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Rota de Aprendizagem 3 Auditoria Hospitalar

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Curso MBA Gestão Hospitalar 
Disciplina Auditoria Hospitalar 
Tema A Conta Hospitalar 
Professora Joy Ganem Longhi 
Introdução 
Nesse tema, vamos conhecer a composição da conta hospitalar, 
reconhecendo as diferentes formas para sua apresentação e identificando as 
condutas gerais para a realização da análise de contas. 
A professora Joy preparou uma videoaula inicial sobre esses assuntos, 
você pode acompanhá-la acessando o material on-line. Bons estudos! 
Problematização 
As contas hospitalares necessitam ser pagas e você, como operador do 
plano de saúde, deverá confirmar se está tudo correto com as cobranças! Ao 
chegar à operadora de saúde, para auditoria e faturamento, constam nas 
faturas as diárias, medicamentos, materiais hospitalares, taxas diversas 
(administrativas, uso de equipamentos), alimentação do paciente e de seu 
acompanhante, produtos de higiene pessoal, como sabonete, xampu, creme 
hidratante e pente fino, gasoterapia, honorários médicos, exames laboratoriais 
e de imagem. 
O que você faria com essa cobrança? Não responda agora! Faça seus 
estudos e ao final do tema você terá mais embasamento para escolher uma 
das alternativas apresentadas. 
Conta hospitalar 
A partir da crescente preocupação de organizações pagadoras de 
serviços de saúde com a otimização de recursos financeiros aplicados, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
estabeleceu-se uma nova atividade para esses profissionais, a auditoria de 
contas médicas hospitalares. 
O método da auditoria das contas hospitalares trata-se de um processo 
minucioso, em que se verificam os seguintes aspectos: diagnóstico médico, 
procedimentos realizados, exames, laudos, materiais, medicamentos conforme 
descrito na prescrição médica, relatórios da equipe multidisciplinar, padrões 
das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), procedimentos 
realizados, coberturas contratuais, normas, contratos vigentes, entre outros. 
A remuneração dos serviços hospitalares processa-se pela conta 
hospitalar, que é um instrumento utilizado pelas instituições hospitalares, 
públicas ou privadas, para a cobrança dos serviços prestados ao cliente. Nela 
descreve-se com detalhes, com base no prontuário do paciente, os 
procedimentos médicos, de enfermagem, medicamentos, material hospitalar, 
SADT e outros gastos inerentes à permanência do paciente no leito. 
A conta hospitalar é descrita pelo levantamento de todos os 
procedimentos médicos realizados pelo paciente durante o período de 
internação hospitalar. A cobrança de procedimentos médicos pode ser 
efetuada por qualquer prestador de serviços médicos que seja credenciado 
pela operadora de planos de saúde. Isso inclui os prestadores físicos (médicos, 
fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre 
outros), desde que contratados pela operadora, e prestadores jurídicos 
(hospitais, clínicas e laboratórios). 
Tipos de contas hospitalares 
Podemos dividi-las em dois tipos: 
 Conta hospitalar desmembrada: o prestador de serviço deve enviar 
as cobranças de cada procedimento realizado separadamente. 
 Conta hospitalar compactada: o prestador de serviço envia todas as 
cobranças dos procedimentos médicos realizados e demais gastos 
durante o período de internação. Na cobrança hospitalar estão 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
relacionados os materiais e medicamentos gerais, as diárias, as 
taxas, SADT e honorários. Desse modo, o hospital recebe os valores 
dos serviços prestados e repassa aos que são de direito (MOTTA, 
2004). 
Composição da conta hospitalar 
Cabeçalho 
Deverá conter a identificação do local de atendimento, do paciente, do 
médico assistente e do procedimento realizado. 
Diária hospitalar 
É a permanência de um paciente por um período indivisível de até 24 
horas em uma instituição hospitalar, ou 12 horas, tratando-se de um hospital 
dia (MOTTA, 2004). A primeira diária é indivisível e inicia-se no momento da 
internação do paciente (SARAIVA, 2006), seu valor é determinado 
considerando todos os custos diretos e indiretos gerados por essa internação 
hospitalar. 
Para a composição e cobrança da diária, deverá ser considerado o tipo 
de acomodação (apartamento simples, de luxo, standard, suíte, berçário, 
berçário patológico, enfermaria, hospital-dia, isolamento, quarto coletivo, quarto 
privativo, unidade de terapia intensiva, unidade de terapia semi-intensiva, 
alojamento conjunto), assim como os serviços e produtos utilizados pelos 
pacientes, como descritos abaixo: 
 Leito próprio. 
 Troca de roupa de cama e banho do paciente e acompanhante 
(quando aplicável). 
 Cuidados e materiais de uso na higiene e desinfecção ambiental. 
 Dieta do paciente de acordo com a prescrição médica, exceto dietas 
especiais. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 Cuidados de enfermagem. 
 Taxas administrativas. 
 
No caso de diárias hospitalares para as unidades de terapia intensiva e 
semi-intensiva, além dos elementos acima elencados, a definição incluiria: 
 Monitor cardíaco. 
 Oxímetro de pulso. 
 Desfibrilador ou cardioversor. 
 Nebulizador. 
 Aspirador a vácuo (exceto o de aspiração contínua). 
 Incubadora ou berço aquecido quanto tratar-se de UTI, ou UTSI 
neonatal. 
 Bomba de infusão, quando tratar-se de UTI ou UTSI neonatal. 
 
É preciso saber bem esses elementos que compõem uma diária, por 
isso acompanhe a mais uma videoaula da professora Joy, disponível no 
material on-line. 
Não estarão contemplados nas diárias, devendo ser faturados 
separadamente quando utilizados: 
 Alimentação do acompanhante (exceto café da manhã), serviços 
extras de copa e lanchonete. Tais itens são cobrados diretamente do 
paciente. 
 Telefonemas. Item cobrado diretamente do paciente. 
 Uso de aparelhos como televisão e geladeira. Tais itens são cobrados 
diretamente do paciente. 
 Fraldas descartáveis e absorventes higiênicos, considerados produtos 
de higiene pessoal. Tais itens são cobrados diretamente do paciente. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
 Gases medicinais. 
 Materiais descartáveis e medicamentos. 
 Sangue e derivados. 
 Leites especiais prescritos por pediatra. 
 Dietas enterais. 
 Utilização de equipamentos e instrumental cirúrgico, exceto aqueles 
incluídos nas composições de taxas especiais (UTI e UTSI). 
Taxas 
Em geral, as taxas referem-se à remuneração de um investimento feito 
pelo prestador para um adequado atendimento. Em seu cálculo, deve-se levar 
em consideração o investimento, ou seja, o valor da aquisição, o valor da 
depreciação, a vida útil do objeto de investimento e o custo de sua manutenção 
(MORAIS, 2014). A seguir conheça a definição das taxas relativas a serviços 
de saúde em geral: 
 Taxas por serviços de saúde propriamente ditos: aplicação de 
medicamentos injetáveis e de quimioterápicos, entre outros. 
 Taxas de localização: uso de salas ambulatoriais, atendimentos em 
pronto-socorro, ou pronto-atendimento, sala de cirurgia, obstetrícia, 
entre outras. 
o A taxa de sala cirúrgica, independentemente do porte da sala, 
considera todos os custos relativos ao local, mesa operatória, 
rouparia, serviço de enfermagem do procedimento, assepsia e 
antissepsia (para a equipe e para o paciente), iluminação, 
controle de sinais vitais, instrumental, equipamentos de anestesia, 
respirador, monitor cardíaco, aspirador elétrico, ou à vácuo, 
cardioversor, instrumental básico para cirurgia,hamper; taxa de 
instalação do oxigênio e locomoção do paciente (FURLAN, 1999). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
 Taxas administrativas: registros, prontuários etc. 
 Taxas de uso de equipamentos: para o cálculo dessa taxa, deve-se 
levar em consideração o valor do equipamento, os gastos com a 
manutenção, a depreciação do bem, a remuneração do operador, a 
utilização do espaço físico, energia elétrica, a margem de lucro, entre 
outros itens (SARAIVA, 2006). 
 Taxas de gasoterapia: oxigênio, ar comprimido, vácuo, entre outros. 
 Taxas financeiras: acordo por percentuais sobre serviços e produtos, 
multas por atraso, entre outros. 
Honorários médicos 
Correspondem aos valores pagos aos médicos pelos procedimentos 
realizados, de um modo uniforme para todas as especialidades. É 
representado pelo coeficiente de honorários (CH), tendo o valor estipulado pela 
AMB, sendo utilizado em várias instituições prestadoras de serviço de saúde e 
operadoras de planos de saúde como referência. 
Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico – SADT 
Todos os serviços realizados ao paciente devem vir cobrados na conta 
hospitalar com a descrição de quantidade e o valor estabelecido para sua 
realização. A cobrança deve ser compatível com o descrito em prontuário 
médico. 
Materiais e medicamentos 
Esses produtos devem estar discriminados na conta hospitalar com suas 
respectivas quantidades e preços. Devem ser compatíveis com a prescrição 
médica e checagem da enfermagem no prontuário do paciente (MOTTA, 2004) 
Esses itens representam significativa margem de comercialização, sendo, 
portanto, os responsáveis por sustentar os prestadores de serviço. 
Deve-se levar em consideração que grande parte das negociações são 
 
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7 
realizadas com referência nos valores da Brasíndice e do Simpro, de modo que 
os preços são ajustados sem negociação com as operadoras. 
Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME 
Dentre os diversos materiais utilizados na área hospitalar, cada vez 
mais, o OPME vem assumindo maior importância econômica nas contas 
dessas instituições. A Resolução Normativa – RN 262/2012, define: 
 Prótese: é entendida como qualquer material permanente ou 
transitório que substitua total ou parcialmente um membro, órgão ou 
tecido. 
 Órtese: é entendida como qualquer material permanente ou 
transitório que auxilie as funções de um membro, órgão ou tecido. 
Não são considerados como ato cirúrgico aqueles materiais cuja 
colocação, ou remoção, não precisam de ato cirúrgico. 
 
Algumas resoluções/pareceres que regem os assuntos relacionados à 
OPME podem ser visualizadas nos seguintes documentos: 
 Parecer CFM nº 016/2008 – expõem os motivos que fundamentam 
critérios para solicitação de OPME. 
 Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA nº 156/2006 – dispõe 
sobre o registro, rotulagem e reprocessamentos de produtos médicos. 
 Resolução ANVISA – RE nº2605/2006 – estabelece a lista de 
produtos médicos enquadrados como de uso único, proibidos de 
serem reprocessados. 
 
A cobertura de OPME pauta-se diretamente no procedimento a ser 
realizado, cabendo ao auditor a autorização ou não da utilização do material 
solicitado. Os motivos principais para a não autorização de OPME são: produto 
não relacionado ao procedimento cirúrgico, ou com fins estéticos (GEAP, 
 
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8 
2009). 
Baseado no Código de Defesa do Consumidor é direito do beneficiário 
exigir que lhes sejam fornecidos os materiais adequados, não sendo permitido 
que ele, ou seu médico, exijam a marca do fornecedor de OPME para cirurgias 
de qualquer tipo (PEREIRA, 2011). 
Além disso, em outubro de 2010, foi publicada pelo Conselho Federal de 
Medicina a Resolução nº 1.956/2010, que proibiu a indicação das marcas de 
próteses pelos médicos. As operadoras de saúde têm como rotina o controle 
dos OPME com várias modalidades, a citar: 
 Analisar a requisição do uso de OPME previamente à internação e 
discutir com o médico solicitante, alternativas menos onerosas, sem 
prejuízo ao paciente. 
 Negociar os valores de materiais e taxas de comercialização mais 
baixas com os hospitais. 
 Comprar esses materiais dos fornecedores, com negociações por 
demanda, disponibilizando-os para cirurgia sem a interferência do 
hospital. 
 Estabelecer negociação com fornecedores, com custos mais baixos 
em troca de volume. 
 Comprar os materiais através de portais de cotação e concorrência. 
 Remunerar cirurgias por pacote, com custo do OPME incluso no valor. 
 Estabelecer protocolos de autorização baseados em guidelines já 
aprovadas pela sociedade e precificar os materiais negociando 
previamente com o prestador de serviços. 
 Convidar os pacientes a se submeterem a consulta de segunda 
opinião. 
Produtos não remunerados pelas Operadoras de Planos Saúde 
Para a Saúde Suplementar, as exclusões contratuais legais para 
 
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9 
cobertura estão previstas no art. 10º da Lei 9.656/98. Seguem algumas das 
situações em que pode haver exclusão contratual: 
I. tratamento clínico ou cirúrgico experimental; 
II. procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como 
órteses e próteses para o mesmo fim; 
III. inseminação artificial; 
IV. tratamento de rejuvenescimento ou de emagrecimento com finalidade 
estética; 
V. fornecimento de medicamentos importados não nacionalizados; 
VI. fornecimento de medicamentos para tratamento domiciliar; 
VII. fornecimento de próteses, órteses e seus acessórios não ligados ao ato 
cirúrgico; 
VIII. tratamentos ilícitos ou antiéticos, assim definidos sob aspecto médico, 
ou não reconhecidos pelas autoridades competentes. 
Tratamento clínico ou cirúrgico experimental 
Entende-se por tratamento experimental: 
 Aquele que emprega medicamentos, produtos para a saúde ou 
técnicas não registradas/regularizadas no país. 
 Aquele que for considerado pelo Conselho Federal de Medicina 
(CFM) ou Conselho Federal de Odontologia como experimental. 
 Aquele que não possui indicações descritas na bula/manual 
registrada na ANVISA. 
Produtos importados sem registro no Ministério da Saúde 
Por vezes, as operadoras se deparam com solicitações de 
medicamentos importados, não regulamentados pelo Ministério da Saúde. 
Cabe ressaltar o que a Lei 6.360 de 23 de setembro de 1976, a qual dispõe a 
Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os 
insumos farmacêuticos, cosméticos, saneantes e outros produtos, cita em seus 
 
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10 
artigos: 
 Art. 1º - Ficam sujeitos às normas de vigilância sanitária, instituídas 
por essa Lei os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos 
e correlatos, definidos na Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, 
bem como os produtos de higiene, os cosméticos, perfumes, 
saneantes domissanitários, produtos destinados à correção estética e 
outros adiante definidos. 
 Art. 2º - Somente poderão extrair, produzir, fabricar, transformar, 
sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, 
armazenar ou expedir os produtos de que trata o Art. 1º as empresas 
para tal fim autorizadas pelo Ministério da Saúde e cujos 
estabelecimentos hajam sido licenciados pelo órgão sanitário das 
Unidades Federativas em que se localizem. 
 Art. 10º - É vedada a importação de medicamentos, drogas, insumos 
farmacêuticos e demais produtos de que trata essa Lei, para fins 
industriais e comerciais, sem prévia e expressa manifestação 
favoráveldo Ministério da Saúde. 
 Art. 12º - Nenhum dos produtos de que trata essa Lei, inclusive os 
importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue 
ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde. 
 
Desse modo, sendo o atendimento, tratamento e saúde do beneficiário 
corresponsabilidade entre médico, prestador de serviço e operadora de plano 
de saúde, subentende-se que a liberação desses medicamentos é ilícita e que 
qualquer demanda judicial deverá incorrer sobre todos aqueles que realizarem 
as atividades supracitadas. 
Por outro lado, cada vez mais verificamos liminares judiciais liberando 
produtos importados, em especial medicamentos oncológicos para utilização 
no Brasil. Com intuito de se certificar de que essa importação ocorreu de modo 
 
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11 
regular, a operadora poderá solicitar todos os documentos que comprovem 
essas práticas, que são citados na Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 
81/2008 e estão relacionados abaixo: 
 Invoice e recibo de logística (recibo das atividades realizadas – 
transporte aéreo e/ou portuário, acondicionamento, entre outros). 
 Petição para Fiscalização e Liberação Sanitária de que trata o 
subitem 1.2. do Capítulo II. 
 Guia de Recolhimento da União - GRU -, da Secretaria do Tesouro 
Nacional, conforme disposto na legislação sanitária pertinente. 
 Autorização de acesso para inspeção física, na forma da legislação 
fazendária. 
 
 Além disso, diversos produtos também são pontos de divergência entre 
operadoras de planos de saúde e prestadores de serviço. Relacionamos alguns 
deles a seguir. 
Materiais reprocessados 
Os produtos médicos podem ser considerados itens reutilizáveis ou de 
uso único. Os artigos reutilizáveis, de uso múltiplo, são bem duráveis e para 
sua reutilização faz-se o reprocessamento, que inclui limpeza, desinfecção ou 
esterilização. No entanto, também é comum a reutilização de artigos de uso 
único, ou descartáveis, em todo o mundo (COSTA & COSTA, 2011). 
Em 2006, a ANVISA editou a RDC nº 156, que dispõe sobre o registro, 
rotulagem e reprocessamento de produtos médicos. Existe também a 
Resolução Especial - RE nº 2.605 -, que estabelece uma relação de 66 
produtos com reprocessamento proibido no país, e a RE nº 2.0606, que define 
as diretrizes para a elaboração, validação e implantação de protocolos de 
reprocessamento de produtos médicos. 
De posse dessa resolução, grande parte das operadoras dos planos de 
 
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12 
saúde remuneram como materiais descartáveis apenas os citados na RE 
2.605, uma vez que, conforme citado, é prática mundial o reprocessamento de 
produtos descartáveis, e não existe embasamento legal para que essa prática 
seja evitada. 
Os materiais reprocessados são remunerados por taxas, levando em 
consideração o valor do produto, depreciação, previsão do número de 
reprocessamentos, entre outros fatores. 
Equipamentos de Proteção Individual - EPIs 
A Norma Regulamentadora 32 (NR32), publicada em 16 de novembro de 
2005, tem por finalidade estabelecer diretrizes básicas para implementação de 
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividade de promoção e assistência 
à saúde em geral. 
Assim, com a NR 32 é possível identificar quais EPIs devem ser 
utilizados para cada risco apresentado em ambientes hospitalares. Pode ser 
risco químico, biológico, risco de radiações ionizantes, entre outros. 
Sendo a norma escrita para a proteção de trabalhadores, muitas 
operadoras consideram que os equipamentos de segurança são de 
responsabilidade do empregador, sendo esses descartáveis ou permanentes 
(como luvas, máscaras, óculos de proteção, aventais, entre outros). Desse 
modo, os valores relacionados a esses produtos deverão estar inclusos nas 
taxas e diárias. 
Da mesma forma, podem ser relacionados os materiais com dispositivos 
de segurança. Criados para atender a NR 32, a qual cita: “Deve ser 
assegurado o uso de materiais perfuro-cortantes com dispositivo de 
segurança”. Desse modo, as operadoras compreendem não ser ônus próprio a 
remuneração desse produto. No entanto, considerando a necessidade de 
manter o pagamento por produtos que são de necessidade do paciente, as 
operadoras e prestadores estão negociando valores a fim de que nenhuma das 
 
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13 
partes sofra danos ou prejuízos. 
 
Vídeo complementar que elucida que a NR 32 foi determinada para a 
segurança do profissional de saúde: 
http://www.youtube.com/watch?v=XmcVYf6DnDg 
Novas tecnologias 
Diariamente, os laboratórios de medicamentos e as empresas de 
materiais hospitalares (incluindo materiais comuns, órteses, próteses e 
materiais especiais), lançam novidades no mercado. Essas estão associadas a 
novos produtos, melhorias de produtos ou novos protocolos de tratamento. 
Sabe-se que com o intuito financeiro, o trabalho para a inserção desses 
novos produtos no consumo hospitalar é bastante grande. No entanto, sabe-se 
também que toda nova tecnologia apresenta-se com valor superior ao valor da 
tecnologia já utilizada. Além disso, apesar do marketing realizado sobre esses 
produtos, pode-se afirmar que nem sempre essas tecnologias são de 
qualidade, resultado superior ou segurança comprovada. 
A exemplo, podem ser citados os inúmeros recalls e descontinuidades 
de medicamentos, após larga escala de utilização e consequente aumento dos 
registros relacionados à insegurança. Ou seja, ainda que novas tecnologias 
tenham produzido mudanças no estado de saúde de muitas populações, é 
importante reconhecer que muitas dessas mudanças têm um custo muito 
elevado em relação aos benefícios produzidos. Muitas dessas tecnologias são 
introduzidas pela medicina de benefício marginal e têm riscos que necessitam 
ser considerados nas decisões (AQUINO, 1980). 
Desse modo, a fim de manter a sustentabilidade das operadoras de 
planos de saúde, evitar gastos desnecessários, desperdícios e proporcionar a 
segurança dos pacientes, essas tecnologias não devem ser incorporadas aos 
itens disponíveis para remuneração de forma aleatória. 
A incorporação de tecnologias requer avaliação da relação custo-
 
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14 
benefício e permanente vigilância de sua utilização, da ocorrência de eventos 
adversos, bem como de estratégias continuadas para promover o uso racional 
(COSTA & COSTA, 2011). Pereira (2011) afirma que para a incorporação de 
uma nova tecnologia à rotina, deve-se: 
 Certificar-se de que tal medicamento, equipamento ou material tem 
seu registro devidamente atualizado junto aos órgãos públicos 
responsáveis (ANVISA) e que esse registro está de acordo com a 
utilização pretendida. 
 Conhecer o risco que o aparelho, técnica, exame ou medicamento 
pode apresentar ao paciente se mal empregado. 
 Conhecer a eficácia, a efetividade do produto e os benefícios 
assegurados ao cliente. 
 Analisar o custo x os benefícios, baseando-se em evidências 
científicas. 
Material de higiene pessoal 
Durante o internamento, o paciente necessitará de material para sua 
higiene pessoal, como sabonete, xampu, hidratante, cremes dentais, entre 
outros. Esses produtos de modo geral não são remunerados pelas operadoras 
de saúde nem pelo prestador de serviço. Quando solicitado pelo paciente, 
esses produtos podem ser fornecidos pelos hospitais, os quais os cobram em 
uma conta particular. 
Na próxima videoaula, disponível on-line, a professora Joy comenta mais 
sobre esses itensque não são remunerados pelas operadoras de planos de 
saúde. 
Condutas gerais para a realização da análise de contas 
Para a análise de contas, compete aos auditores: 
 Praticar o exercício da profissão de Auditor, conforme legislação 
específica e vigente. 
 
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 Conhecer os contratos firmados entre a operadora de planos de 
saúde e o prestador de serviço. 
 Fazer uma análise geral da conta: verificar diagnóstico, período de 
internação, tratamento, exames solicitados, autorização para 
procedimentos e materiais específicos. 
 Analisar as prescrições médicas dos exames laboratoriais e de outros 
exames diagnósticos, bem como seus resultados. 
 Verificar se a quantidade de materiais e medicamentos cobrada é 
compatível com a prescrita e checada no prontuário do paciente. 
 Verificar os valores praticados na cobrança dos materiais e 
medicamentos em relação aos preços acordados mediante acertos 
contratuais e tabelas. 
 Analisar e responder aos recursos de glosas. 
Conferências de contas médico hospitalares 
Os documentos essenciais para a avaliação da auditoria da operadora 
são: guia de solicitação de internação e prorrogação, nota de sala, conta corpo 
da relação de materiais e medicamentos, diárias e taxas, prescrições médicas 
e evoluções de enfermagem. 
Auditoria de enfermagem e a conta hospitalar 
A auditoria de enfermagem pode atuar em diversas áreas da 
organização, porém, a auditoria de contas médicas, caracterizada pela 
cobrança de procedimentos médicos realizados, assim como materiais e 
medicamentos utilizados, descritos no prontuário do paciente, constitui a 
prática mais utilizada pelas organizações hospitalares, principalmente na esfera 
privada (BORGES, et al., 2012). 
O auditor de enfermagem na instituição hospitalar verifica se os 
materiais e medicamentos estão cobrados corretamente, se todas as 
medicações e cuidados estão checados, entre outros aspectos, que se não 
 
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16 
analisados podem gerar glosas. Quando encontra alguma pendência, o auditor 
aponta para a equipe assistencial, com o intuito de solucionar o problema 
(CAETANO & LOPES, 2013). 
Revendo a problematização 
Agora que você estudou mais sobre a conta hospitalar, vamos voltar à 
questão apresentada no início deste tema? Se for necessário releia o problema 
e escolha uma entre as alternativas a seguir, de acordo com o que você julgar 
mais adequado. 
a. Não questionaria os itens cobrados, afinal se o paciente utilizou é 
porque necessita. No entanto, avaliaria quantidades e valores 
praticados. 
b. Acataria o pagamento dos itens cobrados, questionando apenas o 
uso de produtos de higiene pessoal, afinal, esses são trazidos pelo 
paciente de casa, conforme suas necessidades e preferências. Além 
disso, avaliaria os valores de todos os produtos cobrados para 
confirmação de que estão sendo praticados conforme acordados. 
c. Avaliaria item a item, verificando indicação de uso, quantidade 
utilizada e preço. Além disso, alguns itens facilmente seriam glosados 
como: equipamento de proteção individual, refeições do 
acompanhante e produtos de higiene pessoal. 
Feedbacks disponíveis no material on-line. 
Síntese 
Nesse tema você estudou sobre um dos principais instrumentos de 
trabalho do auditor: a conta hospitalar. Verificam-se os itens que devem constar 
obrigatoriamente, como diária hospitalar, taxas, materiais, medicamentos, 
OPME, quando utilizados, gasoterapia, entre outros. Também foram citados os 
itens que são excluídos, com respaldo da ANS, como tratamentos estéticos e 
 
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17 
medicamentos importados e produtos que ainda causam divergências, como: 
materiais com dispositivo de segurança e materiais descartáveis. 
Sendo assim, retornamos ao tema anterior para reafirmar a necessidade 
de contratos bem elaborados entre as partes, a fim de reduzir as divergências 
no momento da auditoria da conta hospitalar. 
Referências 
AQUINO, C. B. Administração de recursos humanos: uma introdução. São 
Paulo: Atlas, 1980. 
BORGES, R. M.; CAMELO, G. R.; PALADINI, E. P.; SOUZA, R. T. M.; COSTA, 
V. T. A gestão por processo para a melhoria da qualidade dos serviços: O caso 
de um hospital. XXXII Encontro Nacional de Engenharia da Produção. Bento 
Gonçalves: 2012. 
CAETANO, J. P. M.; LOPES, M. L. S. Auditoria de enfermagem na instituição 
hospitalar: Revisão bibliográfica sobre as potencialidades de sua atuação. 
Terra e Cultura, 56, p. 23-32, 2013. 
COSTA, E. A. M.; COSTA, E. A. Reprocessamento de produtos médicos: da 
política regulatória à prática operacional. Ciências e Saúde Coletiva, 16(12), 
4787-4794, 2011. 
FURLAN, J. C. Conta hospitalar: Análise crítica das definições de diária e taxa 
de sala cirúrgica. Dissertação. 158f. FGV, 1999. 
GEAP. Normas técnicas de órtese, próteses e materiais especiais. Brasília: 
Direção executiva GEAP, 2009. 
KOBUS, L. S. G.; DIAS, J. S. Dados essenciais para auditoria de contas 
médicas hospitalares: experiência em Curitiba, PR. Monografia, 2009, 45f. 
MORAIS, M. V. Auditoria em saúde. São Paulo: Saraiva, 2014. 
MOTTA, A. L. C. Auditoria de enfermagem nos hospitais e operadoras de 
 
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18 
planos de saúde. São Paulo: Editora Iátria, 2004. 
PEREIRA, M. Utilização de órteses, próteses e materiais especiais – OPME em 
operadoras de planos de saúde suplementar. Trabalho de Conclusão de 
Curso, 47f. Anhanguera-Uniderp. São Paulo, 2011. 
SARAIVA, M. C. Investigação da mensuração de custos na formação dos 
preços dos serviços hospitalares – Um foco na diária hospitalar. Programa 
multi-institucional e inter-regional de pós-graduação em ciências contábeis – 
UnB/UFPB/UFPE/UFRN. Dissertação. Natal, 2006. 
Atividades 
 Avalie os seguintes dados obtidos na consulta de produtos da Anvisa: 
Detalhe do produto: KADCYLA 
Nome da empresa: Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A. 
CNPJ: 33.009.945/0001-23 
Autorização: 10010004 
Princípio ativo: Trastuzumabe 
Categoria: Antineoplásico 
Registro: 101000659 
Processo: 25351.005315/2013-83 
Vencimento do registro: 01/2019 
Apresentação ativa: 100 MG PO LIOF SOL INJ CT FA VD TRANS 
Forma física: Pó Liófilo para Solução Injetável 
Local de fabricação: 
DSM PHARMACEUTICALS INC. - Estados Unidos 
LONZA LTD. – Suíça 
GENETECH Inc. – Estados Unidos 
F. HOFFMANN-LA ROCHE LTD. - Suíça 
Podemos afirmar que: 
a. Por se tratar de um produto importado, produzido nos E.U.A. ou na 
 
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Suíça, não pode ser comercializado no Brasil. 
b. Não pode ser negado pela operadora de saúde por se tratar de um 
medicamento oncológico. 
c. É um medicamento irregular, pois possui registro no Brasil, no entanto, 
não é fabricado no país. 
d. É um medicamento regular no Ministério da Saúde, podendo ser 
comercializado e liberado pelas operadoras de saúde. 
 
 Em relação ao período da diária hospitalar, podemos afirmar: 
a. Pode ser considerado 24h em pacientes internados, 12h para hospitais-
dia e 6h para pronto-atendimentos. 
b. Pode ser considerado 24h em pacientes internados, 12h para hospitais-
dia. Sendo a primeira diária indivisível e o período que essa compreende 
estabelecido pelo próprio hospital. 
c. Pode ser fracionada em períodos de 6h, desde que o primeiro período 
utilizado tenha um mínimo de 12h. 
d. A diária hospitalar de pronto-atendimento só poderá ser utilizada caso 
paciente permaneça por um período mínimo de 12h. 
 
 Aindaem relação às diárias hospitalares podemos afirmar: 
a. O prestador deverá fixar com a operadora de saúde uma única taxa, a 
fim de facilitar o faturamento das contas e sua auditoria. 
b. As diárias são diferenciadas de acordo com a idade do paciente 
atendido. 
c. A diária hospitalar possui diferenciações de acordo com as 
acomodações e tipos de serviços prestados, como por exemplo: Suíte, 
enfermaria e UTI. 
d. UTIs pediátrica, cardíaca e geral para adultos devem ter a mesma taxa. 
 
 
 
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 As órteses, próteses e materiais especiais, de modo geral apresentam um 
alto custo para as operadoras de saúde e por isso: 
a. Necessitam de autorização prévia à realização do procedimento que 
indique seu uso, sendo que a operadora poderá intervir na indicação 
dessa, assim como de seu fornecedor, não cabendo ao médico ou 
paciente a escolha da marca. 
b. Necessitam de autorização prévia, no entanto, cabe ao médico e 
paciente, em consenso, definir a marca a ser utilizada. 
c. Necessitam de autorização prévia, no entanto, cabe apenas ao médico 
assistente a escolha da marca, uma vez que esse detém o 
conhecimento sobre a técnica a ser realizada. 
d. Não necessitam de autorização prévia, uma vez que sua indicação é 
bastante restrita. No entanto, a auditoria hospitalar, verificando erro de 
conduta ou fraude, poderá punir o prestador de serviço até com seu 
descredenciamento. 
 
 Qual desses materiais você, como auditor, acataria na conta hospitalar, 
mesmo que considerado como um produto de higiene pessoal? 
a. Hidratante de pele para pacientes acamados. 
b. Xampu para piolho. 
c. Sabonete escabicida. 
d. Fralda descartável para avaliação de balanço hídrico em bebês. 
 
Os feedbacks para cada atividade estão disponíveis no material on-line.

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