou emergência. Uso de materiais implantáveis: órteses, próteses e materiais especiais. Procedimentos com custos elevados: relacionados, ou não, aos métodos cirúrgicos dos itens anteriores e tratamentos oncológicos. Sem cobertura: procedimentos que não tiverem cobertura dos planos ou seguros de saúde, como os estéticos e experimentais, de acordo com o art. 10 da Lei nº 9656. Sem habilitação: procedimentos para os quais não conste habilitação específica do prestador. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Segundo Morais (2014), grande parte dos conflitos entre pacientes e gestores de serviços de saúde ocorre durante a liberação dos procedimentos, muitos chegam ao órgão de defesa do consumidor e, em volume progressivamente crescente, em determinações judiciais. As não conformidades mais comuns, referentes à liberação prévia, são (SOCIO, 2012): Falta de código ou descrição do procedimento. Ausência de justificativa do médico assistente. Solicitação excessiva de códigos. Solicitação de produtos que não possuem cobertura pelo plano contratado, ou de procedimentos não reconhecidos pelas sociedades médicas. Resistência no envio de relatórios complementares, distorções, fraudes e desobediências às regras. O registro das solicitações inadequadas, ou incorretas, seus motivos e consequências, permite que se estabeleçam padrões quantificáveis que podem ser usados pelos gestores durante a renovação, ou não, de contratos e no estabelecimento de metas gerenciais que produzam maior qualidade nos processos (MORAIS, 2014). Enfim, o trabalho da auditoria de liberação reside fundamentalmente na análise e na produção de ferramentas ou de metodologias que, embasadas em conhecimentos sólidos, possibilitem não só a prevenção de dissabores com o processo, mas que conduzam a assistência para soluções de qualidade (MORAIS, 2014). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 A professora Joy comenta mais sobre a judicialização da saúde na videoaula disponível no material on-line. O artigo disponível a seguir também aborda essa questão, com a opinião de pesquisadores da UDESC, aproveite! http://www.revistas.udesc.br/index.php/udescemacao/article/download/3103/pdf_8 Auditoria concorrente, de acompanhamento, pró-ativa ou supervisão Essa é a auditoria realizada no curso do tratamento. Trata-se de uma avaliação parcial, que objetiva acompanhar e documentar clinicamente o caso e ocorre no período em que os cuidados estão sendo executados. A atividade de auditoria concorrente deve focar-se na boa assistência, no plano de cuidados traçado para atender cada caso individualmente e na ação das diligências. Apenas o controle e a comprovação da realização de procedimentos previamente planejados não é suficiente. Embora essa modalidade de auditoria esteja mais frequentemente voltada à liberação de procedimentos eletivos, ela também tem um importante papel em emergências e, juntamente ao processo mais amplo de regulação, possibilita a disponibilização do melhor recurso para o atendimento, o que gera menor custo com internações não resolutivas (MORAIS, 2014). Trata-se de uma análise pericial ligada ao evento no qual o cliente está envolvido, como por exemplo, acompanhar o processo de atendimento ao cliente ainda internado (MOTTA, 2004). É, na realidade, o acompanhamento contínuo das hospitalizações, enfocando os custos e a qualidade dos serviços prestados. O auditor atua junto aos profissionais da assistência, a fim de monitorar o estado clínico do paciente internado, verificando a procedência, gerenciando o internamento, auxiliando na liberação de procedimentos, ou materiais, e medicamentos de alto custo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Nesse processo, ele também verifica a qualidade da assistência prestada e pode indicar, com a anuência do médico assistente, outra opção de assistência médica ao usuário, como o atendimento domiciliar ou home care (JUNQUEIRA, 2001). De acordo com Morais (2014), o auditor, em sua atividade de visita hospitalar, com base nos relatórios da equipe técnica e da auditoria de enfermagem, tem condições de, em consonância com a equipe responsável pelo atendimento hospitalar, intervir no período de internamento, propondo e estimulando ações de atenção domiciliar. As não conformidades mais comuns na auditoria concorrente são (SOCIO, 2012): Falta de justificativa médica para longa permanência. Mudança ou inclusão de procedimentos sem liberação prévia. Utilização de medicamentos especiais, órteses, próteses e materiais especiais (OPME) sem liberação prévia. Ausência de evoluções diárias e/ou registros incompletos. Outra situação que deve ser evitada é a desospitalização precoce, a professora Joy comenta sobre isso e outros assuntos na próxima videoaula, disponível on-line. Auditoria final, de contas hospitalares, retrospectiva ou revisão de contas Auditoria realizada após o término do tratamento, em que observa-se a correspondência com o plano de tratamento autorizado. É uma análise pericial dos procedimentos médicos realizados, com ou sem análise do prontuário médico, respeitando parâmetros estabelecidos nas diretrizes clínicas, relativos à adequação técnica do tratamento. A qualidade da auditoria de revisão de contas é maior quando a equipe que a realiza é mais diversificada. É de fundamental importância a participação de profissionais das áreas médica e de enfermagem, mas, segundo Morais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 (2014), os farmacêuticos, bioquímicos, fisioterapeutas e nutricionistas também contribuem substancialmente para uma auditoria ainda mais correta. A auditoria de contas trata-se de um processo minucioso, no qual são verificados os seguintes aspectos, entre outros (KOBUS & DIAS, 2014): O diagnóstico médico. Os procedimentos realizados. Exames e seus laudos. Materiais e medicamentos gastos. Taxas hospitalares diversas. Relatórios de equipe multidisciplinar. A análise das contas apresentadas para a cobrança é mais consistente quando feita separadamente para cada componente do custo e cada divergência observada deve ser comunicada ao prestador. Esses comunicados tomam a forma de um relatório embasado, a fim esclarecer ou justificar, por meio de recursos, o que estiver sendo cobrado (MORAIS, 2014). Glosas (não pagamento pelos planos) podem ocorrer durante a auditoria retrospectiva, podendo ser administrativas ou técnicas (PELLEGRINI, 2004): As administrativas são decorrentes de falhas operacionais no momento da cobrança, falha de interpretação entre o plano de saúde e o prestador de serviço, ou, ainda, falha no momento da análise da conta do prestador. As técnicas estão vinculadas à apresentação dos valores de serviços e medicamentos utilizados e não aos procedimentos médicos adotados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Local de realização da auditoria Auditoria externa O auditor será responsável pela auditoria dentro das instalações dos prestadores de serviço, pela análise das contas hospitalares após a alta do paciente. A auditoria externa in loco é o serviço de auditoria realizado dentro das unidades do hospital em que estão internados os pacientes e o auditor é responsável pela análise dos prontuários e visita ao paciente. São vantagens da auditoria in loco: Ocorreconcomitantemente ao atendimento em saúde. Favorece maior integração com os prestadores de serviço de saúde. Enriquece a coleta de dados. Permite avaliação ampla dos recursos. Estimula o uso racional e evita desperdícios. Reduz adequações e revisões desnecessárias. Subsidia as autorizações. Favorece a qualidade da assistência. Contribui para maior satisfação dos clientes. Favorece a integração, o acompanhamento da qualidade assistencial e minimiza possíveis riscos. Otimiza o processo de auditoria retrospectiva. Capta clientes para atendimento domiciliar e para programas de gerenciamento de pacientes crônicos (UNIMED VITÓRIA a, 2009). Dispõe sobre o prontuário e de outros subsídios no momento da análise, evitando glosas desnecessárias. Outro ponto importante, segundo a professora Joy, é a visita aos pacientes, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 para discutir esse assunto ela preparou mais um vídeo que você pode acessar no material on-line. Auditoria interna A auditoria é realizada dentro das instalações da operadora pela análise das contas hospitalares, clínicas e laboratórios. Quanto à forma, separa-se em: Auditoria direta: realizada pela equipe de auditores responsável pelo setor técnico da operadora. Auditoria integrada: realizada por auditores dos diversos níveis de gestão da operadora. Auditoria compartilhada: ocorre quando é solicitada a participação de auditores de outras instituições. Ainda existem outras classificações das atividades realizadas. Na auditoria de enfermagem hospitalar, por exemplo, é possível classificar: Auditoria de cuidados: mensura a qualidade da assistência em enfermagem, verificada através de registros no prontuário ou das próprias condições desse. Auditoria de custos: Confere e controla o faturamento enviado para os planos de saúde quanto aos procedimentos realizados e visitas de rotina, cruzando as informações recebidas com as que constam no prontuário. Segundo D’Inocenzo (2006), com essas auditorias é possível indicar alternativas preventivas e corretivas aos problemas. Auditoria hospitalar As empresas, de um modo geral, estão cada vez mais, exigindo a adoção de medidas e técnicas de acompanhamento e controle para diminuir falhas e evitar problemas que possam colocar a empresa em risco. Isso está CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 proporcionando a aplicação de diversos mecanismos, oferecendo várias alternativas para solucionar os problemas encontrados no ambiente das organizações. Dentre essas medidas, está a auditoria (SOCIO, 2012). Para hospitais, esse procedimento tem se destacado como instrumento de gestão, pois constata irregularidades no prontuário médico, como também na área contábil e na qualidade dos serviços, analisando documentos ou processos. Especialmente no âmbito financeiro-comercial essas auditorias podem ser importantes, avaliando os consumos e cobranças realizadas pela instituição (SILVA & ESPÍRITO SANTO, 2013). A equipe de auditoria geralmente é formada por diferentes profissionais, que realizam a análise qualitativa e quantitativa do prontuário, previamente e posteriormente ao faturamento, verificando as glosas efetuadas e redigindo relatórios finais para a tomada de decisão (SCARPARO, 2007). Auditoria de prontuários Considerando todas as atribuições legais e responsabilidades embutidas no prontuário, além de seu caráter multiprofissional, esse conjunto de informações é susceptível a imprecisões em seus registros. Portanto, faz-se necessária uma análise apurada e imparcial de seu conteúdo, realizada através da auditoria de prontuário (RIOLINO & KLIUKAS, 2003). As atribuições do enfermeiro auditor de prontuário estão intimamente ligadas às necessidades das instituições hospitalares em garantir a uniformidade dos registros pela equipe multiprofissional, respeitando as diretrizes definidas pela instituição para o preenchimento de documentos (RIOLINO & KLIUKAS, 2003). Devido às anotações inconsistentes, elegíveis e subjetivas, as glosas nas contas hospitalares têm apresentado valores significativos para as instituições hospitalares (CAMELO et al., 2009). Desse modo, a verificação dessas inconsistências, deve resultar em orientação e treinamento das equipes e profissionais envolvidos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Resultado da auditoria Dois resultados são os mais comuns, sendo: Auditoria conforme: tudo que foi proposto na ficha clínica é exatamente realizado, ou será realizado. Verifica o respeito às diretrizes clínicas estabelecidas, utilizadas pela operadora, e a veracidade da cobrança (COSTA & ALEVATO, 2010). Auditoria não conforme: trabalho que esteja em desacordo com as especificações da empresa, sendo administrativamente ou tecnicamente inaceitável. Ocorre com o não cumprimento das diretrizes clínicas ou em casos de cobrança indevida (COSTA & ALEVATO, 2010). O registro das solicitações inadequadas ou incorretas e seus motivos e consequências, permite que se estabeleçam padrões quantificáveis que podem ser usados pelos gestores na renovação, ou não, de contratos e no estabelecimento de metas gerenciais que produzam maior qualidade nos processos (MORAIS, 2014). Periodicidade das auditorias Auditoria regular ou ordinária: há periodicidade regular para a realização da auditoria. Auditoria especial ou extraordinária: ocorre quando a auditoria é solicitada por suspeita, comprovação de denúncias ou outras demandas. Revendo a problematização Agora que você já estudou mais sobre as classificações das auditorias, vamos retornar ao caso apresentado no início deste tema? Releia o problema e escolha uma das soluções a seguir. a. Auditoria prospectiva, auditoria concorrente e auditoria de contas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 b. Auditoria interna, auditoria externa e auditoria clínica. c. Auditoria clínica, auditoria de prontuários e auditoria externa. Os feedbacks para as alternativas estão disponíveis no material on-line. Síntese Nesse tema você pôde verificar que a auditoria possui várias classificações e que cada etapa possui diversas atividades a serem realizadas, tanto nas operadoras de saúde, quanto nos hospitais, com o intuito de melhorar a qualidade da assistência, diminuir o número de glosas e cumprir os termos estabelecidos nos contratos. A auditoria é um processo benéfico tanto para os clientes, pois possibilita a autorização de procedimentos e avaliação daquilo que haverá de pagar, quanto aos prestadores de saúde, no que tange à qualidade, à segurança de receber pelos procedimentos realizados e à uniformização de condutas. A professora Joy faz um resumo desses temas no vídeo final deste tema, disponível no material on-line. Referências BERWICK, D. M.; KNAPP, M. G. Theory and Practice for Measuring Health Care Quality. In: Graham, N. Quality Assurance in Hospitals: Strategies for Assessment and Implementation. Maryland: Aspen Pub. Inc. Rockville, 1990. CAMELO, S. H. H.; PINHEIRO, A.; CAMPOS, D.; OLIVEIRA, T. L. Auditoria de enfermagem e a qualidade da assistência à saúde: uma revisão de literatura. Rev. Elet. Enferm., 11(4), 1018-1025, 2009. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a28.htm. Acesso em: 20 out. 2014. CARMINATTI JUNIOR, E. V. Controle da utilização de tecnologias de saúde: Estudo de Caso em um hospital materno infantil. Dissertação, 206f. USP, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico15 Ribeirão Preto, 2012. COSTA, M. T.; ALEVATO, H. Auditoria odontológica: uma ferramenta de gestão da saúde suplementar. VI Congresso nacional de excelência em gestão. ISSN 1984-9354. Niterói, 2010. D’INOCENZZO, M. et al. Indicadores, auditorias, certificações: ferramentas da qualidade para gestão da saúde. São Paulo: Martinar, 2006. JUNQUEIRA, W. N. G. Auditoria médica em perspectiva: presente e futuro de uma nova especialidade. Criciúma: Edição do Autor, 2001. KOBUS, L. S. G.; DIAS, J. S. Dados essenciais para a auditoria de contas médicas hospitalares: experiência em Curitiba-PR. PUCPR. Disponível em: (http://www.sbis.org.br/cbis9/arquivos/457.PDF). Acesso em: 20 out. 14. MORAIS, M. V. Auditoria em Saúde. São Paulo: Saraiva, 2014. MOTTA, A. L. C. Auditoria de enfermagem nos hospitais e operadoras de planos de saúde. São Paulo: Editora Iátria, 2004. PELLEGRINI, G. Glosas convênio x prestador. Anais do Congresso Latino Americano dos Serviços de Saúde e 3ª Jornada de Gestão e Clínicas Médicas. São Paulo, 2004. RIOLINO, A. N.; KLIUKAS, G. B. V. Relato de experiência de enfermeiras no campo de auditoria de prontuário – uma ação inovadora. Rev. Nursing, 65(6), p. 35-38, 2003. SCARPARO, A. F. Auditoria em enfermagem: Identificando sua concepção e métodos. Dissertação, 127f. Ribeirão Preto: USP, 2007. SIEWERT, M. C. Importância da redução de custos em operadoras privadas de plano de saúde por meio da auditoria médica prévia. Rev. Online Ipog. Especialize, 6(1), dezembro, 2013. SILVA, A. T.; ESPÌRITO SANTO, E. A auditoria como ferramenta para excelência da gestão hospitalar. Rev. Saude Desenvolvimento, 2(3), p. 46-60, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 2013. SOCIO, S. L. Relato de experiência auditoria de enfermagem: retrospectiva e sistematização em uma operadora de saúde. Curitiba: Universidade Tuiutí do Paraná, 2012. UNIMED VITÓRIA a. Normas de auditoria de enfermagem – Caderno 1. Vitória: 2009. UNIMED VITÓRIA b. Manual de Auditoria Médica – Legislação. Vitória: 2009. Atividades Um auditor, realizando a análise de contas, observou uma situação imprópria/irregular, com procedimentos cobrados diferentemente dos tratamentos realizados. Nesse caso, ele deverá sugerir a glosa do tipo: a. Total. b. Intermitente. c. Parcial. d. Administrativa. O relatório de auditoria é um documento formal e técnico que tem por finalidade relatar os fatos observados nos dados obtidos e nas análises efetuadas sobre o desempenho do auditado, ensejando, como produto final, sugestões e/ou recomendações. Todas as não conformidades constatadas devem recomendar ações: a. Punitivas. b. Críticas. c. Imperativas. d. Corretivas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Um paciente internado por uma cirurgia de apendicite, já em seu pós- operatório, cai ao tentar sair da cama e quebra a perna, necessitando de uma nova cirurgia para a colocação de pinos. O auditor avalia a necessidade de prorrogação do internamento e vai até o paciente avaliar a necessidade da utilização de OPME. Nesse caso, temos: a. Auditoria de liberação e auditoria interna. b. Auditoria concorrente e auditoria externa in loco. c. Auditoria de contas e auditoria externa. d. Auditoria concorrente e auditoria interna. Após o óbito do paciente, podemos afirmar que: a. Não há auditoria realizada. b. A auditoria realizada é apenas a auditoria prévia, caso o paciente tenha internado de modo eletivo e a auditoria de contas não deverá ser realizada, pois não haverá o que avaliar. c. A auditoria de prontuários não necessita ser realizada, pois, qualquer irregularidade identificada não poderá ser reparada, uma vez que o paciente foi a óbito. d. Mesmo o paciente indo a óbito, é possível que todas as auditorias sejam realizadas conforme rotina, pois mesmo em óbito, há uma conta pronta a ser auditada. Para o hospital, a auditoria: a. Aumenta o número de punições e glosas. b. Melhora a qualidade e auxilia na padronização de fluxos e informações. c. Substitui a necessidade de educação continuada. d. Diminui o número de glosas, no entanto, diminui também os benefícios aos pacientes. Os feedbacks para as atividades estão disponíveis no material on-line.
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